domingo, 29 de junho de 2014

                    A NOVA HUMANIDADE REGENERADA EM CRISTO

Com a entrada do pecado no mundo surge o antagonismo, não somente entre o homem e a mulher, mas a separação entre as pessoas configurando-se na estratificação social e racial: judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher todos vivendo em conflito sob o peso da Lei.

O Novo Testamento, porém, vem trazer boas notícias, de um novo tempo. Agora, não mais de separação mas de união da nova humanidade em Cristo.

Os efeitos da criação dessa nova humanidade, regenerada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da liberdade individual dos cristãos. As boas novas do Evangelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a sociedade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se vê nas cartas aos Gálatas (3.27) e aos Colossenses (2.12).

Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religiosa, ao serem quebradas as barreiras que separavam judeus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher alcançou sua liberdade como ser humano.

Se recorrermos à História, veremos que a escravidão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escravas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escravizadas no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de propriedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.

Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior deles – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à sociedade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).

A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance bélico. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagradora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva escatológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (Continua).

domingo, 22 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

SITUAÇAO DA MULHER NOS PAISES NÃO CRISTÃOS (continuação)


A jornalista norueguesa Asne Seierstad, correspondente internacional, trabalhou fazendo a cobertura jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão e Iraque.
Posteriormente, em 2002, passou algum tempo hospedada com uma família afegã, o que lhe deu oportunidade de observar aspectos da vida familiar e da sociedade islâmica fundamentalista local. Do seu trabalho resultou o livro "O Livreiro de Cabul". Na página 54 do livro, ela narra o assassinato de uma jovem, chamada Jamila, acusada de adultério. Executada pelos próprios irmãos, foi sufocada com travesseiro até morrer. Seu caso é típico, havia-se casado com um homem mais velho do que ela e o conhecera somente no dia do casamento, o qual fora arranjado pela família. Obviamente, as condições daquela união não justificam o adultério e, de forma alguma o assassinato, exemplos da selvageria e do atraso, em matéria de direitos humanos, que caracteriza aquela sociedade.
Poligamia é outro costume legalizado dentro, especialmente, do Islamismo, segundo o qual o homem poderá ter até quatro mulheres, ao mesmo tempo, desde que tenha condições de sustentá-las. Pode, também, se descartar de uma ou outra na hora que bem entender, com toda facilidade. Mas, dizem que ele tem que recompensar financeiramente as que forem "descartadas."
No Oriente Médio, principalmente, segundo informações da jornalista, a prática dos casamentos arranjados é bastante difundida ainda hoje.
Condenada à morte por adultério - Para se ter uma idéia do que, para nós cristãos ocidentais, parece inacreditável que esteja acontecendo, ainda, neste Terceiro milênio, recordemos o caso, ocorrido em 2002 com uma mulher nigeriana, o qual foi bastante noticiado pela mídia internacional. Várias associações de defesa dos direitos humanos, batalharam para salvar uma mulher, chamada Amina Lawal, condenada à morte, por ter tido um filho fora do casamento, apesar de o vínculo matrimonial já ter sido desfeito e ela estar divorciada. Amina estava com trinta anos de idade e separada do marido quando engravidou do namorado que não queria assumir o bebê. Uma semana depois de a criança nascer, Amina foi presa por adultério, e o fantasma da morte por apedrejamento, chamado de lapidação, passou a ameaçá-la. Nesse tipo de condenação, a pessoa é enterrada até a cintura e apedrejada até morrer.
O caso foi acompanhado passo a passo pela imprensa internacional, deixando o mundo pasmo em cruciante expectativa. Felizmente, acabou bem, pois a Justiça decidiu absolvê-la porque julgou que ela não havia tido oportunidade de se defender. Com certeza, pesou muito na absolvição o clamor das entidades de direitos humanos de diversos países.
Matança de Meninas - Nascer mulher em países como Índia e China ou nos Estados Árabes sempre foi perigoso ao extremo, assevera a escritora Rosalind Miles, denotando que a zona de perigo não permanece circunscrita a esses países, mas, estende-se até Marrocos e Shangai. A autora afirma que, desde tempos remotos, até onde a História alcança, o infanticídio constituía uma prática costumeira em toda a região. Verdadeira pandemia. Relata, ainda, que na China pré-revolucionária, durante milhares de anos, era costume colocar uma caixa de cinzas ao lado da cama da parturiente, onde seria, imediatamente, sufocada a recém-nascida.
Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando mencionavam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.

Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China, no Oriente Mádio, e por todo o mundo, as boas novas do Evangelho. A voz do que veio apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do SENHOR. Assim seja!
(CONTINUA)_

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     A REVOLUÇÃO DO AMOR
Partindo do postulado que reconhece em Jesus Cristo o autor e consumador da libertação feminina, observemos outros fatos, tomados como evidência dessa afirmação, sabendo que a evidência é um dos critérios da verdade. Comprovação oferecida aos que necessitam de provas de que a libertação da mulher é segundo a vontade divina. Sem esquecer, a par disso, que intento popularizar as pesquisas exegéticas – estudo e interpretação dos textos bíblicos por eruditos cristãos - no intuito de destacar a atuação das primeiras mulheres cristãs no trabalho missionário. Desse modo, colocando ao alcance do leitor leigo, na medida do possível, o resultado de tais pesquisas, além de falar sobre minhas próprias convicções, inspiradas por Deus.
Não perdendo de vista, também, que foi a partir de Jesus e na igreja primitiva, que a mulher passou a ser equiparada ao homem no trabalho dentro da seara. Ainda que Jesus Cristo, de modo algum negasse a diferença entre os sexos, houve pouca diferença no seu modo de tratar homens e mulheres. Ele falava às mulheres como a seres humanos, e não baseado em diferenças sexuais.
Antes desse tempo, a mulher era tratada como se fosse menor de idade, um ser incompleto que precisava amparar-se no homem, como em uma muleta, para sobreviver socialmente. A autoridade masculina estendia-se a ponto de interferir na prática religiosa da vida da mulher. O pai ou o marido tinham direito até mesmo de anular os votos que a mulher fazia a Deus (Números 30. 1-16); caso ela pronunciasse alguma palavra impensada sob o calor de grande aflição e, depois, tivesse dificuldade para cumpri-la.

Observemos os passos em que se desenvolveram as ações de Jesus em benefício da mulher. Dentre as atitudes tomadas no sentido de que os seus direitos fossem ampliados e equiparados aos do homem, fundamentamo-nos nos seguintes episódios, ocorridos durante o Seu ministério terreno:
1) No perdão da mulher adúltera. Acontecimento que pode ser considerado, repetimos, como o marco zero do processo de libertação do gênero feminino, por Jesus Cristo. Nesse episódio emblemático da história da mulher no relato do Novo Testamento, o nome da adúltera não é revelado. Ao procurar identificá-la, muitas pessoas, enganam-se porque pensam tratar-se de Maria Madalena o que, segundo o texto bíblico, não é verdade.
2) Na cura e no perdão, pela sua audaciosa atitude, da mulher que padecia com um fluxo de sangue, havia doze anos, e que tocou nas vestes de Jesus crendo que, com esse gesto, seria curada. Ela infringiu um preceito da lei mosaica, a qual considerava imunda a pessoa que estivesse sofrendo de qualquer tipo de hemorragia. Enquanto estivesse nesse estado não lhe era permitido sequer tocar em outra pessoa (Lc 8: 43 – 48; Mt 9.20; Mc 5.25). Mas, Jesus, deixando falar mais alto o sentimento de misericórdia que lhe era peculiar, ao vê-la apresentar-se à Sua frente trêmula e amedrontada, em resposta à Sua pergunta: Quem é que me tocou? Disse-lhe: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
3) No perdão da "pecadora" que ungiu os pés de Jesus, em público, durante o jantar na casa do fariseu chamado Simão. (Lc 7: 36 - 50). A quem Jesus disse: Os teus pecados te são perdoados... e, ao despedi-la, acrescenta: A tua fé te salvou: vai-te em paz. (vv.48 e 50).
No capítulo Ato das Apóstolas, falarei mais sobre esse episódio - da "pecadora" - ao fazer menção a Maria Madalena com a qual costumam, também, confundi-la.
4) Na libertação de Maria Madalena, a qual era oprimida por espíritos malignos. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:2). Aceitou-a como cooperadora em Seu ministério, o que significa dizer, como discípula; e não consta que tivesse feito qualquer ressalva quanto à sua atuação, no meio de seus seguidores, que pudesse ser vista como discriminatória.
5) Na conversa que Jesus teve com a mulher samaritana, o que a levou a divulgar, entre o seu povo a notícia de que avistara o Cristo, uma verdadeira revelação sobre a messianidade de Jesus. Saliente-se que os judeus eram inimigos dos samaritanos, aos quais sequer dirigiam a palavra, porém, Jesus ignorou a questão, quebrando mais esse costume. (João 4: 4 a 29). O resultado desse diálogo foi que as boas novas do Evangelho foram proclamadas e aceitas, pela primeira vez em Samaria, pela palavra dessa mulher.
6) Na compaixão que demonstrou à viúva de Naim, ao vê-la chorando durante o cortejo fúnebre que levava seu filho morto. (Lc 7. 11-17). E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe (v.13-15). Uma simples viúva, pessoa insignificante diante de uma sociedade que desprezava a mulher, e na qual a pouca honra que ainda merecia era segundo a sua condição de mãe e esposa. Condições das quais a viúva de Naim se vira despojada, pois, como afirma o texto, havia perdido o seu filho único. Socialmente falando, a mulher seria classificada como fazendo parte da ralé, pois, não possuía mais nenhum dos valores reconhecidos por aquela sociedade machista. Ao socorrê-la, o Nazareno mostra que valioso mesmo é o ser humano como tal, e não sua condição sócio-econômica ou seus dotes físicos ou intelectuais. A Bíblia nos fala sobre a marcante diferença da visão de Deus em comparação com a nossa maneira de ver: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. (Is. 55.8).
7) No reconhecimento do mérito de Maria, de Betânia - irmã de Marta e de Lázaro - por querer ouvi-lo, a qual, assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. (Lc 10.39b). Em gritante contraste com a atitude dos rabinos os quais, de forma alguma, aceitariam ensinar a uma mulher as palavras da Lei, Jesus dignou-Se a fazê-lo. E, à sua irmã Marta, que a repreendia por não estar ajudando no serviço caseiro, exorta: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.(Lc 10. 41- 42).
8) Na aceitação inconteste, por parte de Jesus da presença feminina em Seu ministério, durante todo o tempo em que o exerceu aqui na terra. Atitude totalmente contrária aos costumes judaicos – verdadeira afronta. Como já sabemos, os rabinos discriminavam e desprezavam as mulheres, e os homens não falavam com uma mulher em público. A importância dessa questão era tão grande naquela sociedade, que o texto bíblico registra o espanto que causou, aos próprios discípulos, o episódio da conversa de Jesus com a samaritana, (Jo. 4.27). Atitudes que mostram a quebra de paradigmas sociais e religiosos. Ele desafiou, serenamente, os costumes e as leis que eram implacáveis para com os delitos ou pecados da mulher; e que, perversas, limitavam a sua liberdade pessoal.
Outrossim, não se tem notícia de que o Senhor lhes tenha imposto qualquer norma de conduta ou restrição comportamental para poderem acompanhá-lO durante o Seu ministério. Ao que tudo indica, elas tinham plena liberdade de ir e vir, assim como tinham respeitadas as suas iniciativas pessoais, inspiradas pela fé.
A teóloga, Mary Evans, fala sobre a pouca diferença no modo de Jesus tratar homens e mulheres:
As mulheres, tal como os homens foram consideradas responsáveis por suas próprias decisões e capazes de entender as coisas espirituais. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus. Ele ensinou que homens e mulheres são capazes de se relacionar de outro modo além do relacionamento especificamente sexual. E estes ensinamentos foram reiterados nas epístolas e vividos pela igreja, a qual era uma comunidade de homens e mulheres procurando seguir ao Senhor juntos.
9) Na defesa que fez de Maria, em Betânia, por ocasião da ceia, em sua casa, da qual participavam, também, seus irmãos Lázaro (o qual Jesus ressuscitara) e Marta. Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do perfume do unguento. (Jo 12.3). Então, Judas Iscariotes, reclamou do desperdício do gasto com o perfume que poderia ser vendido por trezentos dinheiros e dado aos pobres. Mas, o texto de João 12. 1-11 esclarece que Judas, o que haveria de trair e vender Jesus falava, não por amor aos pobres, mas, porque era ladrão e, sendo o tesoureiro tirava "da bolsa" o que ali era depositado – certamente, lamentando a perda dos trezentos dinheiros que deixaria de roubar. Então, o Salvador toma a defesa de Maria e diz: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes. (v.7,8).
10) E, coroando o gesto libertador, o Filho de Deus escolhe Madalena e o grupo de mulheres que a acompanhava como as primeiras testemunhas da ressurreição, emissárias e proclamadoras desse evento inaudito e glorioso. (CONTINUA).

domingo, 8 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                       
                     A SITUAÇÃO DA MULHER NOS PAÍSES NÃO CRISTÃOS


Nos países do Oriente Médio, onde predomina o islamismo, bem como naqueles habitados por povos pagãos e materialistas, como Índia e China especialmente, não se deu um passo sequer em direção ao feminismo. A mulher ali continua sendo tão subjugada quanto eram suas ancestrais antes da Era Cristã. As raríssimas exceções servem, apenas, para confirmar a regra geral de violência e opressão. O contraste é gritante, se cotejados com os países cristãos, como Estados Unidos e os mais importantes países da Europa, que integram o bloco do chamado Primeiro Mundo ou Mundo Desenvolvido, - berço do protestantismo e do feminismo – nos quais a emancipação da mulher, há muito, tornou-se realidade.
Tal constatação não deixa de ser óbvia, porque o movimento feminista só poderia mesmo ter grassado em terra cristã, como todo e qualquer movimento que vise à libertação total do ser humano, seja no plano individual, social ou espiritual. Os resultados daí advindos colocam a mulher ocidental séculos à frente da mulher oriental em matéria de cidadania, liberdade individual e modus vivendi. Sem dúvida, é civilização versus barbárie. Tal assertiva não decorre de uma comparação entre culturas, mas, da constatação de uma realidade patente aos olhos de todos, haja vista, a classificação dos países em Desenvolvidos e em Desenvolvimento. Os primeiros, como se sabe, possuem alto nível de desenvolvimento econômico e social, lideram a economia mundial, há séculos, e são os grandes defensores dos direitos humanos e das teorias que deram origem ao sistema político democrático.
Dentre aos países em Desenvolvimento, conhecidos como Segundo e Terceiro Mundo, é curioso notar que se encontram algumas das mais antigas civilizações do Planeta, tais como a Índia e a China, antiquíssimas. A China, agora, começa a dar sinais de progresso econômico, no entanto, na questão de direitos humanos é uma lástima. Um exemplo dessa situação é a perseguição aos cristãos, muitos dos quais encontram-se encarcerados nas prisões do Estado, e os cultos são realizado às escondidas nas casas dos crentes.
Contudo, no momento, a Índia começa a viver novos tempos (não há mal que nunca se acabe, diz o ditado popular) e a despertar para o conhecimento do Evangelho. Há, esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquanto discípulos de Jesus Cristo - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançando. Notícias alvissareiras estão sendo anunciadas em solo indiano, por intermédio da Igreja Internacional da Graça de Deus, liderada pelo missionário R.R.Soares e seus ministros. O povo hindu está sendo evangelizado de maneira expressiva por meio da ação direta desses missionários bem como através da televisão, pela RIT – Rede Internacional de Televisão - de propriedade dessa Igreja.
Espada sobre a cabeça - Na maioria dos países do Oriente Médio e da Ásia, não alcançados pelo evangelho, o tempo parou para as mulheres. As leis em vigência permanecem estagnadas desde a era pré-cristã. As penalidades continuam a ser aplicadas com toda a crueldade contra elas, como sempre foram - açoites e pena de morte subsistem ainda neste Terceiro Milênio!
Ainda que a palavra Oriente signifique lugar onde nasce o sol, para as mulheres orientais o sol da justiça ainda não brilhou. A liberdade não abriu suas asas para abrigá-las, dando-lhes o direito de viver com a dignidade que todo ser humano merece. Na maioria daqueles países, o modo de vida das mulheres decorre, ainda, segundo costumes antigos e bárbaros, são vítimas de mutilações e violência sexual, confinamento pela família e casamento forçado. Crueldade é uma palavra que parece ter perdido a sua conotação original, desfeita em lágrimas e transformada no pão das dores, com o qual alimentam a sua desesperança. Elas nunca provaram o Pão da Vida, aquele que é chamado de o Amor de Deus – Jesus Cristo, o Libertador, e não sabem que, para além do horizonte sombrio de suas vidas, existe uma terra que mana leite e mel (Êxodo 3.8), na qual poderão trocar sua pesada carga pelo jugo suave e por um fardo que é leve, (Mateus 11.29), conforme Jesus Cristo nos convida a fazê-lo. Ele, que é manso e humilde de coração, faz-nos conhecer a paz e a tão preciosa liberdade que dele promana. Porque o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. (2 Coríntios 3.17).
As mulheres muçulmanas, proibidas até mesmo de mostrar o rosto, não podem dirigir ou viajar sozinhas, e têm pouca oportunidade de estudar. Práticas comuns na vida das mulheres ocidentais, podem ser consideradas criminosas para elas, sujeitando-as a sentenças de morte pela Sharia – a implacável lei religiosa dos muçulmanos. É um viver com espada sobre a cabeça.
No estado teocrático do Irã, a responsabilidade criminal começa aos 9 anos de idade para as meninas e aos 15 anos para os meninos. Menores de idade acusados de crimes são alcançados, inapelavelmente, por sentenças de morte. Haja vista, o caso da jovem pintora iraniana, Delara Darabi, condenada à morte aos 17 anos, foi executada na forca seis anos depois, no dia 20 de abril de 2008. Acusada de homicídio, morreu jurando inocência.
Nos países não evangelizados, a direção da vida das mulheres acha-se, efetivamente, nas mãos dos pais ou familiares, enquanto solteiras; depois de casadas passam a ser governadas pelo marido. Persiste, até hoje, o costume dos casamentos arranjados pelos pais.
Assassinato em família - Nas localidades onde vigora a lei da Sharia de modo mais efetivo que as leis institucionais, a mulher acusada de algum crime sexual, às vezes, nem precisa passar pelos tribunais para receber a pena de morte. A própria família encarrega-se de matá-la. São diversos os casos relatados em que o próprio pai, irmãos ou até mesmo a mãe, dá cabo da vida da filha ou irmã. Muitas das vezes, nem precisa ser culpada de crimes considerados graves para ser condenada à morte pelos familiares. Sabe-se de jovens muçulmanas que, por não quererem usar o véu, foram assassinadas pelo pai. Outras, por desejarem escolher livremente com quem casar. Das que são obrigadas a acatar a decisão dos pais ou responsáveis, a maioria vem a conhecer o noivo somente no dia do casamento. (CONTINUA).

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                               
                                A DISCÍPULA QUE RESSUSCITOU


E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia (Atos 9:36).
Inquestionavelmente, Tabita era uma discípula. Além de ser mencionada de modo explícito como tal, suas ações atestam que era uma verdadeira praticante dos princípios cristãos, e que se ajustava bem às palavras encontradas no livro de Tiago (1.22): E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. O trabalho dessa filha de Deus não era de pouca monta na assistência aos necessitados e na sua fidelidade ao Senhor. Tabita atuava como líder num verdadeiro ministério de caráter assistencialista. Suas ações eram direcionadas especialmente a socorrer as viúvas e a demais necessitados aos quais fornecia ajuda material e espiritual. Chega-se a crer que havia mesmo um ministério ou ordem das viúvas ao qual ela liderava.



Mais adiante, o texto registra a sua morte. Descreve a preparação para o sepultamento: seu corpo já fora lavado, como era costume fazer com os mortos, e colocado num quarto alto (v.37). Os discípulos, sabendo que Pedro se encontrava não muito longe dali, em Lida, mandaram chamá-lo, pedindo que viesse com urgência. Ao chegar, foi levado ao quarto onde estava o corpo de Tabita, rodeado pelas viúvas que, chorando, falavam sobre o seu trabalho, mostrando-lhe as roupas que fizera para elas. Diante desse cenário contristador, Pedro pede a todas que saiam, põe-se de joelhos e ora, em seguida, voltando-se para o corpo diz: 
Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva (v.40b e 41).
Até na morte, tanto quanto em vida, essa discípula testificou sobre o poder divino, uma vez que, por sua ressurreição, Deus foi grandemente glorificado: E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor (v.42). Quanto a Pedro, deu mostras do que é pôr a fé em ação, seguindo a palavra de Jesus, que disse aos que seguem os Seus mandamentos - e, assim demonstram amá-Lo - que fariam as mesmas obras que Ele fizera e as fariam ainda maiores (Jo 14.12).
Pesquisadores, como Duncan Reily, acreditam que Tabita (ou Dorcas) era a Pastora da Igreja de Jope, a julgar pela lamentação das viúvas por ela beneficiadas. Sendo provável que a expressão todas as viúvas referia-se, efetivamente, ao ministério ou à ordem das viúvas.
Em conclusão, deve-se admitir como improvável que elas tivessem levantado tão grande clamor pela morte de quem apenas lhes confeccionava roupas; mais certo é acreditar que estivessem chorando a morte da sua Pastora – ainda que, naquele tempo, os cristãos não usassem esse termo. Tabita, certamente, era a líder espiritual daquela comunidade. Mais um exemplo da liderança feminina exercida no meio cristão daquele tempo. (Continua).