sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

NATAL - 2015

                            FESTAS NATALINAS
Isaías, em sua profecia sobre o advento do Messias, há mais de 700 anos, no Antigo Testamento, diz: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6).
Essas maravilhosas palavras proféticas definiram com precisão quem seria Jesus Cristo. E é muito bom relembrá-las nesta época do ano em que grande parte do mundo comemora o Natal, ou seja, o nascimento do Deus-menino. Época de alegria e de festas, mas, também, de consumismo desenfreado e, de modo geral, de festejos de conotação predominantemente materialista com troca de mimos entre as pessoas,   de grandes comilanças e, muitas vezes, de bebedeiras, na qual a maioria das pessoas nem se lembra de reverenciar o verdadeiro protagonista da festa, Cristo, nosso Salvador. Chamado também de EMANUEL – que traduzido é “Deus conosco”. Momento de intensa alegria, aquele em que  Deus – o Todo Poderoso – desce dos céus e vem ao mundo em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, a  fim de nos trazer o perdão de nossos pecados e nos envolver em sua maravilhosa Graça, a qual significa favor imerecido.
O certo seria trocar o papel desempenhado por essa figura folclórica de Papai Noel, distribuidor de mimos, que tem sido o protagonista das festas natalinas, para colocar Jesus Cristo em destaque no lugar que, por direito, lhe pertence como o verdadeiro dono da festa.

Essa troca precisa ser feita de início em nossos corações e no coração das crianças para que saibam como Jesus nos ama e nos dá o presente mais valioso que é o Seu amor e Sua proteção, não apenas uma vez por ano, mas, durante toda nossa vida.

domingo, 13 de dezembro de 2015

PÉROLAS AOS PORCOS

                PÉROLAS AOS PORCOS NA GLOBO
O programa Zorra Total, apresentado na Globo aos sábados à noite, havia melhorado de nível após ser inovado recentemente com um tipo de humor menos estúpido que o anterior. Pura ilusão! Parece mais que a emissora fez um acerto com o Diabo a fim de atirar pérolas aos porcos, colocando trechos bíblicos na boca de personagens os quais representam Jesus Cristo e os seus discípulos nesse mísero quadro humorístico. No passado, segundo relata a Bíblia, Satanás já citou trechos bíblicos quando tentou Jesus no deserto, mas o Salvador o derrotou. Agora, voltou a atacar na Globo.
À que leva a falta de criatividade dos idealizadores desse programa e a ignorância deles a respeito do significado do cristianismo. Isto é o Brasil de hoje! Arrasado culturalmente, na política e nos demais setores da sociedade. Não é de admirar que a mídia televisiva brasileira, dentre as do mundo ocidental, seja uma das mais ignorantes do texto bíblico e de seu valor e a mais desrespeitosa. Esse é mais um campeonato ganho pelo país. Mais um lugar no pódio abjeto da miserabilidade. O Brasil já é campeão de homicídios – 58,5 assassinatos foram registrados em 2014 – permanece no pódio, também, entre os países campeões do analfabetismo, da corrupção dos políticos, dos empresários, e agora, ou melhor há tempos, da tevê mais inculta que desconhece totalmente o texto bíblico. Porque só pode ser creditado à ignorância absoluta do que seja o cristianismo esse achincalhe da Palavra de Deus e da pessoa de Jesus Cristo e seus discípulos. Para o Brasil estar no outro pódio, ao lado dos países verdadeiramente vencedores, nos quais predominam o progresso social, a paz e a prosperidade em todos os níveis, somente observando os mandamentos, estatutos e preceitos da lei de Deus. Por enquanto só nos resta repetir as palavras de Jesus Cristo: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.




  

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

    O TEXTO MAIS EXPLOSIVO DO NOVO TESTAMENTO
Antes de comentar o referido texto, de Gálatas 3.26- 28, já mencionado no primeiro capítulo deste livro - con­vém observar a definição que os dicionários dão à palavra machismo: Atitude ou comportamento de quem não acei­ta a igualdade de direitos para o homem e a mulher.
Essa definição - cotejada com o objetivo ardua­mente buscado pelo apóstolo Paulo, isto é, o da unidade dos crentes em Cristo, por se tratar de um mandamento fundamental do cristianismo, coloca-nos diante de um impasse. Impossível, alguém que não reconhece direitos iguais para homens e mulheres, escrever o texto social­mente mais explosivo do Novo Testamento, justamente para defender esses direitos, exatamente como Paulo faz, na carta aos Gálatas: Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Ele encerra o pen­samento com chave de ouro declarando: E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. (v. 29). Prova cabal de que as mu­lheres e as pessoas marginalizadas dentro da sociedade, não foram deserdadas pelo Pai, mas, adotadas em Cristo como verdadeiras filhas de Deus, independente de status social – basta crer em Jesus Cristo e aceitá-lo como seu Senhor e Salvador. Esse texto serve, também, para livrar o apóstolo Paulo da pecha de machista.
A frase, do versículo 29, remete-nos a outro após­tolo, a Pedro, o qual observa que homens e mulheres são co-herdeiros da graça da vida, (1 Pedro 3.7). Graça sob a qual desponta a nova nação das pessoas recriadas em Cristo, em meio à qual são quebradas as barreiras que as separavam por questões de raça, classe social ou gênero.
Dentre os motivos que deram a Paulo fama de ma­chista encontram-se algumas de suas bem conhecidas – porém, mal-interpretadas - recomendações às mulhe­res, sobre as quais já falamos anteriormente. Ao tomar conhecimento dessas recomendações, com isenção de ânimo, conclui-se que costumam ser lidas sem levar em conta o contexto social e a situação da Igreja no momen­to em que foram escritas, conforme asseveram os estu­diosos cristãos adeptos do igualitarismo entre homens e mulheres dentro da igreja.
Passemos a apreciar, agora, nos textos bíblicos, como foi a atuação da mulher nos primórdios da Igreja. A constatação dessa realidade, por si só, contribui para amenizar, e até apagar, a fama que se apegou ao nome de Paulo, de inibidor da ação das mulheres no plano ecle­sial. Ao mesmo tempo, em que nos faz aquilatar o valor do ministério das primeiras mulheres cristãs. O caso de Febe, que dá início a este capítulo, é exemplar.
Voltemos, pois, à carta aos Romanos, cujo capítulo 16 inicia com as palavras de recomendação de Paulo, a res­peito de uma mulher chamada Febe, da igreja de Cencréia, porto de Corinto, aos cuidados da Igreja romana: Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem aju­dado a muitos, como também a mim mesmo (v.2).
Febe foi encarregada por Paulo de ser a portado­ra da Carta aos Romanos, (que grande tarefa confiada a uma mulher, a responsabilidade de fazer chegar ao seu destino esse documento de valor inestimável para a cris­tandade). Ela era diácona da igreja de Cencréia e, tanto o cargo que ocupava na Igreja quanto a missão que lhe fora confiada provam cabalmente sua idoneidade moral e prudência, mas, acima de tudo, sua condição de após­tola. Observemos o sentido original da palavra apóstolo: mensageiro a quem era delegada uma determinada ta­refa. No caso de Febe, mensageira também no sentido literal da palavra.
A escolha de uma mulher, por parte de Paulo, para o desempenho de tarefa de tamanha importância serve para provar dois fatos favoráveis a ambos: com rela­ção a Febe, vem provar que era fiel e destacada serva do Senhor; da parte de Paulo que ele não fazia acepção de pessoas e apoiava indiscriminadamente o trabalho das apóstolas. A epístola aos Romanos é considerada a mais preciosa dentre as cartas escritas por Paulo.
Termos esclarecedores: A palavra diácona significa ministra. Sua conota­ção não seria a mesma de diaconisa ou diácono, confor­me se entende hoje, qual seja, de um cargo menor que o de presbítero. (CONTINUA).

domingo, 15 de novembro de 2015

                         AMEAÇA DO FEMINISMO EXTREMISTA
O que se vê são mulheres movidas por um clamor ancestral - (tomando as dores, passadas, de suas mães e avós) que exige vingança contra o homem - saírem de modo desenfreado em busca de uma liberdade que se configura mais a uma represália. Nessa corrida, passam a cometer os mesmos erros que os homens cometeram no passado contra a família; equívocos que podem ser sintetizados como irresponsabilidade, leviandade (ou li­bertinagem), omissão, escárnio, desprezo e abandono.
Por essa via, qualquer movimento do feminismo extremista, que se apóie apenas na iniciativa humana, desvinculado da palavra de Deus caracteriza-se por ser faccioso. Fatalmente, incita à violência, à separação e à desunião entre os sexos – constituindo-se numa ameaça à liberdade conquistada. Na “selva de pedra”, a serpente aparece mimetizada em forma de uma insana liberdade ilimitada que leva à cegueira moral. Desde o momento em que as mulheres deixam de enxergar que a nossa liberdade termina onde começa a do próximo, a queda é iminente.
Apesar de todo o apoio que associações das mais diversas espécies conferem às mulheres, a fim de ajudá-las na defesa de seus direitos, e das prerrogativas que a lei civil e os costumes lhes concedem, a maioria delas encon­tra-se absurdamente desorientada e até mesmo indefesa. Assemelham-se ao pássaro que, ao deixar a gaiola, atur­dido, cai na mão de predadores. Hesitantes entre o bem e o mal, a maioria não consegue discernir exatamente os limites morais. Isso fica patente ao observar o caos social que se avizinha, indicando nitidamente que não existe uma noção do que significa ser livre, e de que tomar as rédeas da própria vida significa arcar com as consequên­cias dos próprios atos, caso contrário, mergulha-se num universo caótico.
Não é possível atropelar os ditames da consciên­cia ética e moral, esquecendo os mandamentos cristãos de amor a Deus, acima de tudo, e ao próximo como a si mesmo. Amor que se expressa através da consideração para com todas as pessoas e cuidados para com os da própria família – até mesmo para com o marido...
Livre-nos Deus dos movimentos gerados por ideias extremistas, sejam provenientes do Oriente, como as de ca­racterística patriarcal que escravizam as mulheres, sejam as do feminismo exacerbado e mal-interpretado causador da desestruturação social. Aliás, já disseram alhures: A virtude está no meio quando os extremos são perniciosos.
No caso do feminismo extremista, a mulher saiu de sob o domínio de um sistema despótico em direção a uma terra sem lei. Isso não estava no programa. As nor­mas de caráter humanitário, obviamente, não foram abo­lidas. Invalidadas foram apenas as leis de cunho patriarcal contrárias às mulheres. O respeito à vida não foi anulado, a não ser pelos ímpios. Há casos de mães matando filhos recém-nascidos como quem mata baratas. Simplesmente, jogam os bebês no lixo, em vaso sanitário de avião e em shoppings, demonstração de perversidade inominável e desorientação não apenas nas classes menos favorecidas. São verdadeiras manchas no cenário de respeito e prote­ção à infância em que se insere o país e o mundo ociden­tal, e motivo de tristeza para a comunidade cristã.
Observa-se, mesmo entre as mulheres que possuem bom nível cultural e intelectual que, no plano espiritual, elas não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, tal qual os ninivitas do tempo de Jonas. (Jonas 4.11). Por conseguinte, são incapazes de entender o que significa amar o semelhante como a si mesmas, visto que só entendem a linguagem dos sentidos. Elas movem-se no universo sexual e da competição, tanto no trabalho como na vida pessoal, a qual se desenvolve à semelhança de uma maratona. O que importa é ir em frente, na busca desenfreada de prazeres e de um sucesso duvidoso, atropelando todos os que estão no caminho – quer sejam pais, filhos, marido, irmãs ou amigas.
Imagino Jesus, diante desse espetáculo, sentindo grande compaixão da multidão desnorteada, como no passado, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor. (Mateus 9.36). A liberdade, para grande número de mulheres adeptas do feminis­mo exacerbado, mais se parece a um objeto perigoso em mãos inábeis, como um carro nas mãos de um cego.
Refiro-me, especialmente, à liberdade usada para prática do sexo promíscuo, tão comum nos dias de hoje, com a consequente perda de valores familiares, sem os quais a sociedade perece. São casamentos abertos, onde cada um dos cônjuges pode ter aventuras extraconjugais sem maiores responsabilidades. Adolescentes que “fi­cam” com namorados sem compromisso algum, man­tendo relacionamentos sexuais inconsequentes. Com isso, o número de mães solteiras cresce - muitas grávidas nem sequer sabem quem é o pai do filho que esperam - e o número de crianças abandonadas aumenta a cada dia; assim como o de doenças sexualmente transmissíveis.
Há também casos de mães que não fazem jus ao nome – símbolo de amor e ternura – e costumam subme­ter os filhos a torturas psicológicas e físicas de maneira sistemática a ponto de lhes desestruturar a personalida­de em formação. Realidade inacreditável, diante da qual queremos acordar pensando tratar-se de um pesadelo.
Donas de casa, dominadas pelas hostes espirituais da maldade (Efésios 6.12) como fantoches, teleguiadas por essa casta de demônios, são levadas a proceder como verdadeiras carcereiras dentro do lar. Quando se casam, em vez de promessas de amor, prometem a si mesmas agir de maneira cruel para com o cônjuge. Ameaçado­ras, exclamam: “Para mim tudo, para ele nada!” Conceito muito em voga entre as jovens do mundo de hoje. Pala­vras que são fruto de um feminismo rancoroso e quixo­tesco, uma vez que gozam, atualmente, de plena liberdade de ir e vir e de decidir sobre seus próprios atos e destinos. Atitudes que refletem o mau uso da liberdade e uma demonstração de irracionalidade.
O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao obser­var os índices alarmantes de violência contabilizados na sociedade, exclama: “Há, em toda parte, uma maldade inexplicável.” A observação do sociólogo vem simples­mente enfatizar o que salta aos olhos de todos, diaria­mente, por meio dos noticiários da mídia e pela experi­ência pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade a que se refere Schüller, presente em todos os setores da sociedade – é bom que se destaque – tem mulheres e, também, homens como seus agentes disseminadores. Assim como existem feministas exacerbadas, há machis­tas tão irracionais quanto elas.
Outra observação importante, uma verdadeira questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da população feminina fazendo mau uso da liberdade, de­vido ao seu novo status social, existe a grande maioria das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao par­ticipar ativamente da vida social e política das nações. Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo desempenhar-se galhardamente de seus compromissos profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na ad­ministração do lar e na criação dos filhos.
Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade, reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da li­berdade adquirida em Cristo. Certamente, para essa fi­nalidade foi que Jesus a libertou da situação de subservi­ência em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar com o caos social. (CONTINUA).


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

           PRINCÍPIO DE DIREITO VERSUS MORAL CRISTÃ
O princípio da submissão das mulheres aos mari­dos, conforme entendem alguns estudiosos, não se trata de um preceito da mo­ral cristã, mas, de um princípio de direito, comum nas sociedades judaica e greco-romana. Paulo respeitava-o, não afrontando as suas leis, quer as regulamentadas pelo direito, em seus termos legais, quer as ditadas pelos cos­tumes. Atitude, aliás, recomendada explicitamente, tam­bém, pelo apóstolo Pedro a todos os cristãos para não cor­rerem o risco de passar por malfeitores. (1 Pedro 2. 12-17). Pela observância às leis vigentes, dariam bom exemplo de vida a fim de que o Evangelho não fosse difamado.
O importante, então, nos textos de Efésios, bem como em Colossenses, que tratam do referido assunto, não é a submissão comumente tida como aviltante, que coloca a esposa em situação de inferioridade, mas, sim, segundo observam alguns teólogos a referência a seguir na frase bíblica: Como convém no Senhor (Colossenses 3.18). O Senhor no comando de todos os aspectos do relacio­namento conjugal; domínio não mais do direito, mas, aí sim, da ética cristã. Trata-se de mandamento divino; fala-se, então, do amor cristão, daquele amor marcado pelo dom de si mesmo – do amor ágape, semelhante ao amor de Cristo, em que a pessoa é capaz de doar sua vida para salvar outra.
Não seria correto confundir um princípio consue­tudinário e do direito, com um princípio fundamental da moral cristã, a fim de manter uma filha de Deus sujeita ao arbítrio de qualquer cidadão de maus bofes. Quando Paulo fala, não trata de uma questão de hierarquização grosseira, tal como o marido manda e a mulher obede­ce. Atitude bem conforme ao gosto da mentalidade ma­chista e da interpretação que os cronistas mundanos dão às palavras de Paulo registradas nos Evangelhos. A ju­risprudência e os costumes das sociedades de antanho ratificavam a discriminação contra a mulher. Hoje, in­corre em erro, hoje, quem leva essas palavras ao pé da letra – reconhecendo o seu emprego em qualquer tipo de casamento. O Senhor não endossa a escravização da mu­lher pelo marido. Cristianismo é sinônimo de liberda­de. A mulher deve submeter-se à autoridade do marido verdadeiramente cristão, porque dentro da moral cristã a relação marido-mulher toma outra forma, por ser es­truturada no amor. Certamente, um sentimento diverso e mais grandioso do que aquele puramente romântico e carnal.
Trata-se, portanto, de outro texto bíblico, o da sub­missão da esposa, interpretado de maneira falaz, para apoiar a tirania contra a mulher, a subserviência e o ser­vilismo dentro de casa e na sociedade. Muitos maridos, os mais simples e desavisados chegam a encarar a esposa como uma serviçal, no sentido literal da palavra. Res­ponsabilidade, injustamente, atribuída, ao apóstolo Pau­lo quanto às consequências nefastas que tal interpretação tem trazido ao fraudar os direitos das mulheres cristãs.
Todavia, responsáveis por esses enganos são as interpretações literais das cartas paulinas, que só bene­ficiam os próprios homens. Para eles é conveniente es­corar-se sob a proteção da mentalidade patriarcal para auferir vantagens e comodidades que esse modo de pen­sar lhes faculta. Nunca é demais lembrar que patriarcado tem sido sinônimo de despotismo contra as mulheres.
No momento em que Cristo enviou as mulheres para dar a notícia de Sua ressurreição, não consta que Ele as tenha mandado primeiro pedir autorização aos seus maridos, pais ou responsáveis, para cumprirem a missão. Independência e autonomia feminina ficaram claramen­te demonstradas nessa ocasião. Fato que nos leva a con­cluir que até mesmo acatando a autoridade do marido, a autonomia espiritual da esposa cristã, deve ser colocada em primeiro lugar. Convém, observar, também, paz e li­berdade devem permear o relacionamento entre marido e mulher, no lar genuinamente cristão.
Em síntese, o amor cristão propõe a questão da se­guinte maneira: o respeito e o amor que a mulher deve ao marido são proporcionais aos que o marido deve à esposa. Será impossível a uma esposa que compreende a orientação bíblica - sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor - deixar de reverenciá-lo. A palavra submis­são, neste caso, toma um sentido de reconhecimento, res­peito e amor. Nada a ver, portanto, com o significado que adquiriu no nível mundano, que é de subalternidade: a mulher colocada em segundo plano, inferior ao homem.

A igualdade entre as pessoas está no cerne do cris­tianismo, porque Deus não faz acepção de pessoas. (Atos 10.34). (Continua).

domingo, 25 de outubro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                   SEXISMO QUE CULMINOU EM GENOCÍDIO
O martírio de mulheres, do qual se tem apenas vis­lumbres e que não é circunscrito apenas às perseguições de que foram vítimas, nos primeiros séculos do cristia­nismo, tem sido muito pouco divulgado. Assunto, como se viu, comentado nos capítulos sobre as Mártires Cristãs e no Atos das Apóstolas. Os feitos heróicos ou trágicos que a História registra falam, especialmente, de protago­nistas homens. Pouco se noticia, por exemplo, sobre a perseguição implacável à mulher no período medieval, pelos tribunais eclesiásticos da Inquisição, da Igreja Ca­tólica. História bem pouco conhecida no que se refere à participação da mulher e cujos detalhes tendem a ser esmaecidos com o passar dos anos.
Seria muito bom que as mulheres conhecessem a saga de suas antepassadas para colaborar na formação de um conceito melhor e menos leviano acerca de si mes­mas. Já se afirmou que “a raiz da opres­são é a falta de memória.”
O conhecimento da própria história poderá, tam­bém, ajudar a acabar com os estereótipos populares so­bre a mulher, caricaturada como “caras e bocas”, longas unhas pintadas e sapatos de salto alto. Tal retrato em for­ma de caricatura tende a escamotear o verdadeiro valor da mulher como ser humano. Não podemos nos omitir e deixar no esquecimento o fato de que muitas vidas foram ceifadas, não apenas pelas fogueiras da Inquisição, mas pela força descomunal do preconceito conhecido como sexismo.
O pouco que se preservou dos acontecimentos do período inquisitorial mostra que a maioria das mulheres foi martirizada simplesmente por ser mulher. O gênero feminino causava desconfiança. O fantasma da maldição de Eva não havia sido, ainda, exorcizado. Os sinais feitos por Cristo aqui na Terra, sobre a libertação da mulher, não haviam sido assimilados pela mente masculina, nem pelo povo, nem pelos religiosos, principalmente, por es­tes. Talvez, nem as próprias mulheres tivessem noção dessa realidade; como até hoje acontece. Ressoa, há intermináveis séculos, na memória da mulher, o mea-culpa, pelo primeiro pecado.
Jacques Sprenger, inquisidor e teórico da demono­logia, dizia: ”Se hoje queimamos as bruxas, é por causa de seu sexo feminino.” Outro inquisidor, observa a res­peito da menstruação:
Mensalmente elas se enchem de elementos supér­fluos e o sangue faz exalar vapores que se elevam e pas­sam pela boca e pelas narinas e outros condutos do corpo, lançando feitiços sobre tudo que elas encontram.116
O corpo da mulher era, em si mesmo, tido como fonte de malefícios, não só pela lembrança de Eva, mas também pela falta de conhecimento sobre a fisiologia fe­minina. Os disparates que diziam a respeito da menstru­ação beirava os limites da sandice. Nesse tempo, vivia-se a idolatria do corpo masculino; herança de costumes pagãos cujos cultos alcançavam seu ponto máximo nas chamadas festas de Falofórias.
No período inquisitorial, que se inicia na Idade Média e vai até o século 16, no qual se intensificam as perseguições e as condenações à morte na fogueira, mi­lhares de mulheres foram submetidas às mais atrozes tor­turas e, depois assassinadas. A perseguição, sem dúvida avassaladora, movida contra os judeus pelos tribunais eclesiásticos, perante os quais eram tidos como here­ges, aparece com destaque nos registros históricos. Não obstante, entre os condenados a proporção era de nove mulheres para cada homem, segundo dados históricos; e disso pouco se fala.
“É pelo sexo, por natureza impuro e maléfico, que ela se faz bruxa.” Esse pensamento, de um dos inquisi­dores, fundamentado nos ritos de Sabá, deixa entrever a essência que levou ao verdadeiro genocídio perpetrado contra a mulher na época da Inquisição. A luta era contra o gênero feminino; a desculpa apresentada era a de prá­tica de bruxaria – especialmente contra a mulher – e de heresia. As vítimas eram escolhidas aleatoriamente como objetos de uma ação discriminatória, alvos de furioso preconceito. As acusadas dificilmente conseguiam pro­var que os crimes contra elas assacados eram imaginários ou caluniosos, ainda sendo inocentes. Confirmação de que contra a força não há argumento.

Contudo, não se tem notícia de genocídio perpe­trado contra bruxos. Refiro-me, claramente, a genocídios e não à morte de um ou outro homem condenado por bruxaria. Certamente, porque o corpo masculino era tido, “por natureza” como puro e benéfico... ao contrário do que pensavam sobre o corpo feminino. (Continua).

domingo, 18 de outubro de 2015

Trecho excluído do livro Mensageiras da Ressurreição

                           LIDIA, AS PRIMÍCIAS DA EUROPA
A primeira pessoa a aceitar o evangelho na Euro­pa, pelo ministério de Paulo, foi Lídia. Para o apóstolo, a missão iniciada na Macedônia significou o primeiro pas­so dado em direção à evangelização do continente euro­peu. A conversão de Lídia ocorreu na cidade macedônica de Filipos. Ela era natural de Tiatira, na Lídia. Daí, talvez, a origem de seu nome, de vez que os nomes étnicos eram comuns, poderia ser conhecida como a mulher lídia. Mas, esse era, também, um nome pessoal.
Aconteceu, num sábado, a sua oportunidade de ouvir, pela primeira vez, a mensagem do Evangelho. Por não haver encontrado uma sinagoga para dar início ao seu trabalho, como habitualmente fazia, Paulo e os ou­tros apóstolos procuraram por uma espécie de sinagoga ao ar livre, na Via Egnatia, à beira do rio Gangites (atu­almente, Agista). Ao sair pelas portas da cidade, eles dirigiram-se às margens do rio. Ao assentarem-se ali, muitas mulheres reuniram-se para ouvi-los, dentre elas encontrava-se Lídia. E o livro de Atos (16.14b) relata que O Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
Lídia pertencera ao judaísmo, era temente a Deus e esperava a vinda do Messias prometido. Por meio da Palavra ministrada por Paulo veio a crer que Jesus Cris­to era o Messias. Naquela mesma ocasião, atendendo ao chamado do Senhor, converteu-se, vindo a ser batizada, juntamente com toda a sua família (Atos 16.15). Em se­guida, ofereceu hospitalidade a Paulo, Silas e Lucas. Mais tarde, quando Paulo e Silas saíram da prisão, foi na casa dela que se refugiaram antes de continuarem a viagem missionária. (v.40).
No momento em que se encontrara com Paulo e os ou­tros discípulos, Lídia estava praticando os costumes de sua antiga religião judaica, orações e abluções perto do rio, mas, naquele sábado, estava marcado o seu encontro com Jesus, por quem ela esperava – Cristo, o Salvador do mundo.
                                         A Profissão de Lídia
Comerciante, Lídia trabalhava como vendedora de púrpura. Segundo definem os dicionários, púrpura era o nome dado à matéria corante vermelho-escura tirante à violeta, muito usada pelos antigos para tingir tecidos. Era assim chamado, também, o antigo tecido purpurino, sím­bolo de riqueza ou de alta dignidade social: manto de púr­pura - vestuário de reis. Pelos indícios, dá para saber que Lídia dedicava-se a um ramo comercial bastante lucrativo e seria muito bem-sucedida em seus negócios. Pessoa de posses, tudo indica que era ela quem sustentava a família, seus parentes, porque não há indicação de que tivesse mari­do; seria viúva ou solteira. Lídia costuma ser descrita como mulher de recursos próprios, dona de sua própria casa e de seu nariz, pessoa que escolhia para si a sua religião, não sim­plesmente seguindo a fé do pai ou do marido.
Paulo recebeu grande ajuda da parte de Lídia para o custeio de suas viagens missionárias. Estudiosos da Pa­lavra dizem não ter dúvida que os
recursos de Lídia eram colocados à disposição de Paulo no prosseguimento das suas jornadas missioná­rias, gesto de desprendimento que muito impressionou o Apóstolo.
Quanto à igreja de Filipos presume-se que, com a partida de Paulo para Tessalônica, tenha ficado sob a res­ponsabilidade de Lídia e de Lucas, e que a liderança fosse compartilhada pelos dois. Assim, acredita-se ter sido ela a primeira pessoa da cidade de Filipos a assumir a lide­rança da Igreja local.  (CONTINUA).


domingo, 11 de outubro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                ANTAGONISMO ENTRE A MULHER E O HOMEM
Com a entrada do pecado no mundo surge o antagonismo, não somente entre o homem e a mulher, mas a separação entre as pessoas configurando-se na estratificação social e racial: judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher todos vivendo em conflito sob o peso da Lei.
O Novo Testamento, porém, vem trazer boas notí­cias, de um novo tempo, agora, não mais de separação mas de união da nova humanidade em Cristo:
A perspectiva da fé, do batismo e da filiação divina, a insistência sobre o fato de que os batizados se reves­tiram do Cristo, mostram qual é o horizonte de todo o desenvolvimento - é a descrição da humanidade nova, re­generada em Jesus Cristo. A humanidade antiga, subme­tida à dominação do pecado, estava dividida em grupos antagônicos. Essas causas de cisão são superadas graças ao Cristo, que refaz sua unidade.
Os efeitos da criação dessa nova humanidade, re­generada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da li­berdade individual dos cristãos. As boas novas do Evan­gelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a socie­dade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se vê nas cartas aos Gála­tas (3.27) e aos Colossenses (2.12).
Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religio­sa, ao serem quebradas as barreiras que separavam ju­deus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher al­cançou sua liberdade como ser humano.
Se recorrermos à História, veremos que a escravi­dão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escra­vas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escraviza­das no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de pro­priedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.
Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior de­les – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à socie­dade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).

A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance béli­co. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagra­dora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva esca­tológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (CONTINUA).

terça-feira, 6 de outubro de 2015

                                   NOMES NO LIVRO DA VIDA
Paulo, na passagem de Filipenses 4. 2,3, refere-se a duas mulheres, Evódia e Síntique, que trabalharam com ele, com Clemente e com outros cooperadores no Evan­gelho: Cooperadores cujos nomes estão no livro da vida. Como se vê, o apóstolo as coloca no mesmo nível que ele e Clemente, demonstração inequívoca da excelência do ministério dessas discípulas. Os termos que ele usa - cooperadores (synergos) e obreiro esforçado (kopión) - parecem referir-se a um grupo especial de cristãos, cer­tamente, os que ocupavam postos de comando dentro do movimento cristão. Evódia e Síntique aparecem como integrantes do grupo de líderes. Paulo sabia do que es­tava falando ao considerá-las cooperadoras cujos nomes estão Livro da Vida.
Os cooperadores exerciam um amplo ministério ao lado de Paulo – que nunca os chama de subordinados ou servos. Cooperar significa atuar em conjunto para um fim comum. Lado a lado, no mesmo nível de liderança, mourejavam na propagação do Evangelho, fazendo ex­pandir o movimento cristão. E o apóstolo insta para que essas mulheres sejam ajudadas, pois são merecedoras de todo o apoio como figuras de destacada importância para o trabalho missionário.
Muitos comentaristas, entre eles Stanley Grenz, ad­mitem que seria ridículo negar que os colaboradores e as colaboradoras de Paulo possuíssem autoridade nas Igre­jas. E esclarece:
Em consequência, sua função de liderança envolvia evidentemente alguma forma de fala com autoridade, tal como a pregação e o ensino.”66

Nos relatos das cartas paulinas, passados pelo cri­vo da boa exegese, dois alvos são alcançados. O primeiro testifica a favor da importância do apostolado feminino no passado; o segundo destaca a verdadeira personalida­de de Paulo, como o apóstolo da inclusão dos segmentos sociais marginalizados: mulheres e escravos, e dos sepa­rados por paradigmas religiosos (judeus e gregos) ou por raça, destacando-o como o autêntico autor de Gálatas 3.28, e não como o apóstolo que, no decurso da história, é tido como inimigo das mulheres. (CONTINUA).

sábado, 3 de outubro de 2015

                               DISCÍPULAS E APÓSTOLAS
O aspecto da questão que nos interessa diretamente diz respeito à crença, grandemente difundida, de que a missão apostolar seria tarefa designada apenas aos ho­mens. Crédulo, o povo vê-se envolvido nesse engano que alcança, também, grande parte da classe eclesial, como se o pertencer ao gênero masculino fosse condição sine qua non para o seu desempenho no campo missionário.
Não obstante, inexiste registro bíblico que confirme essa inverdade, e o texto do Novo Testamento mostra bem o contrário. São chamados de apóstolos, como já foi dito, todos os que foram testemunhas oculares da ressurrei­ção, e foram designados pelo Senhor ressuscitado para o trabalho missionário. Assim sendo, alguém pode ne­gar que falta às mulheres alguma dessas habilitações para serem consideradas apóstolas? Elas foram, não só teste­munhas oculares da ressurreição, mas, foram também as primeiras a presenciar esse acontecimento, e designadas por Jesus para levar a boa-nova aos demais discípulos – encarregadas, portanto, de uma missão, a maior delas, incomparável, inaudita, miraculosa, para proclamar que Ele vive! Aleluia!
As mulheres, anteriormente, haviam-se destaca­do como fiéis seguidoras de Jesus, conforme atestam os evangelistas. Lucas, (8.1,2,3) faz referência àquelas que acompanharam o Mestre durante o Seu ministério itine­rante na terra, bem como àquelas que serviam a Ele com os seus bens; em outras palavras, eram patrocinadoras do Seu ministério. Alguns nomes são citados: Maria Ma­dalena, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e, conforme conclui, muitas outras. Mateus, (27. 55-56) no relato sobre a crucificação de Cristo declara: E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que ti­nham seguido Jesus desde a Galiléia, para o servir.
O texto menciona alguns nomes: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebe­deu. Ao falar sobre a sepultura de Jesus, novamente mos­tra Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro (v.61). No evangelho de João (19.25) é mencionada a presença de Maria, mãe de Jesus, junto à cruz, ao lado de Cléofas e de Maria Madalena. As mulheres possuíam, indubitavelmente, todas as condições necessá­rias para ser consideradas discípulas de Jesus.
Admirável a atitude das mulheres que seguiam a Jesus em sua constante peregrinação, dispensando a Ele os cuidados para Sua subsistência diária. Levando-se em conta que, naqueles tempos, não se podia contar com os recursos de hoje, como meios de transporte rápidos e confortáveis, sistemas de comunicação de longo alcance, roupas prontas, restaurantes e lanchonetes, a organiza­ção e a operosidade dessas mulheres é de causar admira­ção às maiores empresárias e executivas de hoje. Notável, também, era a sua coragem posto que, em momentos cruciantes de perigo permaneceram firmes ao lado do Salvador. Obreiras esforçadas, sem dúvida alguma, é um título mais que merecido. Ao referir-se à morte de Jesus, Witherington, acentua o fato de que enquanto os seguidores do sexo masculino fugi­ram, um grupo aparentemente grande de mulheres per­maneceu no local da crucificação (Mateus 27. 55-56 ; Marcos 15.40-41). Para os evangelistas, isto as tornou as principais testemunhas oculares do evento.
Todo o relato neotestamentário, inspirado pelo Es­pírito da verdade, leva-nos ao reconhecimento de que as mulheres possuem todas as qualificações necessárias para fazer jus ao título de discípulas de Jesus Cristo. Elas foram, além de testemunhas oculares de Sua morte, as primeiras embaixatrizes da Ressurreição Seguidoras fiéis e incansáveis que estiveram sempre ao Seu lado e atua­ram como financiadoras da causa do Caminho. Sem dú­vida, suas biografias – mais que completas - confirmam o direito de serem chamadas, sem qualquer sombra de dúvida, de discípulas do Senhor.
Ao apreciar seus feitos, Duncan A. Reily declara: A inevitável conclusão é que mulheres cristãs já executa­vam o Ide de Cristo antes dos Doze. (Mateus 28.19,20).51
Os motivos que o levaram a tal conclusão são en­contrados, principalmente, no livro de Atos. Reily desta­ca a atuação das mulheres durante a perseguição que su­cedeu à morte de Estevão (Atos 11.19), fator responsável pela primeira expansão missionária.
Naquela ocasião, as mulheres cristãs foram encar­ceradas em Jerusalém e caçadas nas cidades onde procu­ravam refugiar-se, como Damasco (Atos 8.3; 9.2).
Naquele tempo, Paulo ainda não havia tido o en­contro com Jesus, na estrada de Damasco. Era, ainda, Saulo, o perseguidor da Igreja, e não poupava nem as mulheres, as quais encerrava na prisão da mesma manei­ra que fazia com os homens. (Atos 8.3).

Nesse ambiente de grande aflição e perigo para a comunidade cristã, as mulheres não retrocederam na fé, da qual deram grande testemunho não se calando, mas, continuando a anunciar a palavra de Deus, contribuindo para o surgimento da Igreja desde Jope até Antioquia e Chipre. (Atos 8. 3, 4; 9. 31, 36; 11. 19-21). (CONTINUA). 

domingo, 20 de setembro de 2015

                         SÉCULOS DE RETROCESSO DA IGREJA
Mesmo com a Reforma protestante, não ocorreram mudanças significativas no modelo patriarcal-clerical da Igreja. A grande mudança operou-se, evidentemente, no que se refere à fidelidade à palavra de Deus; haja vista, a famosa exortação de Lutero: Sola Scriptura. Excepcio­nalmente, porém, uma mudança significativa sobressai, referente à organização da Igreja. Trata-se do surgimento da família patriarcal-clerical. A referida mudança criou um cargo para a mulher - o de esposa de Pastor. Por intermédio desse cargo, surgiu a oportunida­de de prestar maiores serviços no âmbito da Igreja, na área de ensino e, de maneira meio escamoteada, da pre­gação da Palavra, sem que disso se fizesse muito alarde. A mudança, porém, atingiu umas poucas senhoras frente a uma multidão de mulheres silenciosas e excluídas dos trabalhos cristãos de liderança, chamadas apenas para trabalhos de menor responsabilidade.
Outra exceção verificou-se a partir do século 19, ocorrida entre os Metodistas e os Cristãos da Bíblia, e configurou-se numa grande abertura – ou reabertura – quando são admitidas pregadoras e realizam-se eleições para episcopisas, cargo equivalente ao de bispo. Mulhe­res, então, passam a integrar a cúpula da organização eclesial metodista. Exceção que serviu para confirmar a regra da involução das outras denominações, (em com­paração com o trabalho dos primeiros cristãos) no que diz respeito à apatia que tomou conta da Igreja ao relegar a atividade feminina a segundo plano.
No Brasil, do século 20, com o surgimento das Igre­jas Neo-Pentecostais, a mulher passou a deixar o seu si­lêncio milenar. Hoje, já se tem notícia de mulheres exer­cendo cargo de Pastoras, livres de quaisquer empecilhos, e atuando nos demais setores da Igreja, graças a Deus! Esse fato parece confirmar o pensamento da escritora Maria L. Boccia, ao detectar um padrão comportamental na História da Igreja, que opera da seguinte maneira:
Quando a liderança envolvia a escolha carismática de líderes, da parte de Deus, mediante a dádiva do Espí­rito Santo, as mulheres foram incluídas. Com o passar do tempo, a liderança é institucionalizada, a cultura patriarcal secular se infiltra na Igreja e as mulheres são excluídas.
Diante do  reavivamento espiritual, característi­ca marcante do movimento pentecostal, sob a direção do Espírito Santo, é natural que ocorra, especialmente, o que foi preconizado em Gálatas 3.28. Isto é, graças à unidade dos crentes em Cristo, são quebradas as barreiras que se­param as pessoas, especialmente por questão de gênero.
Durante os séculos de retrocesso da Igreja - em comparação com o fervor que avivava o primitivo movi­mento cristão, e ao expressivo desempenho feminino de então - o silêncio da mulher brasileira, em maior grau que a das suas irmãs de outros países do Primeiro Mun­do, raramente viu-se quebrado. Vimos, porém, missio­nárias de outros países virem trabalhar na evangelização e ensino da Palavra em solo brasileiro; e, ainda que com sotaque estrangeiro, vozes femininas eram ouvidas den­tro da jovem Igreja do Brasil. Agora, os tempos são ou­tros, a apatia vai ficando para trás, e temos consciência de que vivemos, realmente, na era da Graça, sob a égide do Espírito Santo. A mulher brasileira começa a aquecer a voz, por tanto tempo silenciada, a fim de proclamar a mensagem da cruz. Deus seja louvado!

No entanto, o debate sobre o assunto continua vivo nas congregações do país, em contraste com a aquiescên­cia há muito obtida na grande maioria das Igrejas evangé­licas da Europa e dos Estados Unidos. Segundo Duncan Reily, essas instituições religiosas já responderam “sim” às questões: “Pode a mulher legitimamente ser ordenada sacerdotisa? Pode, portanto, a mulher licitamente minis­trar a Eucaristia?” As respostas afirmativas – há mui­to respondidas - contrastam, apenas, com a negativa da Igreja Católica Romana e da Igreja Ortodoxa, totalmente contrárias ao ministério ordenado da mulher. (CONTINUA).

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

                            PROFETIZAS DO ANTIGO TESTAMENTO
Ao analisar o papel da mulher, como profetiza, no Antigo Testamento, o professor Eduardo Getão afirma: O Antigo Testamento legitima a tarefa bem como a vali­dade das ações proféticas no cumprimento das profecias. Neste período observa-se o reconhecimento da missão profética desenvolvida pela mulher.
Apesar da grande importância que a profecia re­presentou para o povo de Israel, o registro desses acon­tecimentos - no que concerne ao seu exercício por par­te das mulheres – é parco em detalhes; o que pode ser creditado ao predomínio da linguagem androcêntrica da narrativa bíblica. A Bíblia, escrita por homens, deixa de registrar a maioria dos feitos realizados pelas mulheres. Ainda assim, o essencial foi escrito, e menciona grandes nomes femininos ligados à atividade profética como os de Miriã, Débora e Hulda. Os eruditos concordam com a afirmação de que as profetisas do Antigo Testamento realizaram um autêntico e verdadeiro ministério proféti­co entre os filhos de Israel. Convém notar, também, que Miriã e Débora exerceram atividades políticas de grande importância para a nação israelense.
Miriã
Então Miriã, a profetiza, irmã de Aarão (e de Moi­sés), tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tambores e com danças. (Êxodo 15. 20, 21).
Esse relato nos dá uma perfeita mostra da influên­cia exercida por Miriã sobre as mulheres israelenses. Epi­sódio no qual elas foram unânimes em segui-la na dança jubilosa de agradecimento a Deus, por ter livrado o povo das mãos de Faraó. Por Ele ter aberto o Mar Vermelho para Israel passar, Miriã entoava: Cantai ao Senhor, por­que sumamente se exaltou, e lançou no mar o cavalo e o cavaleiro. (v.21). Tais palavras referem-se ao fato de que após o povo de Israel passar, em seco, pelo meio do mar e, tendo o exército do Faraó tentado segui-lo, foi tragado pelas águas. Pereceram cavalos e cavaleiros levando con­sigo todas as armas de guerra.
Sobre o desempenho de Miriã, Thomas R. Schrei­ner declara: É simplesmente errado concluir que Miriã ministrava apenas às mulheres. As histórias sobre Miriã mostram que ela foi realmente uma figura pública, um membro do trio de líderes em Israel. 
Débora
Débora, profetiza, como claramente é declarado no livro de Juízes 4. 4-5, associava esse ministério ao cargo de juíza. Seu lugar de trabalho e de moradia era debai­xo das palmeiras, chamadas palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, região montanhosa de Efraim (Juízes 4.5), onde as pessoas se reuniam para os julgamentos sob a sua autoridade.
Um aspecto pouco observado e difundido de sua bio­grafia é o seu lado guerreiro, no sentido literal da palavra, posto que partiu dela a iniciativa de declarar guerra ao chefe do exército de Canaã, chamado Sísera. Isso aconteceu quan­do Israel achou-se num momento crítico de sua História, sob grande ameaça desse povo inimigo. Havia vinte anos que os israelitas vinham sendo pressionados pelos cananeus.
O motivo que levou Débora tanto a declarar a guer­ra como a participar dela foi a atitude indecisa de Ba­raque em cumprir a ordem de Deus a esse respeito. O Senhor havia ordenado a ele atrair o exército inimigo ao monte Tabor, levando com ele dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom, porque lhe daria a vitória sobre Sísera. Porém, Baraque hesitava em pôr em prática a orientação dada pelo Senhor. Por esse motivo, Débora mandou chamá-lo, cobrando explicações. Bara­que respondeu que, finalmente, enfrentaria o exército inimigo, mas, impôs uma condição, (Juízes 4.8b) iria so­mente se Débora fosse com ele, caso contrário não iria. Diante disso, Débora prontificou-se a acompanhá-lo.
A explicação que se tem quanto à atitude de Bara­que, procurando apoiar-se em Débora, seria por ignorar a data em que deveria dar início à batalha. Ela poderia ajudá-lo, ao profetizar sobre a questão, caso o acompa­nhasse nessa luta. Explicação, a que as palavras dela vêm corroborar, pois, quando já se encontrava no monte Ta­bor, local designado para a peleja, diz a Baraque: Levan­ta-te, porque este é o dia em que o Senhor tem dado a Sísera na tua mão: porventura o Senhor não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele (v.14). O que, à primeira vista, pode­ria parecer uma atitude pusilânime de Baraque - depen­der da companhia de uma mulher para acompanhá-lo na batalha - não foi mais que um recurso hábil de sua parte por uma questão de prudência; visto que, contar com a ajuda de uma palavra profética, indicando-lhe o melhor momento para atacar o exército inimigo, representaria, sem dúvida, grande vantagem. Outrossim, o fato mostra quão respeitado e veraz era o ministério profético dessa mulher.
O desfecho da batalha dá-se com a vitória de Israel; e, graças à missão patrocinada pela profetiza, a nação go­zou de estabilidade por quarenta anos. O mérito da vitória coube a ela. Antecipadamente, Débora avisara Baraque so­bre essa questão, ao assentir em acompanhá-lo ao campo de batalha. Os louros da vitória, avisou-o, não seriam cre­ditados a ele, mas a ela e, de fato, assim aconteceu.
Nesse episódio, não pode ser esquecido mais um nome de mulher, o de Jael; protagonista de um incidente violento, foi ela quem deu o golpe de misericórdia em Sísera. (Juízes 4.18-24).

Não podemos deixar de lado, também, outro dos pre­dicados de Débora, qual seja, o seu talento de musicista. O capítulo 5, de Juízes, é inteiramente dedicado ao registro do seu cântico de vitória por Israel, entoado por ela na presen­ça de toda a nação. (Juízes 5.1-32). Num dos seus versos ela exclama: Eu Débora, me levantei por mãe em Israel. (v.7b). ( Continua).

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Texto extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                           JÚNIA NA PRISÃO COM ANDRÔNICO E PAULO

O texto de Romanos 16, continua fornecendo pre­ciosos detalhes sobre a trajetória feminina na primeira Igreja cristã. No versículo 7, Paulo refere-se a um casal, Andrônico e Júnia que, segundo alguns teólogos, possi­velmente, teriam integrado o grupo dos Setenta e Dois discípulos de Jesus. Ao falar sobre eles, declara: Os quais se distinguiram entre os apóstolos e que me precederam na fé em Cristo (v.7b). Anteriores, portanto, à época da ekklesia, conviveram com Jesus e, depois, foram contados na comu­nidade dos apóstolos entre os quais se notabilizaram.
Eram parentes de Paulo, e sofreram com ele as agruras do cárcere, como ele mesmo informa. Júnia fi­cou conhecida como a apóstola notável juntamente com Andrônico. A Bíblia não dá maiores detalhes sobre a vida dos dois, mas, tudo leva a crer que eram marido e mu­lher, tal como Priscila e Áquila.
O fato de Paulo chamar uma mulher de apóstola e, ainda mais de notável, eriçou os brios varonis de alguns eruditos machistas. Dentre os contemporâneos princi­palmente, mas alguns do passado também empacaram diante desse fato. Não conseguindo aceitá-lo, resolveram pôr em dúvida o gênero do nome Júnia. Alguns quiseram provar que Júnia era nome de homem, como tentou fazê-lo um escritor que viveu entre os séculos treze e catorze, conhecido como Egídio de Roma. Foi em sua narrativa que pesquisadores atuais foram desencravar essa história mal contada. Porém, nem aquele nem estes são levados muito a sério, tampouco apresentaram argumentos con-­ vincentes para sustentar essa versão do caso.
A questão, exumada por alguns antifeministas “mo­dernos” e inconformados, já perdeu a sua efervescência e os pesquisadores, em sua maioria, tendem a concordar que Júnia é mesmo nome feminino. Destacam, também, que Júnia e seu marido Andrônico, foram pessoas dignas das palavras com que Paulo os classifica, isto é, de notá­veis entre os apóstolos.
Stanley Grenz, observa: Em contraste ao tempes­tuoso debate contemporâneo, o gênero de Júnia não era um problema na era patrística” (pais da igreja). E, acrescenta: Alguns eruditos contemporâneos afirmam que, antes do século treze, quase todos os comentaristas deste texto consideravam Júnia mulher.
No âmago da questão, reconheçamos, encontra-se a vontade de provar que não houve mulher alguma que tivesse sido discípula de Cristo e de negar que alguma delas pudesse ter-se notabilizado como tal. Nas entreli­nhas dessa controvérsia caduca, arde o desejo daqueles que querem tirar da mulher o lugar que lhe pertence por direito na História do cristianismo . A intenção, porém, é clara, trata-se de impedi-la de ocupar o seu espaço como mensageira das Boas- Novas, nos dias de hoje. Tem sido assim desde os tempos em que a igreja se organizou como uma instituição religiosa em substituição à ekklesia, na qual a comunidade dos cristãos apoiava-se unicamente nas palavras de Cristo. A partir da organização da Igreja em forma de instituição religiosa, foram sendo criadas normas e dogmas inventados pelo homem, e a mulher foi perdendo o espaço que ocupou ao lado de Jesus e na primeira Igreja.
Resquícios dessa mentalidade obsoleta encontram-se, ainda hoje, espalhados mesmo entre uma e outra das denominações evangélicas e no âmbito da igreja católica. Entretanto, os protestos dos diversos segmentos da te­ologia feminista tendem a aumentar, tanto entre evan­gélicos tradicionalistas como entre católicos. A busca afanosa pela reconstituição da História da mulher cristã constitui-se num clamor por justiça visto que:
As mulheres não eram figuras marginais no mo­vimento cristão primitivo, mas exerciam a liderança de apóstolas, profetisas, evangelistas e missionárias, ofícios semelhantes aos de Barnabé, Apolo ou Paulo.
Não é correto que sejam marginalizadas na igreja do Terceiro Milênio. Por outro lado, o querer fraudar a mulher no que tem de glorioso em seu passado apostó­lico, serve de empecilho à compreensão da sua autono­mia espiritual. Faz pairar sobre ela, na mente do povo (e dos religiosos) a sombra da maldição de Eva, como se a salvação em Cristo não a tivesse alcançado, libertando-a do pecado que teve origem na Queda. Os que assim pro­cedem mostram não entender que a mulher já teve suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro. Em sua totalidade, o gênero feminino precisa ser visto regenerado e mais alvo do que a neve. A mulher tem o direito de reaver tudo o que lhe foi tirado no decorrer dos séculos: seu lugar de honra dentro da História da Igreja, no mesmo nível que o dos discípulos, e de ser reconhecida como bem-aventurada porque alcançou, pelo dom gratuito de Deus, a graça salvadora de Jesus Cristo. Principalmente, por ter sido a primeira a receber do Senhor ressurreto o primei­ro comissionamento para proclamar a ressurreição.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                       
                   O SENHOR JESUS ABENÇOA AS MULHERES

Observemos os passos em que se desenvolveram as ações de Jesus em benefício da mulher. Dentre as atitu­des tomadas no sentido de que os seus direitos fossem ampliados e equiparados aos do homem, fundamenta­mo-nos nos seguintes episódios, ocorridos durante o Seu ministério terreno:
1) No perdão da mulher adúltera. Acontecimento que pode ser considerado, repetimos, como o marco zero do processo de libertação do gênero feminino, por Jesus Cristo. Nesse episódio emblemático da história da mu­lher no relato do Novo Testamento, o nome da adúltera não é revelado. Ao procurar identificá-la, muitas pessoas, enganam-se porque pensam tratar-se de Maria Madale­na o que, segundo o texto bíblico, não é verdade.
2) Na cura e no perdão, pela sua audaciosa atitude, da mulher que padecia com um fluxo de sangue, havia doze anos, e que tocou nas vestes de Jesus crendo que, com esse gesto, seria curada. Ela infringiu um preceito da lei mosaica, a qual considerava imunda a pessoa que estivesse sofrendo de qualquer tipo de hemorragia. En­quanto estivesse nesse estado não lhe era permitido se­quer tocar em outra pessoa (Lc 8: 43 – 48; Mt 9.20; Mc 5.25). Mas, Jesus, deixando falar mais alto o sentimento de misericórdia que lhe era peculiar, ao vê-la apresentar-se à Sua frente trêmula e amedrontada, em resposta à Sua pergunta: Quem é que me tocou? Disse-lhe: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
3) No perdão da “pecadora” que ungiu os pés de Je­sus, em público, durante o jantar na casa do fariseu chamado Simão. (Lc 7: 36 - 50). A quem Jesus disse: Os teus pecados te são perdoados... e, ao despedi-la, acrescenta: A tua fé te salvou: vai-te em paz. (vv.48 e 50).
No capítulo Ato das Apóstolas, falarei mais sobre esse episódio - da “pecadora” - ao fazer menção a Maria Madalena com a qual costumam, também, confundi-la.
4) Na libertação de Maria Madalena, a qual era oprimida por espíritos malignos. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:2). Aceitou-a como cooperadora em Seu ministério, o que significa dizer, como discípula; e não consta que tivesse feito qualquer ressalva quanto à sua atuação, no meio de seus seguidores, que pudesse ser vis­ta como discriminatória.
5) Na conversa que Jesus teve com a mulher sama­ritana, o que a levou a divulgar, entre o seu povo a notícia de que avistara o Cristo, uma verdadeira revelação sobre a messianidade de Jesus. Saliente-se que os judeus eram inimigos dos samaritanos, aos quais sequer dirigiam a pa­lavra, porém, Jesus ignorou a questão, quebrando mais esse costume. (João 4: 4 a 29). O resultado desse diálogo foi que as boas novas do Evangelho foram proclamadas e aceitas, pela primeira vez em Samaria, pela palavra dessa mulher.
6) Na compaixão que demonstrou à viúva de Naim, ao vê-la chorando durante o cortejo fúnebre que leva­va seu filho morto. (Lc 7. 11-17). E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o leva­vam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe (v.13-15). Uma simples viúva, pessoa insignifi­cante diante de uma sociedade que desprezava a mulher, e na qual a pouca honra que ainda merecia era segundo a sua condição de mãe e esposa. Condições das quais a vi­úva de Naim se vira despojada, pois, como afirma o tex­to, havia perdido o seu filho único. Socialmente falando, a mulher seria classificada como fazendo parte da ralé, pois, não possuía mais nenhum dos valores reconhecidos por aquela sociedade machista. Ao socorrê-la, o Naza­reno mostra que valioso mesmo é o ser humano como tal, e não sua condição sócio-econômica ou seus dotes físicos ou intelectuais. A Bíblia nos fala sobre a marcante diferença da visão de Deus em comparação com a nossa maneira de ver: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. (Is. 55.8).
7) No reconhecimento do mérito de Maria, de Be­tânia - irmã de Marta e de Lázaro - por querer ouvi-lo, a qual, assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua pala­vra. (Lc 10.39b). Em gritante contraste com a atitude dos rabinos os quais, de forma alguma, aceitariam ensinar a uma mulher as palavras da Lei, Jesus dignou-Se a fazê-lo. E, à sua irmã Marta, que a repreendia por não estar ajudando no serviço caseiro, exorta: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é ne­cessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.(Lc 10. 41- 42).
8) Na aceitação inconteste, por parte de Jesus da presença feminina em Seu ministério, durante todo o tempo em que o exerceu aqui na terra. Atitude totalmen­te contrária aos costumes judaicos – verdadeira afronta. Como já sabemos, os rabinos discriminavam e despre­zavam as mulheres, e os homens não falavam com uma mulher em público. A importância dessa questão era tão grande naquela sociedade, que o texto bíblico registra o espanto que causou, aos próprios discípulos, o episódio da conversa de Jesus com a samaritana, (Jo. 4.27). Atitu­des que mostram a quebra de paradigmas sociais e religio­sos. Ele desafiou, serenamente, os costumes e as leis que eram implacáveis para com os delitos ou pecados da mu­lher; e que, perversas, limitavam a sua liberdade pessoal.
Outrossim, não se tem notícia de que o Senhor lhes tenha imposto qualquer norma de conduta ou restrição comportamental para poderem acompanhá-lO durante o Seu ministério. Ao que tudo indica, elas tinham plena liberdade de ir e vir, assim como tinham respeitadas as suas iniciativas pessoais, inspiradas pela fé.
A teóloga, Mary Evans, fala sobre a pouca diferença no modo de Jesus tratar homens e mulheres:
As mulheres, tal como os homens foram conside­radas responsáveis por suas próprias decisões e capazes de entender as coisas espirituais. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus. Ele ensinou que homens e mulheres são capazes de se relacionar de outro modo além do relacionamento es­pecificamente sexual. E estes ensinamentos foram reite­rados nas epístolas e vividos pela igreja, a qual era uma comunidade de homens e mulheres procurando seguir ao Senhor juntos.
9) Na defesa que fez de Maria, em Betânia, por oca­sião da ceia, em sua casa, da qual participavam, também, seus irmãos Lázaro (o qual Jesus ressuscitara) e Marta. Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do perfume do unguento. (Jo 12.3). Então, Judas Iscariotes, reclamou do desperdício do gasto com o perfume que poderia ser vendido por trezentos dinheiros e dado aos pobres. Mas, o texto de João 12. 1-11 esclarece que Judas, o que haveria de trair e vender Jesus falava, não por amor aos pobres, mas, porque era ladrão e, sendo o tesoureiro tirava “da bolsa” o que ali era depositado – certamente, lamentando a perda dos trezentos dinheiros que deixa­ria de roubar. Então, o Salvador toma a defesa de Maria e diz: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes. (v.7,8).
 E, coroando o gesto libertador, o Filho de Deus escolhe Madalena e o grupo de mulheres que a acompanha­va como as primeiras testemunhas da ressurreição, emissá­rias e proclamadoras desse evento inaudito e glorioso.
Contudo, a escolha de Maria Madalena para liderar essa missão desafia nossa compreensão. Por que ela e não qualquer um dos outros apóstolos ou apóstolas? A respos­ta, naturalmente, vem sob a forma de conjectura: teria sido para estabelecer um paralelo entre duas mulheres que car­regaram sobre suas vidas o peso de uma maldição? Eva e Madalena? Seria uma representação, da parte de Jesus Cristo, da quebra da maldição sob a qual vivera a primei­ra mulher e que pesava, ainda, sobre todo o gênero femi­nino? Hipótese aventada ao observarmos que Madalena, também, fora vítima de maldição em forma de opressão demoníaca, mas, liberta e renascida da água e do Espírito passou a seguir a Jesus. Seu passado não contava mais, do mesmo modo que o pecado de Eva fora resgatado. Inaugu­rava-se a era da graça, tempo da independência espiritual de todo o gênero feminino (tanto quanto do masculino). Madalena – protótipo da primeira mulher da era cristã – contraposta a Eva, a primeira mulher da antiga criação. Assim sendo, somente restaria a todos exclamar: Bem-aventurados os olhos que vêem o que nós vemos.

Esta observação, sobre o porquê da escolha de Maria Madalena, insistimos, pertence ao nível das conjecturas. Todavia, no terreno das certezas, constatamos que todas as palavras de Jesus, ao tratar dos assuntos pertinentes ao universo feminino, bem como Seus gestos cheios de compaixão e compreensão para com as mulheres, apon­tavam para um final feliz. Para a quebra das cadeias que as mantinham subjugadas sob a maldição de Eva, e opri­midas sob o peso da Lei e do preconceito dos homens.  (CONTINUA).

domingo, 24 de maio de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES

O tema a respeito do sacerdócio de todos os crentes, enfatizado na Reforma, por Lutero, como um dos prin­cípios do protestantismo, destaca que todas as pessoas ao aceitarem Cristo como seu Senhor e Salvador, pela fé, têm acesso à graça divina - sem necessidade de qualquer mediador específico, ou seja, de um sacerdote ordena­do. Ao contrário do que propalava a teologia medieval, ao afirmar terem os crentes acesso à graça divina unica­mente por meio dos sacramentos da Igreja, caso em que a figura do sacerdote seria essencial. Necessariamente, serviria como instrumento do Pai Eterno na dispensação da graça e do perdão, ao apresentar as ofertas do povo de Deus.
Em contraposição, no novo tempo, conforme reve­lado pelo apóstolo Pedro, todos os crentes podem ofere­cer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo: Vós também, como pedras vivas, sois edi­ficados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (1 Pedro 2.5)
Lutero faz valer a verdade bíblica de que cada cren­te tem acesso direto ao Pai, ao Lugar Santo, onde Deus habita; e não somente o sumo sacerdote, como aconte­cia no passado remoto. Dispensada está, portanto, a in­termediação de pessoas especialmente ordenadas para a função porque, segundo o Novo Testamento: Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. (Apocalipse 1.6).
O sacerdócio levítico, do passado, instituído por Deus entre o povo de Israel, focava-se no cargo ordena­do; hoje, o sacerdócio universal dos crentes, revelado no Novo Testamento, tem seu foco na Igreja como um todo – constituída por crentes-sacerdotes - e pode-se destacar sem medo de errar, por sacerdotisas.
Não obstante, eruditos cristãos, apontam um para­doxo no pensamento de Lutero ao tratar dos efeitos desse tema sobre o universo feminino. Ele não aceitava que as mulheres pudessem ocupar o cargo ordenado de Pastora. Ao transferir a questão do nível teológico para o da vida prática, em atendimento às conveniências sociais, ele de­clarava que as mulheres “eram destinadas por Deus a cui­dar do lar”. Incoerência na qual Lutero incorreu por não ter conseguido esquivar-se à influência do pensamento medieval de caráter misógino que predominava naquela sociedade. Época na qual não se vislumbrava outra pers­pectiva para a mulher a não ser a de realizar-se como esposa e mãe. Contudo, não há motivo para escândalo na atitude de Lutero, que falou como um típico cidadão da Idade Média. Como teólogo, Lutero supera essa fraque­za, uma vez que é, justamente, dentro da doutrina lutera­na que sobressai o princípio do sacerdócio universal dos crentes. Como o próprio nome indica é universal, sendo que a mulher compartilha do mesmo em igualdade de condições com o homem, inclusive no acesso ao púlpito.
Saliente-se, mais uma vez, que a discriminação da mulher por parte de Lutero não era de caráter ontológico, mas, relativa à função que desempenhava na sociedade. A Idade Média, convém lembrar, foi uma época fortemente dominada pelo sexismo, quando então a mulher era dis­criminada simplesmente pelo fato de ser mulher. Poderia ser arriscado permitir-lhe o acesso ao cargo pastoral, até mesmo pela celeuma que esse fato poderia causar.
Ao voltar nossa atenção para o presente século e verificarmos, ainda, a existência de focos de discrimina­ção contra a mulher, no meio cristão, isto sim, é motivo de perplexidade e escândalo. Pertencer ao terceiro milê­nio pensando e se comportando como um cidadão me­dieval no que concerne ao reconhecimento dos direitos das mulheres cristãs, como fazem os complementaristas (antifeministas) é, sim, incompreensível. Ao agir desse modo, eles contrariam o exemplo e a vontade de Cristo e caminham na contramão da sociedade, na qual os ideais da igualdade cristã já estão sendo praticados.
O teólogo Stanley Grenz resume bem a questão ao declarar:
"Os igualitários, por sua vez acreditam que, em vez de ser o resultado de ideias seculares doentias invadindo a Igreja, o impulso para a ordenação de mulheres repre­senta uma obra do Espírito. E a capacitação de mulhe­res para o ministério poderia possivelmente revitalizar a Igreja contemporânea."

Todo cristão sabe que vivemos na era da graça. Tendo em vista esse fato, podemos acrescentar que a sau­dação de Jesus, ressurreto - ao dizer às mulheres: Eu vos saúdo! – não possuía o significado apenas de um cum­primento comum; à semelhança daquele que dirigimos uns aos outros diariamente. O Salvador, ao inaugurar essa nova era, estava abrindo as portas de um novo tem­po para o gênero feminino. Sua saudação, efetivamen­te, teria o significado de: sejam bem-vindas ao Reino de Deus! Aleluia!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

      O VERDADEIRO AUTOR DA LIBERTAÇÃO FEMININA

Creio que, se as mulheres soubessem, no que tange à sua emancipação, o que devem a Jesus Cristo, certamente, esco­lheriam não apenas um momento para dar-Lhe graças, mas, dedicariam todos os dias de sua vida para agradecer-Lhe por essa bênção sem par. A graça redentora de Deus, ao nos dar a vida eterna concedeu-nos, também, aqui na terra, o direito de desfrutar de uma vida saudável de liberdade e paz. Icono­clasta, Jesus Cristo afrontou todas as leis e todos os costumes que oprimiam as mulheres a fim de libertá-las. Disputando com os fariseus, levava-os ao desespero ao colocar-Se sempre a favor dos direitos da mulher, fosse para livrá-la das garras da lei, em sentenças de morte, ou do pesado jugo constituído pelos costumes judaicos e pelo legalismo dos fariseus.
No mundo, muitas facções reivindicam a autoria da vitória pela emancipação social da mulher, sem se repor­tarem ao verdadeiro Autor dessa tremenda revolução so­cial. Talvez, nem sequer O conheçam e, por isso, ignoram a Fonte donde emanou esse benefício para todo o gênero feminino - Jesus Cristo, o Libertador.
A mulher foi tirada da marginalização social em que permaneceu durante tanto tempo, maltratada, amor­daçada e violada em seus mais comezinhos direitos indi­viduais e sociais. Tratada como um ser inferior e juridi­camente incapaz por uma legislação caracteristicamente androcêntrica sob a qual era, apenas, uma sombra do homem - o negativo da fotografia. Pior ainda, vista como amaldiçoada descendente de Eva, tratada injustamente como protagonista da Queda. Culpada sim, reconheça­mos, mas em menor grau que o homem, pois, ele é o res­ponsável; ela a co-responsável.
Todavia, não foi sob tal perspectiva que a mulher per­correu todos os séculos, vergada sob o peso de uma culpa imperdoável perante os olhos da sociedade, e de algumas religiões. Era como se Adão não possuísse, tanto quanto Eva, poder soberano de decisão e escolha entre o bem e o mal, com o agravante de que foi a ele, e não a ela, que Deus ordenara não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2.17). A carga maior de culpa, que deveria ter pe­sado sobre os ombros dele, tem sido carregada por ela.
Hoje, porém, as coisas começam a mudar. Tanto na igreja como na sociedade há um clamor por justiça, no sentido de devolver à mulher o direito à liberdade que lhe foi sonegado no decorrer dos séculos - vitória conce­dida por Cristo a todo o gênero feminino.  Neste livro, pretendo dar destaque às passagens dos textos bíblicos que relatam a atuação da mulher nos tem­pos de Jesus e da igreja primitiva, lançando mão, tam­bém, de trechos do Antigo Testamento concernentes ao assunto. Para essa finalidade busquei apoio na exegese de renomados autores cristãos. Serão incluídas, ainda, no final de alguns capítulos, frases de autoria de filóso­fos, intelectuais famosos, religiosos, cientistas e médicos numa mostra da idéia que, no passado, tinham acerca da mulher. A reunião de frases será englobada sob o título de Memorial da Discriminação. Pelo título presume-se que seus conceitos não eram nada favoráveis ao gênero feminino. Como se verá, disseram coisas cruéis, estapa­fúrdias e, até mesmo, hilariantes; a maioria, inacreditá­vel. Pareciam falar de um ser de outro planeta. Diante de tanta sandice, chega-se a uma pergunta elementar: será que eles não tiveram mãe?
A humanidade demorou muito para entender a operação de Cristo em prol da libertação feminina. No lodaçal de idéias falsas e dos preconceitos em que se viu envolvida a mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança; como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da huma­nidade. Aliás, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana. Parece piada, mas, aconteceu no final do século 16. O registro desse debate de mau gosto, ocor­rido em 1595, consta do livro Are Women Human? (As mulheres são humnas de autoria e Manfred P. Fleischer). (CONTINUA).