EM DEFESA DO
NEOPENTECOSTALISMO (3)
Rachel Winter
Por todos esses motivos é muito difícil para
a mente humana conceber Deus como doador e galardoador. Significando, que
galardoar é dar prêmios por trabalho relevante. Entretanto, Deus nos oferece
galardão gratuitamente, mesmo sem merecermos. Estamos, neste caso, referindo-nos
às coisas espirituais, a começar por sua maravilhosa graça, que é favor
imerecido, entre as demais bênçãos espirituais incontáveis. Jesus Cristo marca
o ápice dessa característica divina. Pois, veio dar Sua vida para nos livrar da
morte espiritual e ressuscitar para que com Ele ressuscitemos para a vida
eterna.
Mas, por sermos espírito, alma e corpo, O
SENHOR não iria ser incompleto ao nos abençoar, ainda que muitas pessoas, até
mesmo cristãs, pareçam acreditar que somos somente espírito.
Muitas críticas são dirigidas às igrejas
neopentecostais por enfatizarem as promessas divinas relativas às bênçãos de
caráter material; promessas que são claramente descritas na Bíblia ou de cujos
exemplos bíblicos podemos concluir nesse sentido.
Daí, a pergunta: o menino Jesus era menino de
rua? Maria e José viviam na miséria? Fica muito claro, na Palavra, que os reis
magos trouxeram para presentear o menino, ouro, incenso e mirra. Do valor do
ouro nem precisamos falar, quanto à mirra, era de altíssimo preço e quanto ao
incenso não deveria ser produto de pouca monta. Certamente, o valor dos mesmos
deu para sustentar o menino na sua infância. Na idade adulta, quando de seu
ministério terrestre, os relatos bíblicos mostram que havia pessoas que o
sustentavam, especialmente mulheres de alta posição social como se vê em Lucas
8.1.
Nesse sentido, é interessante observar que o
Pai não determinou que Jesus fizesse voto de pobreza e andasse “mendigando o
pão” pelas estradas. Mas, por assim dizer, providenciou um “staff” para
ajudá-lo financeiramente, entre o qual muitas mulheres, algumas de alta posição
social como Joana, esposa de Cuza, administrador da casa de Herodes (Lucas
8.3), assim como providenciou, para os dias de hoje, que cristãos sustentassem
a Igreja com os dízimos e as ofertas alçadas, como no passado, “para que não
falte mantimento em minha casa”. E que os cristãos fossem abençoados com toda
espécie de bênçãos, inclusive as de cunho material “e comprovai com vossos
próprios olhos se não abrirei as janelas do céu, e derramarei sobre vós tantas
bênçãos, que nem conseguireis guarda-las todas.” (Malaquias 3.10 – Trad. Da
bíblia KG). Observando que em nossa
relação com Deus tem de haver reciprocidade e equilíbrio. Porquanto em nenhum
lugar está escrito na Palavra que devemos viver das migalhas que caem da mesa
dos ímpios nem, tampouco, que devamos idolatrar o dinheiro e as riquezas. Jesus
também acrescenta que não devemos fazer como os fariseus que davam o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho, mas, desprezavam o mais importante da lei, a justiça,
a misericórdia e a fé - “deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir
aquelas.” (Mateus 23.23).
A Bíblia está repleta dos exemplos da
capacidade doadora de Deus, e de Sua bondade, como nosso Pai que
verdadeiramente é. Vejamos, apenas alguns desses exemplos, pois, estamos
falando da própria terra da Promessa, da Palavra de Deus e sua vastidão:
“Dai e vos será dado; boa medida, recalcada,
sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes
também vos medirão de novo.” (Lucas 6. 38).
“Se vós estiverdes em mim, e a minhas
palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (João
15. 7).
“E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o
farei para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu
nome, eu o farei.” (João 14.13).
Não
podemos delimitar tais promessas somente ao nível espiritual. Está claro que
este vem em primeiro lugar. Mas, o nível material não foi esquecido por Deus em
nosso favor. No Antigo Testamento, em Provérbios, diz que “prosperidade é dom
de Deus”.
...”E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia,
no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de
mosto e de óleo.” (Joel 2.23b). Abundância ou cesta básica? A Palavra santa e
poderosa de Deus opta pela abundância.
“E comereis fartamente, e ficareis
satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para
convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado.” (Joel 2.
26).
Jesus além de alertar sobre o dízimo, que deveria
ser completo, pois, além de monetário, não descartaria a justiça, a
misericórdia e fé; sublinha, também, o alto valor das ofertas dadas com amor. É
o que vemos no episódio registrado em Lucas 21.2 quando, no templo, Ele
observava as pessoas depositarem suas ofertas no gazofilácio: ”Percebeu também
que uma viúva pobre ofertou duas pequenas moedas judaicas. E exclamou: “Com
toda certeza vos asseguro que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos
eles juntos.” (Trad. Bíblia KG). Por que Jesus fez essa observação? Porque os
outros deram do que lhes sobrava e ela, de sua extrema pobreza, deu tudo o que possuía.
Todas estas observações visam responder às
críticas levianas das pessoas que costumam acusar as igrejas neopentecostais de
“barganhar” com Deus. As pessoas, pela mesquinhez entranhada em suas mentes e
corações, não entendem que Deus é o Pai das misericórdias e demonstra Seu amor
inexplicável por nós derramando bênçãos incontáveis sobre todos os que o amam e
o glorificam. Ao contrário do ser humano, Deus que que tenhamos uma vida plena.
Quanto à acusação de que os neopentecostais
não conhecem a Bíblia e que são incultos é uma generalização muito leviana por
não levar em conta dois dados. Primeiro, sobre qual era a situação dos
discípulos de Jesus Cristo. Segundo, por parecer ignorar o que seja a unção de
Deus, o verdadeiro poder do Espírito Santo, sob cuja bandeira caminham os
neopentecostais.
Quanto à situação dos primeiros discípulos
escolhidos por Jesus, todos sabem que a maioria era inculta, e alguns simples
pescadores. No entanto, vale observar o que disseram de Pedro e João quando
estiveram no Sinédrio, diante dos sacerdotes, do capitão do templo e dos
saduceus: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que
eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam (se admiraram); e tinham
conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4.13). Sob o poder do
Espírito Santo, o ser humano faz maravilhas. Ou melhor, Jesus Cristo faz
maravilhas, é Ele quem capacita e não necessita escolher os capacitados. O que
não quer dizer necessariamente que os capacitados, os cultos, os teólogos, os
doutores sejam desprezados por Deus. Ele não faz acepção de pessoas; e no
quesito cultura não seria diferente, pois, Paulo e Lucas, entre outros, são
exemplos disso. Jesus Cristo escolheu Paulo, dono de grande cultura, falava
oito línguas, conhecia toda a Lei mosaica, e muito mais, para levar o Evangelho
aos gentios e ser um dos maiores escritores do Novo Testamento. E Lucas, era
médico e é autor do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos dos
Apóstolos; entre os cristãos era chamado de “o médico amado”.
Duas observações finais: Se existe entre os
neopentecostais alguns Pastores que por vezes não mostram muita sabedoria, isso
não quer dizer que em outras denominações não aconteça o mesmo. Não se pode
tomar o particular e generalizá-lo.
Para finalizar, penso que seria esperado, da
minha parte, no intuito de defender os neopentecostais, atacar as outras
denominações, históricas ou pentecostais. Mas, de forma alguma agirei desse modo,
tenho o maior respeito e carinho pelos irmãos das diversas denominações e creio
que somente Jesus Cristo poderá apontar as fraquezas de cada uma das igrejas, como
fez em Apocalipse, ao escrever a Carta às Sete Igrejas da Ásia. Lembrando que
dali, certamente, vem inspiração para todas as denominações realizarem sua autoanálise.
A Deus seja a glória!
Nenhum comentário:
Postar um comentário