A PRUDÊNCIA E A FÉ
Rachel Winter
Fazer seguro contra roubo revela
desconfiança na proteção divina? E colocar grades nas janelas da casa demonstra
que nossa fé em Deus é frágil? Estas questões e outras similares são formuladas
diariamente por muitas pessoas preocupadas com a qualidade de sua própria fé,
diante de fatores que geram insegurança no dia-a-dia. E chegam a ficar em
dúvida até mesmo sobre se deveriam fazer seguro não-obrigatório para o
carro.
Procurando resposta nos
Evangelhos, encontramos estas palavras de Jesus Cristo, no momento em que
enviava os doze discípulos para a sua missão: “Eis que vos envio como ovelhas
ao meio de lobos; portanto sede prudentes como as serpentes e
simples como as pombas.” (Mateus 10:16).
Nós, também, vivemos perigosamente no meio de “lobos”,
numa sociedade que dá de ombros aos valores morais e cuja desordem civil
torna-se cada vez mais exacerbada. A frase dita por Jesus deixa claro que
devemos usar a capacidade de circunspecção e sensatez (prudência) de que fomos
dotados pelo próprio Deus, para nos defender e, evidentemente, cuidar dos que
estão sob nossa guarda. Se possuímos inteligência e bom senso é para serem
usados em nosso favor. Ao usá-los não estaremos demonstrando pouca fé. E nem
incorrendo neste outro erro, que é o fazer testes para ver até que ponto Deus
nos protege. Porque agindo assim estaríamos tentando a Deus.
Desafio a Deus – Quando o diabo desafiou Jesus
Cristo a se atirar do pináculo do templo e “cinicamente” citou a própria
Bíblia, no trecho onde diz que “aos seus anjos mandará que te guardem e que te
sustenham nas mãos para que não tropeces com o teu pé em alguma pedra”, (Lucas
4: 9,10,11,12), Jesus Cristo respondeu: “Não tentarás o Senhor teu Deus.”
Pronto! Esta resposta prudente e que revela respeito a Deus, serve para
elucidar muitas das dúvidas mencionadas. Pelo fato de a palavra de Deus dizer
que Ele nos protege, não vamos deixar a casa aberta para ver se Ele protege
mesmo... A obrigação é manter a porta fechada. Cada um tem que fazer a sua
parte, porque Deus sabe a hora de agir. Ele nunca falha, nem se atrasa,
deixando-nos sucumbir a algum perigo. Os que crêem Nele realmente sabem disso.
Conscientizemo-nos, porém, do fato de sermos seus instrumentos de ação. Ele
opera através de nós. Daí, talvez, essa dificuldade de saber o que devemos
deixar efetivamente em suas mãos, sem parecer irresponsabilidade nossa, e o que
nos compete fazer, sem desmerecer da nossa fé. Mas, tomar precauções e ser
prudente, (pois é a “nossa parte”) não demonstra falta de fé, uma vez que o
próprio Cristo assim o aconselhou aos apóstolos; fazer testes e exigir provas
da ação de Deus, continuamente, sim, revela certa desconfiança no seu poder
protetor. Pode revelar, também, uma certa omissão dos nossos deveres.
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