domingo, 24 de maio de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES

O tema a respeito do sacerdócio de todos os crentes, enfatizado na Reforma, por Lutero, como um dos prin­cípios do protestantismo, destaca que todas as pessoas ao aceitarem Cristo como seu Senhor e Salvador, pela fé, têm acesso à graça divina - sem necessidade de qualquer mediador específico, ou seja, de um sacerdote ordena­do. Ao contrário do que propalava a teologia medieval, ao afirmar terem os crentes acesso à graça divina unica­mente por meio dos sacramentos da Igreja, caso em que a figura do sacerdote seria essencial. Necessariamente, serviria como instrumento do Pai Eterno na dispensação da graça e do perdão, ao apresentar as ofertas do povo de Deus.
Em contraposição, no novo tempo, conforme reve­lado pelo apóstolo Pedro, todos os crentes podem ofere­cer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo: Vós também, como pedras vivas, sois edi­ficados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (1 Pedro 2.5)
Lutero faz valer a verdade bíblica de que cada cren­te tem acesso direto ao Pai, ao Lugar Santo, onde Deus habita; e não somente o sumo sacerdote, como aconte­cia no passado remoto. Dispensada está, portanto, a in­termediação de pessoas especialmente ordenadas para a função porque, segundo o Novo Testamento: Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. (Apocalipse 1.6).
O sacerdócio levítico, do passado, instituído por Deus entre o povo de Israel, focava-se no cargo ordena­do; hoje, o sacerdócio universal dos crentes, revelado no Novo Testamento, tem seu foco na Igreja como um todo – constituída por crentes-sacerdotes - e pode-se destacar sem medo de errar, por sacerdotisas.
Não obstante, eruditos cristãos, apontam um para­doxo no pensamento de Lutero ao tratar dos efeitos desse tema sobre o universo feminino. Ele não aceitava que as mulheres pudessem ocupar o cargo ordenado de Pastora. Ao transferir a questão do nível teológico para o da vida prática, em atendimento às conveniências sociais, ele de­clarava que as mulheres “eram destinadas por Deus a cui­dar do lar”. Incoerência na qual Lutero incorreu por não ter conseguido esquivar-se à influência do pensamento medieval de caráter misógino que predominava naquela sociedade. Época na qual não se vislumbrava outra pers­pectiva para a mulher a não ser a de realizar-se como esposa e mãe. Contudo, não há motivo para escândalo na atitude de Lutero, que falou como um típico cidadão da Idade Média. Como teólogo, Lutero supera essa fraque­za, uma vez que é, justamente, dentro da doutrina lutera­na que sobressai o princípio do sacerdócio universal dos crentes. Como o próprio nome indica é universal, sendo que a mulher compartilha do mesmo em igualdade de condições com o homem, inclusive no acesso ao púlpito.
Saliente-se, mais uma vez, que a discriminação da mulher por parte de Lutero não era de caráter ontológico, mas, relativa à função que desempenhava na sociedade. A Idade Média, convém lembrar, foi uma época fortemente dominada pelo sexismo, quando então a mulher era dis­criminada simplesmente pelo fato de ser mulher. Poderia ser arriscado permitir-lhe o acesso ao cargo pastoral, até mesmo pela celeuma que esse fato poderia causar.
Ao voltar nossa atenção para o presente século e verificarmos, ainda, a existência de focos de discrimina­ção contra a mulher, no meio cristão, isto sim, é motivo de perplexidade e escândalo. Pertencer ao terceiro milê­nio pensando e se comportando como um cidadão me­dieval no que concerne ao reconhecimento dos direitos das mulheres cristãs, como fazem os complementaristas (antifeministas) é, sim, incompreensível. Ao agir desse modo, eles contrariam o exemplo e a vontade de Cristo e caminham na contramão da sociedade, na qual os ideais da igualdade cristã já estão sendo praticados.
O teólogo Stanley Grenz resume bem a questão ao declarar:
"Os igualitários, por sua vez acreditam que, em vez de ser o resultado de ideias seculares doentias invadindo a Igreja, o impulso para a ordenação de mulheres repre­senta uma obra do Espírito. E a capacitação de mulhe­res para o ministério poderia possivelmente revitalizar a Igreja contemporânea."

Todo cristão sabe que vivemos na era da graça. Tendo em vista esse fato, podemos acrescentar que a sau­dação de Jesus, ressurreto - ao dizer às mulheres: Eu vos saúdo! – não possuía o significado apenas de um cum­primento comum; à semelhança daquele que dirigimos uns aos outros diariamente. O Salvador, ao inaugurar essa nova era, estava abrindo as portas de um novo tem­po para o gênero feminino. Sua saudação, efetivamen­te, teria o significado de: sejam bem-vindas ao Reino de Deus! Aleluia!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

      O VERDADEIRO AUTOR DA LIBERTAÇÃO FEMININA

Creio que, se as mulheres soubessem, no que tange à sua emancipação, o que devem a Jesus Cristo, certamente, esco­lheriam não apenas um momento para dar-Lhe graças, mas, dedicariam todos os dias de sua vida para agradecer-Lhe por essa bênção sem par. A graça redentora de Deus, ao nos dar a vida eterna concedeu-nos, também, aqui na terra, o direito de desfrutar de uma vida saudável de liberdade e paz. Icono­clasta, Jesus Cristo afrontou todas as leis e todos os costumes que oprimiam as mulheres a fim de libertá-las. Disputando com os fariseus, levava-os ao desespero ao colocar-Se sempre a favor dos direitos da mulher, fosse para livrá-la das garras da lei, em sentenças de morte, ou do pesado jugo constituído pelos costumes judaicos e pelo legalismo dos fariseus.
No mundo, muitas facções reivindicam a autoria da vitória pela emancipação social da mulher, sem se repor­tarem ao verdadeiro Autor dessa tremenda revolução so­cial. Talvez, nem sequer O conheçam e, por isso, ignoram a Fonte donde emanou esse benefício para todo o gênero feminino - Jesus Cristo, o Libertador.
A mulher foi tirada da marginalização social em que permaneceu durante tanto tempo, maltratada, amor­daçada e violada em seus mais comezinhos direitos indi­viduais e sociais. Tratada como um ser inferior e juridi­camente incapaz por uma legislação caracteristicamente androcêntrica sob a qual era, apenas, uma sombra do homem - o negativo da fotografia. Pior ainda, vista como amaldiçoada descendente de Eva, tratada injustamente como protagonista da Queda. Culpada sim, reconheça­mos, mas em menor grau que o homem, pois, ele é o res­ponsável; ela a co-responsável.
Todavia, não foi sob tal perspectiva que a mulher per­correu todos os séculos, vergada sob o peso de uma culpa imperdoável perante os olhos da sociedade, e de algumas religiões. Era como se Adão não possuísse, tanto quanto Eva, poder soberano de decisão e escolha entre o bem e o mal, com o agravante de que foi a ele, e não a ela, que Deus ordenara não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2.17). A carga maior de culpa, que deveria ter pe­sado sobre os ombros dele, tem sido carregada por ela.
Hoje, porém, as coisas começam a mudar. Tanto na igreja como na sociedade há um clamor por justiça, no sentido de devolver à mulher o direito à liberdade que lhe foi sonegado no decorrer dos séculos - vitória conce­dida por Cristo a todo o gênero feminino.  Neste livro, pretendo dar destaque às passagens dos textos bíblicos que relatam a atuação da mulher nos tem­pos de Jesus e da igreja primitiva, lançando mão, tam­bém, de trechos do Antigo Testamento concernentes ao assunto. Para essa finalidade busquei apoio na exegese de renomados autores cristãos. Serão incluídas, ainda, no final de alguns capítulos, frases de autoria de filóso­fos, intelectuais famosos, religiosos, cientistas e médicos numa mostra da idéia que, no passado, tinham acerca da mulher. A reunião de frases será englobada sob o título de Memorial da Discriminação. Pelo título presume-se que seus conceitos não eram nada favoráveis ao gênero feminino. Como se verá, disseram coisas cruéis, estapa­fúrdias e, até mesmo, hilariantes; a maioria, inacreditá­vel. Pareciam falar de um ser de outro planeta. Diante de tanta sandice, chega-se a uma pergunta elementar: será que eles não tiveram mãe?
A humanidade demorou muito para entender a operação de Cristo em prol da libertação feminina. No lodaçal de idéias falsas e dos preconceitos em que se viu envolvida a mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança; como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da huma­nidade. Aliás, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana. Parece piada, mas, aconteceu no final do século 16. O registro desse debate de mau gosto, ocor­rido em 1595, consta do livro Are Women Human? (As mulheres são humnas de autoria e Manfred P. Fleischer). (CONTINUA).

sábado, 25 de abril de 2015

A PRUDENCIA E A FÉ

                                                    A PRUDÊNCIA E A FÉ

                                                                      Rachel Winter                                 
Fazer seguro contra roubo revela desconfiança na proteção divina? E colocar grades nas janelas da casa demonstra que nossa fé em Deus é frágil? Estas questões e outras similares são formuladas diariamente por muitas pessoas preocupadas com a qualidade de sua própria fé, diante de fatores que geram insegurança no dia-a-dia. E chegam a ficar em dúvida até mesmo sobre se deveriam fazer seguro não-obrigatório para o carro. 
Procurando resposta nos Evangelhos, encontramos estas palavras de Jesus Cristo, no momento em que enviava os doze discípulos para a sua missão: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” (Mateus 10:16).
Nós, também, vivemos perigosamente no meio de “lobos”, numa sociedade que dá de ombros aos valores morais e cuja desordem civil torna-se cada vez mais exacerbada. A frase dita por Jesus deixa claro que devemos usar a capacidade de circunspecção e sensatez (prudência) de que fomos dotados pelo próprio Deus, para nos defender e, evidentemente, cuidar dos que estão sob nossa guarda. Se possuímos inteligência e bom senso é para serem usados em nosso favor. Ao usá-los não estaremos demonstrando pouca fé. E nem incorrendo neste outro erro, que é o fazer testes para ver até que ponto Deus nos protege. Porque agindo assim estaríamos tentando a Deus.
Desafio a Deus – Quando o diabo desafiou Jesus Cristo a se atirar do pináculo do templo e “cinicamente” citou a própria Bíblia, no trecho onde diz que “aos seus anjos mandará que te guardem e que te sustenham nas mãos para que não tropeces com o teu pé em alguma pedra”, (Lucas 4: 9,10,11,12), Jesus Cristo respondeu: “Não tentarás o Senhor teu Deus.” Pronto! Esta resposta prudente e que revela respeito a Deus, serve para elucidar muitas das dúvidas mencionadas. Pelo fato de a palavra de Deus dizer que Ele nos protege, não vamos deixar a casa aberta para ver se Ele protege mesmo... A obrigação é manter a porta fechada. Cada um tem que fazer a sua parte, porque Deus sabe a hora de agir. Ele nunca falha, nem se atrasa, deixando-nos sucumbir a algum perigo. Os que crêem Nele realmente sabem disso. Conscientizemo-nos, porém, do fato de sermos seus instrumentos de ação. Ele opera através de nós. Daí, talvez, essa dificuldade de saber o que devemos deixar efetivamente em suas mãos, sem parecer irresponsabilidade nossa, e o que nos compete fazer, sem desmerecer da nossa fé. Mas, tomar precauções e ser prudente, (pois é a “nossa parte”) não demonstra falta de fé, uma vez que o próprio Cristo assim o aconselhou aos apóstolos; fazer testes e exigir provas da ação de Deus, continuamente, sim, revela certa desconfiança no seu poder protetor. Pode revelar, também, uma certa omissão dos nossos deveres.




sábado, 18 de abril de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                                         A MULHER ESTEJA CALADA

Em meio às controvérsias que o tema da liderança feminina suscita, os cristãos encontram-se divididos em dois grupos bem distintos. Divisão que atinge, igualmente, as classes teológica e pastoral. Contudo, a maior tendência nos dias atuais é pelo reconhecimento do direito da mu­lher de exercer, tal como o homem, todos os ministérios conforme acontecia nos primórdios do cristianismo.

Stanley J. Grenz, teólogo, classifica os representantes das duas correntes em igualitários e complementaristas.

Os primeiros, favoráveis ao pleno direito da mulher de exercer o ministério eclesial em toda a sua dimensão, assim como era nos tempos apostólicos: as apóstolas mi­litando no trabalho do Senhor ombro a ombro com os apóstolos.

Os segundos delimitam o campo da ação missionária da mulher e o seu espaço na igreja. Costumam vê-la apenas como apoiadora do trabalho do homem, complementando-o. Isso significa dizer, nunca ocupando cargo de liderança – mas, cedem a ela um pouquinho mais de espaço, em relação ao que ocupavam na sinagoga do passado.

No universo complementarista vicejam as doutri­nas criadas sobre alguns textos das cartas paulinas, que tentam colocar impedimento ao livre exercício do traba­lho da mulher na Igreja. Criar doutrinas, neste caso, sig­nifica extrair textos da Bíblia e interpretá-los livremente fora do seu contexto, sem levar em conta as injunções so­ciais e o momento histórico em que ocorreram. Conclu­são tendenciosa que apresenta um resultado bem diverso do verdadeiro sentido bíblico. Tais doutrinas tendem a valorizar ordenanças que foram direcionadas a solucio­nar problemas momentâneos e específicos da Igreja pri­mitiva como se tivessem valor perpétuo - o que acontece ao descontextualizá-las.

Nosso foco, agora, volta-se para o texto mais usado por eles para manter a mulher marginalizada dentro da Igreja: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a Lei. E, se querem aprender alguma coisa, interro­guem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja.” (1 Coríntios 14. 34-35).

Mas, não há motivo para desespero! Vejamos a opi­nião de um ilustre igualitário, grande defensor da liber­dade feminina, Duncan A. Reily, que foi catedrático de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia Metodista. Suas pesquisas levaram-no a concluir categoricamente:

Afirmo que algumas mulheres, em muito maior número do que geralmente se suspeita, exerceram qua­se todos, senão todos, os ministérios que seus irmãos em Cristo desempenharam.

Podemos acrescentar que, certamente, não o fize­ram silenciosamente, mas, pregando a Palavra com auto­ridade e ensinando com plena liberdade.

Os que se prendem, literalmente, às palavras de Paulo, mencionadas acima, insistem em não observar as conjunturas sociais que compeliram o apóstolo a pro­nunciá-las. Não observaram os problemas que a Igreja enfrentava naquele momento. As duas frases (vv.34-35) foram proferidas em um momento em que o apóstolo buscava disciplinar o comportamento da congregação na adoração cultual, ao tratar da necessidade de ordem no culto: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. (v.33).

As recomendações sobre o silêncio das mulheres na igreja, segundo o modo de ver igualitário, incluem-se entre as de caráter temporário. Destinavam-se, espe­cialmente, a solucionar mais um problema, dentre tantos outros com os quais Paulo teve de se defrontar concer­nentes à igreja de Corinto. Igreja que causou ao após­tolo incontáveis preocupações, devido às circunstâncias sociais não serem nada favoráveis ao desenvolvimento do cristianismo. Localizada na cidade conhecida por sua proverbial imoralidade, na qual imperavam as práticas pagãs da sociedade grega, Paulo lutava para fazer sobres­sair a pureza dos costumes cristãos em seu meio. A de­pravação em Corinto era de tal monta que a expressão “viver à moda de Corinto” significava viver na imorali­dade e na degradação moral. A palavra korinthiazomai significava praticar imoralidade e, korinthiastis era sinô­nimo de meretriz. No topo de uma montanha chamada Acrocorinto, localizada atrás da cidade, encontrava-se o templo de Afrodite, ou Vênus, a deusa do amor. A dis­solução moral de Corinto devia-se justamente ao culto à deusa.  (CONTINUA.)

domingo, 22 de março de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                                         AS MULHERES E O CARGO DE PASTORA

Ponto crucial apresentado como impedimento para a mulher assumir o ministério ordenado – de Pas­tora - no debate que se trava no âmbito do feminismo teológico, tem sido o de que a mulher não tem uma “se­melhança natural” com a masculinidade de Cristo.  O Va­ticano lançou mão desse argumento, em 1977, para proi­bir a ordenação de mulheres na Igreja Católica. Aliás, ratificando a proibição que, há milênios, subsiste dentro do catolicismo. As igrejas evangélicas mais tradicionais, ao apresentarem, inclusive, argumentos que corroboram na interdição da mulher ao ministério ordenado, não fi­cam muito distantes, nesse aspecto, da doutrina católica.

Elisabeth Fiorenza, teóloga católica, dando murro em ponta de faca, como diz o ditado, contesta o ponto de vista do Va­ticano, observando no que ele implica:

Ou as mulheres não podem ser batizadas porque no batismo os cristãos se tornam membros do corpo (masculino) de Cristo ou nós não permanecemos mu­lheres porque os batizados se conformaram ao “homem perfeito”, em ambos os casos, uma tal teologia nega a uni­versalidade da encarnação e da salvação a fim de manter e legitimar as estruturas patriarcais da Igreja.

Sem dúvida, conclusão irrepreensível; uma vez que a mencionada teoria deriva de uma proposição falaciosa, a sua conclusão só poderia ser igualmente falsa, tal qual a teóloga aponta. Isso sucede porque – agora, entramos no universo evangélico- protestante - os antifeministas, chamados de complementaristas, colocam uma questão de caráter ontológico, ou seja, a semelhança de Cristo, num plano de natureza biológica, a masculinidade de Jesus. Como de costume, esse é um apelo discriminatório baseado no gênero; puro sexismo.

Outro teólogo, Stanley Grenz, faz menção à varie­dade de papéis que o ministério ordenado inclui, ressal­tando que nenhum deles é mais importante e problemá­tico para as mulheres do que o cargo representativo:

Muitos consideram as pessoas ordenadas como re­presentativas em certo sentido. O clero representa Cris­to para a congregação; a Igreja local para a comunidade mais ampla; e também a Igreja para o mundo.

Aos que se opõem à ordenação da mulher, tanto ca­tólicos quanto evangélicos tradicionais, fundamentados na (pseudo) impossibilidade da representatividade femi­nina, Stanley Grens manda um recado, no qual apresenta um argumento bastante criativo:

Não existe uma razão óbvia para o gênero impedir que a pessoa represente uma congregação local na comu­nidade maior ou represente a Igreja na sociedade. De fato, desde que a Igreja é a noiva de Cristo, podemos concluir que essas tarefas são mais bem desempenhadas por mi­nistras, pois só as mulheres podem ser noivas.

Outro aspecto do problema equacionado pelos te­ólogos, agora, de maneira mais específica, refere-se ao fato de os ministros ordenados representarem Cristo na celebração da Ceia do Senhor (a Eucaristia). Motivo, se­gundo eles, mais que suficiente para impedir as mulheres de receber a ordenação ministerial, porque a pessoa ordenada teria que ter uma semelhança biológica com Jesus. Outros­sim, afirmam que quem oficia na Eucaristia é o representan­te, ou mesmo a representação de Cristo. Não é demais frisar que tanto católicos como evangélicos pertencentes às igrejas chamadas históricas, aderiram a essa teoria.

Na Ceia do Senhor, que constitui a representação da Última Ceia, o Pastor realmente desempenha o papel de Jesus falando as mesmas palavras e repetindo os mesmos atos do Senhor, tal qual Ele o fez naquela ocasião. Quan­do estavam todos assentados à mesa, comendo, tomou Jesus o pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado (Marcos 14. 22, 23, 24).

Muitos pensam que só um homem poderia repre­sentar esse papel mais adequadamente do que uma mu­lher. Aparentemente, sim. Todavia, aprofundando-se mais na questão, alguns teólogos chegam a uma conclusão di­ferente, tal como Mark E. Chapman. Ele afirma que o mi­nistro do sacramento representa Cristo oralmente e não corporalmente. E que é a Palavra dita pelo ministro, e não a pessoa dele, que determina a validade do sacramento:

Desse modo, um ministro adequado do sacramento, aquele cujo ministério torna o sacramento válido e eficaz, não é alguém cuja pessoa representa Cristo, mas alguém cuja Palavra, cuja proclamação, fala a Palavra de Cristo. (CONTINUA).

 

sábado, 14 de março de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                                                 PATRONAS E AS IGREJAS DOMÉSTICAS                            
No Novo Testamento, cinco entre seis passagens que falam sobre igrejas domésticas, mostram mulheres na sua liderança e organização. E não há como contestar que servir como patrona de uma congregação local in­cluía certas responsabilidades de liderança e autoridade, como indica 1 Coríntios 16.15-19.
Em meio aos vários registros de mulheres que or­ganizaram e lideraram comunidades em suas próprias casas, encontramos o de uma mulher chamada Ápia (Fi­lemom 1.2), em Colossos, liderando a comunidade local juntamente com Filemon e Arquipo. Em Laodicéia, era na casa de Ninfa (Colossenses 4.15) que a igreja se reu­nia. A atuação de Priscila, como patrona destaca-se pela amplitude, como é sabido, pois exercia um ministério itinerante e, nas localidades por onde passava e residia, acolhia a Igreja em sua casa. (Romanos 16.3-5; 1Corín­tios 16.19; Atos 18. 1-2).
Além dos já citados, são diversos os nomes de ou­tras patronas, que aparecem como mantenedoras ou fun­dadoras de igrejas domésticas. O nome de Cloé (1 Corín­tios 1.11) é um deles; o de Lídia, vendedora de púrpura outro. Além de patronas, não é demais frisar, que as mu­lheres exerciam autoridade, na comunidade cristã, como mestras e cooperadoras. Ademais, a casa de Lídia foi o ponto de irradiação do evangelho em Filipos, (At 16.15).
Em Jerusalém, era na casa de Maria, mãe de João Marcos, que a congregação se reunia. (Atos 12.12). Foi nela que o apóstolo Pedro se refugiou após a fuga mila­grosa da prisão. (Atos 12. 7-11). Todos na casa, oravam pela sua libertação, de repente, uma jovem, chamada Rode, avisou que Pedro se encontrava batendo à porta do pátio. Ninguém deu crédito ao que a jovem dizia, pois, consideravam que estava fora de si. Finalmente, certifi­caram-se de que era verdade (Atos 12.13-16). Desse epi­sódio podemos tirar duas conclusões. A primeira: por não darem crédito à palavra da jovem, demonstraram a pouca confiança que merecia a palavra de uma mulher. A segunda, o exemplo de que as casas das mulheres cristãs, além de constituírem-se em igrejas domésticas (todos es­tavam orando) representavam abrigos seguros, nas quais, muitas vezes, cristãos perseguidos refugiaram-se.
O que ressalta na narrativa, porém, é a lição de co­ragem de Maria, a mãe de João Marcos. Ela não temeu expor-se ao perigo de receber Pedro em sua casa, embora o apóstolo fosse considerado foragido da justiça romana, em época de inclemente perseguição aos cristãos. Sem temor, Maria transformara sua casa num ponto de reu­nião da cristandade para os cultos a Deus, e em um local para acolher os discípulos perseguidos. O ato de coragem se reveste de maior grandeza quando lembramos que ha­via a instituição da pena de morte, na perseguição aos cristãos, que teve início, primeiramente, por parte dos judeus e, posteriormente, por parte do governo romano. Ameaças surgiam de todos os lados, assombrando o dia-a-dia da cristandade que, apesar de todo o perigo, pros­seguia indômita na tarefa missionária.
As igrejas domésticas, conforme ensina a Histó­ria bíblica, constituíram a célula básica do movimento cristão. Foi lançando mão desse recurso que a Igreja se expandiu em função do trabalho de missionárias e mis­sionários itinerantes. De cidade em cidade, os discípu­los dependiam da acolhida desses núcleos domésticos para dar-lhes hospitalidade e abrigá-los nos momentos de perigo. Eram acolhidos, ainda que os proprietários das casas não os conhecessem, os quais para recebê-los confiavam apenas nas cartas de recomendação das igre­jas donde os apóstolos provinham, ou pela fama que os precedia como diligentes servos de Deus.

As protetoras da Igreja em seus primeiros passos, na realidade, fundadoras de igrejas, receberam o reconheci­mento de Paulo de maneira efusiva como demonstram as suas cartas. O apóstolo foi pródigo e insistente em apelos para que todos os cristãos lhes manifestassem os mesmos sentimentos de gratidão - que ainda hoje se fazem ouvir. Convém, portanto, atentar para a realidade histórico-cristã, não deixando que a poeira do tempo empane o brilho dos feitos grandiosos e heroicos das primeiras dis­cípulas, não permitindo que seus nomes venham a cair no esquecimento. Além do mais, vale lembrar que a falta de memória é a raiz de toda opressão. (CONTINUA).

domingo, 8 de março de 2015


                              HOMENAGEM À MULHER AFRICANA
                                                      E ÀS ORIENTAIS



À elas que não conhecem ainda o sentido da palavra liberdade e vivem em regime de escravidão sob leis sociais injustas e cruéis. Leis advindas de Instituições humanas tirânicas, elaboradas à revelia da vontade de Deus – porquanto “Deus é Espírito e onde está o Espirito do SENHOR aí há liberdade”.

A essas mulheres presto minha homenagem, neste Dia Internacional da Mulher, transcrevendo trecho de meu livro, Mensageiras da Ressurreição, do capítulo que aborda a situação das mulheres nos países, nos quais por não terem ainda sido alcançados pela mensagem cristã, elas vivem escravizadas: 

                          A situação da mulher nos países não cristãos

Nos países do Oriente Médio, onde predomina o islamismo, bem como naqueles habitados por povos pa­gãos e materialistas, como Índia e China especialmen­te, não se deu um passo sequer em direção ao feminis­mo. A mulher ali continua sendo tão subjugada quanto eram suas ancestrais antes da Era Cristã. As raríssimas exceções servem, apenas, para confirmar a regra geral de violência e opressão. O contraste é gritante, se cotejados com os países cristãos, como Estados Unidos e os mais importantes países da Europa, que integram o bloco do chamado Primeiro Mundo ou Mundo Desenvolvido, - berço do protestantismo e do feminismo – nos quais a emancipação da mulher, há muito, tornou-se realidade.

Tal constatação não deixa de ser óbvia, porque o movimento feminista só poderia mesmo ter grassado em terra cristã, como todo e qualquer movimento que vise à libertação total do ser humano, seja no plano individual, social ou espiritual. Os resultados daí advindos colocam a mulher ocidental séculos à frente da mulher oriental em matéria de cidadania, liberdade individual e modus vivendi. Sem dúvida, é civilização versus barbárie. Tal as­sertiva não decorre de uma comparação entre culturas, mas, da constatação de uma realidade patente aos olhos de todos, haja vista, a classificação dos países em Desen­volvidos e em Desenvolvimento. Os primeiros, como se sabe, possuem alto nível de desenvolvimento econômico e social, lideram a economia mundial, há séculos, e são os grandes defensores dos direitos humanos e das teorias que deram origem ao sistema político democrático.

Dentre aos países em Desenvolvimento, conheci­dos como Segundo e Terceiro Mundo, é curioso notar que se encontram algumas das mais antigas civilizações do Planeta, tais como a Índia e a China, antiquíssimas. A China, agora, começa a dar sinais de progresso econô­mico, no entanto, na questão de direitos humanos é uma lástima. Um exemplo dessa situação é a perseguição aos cristãos, muitos dos quais encontram-se encarcerados nas prisões do Estado, e os cultos são realizado às escon­didas nas casas dos crentes.

Contudo, no momento, a Índia começa a viver no­vos tempos (não há mal que nunca se acabe, diz o ditado popular) e a despertar para o conhecimento do Evange­lho. Há, esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquan­to discípulos de Jesus Cristo - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançan­do.

Espada sobre a cabeça - Na maioria dos países do Oriente Médio e da Ásia, não alcançados pelo evange­lho, o tempo parou para as mulheres. As leis em vigência permanecem estagnadas desde a era pré-cristã. As pena­lidades continuam a ser aplicadas com toda a crueldade contra elas, como sempre foram - açoites e pena de morte subsistem ainda neste Terceiro Milênio!

Ainda que a palavra Oriente signifique lugar onde nasce o sol, para as mulheres orientais o sol da justiça ainda não brilhou. A liberdade não abriu suas asas para abrigá-las, dando-lhes o direito de viver com a dignida­de que todo ser humano merece. Na maioria daqueles países, o modo de vida das mulheres decorre, ainda, se­gundo costumes antigos e bárbaros, são vítimas de mu­tilações e violência sexual, confinamento pela família e casamento forçado. Crueldade é uma palavra que parece ter perdido a sua conotação original, desfeita em lágrimas e transformada no pão das dores, com o qual alimentam a sua desesperança. Elas nunca provaram o Pão da Vida, aquele que é chamado de o Amor de Deus – Jesus Cristo, o Libertador, e não sabem que, para além do horizonte sombrio de suas vidas, existe uma terra que mana leite e mel (Êxodo 3.8), na qual poderão trocar sua pesada car­ga pelo jugo suave e por um fardo que é leve, (Mateus 11.29), conforme Jesus Cristo nos convida a fazê-lo. Ele, que é manso e humilde de coração, faz-nos conhecer a paz e a tão preciosa liberdade que dele promana. Porque o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. (2 Coríntios 3.17).

As mulheres muçulmanas, proibidas até mesmo de mostrar o rosto, não podem dirigir ou viajar sozinhas, e têm pouca oportunidade de estudar. Práticas comuns na vida das mulheres ocidentais, podem ser consideradas criminosas para elas, sujeitando-as a sentenças de morte pela Sharia – a implacável lei religiosa dos muçulmanos. É um viver com espada sobre a cabeça.

No estado teocrático do Irã, a responsabilidade criminal começa aos 9 anos de idade para as meninas e aos 15 anos para os meninos. (Continua).   

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

TRECHO EXTRAÍDO DO LIVRO MENSAGEIRAS DA RESSURREIÇÃO

                       Sexismo que culminou em genocídio

O martírio de mulheres, do qual se tem apenas vislumbres e que não é circunscrito apenas às perseguições de que foram vítimas, nos primeiros séculos do cristianismo, tem sido muito pouco divulgado. Assunto, como se viu, comentado nos capítulos sobre as Mártires Cristãs e no Atos das Apóstolas. Os feitos heróicos ou trágicos que a História registra falam, especialmente, de protagonistas homens. Pouco se noticia, por exemplo, sobre a perseguição implacável à mulher no período medieval, pelos tribunais eclesiásticos da Inquisição, da Igreja Católica. História bem pouco conhecida no que se refere à participação da mulher e cujos detalhes tendem a ser esmaecidos com o passar dos anos.
Seria muito bom que as mulheres conhecessem a saga de suas antepassadas para colaborar na formação de um conceito melhor e menos leviano acerca de si mesmas. Elizabeth Fiorenza, já afirmou que "a raiz da opressão é a falta de memória."
O conhecimento da própria história poderá, também, ajudar a acabar com os estereótipos populares sobre a mulher, caricaturada como "caras e bocas", longas unhas pintadas e sapatos de salto alto. Tal retrato em forma de caricatura tende a escamotear o verdadeiro valor da mulher como ser humano. Não podemos nos omitir e deixar no esquecimento o fato de que muitas vidas foram ceifadas, não apenas pelas fogueiras da Inquisição, mas pela força descomunal do preconceito conhecido como sexismo.

O pouco que se preservou dos acontecimentos do período inquisitorial mostra que a maioria das mulheres foi martirizada simplesmente por ser mulher. O gênero feminino causava desconfiança. O fantasma da maldição de Eva não havia sido, ainda, exorcizado. Os sinais feitos por Cristo aqui na Terra, sobre a libertação da mulher, não haviam sido assimilados pela mente masculina, nem pelo povo, nem pelos religiosos, principalmente, por estes últimos. Talvez, nem as próprias mulheres tivessem noção dessa realidade; como até hoje acontece. Ressoa, há intermináveis séculos, na memória da mulher, o mea-culpa, pelo primeiro pecado.
Jacques Sprenger, inquisidor e teórico da demonologia, dizia: "Se hoje queimamos as bruxas, é por causa de seu sexo feminino." Outro inquisidor, observa a respeito da menstruação:
Mensalmente elas se enchem de elementos supérfluos e o sangue faz exalar vapores que se elevam e passam pela boca e pelas narinas e outros condutos do corpo, lançando feitiços sobre tudo que elas encontram.

O corpo da mulher era, em si mesmo, tido como fonte de malefícios, não só pela lembrança de Eva, mas também pela falta de conhecimento sobre a fisiologia feminina. Os disparates que diziam a respeito da menstruação beirava os limites da sandice. Nesse tempo, vivia-se a idolatria do corpo masculino; herança de costumes pagãos cujos cultos alcançavam seu ponto máximo nas chamadas festas de Falofórias.
No período inquisitorial, que se inicia na Idade Média e vai até o século 16, no qual se intensificam as perseguições e as condenações à morte na fogueira, milhares de mulheres foram submetidas às mais atrozes torturas e, depois assassinadas. A perseguição, sem dúvida avassaladora, movida contra os judeus pelos tribunais eclesiásticos, perante os quais eram tidos como hereges, aparece com destaque nos registros históricos. Não obstante, entre os condenados a proporção era de nove mulheres para cada homem, segundo dados históricos; e disso pouco se fala.
"É pelo sexo, por natureza impuro e maléfico, que ela se faz bruxa." Esse pensamento, de um dos inquisidores, fundamentado nos ritos de Sabá, deixa entrever a essência que levou ao verdadeiro genocídio perpetrado contra a mulher na época da Inquisição. A luta era contra o gênero feminino; a desculpa apresentada era a de prática de bruxaria – especialmente contra a mulher – e de heresia. As vítimas eram escolhidas aleatoriamente como objetos de uma ação discriminatória, alvos de furioso preconceito. As acusadas dificilmente conseguiam provar que os crimes contra elas assacados eram imaginários ou caluniosos, ainda sendo inocentes. Confirmação de que contra a força não há argumento.
Contudo, não se tem notícia de genocídio perpetrado contra bruxos. Refiro-me, claramente, a genocídios e não à morte de um ou outro homem condenado por bruxaria. Certamente, porque o corpo masculino era tido, "por natureza" como puro e benéfico... ao contrário do que pensavam sobre o corpo feminino. Sabe-se, sim, das violentas perseguições aos judeus, considerados hereges, e aos cristãos novos, provindos do judaísmo, os quais, segundo acreditavam os perseguidores, escondiam-se sob esse rótulo para fugir da Inquisição. Porém, ninguém pensava em anatematizar o sexo masculino. Ainda bem que não se perpetrou um genocídio contra o gênero masculino, pelo fato único de serem homens, pois o que houve contra as mulheres valeu por dois.
Até então, a humanidade assimilara muito pouco as lições ministradas por Jesus em favor das mulheres. Será que hoje os homens já conseguem vê-las de um modo mais cristão - realmente, segundo o olhar de Cristo? Ou será que ainda permanecem com os olhos vendados pela lascívia e pelo preconceito? O que percebemos, no decurso da história, não é senão a projeção da luxúria masculina direcionada sobre a figura da mulher; como se ela fosse uma tela em branco sobre a qual eram projetados os desejos de caráter sexual de todo o gênero masculino. Isso, talvez, revele o porquê de as mulheres muçulmanas serem obrigadas a usar a burca. Não é pelo pecado delas, mas pelo pecado deles projetado sobre elas; lamentável que eles desconheçam essa realidade.
Nas localidades dominadas pelos xiitas, as mulheres precisam viver enroladas em panos (burca) sem sequer mostrar o rosto, deixando apenas uma tela sobre os olhos, pior que a viseira dos cavalos, para poderem enxergar – a fim de não levar os homens a pecar. Visto que, a simples visão de uma mulher pode levá-los a cair em tentação. Mas, será que, no intuito de preservarem-se de práticas pecaminosas, às custas do sacrifício e da liberdade das mulheres, merecem respeito? (Continua)









terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)


                          EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)

                                          DEUS DOADOR
Rachel Winter

 Mesquinhez é característica própria do ser humano. Muito conhecida de todos nós, manifesta-se nas relações sociais, comerciais, políticas e até familiares. Um quer ser mais rico do que o outro, mais bonito, mais talentoso e, para alcançar esse objetivo cultiva a mesquinhez e a avareza, chegando muitas vezes às raias do crime. Assemelham-se a morcegos sugando o sangue das pessoas. Nossa sociedade brasileira é estruturada na mesquinhez. No comércio, em especial nos Bancos, a exploração é flagrante e escandalosa, juros bancários são os maiores do mundo; na política é catastrófica, o povo morre nos corredores dos hospitais públicos porque o dinheiro que deveria mantê-los em boas condições é roubado por alguns políticos e empresários  desonestos. Triste, muito triste, quando atinge as relações familiares e a dos cristãos de diferentes denominações – irmãos contra irmãos!

Por todos esses motivos é muito difícil para a mente humana conceber Deus como doador e galardoador. Significando, que galardoar é dar prêmios por trabalho relevante. Entretanto, Deus nos oferece galardão gratuitamente, mesmo sem merecermos. Estamos, neste caso, referindo-nos às coisas espirituais, a começar por sua maravilhosa graça, que é favor imerecido, entre as demais bênçãos espirituais incontáveis. Jesus Cristo marca o ápice dessa característica divina. Pois, veio dar Sua vida para nos livrar da morte espiritual e ressuscitar para que com Ele ressuscitemos para a vida eterna.

Mas, por sermos espírito, alma e corpo, O SENHOR não iria ser incompleto ao nos abençoar, ainda que muitas pessoas, até mesmo cristãs, pareçam acreditar que somos somente espírito.

Muitas críticas são dirigidas às igrejas neopentecostais por enfatizarem as promessas divinas relativas às bênçãos de caráter material; promessas que são claramente descritas na Bíblia ou de cujos exemplos bíblicos podemos concluir nesse sentido.

Daí, a pergunta: o menino Jesus era menino de rua? Maria e José viviam na miséria? Fica muito claro, na Palavra, que os reis magos trouxeram para presentear o menino, ouro, incenso e mirra. Do valor do ouro nem precisamos falar, quanto à mirra, era de altíssimo preço e quanto ao incenso não deveria ser produto de pouca monta. Certamente, o valor dos mesmos deu para sustentar o menino na sua infância. Na idade adulta, quando de seu ministério terrestre, os relatos bíblicos mostram que havia pessoas que o sustentavam, especialmente mulheres de alta posição social como se vê em Lucas 8.1.

Nesse sentido, é interessante observar que o Pai não determinou que Jesus fizesse voto de pobreza e andasse “mendigando o pão” pelas estradas. Mas, por assim dizer, providenciou um “staff” para ajudá-lo financeiramente, entre o qual muitas mulheres, algumas de alta posição social como Joana, esposa de Cuza, administrador da casa de Herodes (Lucas 8.3), assim como providenciou, para os dias de hoje, que cristãos sustentassem a Igreja com os dízimos e as ofertas alçadas, como no passado, “para que não falte mantimento em minha casa”. E que os cristãos fossem abençoados com toda espécie de bênçãos, inclusive as de cunho material “e comprovai com vossos próprios olhos se não abrirei as janelas do céu, e derramarei sobre vós tantas bênçãos, que nem conseguireis guarda-las todas.” (Malaquias 3.10 – Trad. Da bíblia KG).  Observando que em nossa relação com Deus tem de haver reciprocidade e equilíbrio. Porquanto em nenhum lugar está escrito na Palavra que devemos viver das migalhas que caem da mesa dos ímpios nem, tampouco, que devamos idolatrar o dinheiro e as riquezas. Jesus também acrescenta que não devemos fazer como os fariseus que davam o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas, desprezavam o mais importante da lei, a justiça, a misericórdia e a fé - “deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas.” (Mateus 23.23).

A Bíblia está repleta dos exemplos da capacidade doadora de Deus, e de Sua bondade, como nosso Pai que verdadeiramente é. Vejamos, apenas alguns desses exemplos, pois, estamos falando da própria terra da Promessa, da Palavra de Deus e sua vastidão:

“Dai e vos será dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.” (Lucas 6. 38).

“Se vós estiverdes em mim, e a minhas palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (João 15. 7).

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14.13).

 Não podemos delimitar tais promessas somente ao nível espiritual. Está claro que este vem em primeiro lugar. Mas, o nível material não foi esquecido por Deus em nosso favor. No Antigo Testamento, em Provérbios, diz que “prosperidade é dom de Deus”. 

...”E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de óleo.” (Joel 2.23b). Abundância ou cesta básica? A Palavra santa e poderosa de Deus opta pela abundância.

“E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado.” (Joel 2. 26).

Jesus além de alertar sobre o dízimo, que deveria ser completo, pois, além de monetário, não descartaria a justiça, a misericórdia e fé; sublinha, também, o alto valor das ofertas dadas com amor. É o que vemos no episódio registrado em Lucas 21.2 quando, no templo, Ele observava as pessoas depositarem suas ofertas no gazofilácio: ”Percebeu também que uma viúva pobre ofertou duas pequenas moedas judaicas. E exclamou: “Com toda certeza vos asseguro que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos eles juntos.” (Trad. Bíblia KG). Por que Jesus fez essa observação? Porque os outros deram do que lhes sobrava e ela, de sua extrema pobreza, deu tudo o que possuía.

Todas estas observações visam responder às críticas levianas das pessoas que costumam acusar as igrejas neopentecostais de “barganhar” com Deus. As pessoas, pela mesquinhez entranhada em suas mentes e corações, não entendem que Deus é o Pai das misericórdias e demonstra Seu amor inexplicável por nós derramando bênçãos incontáveis sobre todos os que o amam e o glorificam. Ao contrário do ser humano, Deus que que tenhamos uma vida plena.

Quanto à acusação de que os neopentecostais não conhecem a Bíblia e que são incultos é uma generalização muito leviana por não levar em conta dois dados. Primeiro, sobre qual era a situação dos discípulos de Jesus Cristo. Segundo, por parecer ignorar o que seja a unção de Deus, o verdadeiro poder do Espírito Santo, sob cuja bandeira caminham os neopentecostais.

Quanto à situação dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus, todos sabem que a maioria era inculta, e alguns simples pescadores. No entanto, vale observar o que disseram de Pedro e João quando estiveram no Sinédrio, diante dos sacerdotes, do capitão do templo e dos saduceus: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam (se admiraram); e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4.13). Sob o poder do Espírito Santo, o ser humano faz maravilhas. Ou melhor, Jesus Cristo faz maravilhas, é Ele quem capacita e não necessita escolher os capacitados. O que não quer dizer necessariamente que os capacitados, os cultos, os teólogos, os doutores sejam desprezados por Deus. Ele não faz acepção de pessoas; e no quesito cultura não seria diferente, pois, Paulo e Lucas, entre outros, são exemplos disso. Jesus Cristo escolheu Paulo, dono de grande cultura, falava oito línguas, conhecia toda a Lei mosaica, e muito mais, para levar o Evangelho aos gentios e ser um dos maiores escritores do Novo Testamento. E Lucas, era médico e é autor do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos dos Apóstolos; entre os cristãos era chamado de “o médico amado”.

Duas observações finais: Se existe entre os neopentecostais alguns Pastores que por vezes não mostram muita sabedoria, isso não quer dizer que em outras denominações não aconteça o mesmo. Não se pode tomar o particular e generalizá-lo.

Para finalizar, penso que seria esperado, da minha parte, no intuito de defender os neopentecostais, atacar as outras denominações, históricas ou pentecostais. Mas, de forma alguma agirei desse modo, tenho o maior respeito e carinho pelos irmãos das diversas denominações e creio que somente Jesus Cristo poderá apontar as fraquezas de cada uma das igrejas, como fez em Apocalipse, ao escrever a Carta às Sete Igrejas da Ásia. Lembrando que dali, certamente, vem inspiração para todas as denominações realizarem sua autoanálise. A Deus seja a glória!

 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Texto extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                                                         AS TRÊS MULHERES

Atribui-se a ideia de pecadora, que se apegou ao nome de Maria Madalena, à confusão que popularmente se faz a respeito de três mulheres, citadas no Novo Testa­mento. Primeiramente, por confundi-la com a pecadora (anônima), mencionada no livro de Lucas (7.36-50); por analogia à protagonista do episódio, tida pelo povo como a própria Madalena, foi fácil acrescentar ao seu nome o apelido “Arrependida”. Prova cabal de que, na mentali­dade popular, seu nome tornou-se, sem qualquer base bíblica, sinônimo de pecadora – arrependida.

O texto bíblico faz menção a uma mulher realmen­te tachada de pecadora, que ungiu os pés de Jesus na casa do fariseu, chamado Simão. Esse homem escandalizou-se com a cena, pensando que Jesus não a tivesse reconhe­cido como tal e, por isso, até duvidando que Jesus fosse mesmo um profeta. Mas, o Salvador, que é mais que um profeta, tinha conhecimento disso e, também, do que o fariseu estava pensando.

Os versículos 37 e 38, descrevem-na literalmente como pecadora: E eis que uma mulher da cidade, uma pe­cadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua ca­beça; e beijava-lhes os pés, e ungia-lhos com o unguento.

Apesar de ter recebido o cognome de pecadora, a mulher cujo nome não é mencionado no Evangelho, seria realmente uma meretriz? Será que as palavras pe­cadora, meretriz ou prostituta, no caso, poderiam ser tomadas como sinônimos? Sobre o assunto, a escritora Lilia Sebastiani pondera de modo oportuno que, se um homem tivesse se aproximado de Jesus, naquele dia, na casa do fariseu, para pedir-lhe o perdão dos seus pecados – um pecador portanto – “ninguém seria levado a pensar exclusivamente em faltas de natureza sexual.” Seria, re­almente, inconcebível. Quem ousaria imaginá-lo envol­vido com prostituição?

Na esteira desse raciocínio, a pesquisadora anali­sando os elementos que compõem a cena e observa:

É muito mais antiga do que o cristianismo a as­sociação mental espontânea mulher-pecado-sexo. Ali se encontravam dois elementos, mulher e pecado, em um clima de acentuada e perturbadora feminilidade. É total­mente instintivo para uma cultura patriarcal identificar a mulher com o sexo e, portanto, a pecadora se torna logo uma prostituta, a mulher “ocasião de pecado” por exce­lência.

Não obstante, ao confundir Madalena com aquela pecadora, e deduzir ser ela (Madalena - ou ambas) me­retriz, pode ocorrer de um mito estar alicerçado sobre outro mito. A malícia humana, como a história de Ma­dalena nos mostra, optou pelo pior. Assim como a esco­lha de Barrabás (Mateus 27.11-31), o qual se livrou da morte, em lugar de Jesus, por escolha do povo, é apenas mais um dentre tantos exemplos bíblicos e históricos da opção humana pelo mal. De igual modo, quanto àquela “pecadora”, não há provas de que o seu pecado fosse o da prostituição; nem que Maria de Magdala fosse meretriz.

A outra, das três mulheres era Maria de Betânia - a irmã de Marta e de Lázaro, ressuscitado por Jesus. Ela é identificada como a outra mulher que, também, ungiu, os pés de Jesus. Todavia, seu gesto teve finalidade diferente, que não a do perdão dos próprios pecados, esclarecida no evangelho de João (12. 1-11). Reconhecida como Maria de Betânia, no texto joanino, nos outros evangelhos seu nome não é mencionado, mas, apenas narrado o acon­tecimento do qual participou. Ocasião que serviu para demonstrar que ela tinha presciência da morte próxima de Jesus. Inferência obtida pela resposta dada por Jesus, quando Judas Iscariotes, na ocasião, reclamou que se po­deria vender o unguento, que era de altíssimo preço, para dar o dinheiro aos pobres. Disse, pois, Jesus: Deixai-a, para o dia da minha sepultura guardou isto (v.7). Surpre­endente a atitude dessa discípula, aprestando-se a ungir Jesus, por pressentir a proximidade de Sua morte, era um assunto a respeito do qual os outros discípulos pareciam não ter uma noção clara.

A outra das três mulheres, a verdadeira mensageira de ressurreição – Maria Madalena - foi quem, na mente popular, e até mesmo em alguns ambientes eclesiais, teve seu nome fundido com o das outras duas. Ela que, na re­alidade, veio a ser chamada Apóstola dos Apóstolos.

Uma parte da responsabilidade pela fusão dos três nomes em uma só pessoa cabe, também, ao fato de que, durante sé­culos, o povo não teve acesso direto à leitura da Bíblia. Até as primeiras quatro ou cinco décadas do século vinte, no Brasil, eram muito raras as edições das Escrituras em português, e o seu preço, muito alto. No resto do mundo não era muito diferente, à exceção dos Estados Unidos e de alguns países cristãos da Europa, posto que a impren­sa não havia alcançado o alto grau de desenvolvimento que hoje possui e que fez com que o preço dos livros se tornasse mais acessível à população em geral. O anal­fabetismo era outro obstáculo para o conhecimento da Palavra. Outrossim, não se pode esquecer que, na Igreja Católica, a leitura direta da Bíblia era vetada ao povo, o qual, segundo os religiosos, seria incapaz de entendê-la.

domingo, 18 de janeiro de 2015

EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO


EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO

                                                                                                 Rachel Winter

Não vou citar nenhum artigo entre os diversos que costumam criticar o Neopentecostalismo, porque todos eles se parecem em sua forma de ataque. São superficiais e, alguns, até mesmo ofensivos. Ainda que afirmem a existência de dois tipos de neopentecostalismo, um bom e outro nem tanto. Ainda assim, todo esse movimento cristão é atingido.

Em primeiro lugar, observemos o respeito à coerência e à lógica que deve haver em qualquer texto. Não é só ir comparando alhos com bogalhos, sem observar o respeito à verdade e à hermenêutica; o qual deve estar presente quando se fala da Bíblia. Porquanto, não faz sentido o uso de comparações superficiais afirmando, por exemplo, que as igrejas neopentecostais não se mantêm fiel à palavra de Deus. Isso é falácia. Argumento frágil demais para ser levado à sério. Porquanto as igrejas neopentecostais estão unidas à mensagem da Cruz, seguindo fielmente tudo que Cristo ordenou. A começar pela prática da Palavra, como o deste trecho: “E ESTES SINAIS SEGUIRÃO AOS QUE CREREM: EM MEU NOME, EXPULSARÃO DEMÔNIOS; FALARÃO NOVAS LÍNGUAS; PEGARÃO EM SERPENTES; E SE BEBEREM ALGUMA COISA MORTÍFERA, NÃO LHES FARÁ DANO ALGUM; E IMPORÃO AS MÃOS SOBRE OS ENFERMOS E OS CURARÃO.” (MARCOS 16. 17, 18). Em quais igrejas vemos essas palavras sendo cumpridas? na prática? – Nas neopentecostais, evidentemente.

Para meditarmos mais sobre o assunto vale observar os trechos bíblicos seguintes:

OS FRUTOS - Mateus 12.3: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.”

O fruto das igrejas neopentecostais tem sido o melhor e o mais abundante da história do cristianismo. Por seu trabalho, o mundo está tendo conhecimento do Evangelho em ritmo acelerado. A mensagem da Cruz está se expandindo pelo mundo afora e não mais restrita ao âmbito das igrejas, como até pouco tempo atrás, em que as igrejas possuíam número de membros reduzido. Geralmente, eram gerações das mesmas famílias que iam se sucedendo. Sei bem como é, pois, tenho parte da família que está há uns 90 anos na mesma congregação. Enquanto o “Ide” ordenado por Cristo permaneceu em compasso de espera. Para as respectivas famílias isso é uma bênção inigualável, não restam dúvidas, mas, os tempos para o mundo eram maus e havia trevas, e ainda há muito a fazer para dissipá-las.

A primeira aparição da Palavra na televisão foi por meio de uma igreja neopentecostal. Hoje, já é comum; inclusive outras denominações têm lugar na mídia.

 A FÉ SEM OBRAS É MORTA – “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?” (Tiago 2. 14).

Jesus Cristo afirmou: “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas.” (João 14.12).  Essa previsão está sendo cumprida. Aonde? nas igrejas neopentecostais, de maneira gloriosa. Vou dar somente um exemplo, da Igreja Mundial, ministério do apóstolo Valdemiro Santiago. Os próprios médicos quando se deparam com algum doente em estado terminal e, esgotados todos os recursos da medicina e os seus esforços baldados, eles mesmos mandam leva-lo à Igreja Mundial. Sabem que ali é a última esperança. Jesus poderá operar a cura – pela fé. A fé viva em nosso Salvador amado, Jesus Cristo. Fé com obras para glorificar a Deus.

 E a libertação de pessoas que se encontram sob possessão demoníaca? São libertas e encontram a Paz – com letra maiúscula, sim, porque é a Paz que Cristo nos dá. Diferente da precária paz que o mundo ocasionalmente pode dar. Tudo isso faz parte do cotidiano das igrejas neopentecostais.

Frise-se que a Bíblia está se referindo às obras de Deus; àquelas que se chamam milagres. Não se trata de obras humanas, tipo assistência social, e outras. Claro que essas também precisam ser feitas, mas, não pertencem ao nível espiritual. Ainda, diz a Bíblia:

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta.” (Tiago 2. 26).

PROSPERIDADE

Outro motivo de ataque aos neopentecostais, tanto por ímpios como por irmãos em Cristo, é a pregação da prosperidade na igreja. Mas, certamente, falta entendimento, da parte deles, da seguinte questão: da prosperidade dos crentes depende a prosperidade da Igreja. Pois, só desse modo é possível cumprir a ordem dada por nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”... (Marcos 16.15). De vez que, os crentes prosperando a Igreja prospera. A prosperidade não é apenas para deleite pessoal dos crentes, entenda-se de uma vez por todas, talvez seja preciso desenhar para entenderem, é para a prosperidade da Igreja, portanto, para a glória de Deus. E pelo cumprimento do dever do dízimo o SENHOR nosso Deus, promete abrir as janelas do céu e derramar sobre dizimista “uma bênção tal que dela lhe advirá a maior abastança”. (Malaquias 3. 10). Não são os Pastores que prometem a prosperidade ao dizimista; é o SENHOR.  Eles apenas repetem  a promessa feita por Deus, no texto bíblico. Além do que: ”Prosperidade é dom de Deus.”

Esses críticos, das duas uma, ou são completamente inocentes e totalmente sem noção do quanto se requer para realizar essa tarefa gigantesca, de sair pelo mundo pregando o evangelho, visto que é  preciso dinheiro muito dinheiro. Assim como para manter igrejas com milhares de membros, além do custo altíssimo para o uso de horários alugados nos canais de televisão. Se não for caso de ingenuidade é de má fé. E, por falar em dinheiro na igreja, ou Teologia da Prosperidade, surge uma pergunta a respeito dos grandes servos de Deus, do passado, cujas vidas são descritas na Bíblia. Seriam elespobretões,  mendigos? Qual era a situação financeira, se se pode dizer assim, de Abraão? De Davi, de Salomão, do próprio Jó, antes de ter sua fé testada, e depois quando Deus restitui-lhe tudo o que havia perdido?  A  situação deles, se fossemos transpô-la para os dias de hoje, colocaria seus nomes na lista da Revista Forbes, como os homens mais ricos do mundo.  E, se Jesus Cristo censurou o “moço rico” foi porque ele estava fazendo do dinheiro motivo de idolatria.

Para finalizar, confesso que me sinto desolada com essa luta entre cristãos. Simplesmente inconcebível! Triste. Muito triste. Irmãos contra irmãos! Questão sobre a qual meditar muito porque:  

“Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juizo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” (Mateus 12. 36, 37). 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


                                       CRÍTICAS AOS NEOPENTECOSTAIS:

                                        IRMÃOS CONTRA IRMÃOS
                                                                                    Rachel Winter

 Por que a atuação das igrejas neopentecostais suscita tantas críticas entre os evangélicos das chamadas igrejas históricas? Alvo de verdadeiro bombardeio diário, são acusadas de pregar a Palavra de Deus unicamente para agradar o povo, distanciando-se assim da mensagem essencial do evangelho, além de falarem muito em dinheiro. Acreditam, também, que a teologia da prosperidade foge dos princípios básicos cristãos; dizem, ainda, que os crentes não estão recebendo individualmente a orientação de seus Pastores, como deveriam - entre muitos outros defeitos  apontados.

No entanto, ao apontarem o dedo contra os neopentecostais, os críticos parecem não lembrar do que Jesus Cristo disse, em Marcos 16.15: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Quer dizer, Cristo não mandou circunscrever a ação evangelizadora da igreja ao âmago da própria igreja, com a atenção voltada para um grupinho de crentes, como aconteceu durante séculos, aqui no Brasil, com algumas igrejas elitistas; cuja membresia, durante dezenas de anos, não passava, de uma centena de pessoas; e seus membros, além de outras preocupações de somenos importância, costumavam primar pela elegância no vestir e pareciam sentir-se tão perfeitos e santos como o fariseu quando, ao orar ao lado do publicano, (Lucas 18. 11), exclamava: "Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano..."

Não estou querendo empequenar o trabalho das igrejas históricas, pois, bem sei que a mensagem primeva do evangelho chegou ao Brasil trazida por essas igrejas. Porém, me refiro especificamente ao caráter elitista que tomaram no país. E, meu objetivo aqui é analisar as críticas que os históricos costumam fazer aos neopentecostais, como foi dito acima e, especialmente, à teologia da prosperidade.

Nesse contexto, indagamos, de que modo patrocinar a expansão do evangelho "por todo o mundo", e sustentar igrejas com milhares, algumas com milhões de membros, através do mundo, como fazem as neopentecostais?

Certamente, Deus já providenciou os recursos fazendo com que as igrejas prosperem, também, materialmente, através da prosperidade dos crentes; o que dá origem a um círculo de progresso material em prol - necessariamente - da expansão do evangelho.

A idéia de uma teologia da prosperidade nasceu em função das circunstâncias atuais, quando as igrejas neopentecostais passaram a arrastar multidões incontáveis para o Caminho, inspiradas pela sabedoria divina, que a tudo provê segundo as necessidades da igreja no decorrer dos tempos. Soluções que a mente humana nem sempre compreende ou acompanha. Causa de estranheza para as outras denominações menos abrangentes. Há, porém, que observar o desenvolvimento populacional - os bilhóes de habitantes que o mundo possui atualmente, aos quais urge pregar o evangelho. Para alcançá-los, meios de comunicação se fazem necessários e Deus já os providenciou, como a televisão, o rádio e a imprensa, bem como meios de transporte eficientes e rápidos. É necessário observar que não são mais doze tribos, apenas, a serem alcançadas, como no início dos tempos. Nem como nos séculos mais recentes, nos quais apenas pessoas das mesmas famílias que frequentavam uma igreja durante oitenta ou cem anos como se via acontecer em muitas das igrejas históricas.

Nem por isso deixamos de lembrar que tais igrejas históricas possuíam missões espalhadas pelo mundo, mas, de âmbito muito limitado em comparação com o trabalho desenvolvido, hoje, pelos neopentecostais.

Aí, surge a questão do dinheiro, causa de tanta polêmica e estranheza entre as pessoas do mundo e, até mesmo, entre alguns cristãos. Observemos que o dízimo é prática secular, existente desde o tempo de Abraão, à qual Deus incentiva e aprova, tal como se vê em Malaquias: 53.10: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e  depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. Prática essa confirmada por Jesus Cristo, em Mateus 23. 23, ao comentar que os fariseus davam o dízimo sobre as vendas de suas colheitas, mas, esqueciam do mais importante da lei, que são o juízo, a misericórdia e a fé - porque ambas as coisas deveriam ser praticadas, porque não são excludentes. Não está certo praticar um desses mandamentos e ignorar o outro.

As igrejas neopentecostais estão atraindo milhões de pessoas para o Caminho - Jesus Cristo. No entanto, os históricos opinam que essa massa humana vem em busca da solução para seus problemas pessoais, financeiros, de saúde, de desarmonia na família e outros tantos, e não verdadeiramente interessada em converter-se a Cristo.

Em certa ocasião, Jesus Cristo afirmou algo semelhante acerca das milhares de pessoas que o buscavam: Na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. (João 6. 36). Jesus referia-se à multiplicação milagrosa dos pães, que havia realizado, e com a qual alimentou, por duas vezes, a multidão faminta que o seguia no deserto.

Mas, como o Senhor tratou aquelas pessoas? Por acaso, renegou-as? Não! antes ensinou-as sobre o que realmente importa para alcançar a vida eterna, para se chegar a Deus, nosso Pai; afirmando que deviam trabalhar não pela comida que perece, mas, pela comida que permanece para a vida eterna, e, dando-se a conhecer como o Pão da Vida.

Observemos que a multidão estava próxima de Jesus, fisicamente falando, ainda que, a maioria, por  motivos egoísticos e menos nobres, ignorasse a verdadeira identidade de Cristo. Contudo, o primeiro passo que é aproximar-se de Jesus havia sido dado. O mesmo acontece com os  milhões de pessoas que se aproximam das igrejas neopentecostais - muitos, movidos por interesses pessoais, mas, que acabam por conhecer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, cujo sangue poderoso, derramado na cruz do Calvário, os pode salvar. 

Voltando à questão financeira, será que não dá para entender que pregar para milhões de pessoas, não é a mesma coisa que pregar para algumas dezenas delas? E que são necessárias verdadeiras fortunas em dinheiro para custear essa obra? Não estamos mais no tempo da "eclesia" - ou seja, época em que os apóstolos se reuniam nas casas das pessoas para ministrar a Palavra, em que os gastos da igreja eram menores.

Assim, podemos exclamar, ai de nós sem a teologia da prosperidade, que ensina os crentes a prosperem para que a igreja, também, prospere! a fim de se cumprir o grande mandamento, o "Ide".

Antes de encontrar defeitos nas igrejas neopentecostais, que tal observar, também, os milagres ali realizados? Jesus Cristo disse que pelos frutos conhecemos a árvore. Disse, também: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras." (João 14. 11).

Vi na tv, certa vez, um Pastor perguntar a respeito dos milagres realizados ,  por meio do apóstolo Valdemiro Santiago, na igreja Mundial: Por que tantas curas? Exclamo: Misericórdia!!! Jesus Cristo não falou a respeito dos sinais que seguiriam aos que crerem? os quais imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam? Além de afirmar que faríamos as mesmas obras que Ele fez e as faríamos ainda maiores?

Tais milagres acontecendo provam que a palavra de Deus está sendo observada em toda a sua pureza e veracidade, uma vez que é Jesus Cristo quem nos dá saúde, nos liberta e nos dá prosperidade. Lembrando ainda que "prosperidade é dom de Deus."

Aos descrentes, o Senhor Jesus disse, em João 14, que poderiam saber que Ele é "um só com o Pai" por causa dos milagres que realizava: "Crede-me  que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras." - concluindo o que dissera anteriormente: " O Pai que está em mim, é quem faz as obras."

Por conseguinte, os grandes milagres realizados nas igrejas neopentecostais comprovam a veracidade da pregação do evangelho, enfim, o respeito pela palavra de Deus. Só não vê quem não quer.

Muito construtivo e oportuno seria se os evangélicos, em geral, colocassem em prática a mensagem do Salmo 133: "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça...Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre.