sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição


          
                   LODAÇAL DE IDÉIAS FALSAS SOBRE A MULHER

A humanidade demorou muito para entender a operação de Cristo em prol da libertação feminina. No lodaçal de idéias falsas e dos preconceitos em que se viu envolvida a mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança; como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da huma­nidade. Aliás, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana. Parece piada, mas, aconteceu no final do século 16. O registro desse debate de mau gosto, ocor­rido em 1595, consta do livro Are Women Human? (As mulheres são humanas? de autoria de Manfred P. Fleischer.

O exemplo de Jesus e do viver cristão, praticado pe­los primeiros apóstolos, não foi suficiente para inspirar os que lhes sucederam em relação à maneira como de­veriam considerar as mulheres. O que, de algum modo, acontece até hoje. O ideal cristão da unidade em Cristo, conforme proclamado em Gálatas 3. 26-28, com a quebra de barreiras entre as pessoas, fosse por questões de tradi­ção religiosa, condição social ou sexo, permaneceu igno­rado pelos sucessores dos primeiros apóstolos no que diz respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Na igreja primitiva o espaço da mulher era respei­tado, seguindo o exemplo dado por Jesus durante o seu ministério terreno. A lembrança do Mestre estava, ain­da, muito viva no coração da comunidade. No entanto, posteriormente, a partir de um determinado momento da História, quando a igreja passou a se organizar como instituição religiosa, a atuação da mulher passou a ser novamente interditada, como no passado remoto, ante­rior a Jesus Cristo. O catolicismo dá essa demonstração, persistente até os dias de hoje. Tem sido impossível furar o bloqueio levantado contra a ordenação ministerial da mulher na Igreja Católica, bem como em algumas deno­minações evangélicas mais tradicionais.

Convém repetir, não foi assim, evidentemente, na época de Jesus, nem nos tempos da ekklesia – o movimento cristão primitivo. Constatação patente ao observarmos o resultado dos estudos realizados por eruditos cristãos. Trabalho de exegese que leva em consideração as injun­ções sociais e o contexto histórico em que se desenvolveu o cristianismo, estudo acurado sobre o relato neotestamen­tário referente à atuação da mulher na igreja primitiva.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Trecho extraído do capítulo 8 (12) do livro Mensageiras da Ressurreição

                                   
                                    A IMAGINÁRIA BELEZA DE MADALENA


Alguém consegue imaginar Maria Madalena como uma mulher feia? Tudo indica que não. A idéia da mu­lher de incomparável beleza física tem povoado a men­te das pessoas há séculos. Contudo, essa idealização não possui nenhum respaldo bíblico. Não se encontra no Novo Testamento alusão alguma à sua beleza, de modo a confirmar tal conceito. Ao passo que, com outras per­sonagens femininas acontece o contrário, têm a beleza notada e elogiada, como é o caso de Sara e Raquel, no Antigo Testamento.
A beleza de Sara é destacada em Gênesis 13.11 e 14, (tradução de João Ferreira de Almeida) e confirma­da pelos acontecimentos dela decorrentes, pois, chegou a ser, como diríamos em linguagem de hoje, sequestrada e levada ao palácio do faraó. Contudo, foi salva por inter­venção divina e saiu ilesa desse episódio, (v.20). Segundo as palavras de Abraão, seu marido, ela era mulher for­mosa à vista. Devia ser dotada de uma beleza fora do co­mum, pois, foi exaltada pelos egípcios e admirada pelos príncipes diante do faraó, (v.15).
Raquel, mulher de Jacó, um dos patriarcas bíblicos, também é destaque em matéria de beleza, conforme Gê­nesis, 29.17b: Raquel era de formoso semblante e formo­sa à vista. Ao que parece, era do tipo que desperta amor à primeira vista, porque Jacó se dispôs a trabalhar sete anos sem salário, para tê-la como esposa; e, depois mais sete anos, por ter sido enganado pelo sogro, Labão, que lhe entre­gou a outra filha, Lia, em lugar de Raquel, descumprindo o prometido. Bastou a Jacó vê-la para amá-la. O primei­ro encontro deu-se à beira de um poço, quando Jacó bei­jou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou. (v.11).
Todavia, sobre Maria Madalena não se encontra indício algum de que fosse bela conforme cantada em prosa e verso na literatura, e representada no cinema contemporâneo. Inexiste qualquer informação no Novo Testamento que venha dar suporte à maneira como a imaginação popular e a arte fantasiam sua figura. Don­de surgiu essa idéia? Em parte, talvez, ao modo como os pintores da arte sacra, principalmente da Renascença, “retrataram-na”. Imagem bela, de longos e maravilhosos cabelos, fazendo o tipo mulher-sedução. Atente-se, po­rém, para o fato de o trabalho artístico ser fruto da ima­ginação do artista. Contemporaneamente, pode-se cre­ditar essa idéia aos cineastas e literatos. Pela criatividade dos tais Madalena é, infalivelmente, a mulher tentadora e de encantos irresistíveis. Nenhum deles teria coragem de arriscar a bilheteria de seus filmes ou o lucro de seus direitos autorais apresentando-a, por exemplo, parecida fisicamente com Madre Tereza de Calcutá.
Se analisarmos os textos bíblicos, devemos optar pelo oposto da idéia de beleza. Com referência aos sete espíritos que Jesus expulsou dela, segundo a mentalidade judaica, poderia significar que ela havia sido vítima de uma doença muito grave da qual não se conheciam nem as causas nem a cura.
No cristianismo, os demônios evocam uma relação com o pecado, sem descartar que têm também relação com as doenças. Lembremos que Jesus ao repreender a febre na sogra de Pedro, estava repreendendo um ser de­moníaco responsável pelo aparecimento daquele sinto­ma (Lucas 4.39).
Ao considerar os fatores saúde e beleza como indis­soluvelmente ligados, sabendo-se que a beleza do corpo depende necessariamente da saúde, assim é fácil imagi­nar a devastação que a doença deve ter causado ao fí­sico dessa mulher. Conquanto estejamos no terreno das conjecturas, acho mais difícil pensar em Maria Madalena como um paradigma da beleza física, do que vê-la desti­tuída da mesma, conforme advertem os teólogos:
“Maria de Mágdala podia ser uma mulher idosa e fisicamente insignificante, podia ter tido um marido ou te-lo ainda [...] Para a mentalidade religiosa do homem ocidental, porém, imaginá-la jovem, bonita e solteira era quase inevitável, porque essencial à sua função de símbo­lo: ela devia configurar-se como um objeto de desejo na forma mais típica.”
A verdadeira beleza atribuída a Madalena, seria en­contrada, indubitavelmente, em seu espírito. Esse sim, indescritivelmente belo, porque envolto pela luz que emana dos céus, através de Cristo. No entanto, esse as­pecto desperta pouco interesse. Ao que parece, a trans­formação, psicológica, física e espiritual - pela qual pas­sou e que foi radical é algo muito difícil de ser apreendida pela inteligência humana. Encontrada no fundo do poço, dominada por demônios, enferma, foi liberta por Jesus Cristo, e viu a luz brilhar em seu caminho com tal inten­sidade a ponto de fazer dela a emissária da ressurreição. Tal como ela, o gênero feminino cresceu em dignidade, respeitabilidade e obteve a autonomia espiritual. (Continua).


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Trecho extraído do capítulo 16 do livro Mensageiras da Ressurreição


                                 QUEBRANDO O SILÊNCIO

Mesmo com a Reforma protestante, não ocorreram mudanças significativas no modelo patriarcal-clerical da Igreja. A grande mudança operou-se, evidentemente, no que se refere à fidelidade à palavra de Deus; haja vista, a famosa exortação de Lutero: Sola Scriptura. Excepcionalmente, porém, uma mudança significativa sobressai, referente à organização da Igreja. Trata-se da substituição do celibato pela família patriarcal-clerical. A referida mudança criou um cargo para a mulher - o de esposa de Pastor. Por intermédio desse cargo, surgiu a oportunidade de prestar maiores serviços no âmbito da Igreja, na área de ensino e, de maneira meio escamoteada, da

pregação da Palavra, sem que disso se fizesse muito alarde. A mudança, porém, atingiu umas poucas senhoras frente à multidão de mulheres silenciosas e excluídas dos trabalhos cristãos de liderança, chamadas apenas para trabalhos de menor responsabilidade.


Outra exceção verificou-se a partir do século 19, ocorrida entre os Metodistas e os Cristãos da Bíblia, e configurou-se numa grande abertura – ou reabertura – quando são admitidas pregadoras e realizam-se eleições para episcopisas, cargo equivalente ao de bispo. Mulheres, então, passam a integrar a cúpula da organização eclesial metodista. Exceção que serviu para confirmar a regra da involução das outras denominações, (em comparação com o trabalho dos primeiros cristãos) no que diz respeito à apatia que tomou conta da Igreja ao relegar a atividade feminina a segundo plano.


No Brasil, do século 20, com o surgimento das Igrejas Neo-Pentecostais, a mulher passou a deixar o seu silêncio milenar. Hoje, já se tem notícia de mulheres exercendo cargo de Pastoras, livres de quaisquer empecilhos, e atuando nos demais setores da Igreja, graças a Deus! Esse fato parece confirmar o pensamento da escritora Maria L. Boccia, ao detectar um padrão comportamental na História da Igreja, que opera da seguinte maneira:
Quando a liderança envolvia a escolha carismática de líderes, da parte de Deus, mediante a dádiva do Espírito Santo, as mulheres foram incluídas. Com o passar do tempo, a liderança é institucionalizada, a cultura patriarcal secular se infiltra na Igreja e as mulheres são excluídas.



Diante de um reavivamento espiritual, característica marcante do movimento pentecostal, sob a direção do Espírito Santo, é natural que ocorra, especialmente, o que foi preconizado em Gálatas 3.28. Isto é, graças à unidade dos crentes em Cristo, são quebradas as barreiras que separam as pessoas, especialmente por questão de gênero.


Durante os séculos de retrocesso da Igreja - em comparação com o fervor que avivava o primitivo movimento cristão, e ao expressivo desempenho feminino de então - o silêncio da mulher brasileira, em maior grau do que a das suas irmãs de outros países do Primeiro Mundo, raramente viu-se quebrado. Vimos, porém, missionárias de outros países virem trabalhar na evangelização e ensino da Palavra em solo brasileiro; e, ainda que com sotaque estrangeiro, vozes femininas eram ouvidas dentro da jovem Igreja do Brasil. Agora, os tempos são outros, a apatia vai ficando para trás, e temos consciência de que vivemos, realmente, na era da Graça, sob a égide do Espírito Santo. A mulher brasileira começa a aquecer a voz, por tanto tempo silenciada, a fim de proclamar a mensagem da cruz. Deus seja louvado!
No entanto, o debate sobre o assunto continua vivo nas congregações do país, (ainda em 2014), em contraste com a aquiescência há muito obtida na grande maioria das Igrejas evangélicas da Europa e dos Estados Unidos. Segundo Duncan Reily, essas instituições religiosas já responderam "sim" às questões: "Pode a mulher legitimamente ser ordenada sacerdotisa? Pode, portanto, a mulher licitamente ministrar a Eucaristia?" As respostas afirmativas – há muito respondidas - contrastam, apenas, com a negativa de algumas igrejas evangélicas históricas, da Igreja Católica Romana e da Igreja Ortodoxa, estas duas totalmente contrárias ao ministério ordenado da mulher. (Continua).

terça-feira, 22 de outubro de 2013

IGREJAS HISTÓRICAS VERSUS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS



              IGREJAS HISTÓRICAS VERSUS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS
                                                                                                   
                                                                                                     Rachel Winter

Por que a atuação das igrejas neopentecostais suscita tantas críticas entre os evangélicos das chamadas igrejas históricas? Alvo de verdadeiro bombardeio diário, são acusadas de pregar a Palavra de Deus unicamente para agradar o povo, distanciando-se assim da mensagem essencial do evangelho, além de falarem muito em dinheiro. Acreditam, também, que a teologia da prosperidade foge dos princípios básicos cristãos; dizem, ainda, que os crentes não estão recebendo individualmente a orientação de seus Pastores, como deveriam - entre muitos outros defeitos apontados.
No entanto, ao apontarem o dedo contra os neopentecostais, os críticos parecem não lembrar do que Jesus Cristo disse, em Marcos 16.15: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." Quer dizer, Cristo não mandou circunscrever a ação evangelizadora da igreja ao âmago da própria igreja, com a atenção voltada para um grupinho de crentes, como aconteceu durante séculos, aqui no Brasil, com algumas igrejas elitistas; cuja membresia, durante dezenas de anos, não passava, de uma centena de pessoas; e seus membros, além de outras preocupações de somenos importância, costumavam primar pela elegância no vestir e pareciam sentir-se tão perfeitos e santos como o fariseu quando, ao orar ao lado do publicano, (Lucas 18. 11), exclamava: "Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano..."
Não estou querendo empequenar o trabalho das igrejas históricas, pois, bem sei que a mensagem primeva do evangelho chegou ao Brasil trazida por essas igrejas. Porém, me refiro especificamente ao caráter elitista que tomaram no país. E, meu objetivo aqui é analisar as críticas que os históricos costumam fazer aos neopentecostais, como foi dito acima e, especialmente, à teologia da prosperidade.
Nesse contexto, indagamos, de que modo patrocinar a expansão do evangelho "por todo o mundo", e sustentar igrejas com milhares, algumas com milhões de membros, através do mundo, como fazem as neopentecostais?
Certamente, Deus já providenciou os recursos fazendo com que as igrejas prosperem, também, materialmente, através da prosperidade dos crentes; o que dá origem a um círculo de progresso material em prol - necessariamente - da expansão do evangelho.
A idéia de uma teologia da prosperidade nasceu em função das circunstâncias atuais, quando as igrejas neopentecostais passaram a arrastar multidões incontáveis para o Caminho, inspiradas pela sabedoria divina, que a tudo provê segundo as necessidades da igreja no decorrer dos tempos. Soluções que a mente humana nem sempre compreende ou acompanha. Causa de estranheza para as outras denominações menos abrangentes. Há, porém, que observar o desenvolvimento populacional - os bilhóes de habitantes que o mundo possui atualmente, aos quais urge pregar o evangelho. Para alcançá-los, meios de comunicação se fazem necessários e Deus já os providenciou, como a televisão, o rádio e a imprensa, bem como meios de transporte eficientes e rápidos. É necessário observar que não são mais doze tribos, apenas, a serem alcançadas, como no início dos tempos. Nem como nos séculos mais recentes, nos quais apenas pessoas das mesmas famílias que frequentavam uma igreja durante oitenta ou cem anos como se via acontecer em muitas das igrejas históricas.
Nem por isso deixamos de lembrar que tais igrejas históricas possuíam missões espalhadas pelo mundo, mas, de âmbito muito limitado em comparação com o trabalho desenvolvido, hoje, pelos neopentecostais.
Aí, surge a questão do dinheiro, causa de tanta polêmica e estranheza entre as pessoas do mundo e, até mesmo, entre alguns cristãos. Observemos que o dízimo é prática secular, existente desde o tempo de Abraão, à qual Deus incentiva e aprova, tal como se vê em Malaquias: 53.10: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. Prática essa confirmada por Jesus Cristo, em Mateus 23. 23, ao comentar que os fariseus davam o dízimo sobre as vendas de suas colheitas, mas, esqueciam do mais importante da lei, que são o juízo, a misericórdia e a fé - porque ambas as coisas deveriam ser praticadas, porque não são excludentes. Não está certo praticar um desses mandamentos e ignorar o outro.
As igrejas neopentecostais estão atraindo milhões de pessoas para o Caminho - que é Jesus Cristo. No entanto, os históricos opinam que essa massa humana vem em busca da solução para seus problemas pessoais, financeiros, de saúde, de desarmonia na família e outros tantos, e não verdadeiramente interessada em converter-se a Cristo.
Em certa ocasião, Jesus Cristo afirmou algo semelhante acerca das milhares de pessoas que o buscavam: Na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. (João 6. 36). Jesus referia-se à multiplicação milagrosa dos pães, que havia realizado, e com a qual alimentou, por duas vezes, a multidão faminta que o seguia no deserto.
Mas, como o Senhor tratou aquelas pessoas? Por acaso, renegou-as? Não! antes ensinou-as sobre o que realmente importa para alcançar a vida eterna, para se chegar a Deus, nosso Pai; afirmando que deviam trabalhar não pela comida que perece, mas, pela comida que permanece para a vida eterna, e, dando-se a conhecer como o Pão da Vida.
Observemos que a multidão estava próxima de Jesus, fisicamente falando, ainda que, a maioria, por motivos egoísticos e menos nobres, ignorasse a verdadeira identidade de Cristo. Contudo, o primeiro passo que é aproximar-se de Jesus havia sido dado. O mesmo acontece com os milhões de pessoas que se aproximam das igrejas neopentecostais - muitos, movidos por interesses pessoais, mas, que acabam por conhecer o Cordeiro de Deus que tiraq o pecado do mundo, cujo sangue poderoso, derramado na cruz do Calvário, os pode salvar. 
Voltando à questão financeira, será que não dá para entender que pregar para milhões de pessoas, não é a mesma coisa que pregar para algumas dezenas delas? E que são necessárias verdadeiras fortunas em dinheiro para custear essa obra? Não estamos mais no tempo da "eclesia" - ou seja, época em que os apóstolos se reuniam nas casas das pessoas para ministrar a Palavra, em que os gastos da igreja eram menores.
Assim, podemos exclamar, ai de nós sem a teologia da prosperidade, que ensina os crentes a prosperem para que a igreja, também, prospere! a fim de se cumprir o grande mandamento, o "Ide".
Antes de encontrar defeitos nas igrejas neopentecostais, que tal observar, também, os milagres ali realizados? Jesus Cristo disse que pelos frutos conhecemos a árvore. Disse, também: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras." (João 14. 11).
Vi na tv, certa vez, um Pastor perguntar a respeito dos milagres realizados , por meio do apóstolo Valdemiro Santiago, na igreja Mundial: Por que tantas curas? Exclamo, Misericórdia!!! Jesus Cristo não falou a respeito dos sinais que seguiriam aos que crerem? os quais imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam? Além de afirmar que faríamos as mesmas obras que Ele fez e as faríamos ainda maiores?
Tais milagres acontecendo provam que a palavra de Deus está sendo observada em toda a sua pureza e veracidade, uma vez que é Jesus Cristo quem nos dá saúde, nos liberta e nos dá prosperidade. Lembrando ainda que "prosperidade é dom de Deus."
Aos descrentes, o Senhor Jesus disse, em João 14, que poderiam saber que Ele é "um só com o Pai" por causa dos milagres que realizava: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras." - concluindo o que dissera anteriormente: " O Pai que está em mim, é quem faz as obras."
Por conseguinte, os grandes milagres realizados nas igrejas neopentecostais comprovam a veracidade da pregação do evangelho, enfim, o respeito pela palavra de Deus. Só não vê quem não quer.
Muito construtivo e oportuno seria que os evangélicos, em geral, colocassem em prática a mensagem do Salmo 133: "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça...Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre."

rawinter@terra.com.br

 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 



quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Trecho erxtraído do capítulo 10 do livro Mensageiras da Ressurreição

             PROFETAS E PROFETISAS: FUNDAMENTO DA IGREJA
Na história de Judá sobressai, também, o nome da profetisa Hulda. O relato encontra-se no livro de 2 Reis 22.14-18. Conforme sublinham alguns pesquisadores, o rei Josias, deixou de consultar grandes profetas de seu tempo, como Sofonias (Sf. 1.1) e Jeremias (Jr.1.2) para recorrer à profetisa Hulda. O ocorrido deu-se na ocasião em que o rei havia mandado restaurar o templo. Entre os escombros, o sumo sacerdote Hilquias acha o Livro da Lei que se havia perdido, e o entrega ao rei. O monarca envia seus emissários, entre os quais o próprio sacerdote Hilquias, além de Aicão, Acbor e Safã para indagarem da profetisa a respeito de quais seriam as revelações do Senhor sobre o conteúdo do Livro. Hulda, então, faz a revelação ao rei: Porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro para fazerem conforme tudo quanto de nós está escrito (2 Reis 22.13b). Como se vê, pelos relatos, foi inestimável o valor do ato profético e, naturalmente, dos profetas e profeti­sas para aquela sociedade. Como exemplo, observemos as decorrências práticas da profecia de Hulda: o rei Josias e o sacerdote Hilquias dependiam vitalmente dessas re­velações. Se analisarmos o fato pelo prisma da hierarquia social, no que se refere à autoridade, Hulda ocupava uma posição mais alta do que o rei e o sacerdote. Ambos en­contravam-se na depêndencia de suas palavras. Na falta delas, eles estariam de mãos atadas para agir e decidir sobre o destino do povo, e acerca de seus próprios des­tinos. Estariam à mercê da sorte ou, o mais provável, à mercê do azar. Firmado nas revelações de Hulda, que as emitiu depois de haver consultado a Deus, o rei Josias re­úne todo o povo de Judá e de Jerusalém, e renova o pacto com o Senhor.
A profetisa revelara-lhe que o Senhor tinha ouvido o seu clamor e visto as suas lágrimas, e que ele não veria todo o mal que cairia sobre o povo, porque iria em paz para a sepultura antes que tudo acontecesse; e tudo aconteceu exatamente como ela previra.
A missão do profeta e da profetisa consistia em colocar-se na presença do Altíssimo, para servir de inter­mediário entre Deus e o povo – na qualidade de arauto do Senhor. (1 Reis 17.1; 18.15). Todavia, na era da Graça, em que vivemos, as profecias, a nós direcionadas, estão registradas na Palavra – viva e eficaz, sobre todo o plano que Deus tem para a humanidade, até o final dos tempos. Revelações que se encontram disponíveis a qualquer mo­mento para qualquer pessoa, da mais simples àquela que ocupa o lugar mais alto na pirâmide social. Das incontá­veis revelações da Palavra, extraímos esta na qual Jesus Cristo afirma: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida...à qual Ele acrescenta, com letras de ouro: Ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14.6).
Quanto ao ministério profético das mulheres do Antigo Testamento, os estudiosos são unânimes em re­conhecer a sua importância para o povo de Israel, bem como a sua veracidade e autenticidade. É oportuno ter, também, em mente que profetas e profetisas, ao lado dos apóstolos, são o fundamento da Igreja. (Continua).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Trecho Extraído do capítulo 18 do livro Mensageiras da Ressurreição




                             AS MULHERES E O CARGO DE PASTORA
Ponto crucial apresentado como impedimento para a mulher assumir o ministério ordenado – de Pastora - no debate que se trava no âmbito do feminismo teológico, tem sido o de que a mulher não tem uma "semelhança natural" com a masculinidade de Cristo. O Vaticano lançou mão desse argumento, em 1977, para proibir a ordenação de mulheres na Igreja Católica. Aliás, ratificando a proibição que, há milênios, subsiste dentro do catolicismo. As igrejas evangélicas mais tradicionais, ao apresentarem, inclusive, argumentos que corroboram na interdição da mulher ao ministério ordenado, não ficam muito distantes, nesse aspecto, da doutrina católica.
A teóloga, Elisabeth Fiorenza, contesta o ponto de vista do Vaticano, observando no que ele implica:

Ou as mulheres não podem ser batizadas porque no batismo os cristãos se tornam membros do corpo (masculino) de Cristo ou nós não permanecemos mulheres porque os batizados se conformaram ao "homem perfeito", em ambos os casos, uma tal teologia nega a universalidade da encarnação e da salvação a fim de manter e legitimar as estruturas patriarcais da Igreja.

Sem dúvida, conclusão irrepreensível; uma vez que a mencionada teoria deriva de uma proposição falaciosa, a sua conclusão só poderia ser igualmente falsa, tal qual a teóloga aponta. Isso sucede porque os antifeministas (complementaristas) colocam uma questão de caráter ontológico, ou seja, a semelhança de Cristo, num plano de natureza biológica, a masculinidade de Jesus. Como de costume, esse é um apelo discriminatório baseado no gênero - puro sexismo.

Aos que se opõem à ordenação da mulher, tanto católicos quanto evangélicos tradicionais, fundamentados na (pseudo) impossibilidade da representatividade feminina, Stanley Grens manda um recado, no qual apresenta um argumento bastante criativo:

Não existe uma razão óbvia para o gênero impedir que a pessoa represente uma congregação local na comunidade maior ou represente a Igreja na sociedade. De fato, desde que a Igreja é a noiva de Cristo, podemos concluir que essas tarefas são mais bem desempenhadas por ministras, pois só as mulheres podem ser noivas.

 Outro aspecto do problema equacionado pelos teólogos, agora, de maneira mais específica, refere-se ao fato de os ministros ordenados representarem Cristo na celebração da Ceia do Senhor (a Eucaristia). Motivo, segundo eles, mais que suficiente para impedir as mulheres de receber a ordenação ministerial, porque a pessoa ordenada teria que ter uma semelhança biológica com Jesus. Outrossim, afirmam que quem oficia na Eucaristia é o representante, ou mesmo a representação de Cristo. Não é demais frisar que tanto católicos como evangélicos pertencentes às igrejas chamadas históricas, aderiram a essa teoria.

Na Ceia do Senhor, que constitui a representação da Última Ceia, o Pastor realmente desempenha o papel de Jesus falando as mesmas palavras e repetindo os mesmos atos do Senhor, tal qual Ele o fez naquela ocasião. Quando estavam todos assentados à mesa, comendo, tomou Jesus o pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado (Marcos 14. 22, 23, 24).

Muitos pensam que só um homem poderia representar esse papel mais adequadamente do que uma mulher. Aparentemente, sim. Todavia, aprofundando-se mais na questão, alguns teólogos chegam a uma conclusão diferente, tal como Mark E. Chapman. Ele afirma que o ministro do sacramento representa Cristo oralmente e não corporalmente. E que é a Palavra dita pelo ministro, e não a pessoa dele, que determina a validade do sacramento. (Continua). 

 

 

 

 

 

 
 
 

 
 

 
 
 
 
 
 


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                         
                 LIBERDADE E DEMOCRACIA FRUTOS DO CRISTIANISMO


Os efeitos da criação da nova humanidade, regenerada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da liberdade individual dos cristãos. As boas novas do Evangelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a sociedade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se lê nas cartas aos Gálatas (3.27) e aos Colossenses (2. 12).
Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religiosa, ao serem quebradas as barreiras que separavam judeus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher alcançou sua liberdade como ser humano.
Se recorrermos à História, veremos que a escravidão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escravas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escravizadas no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de propriedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.
Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior deles – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à sociedade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).
A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance bélico. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagradora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva escatológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (Continua).
Memorial da Discriminação:
 
O cérebro da mulher apresenta menos circunvoluções do que o do homem. Na mulher, a massa cinzenta é mais leve do que a do homem. Em contrapartida, seus nervos são mais fortes, assim como se percebe nas crianças. Daí, sua faculdade de poder suportar mais facilmente certas dores físicas: nisto, ela se assemelha ao selvagem e isto prova também que ela tem um sistema nervoso mais grosseiro. August Strindberg – (De l’inferiorité de la femme, 1893).







 
 


 

 


quinta-feira, 8 de agosto de 2013


                                           MALDADE INEXPLICÁVEL
 
O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao observar os índices alarmantes de violência contabilizados na sociedade, exclama: "Há, em toda parte, uma maldade inexplicável." A observação do sociólogo vem simplesmente enfatizar o que salta aos olhos de todos, diariamente, por meio dos noticiários da mídia e pela experiência pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade a que se refere Schüller, presente em todos os setores da sociedade – é bom que se destaque – tem mulheres e, também, homens como seus agentes disseminadores. Assim como existem feministas exacerbadas, há machistas tão irracionais quanto elas.
Outra observação importante, uma verdadeira questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da população feminina fazendo mau uso da liberdade, devido ao seu novo status social, existe a grande maioria das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao participar ativamente da vida social e política das nações. Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo desempenhar-se galhardamente de seus compromissos profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na administração do lar e na criação dos filhos.
Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade, reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da liberdade adquirida em Cristo. Certamente, para essa finalidade foi que Jesus a libertou da situação de subserviência em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar com o caos social. 
A Palavra nos ensina, ao falar sobre a liberdade cristã: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (João 8.36). Quem comete atrocidades e procede loucamente não é livre, mas, voltou novamente para o cativeiro, porque será alcançado, infalivelmente, pela justiça divina e poderá, até mesmo, ter de prestar contas à justiça humana a qualquer momento. Corre, assim, o risco de ter a vida arruinada e de arruinar a vida de outros, destruindo a si mesmo e levando outros consigo.
Devemos, pois, reconhecer a diferença que existe entre a liberdade em Cristo e a do mundo. Uma edifica, a outra confunde, por não estar fundamentada nos valores eternos que são encontrados na palavra de Deus, registrados na Bíblia e sintetizados exemplarmente no Sermão da Montanha, (Mateus 5; 6, 7), os quais brilham como farol em mar revolto, eternamente.
Será que não está mais do que na hora do reconhecimento, unânime, por parte dos cristãos, da emancipação espiritual da mulher? Foram muito claros os sinais que Cristo fez nesse sentido. Urge dar espaço para que a voz da mulher cristã sobreponha-se ao som ruidoso e desarmônico da sociedade promíscua e decadente. A propósito, a escritora francesa Jeanne Deroin, declarou, por volta de 1849, que "a moralidade de uma nação depende, acima de tudo, da moralidade de suas mulheres."
Enquanto as ceifeiras não tiverem reconhecida a sua autonomia espiritual para agir livremente dentro da seara, a sociedade encontra-se em perigo e os cristãos em falta, enquanto rebanhos continuam errantes e sem pastoras.
Lutar por um feminismo sem rancor é uma boa coisa, merece nosso esforço 
e coragem como um alvo digno de ser atingido, ou voltaremos à selvageria característica das sociedades não alcançadas pelo evangelho. Não podemos permitir que os planos de Jesus Cristo, ao determinar a libertação de todo o gênero feminino, sejam embaraçados por influências satânicas. Temos de lutar para que prevaleça a vontade de Deus aqui na terra, prelibando o Reino de Deus entre nós, o qual fala de igualdade e mutualidade no trabalho cristão - entre homens e mulheres. Fala, também, de mulheres levando a mensagem da salvação e da verdadeira libertação para outras mulheres, bem como para a própria família, pois, ministrar à família é prioridade na vida da mulher cristã.
 
 
 

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Trecho extraído do capítulo 3 do livro Mensageiras da Ressurreição

                 
                      Calvino e as Instituições humanas tirânicas
 
Ao pensar em liberdade, são bem lembradas e oportunas as palavras de João Calvino, teólogo e um dos Reformadores do século 16, quando tratou da liberdade cristã, em um sentido amplo, ou seja, para toda a humanidade:

 
Cristo, o libertador, libertou a humanidade caída na escravidão do pecado e na escravidão das Instituições humanas tirânicas que usurparam a soberania de Deus. Para Calvino, a liberdade cristã se realiza dentro da humanidade restaurada como sinal da presença do reino de Cristo já, no meio de um mundo caído. (J.D.Douglas) 

Pode parecer estranho citar Calvino neste livro que pugna pela autonomia do gênero feminino, uma vez que ele não se alinha entre os defensores do feminismo. Paradoxalmente, porém, suas idéias dão grande ênfase à liberdade cristã. Nesse sentido, vale a pena encarar o paradoxo e, de posse dos seus conceitos emitidos na frase acima, olharmos para o outro lado do mundo, para o Oriente Médio e diversos países asiáticos, onde o império das leis criadas por "instituições humanas tirânicas" se mostra em plena efervescência ainda hoje. Convenhamos que, se há um universo onde a soberania de Deus foi ensombreada por leis humanas perversas e tirânicas esse universo é o das mulheres muçulmanas, chinesas e indianas só para citar alguns exemplos. Nada muda há intermináveis séculos para esses povos. Nenhuma abertura se faz na legislação que permita às mulheres respirar um pouco do ar puro da liberdade, à qual todo ser humano tem direito.
Na evidência das palavras e atitudes de Jesus Cristo, livrando do sofrimento e da opressão as mulheres que foram ao Seu encontro ou cruzaram Seu caminho, firmamos nossa certeza de que a vitória de todos os movimentos em prol da emancipação feminina, derivam daquele primeiro impulso libertador por parte Daquele que veio em nome do Senhor. Como contraprova dessa realidade podemos observar a condição de escravização em que se encontram as mulheres nos países não alcançados pelo cristianismo, até hoje, cuja pequena mostra vem a seguir. (Continua).

sábado, 22 de junho de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                        A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
 
Nunca é demais lembrar, por causa de dúvidas e interpretações bizarras, que a ressurreição de Cristo foi literal e corpórea, não podendo ser vista apenas como espiritual. Haja vista, a Sua atitude, quando ressurreto, ao aparecer aos discípulos dizendo-lhes: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: tocai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. (Lucas 24. 39, 40). Do mesmo modo será a ressurreição dos mortos da qual Cristo foi feito as primícias. (1Coríntios 15.20).
Amor inexplicável - O que a morte e a ressurreição revelam a nós, em seu substrato, continua a ser inexplicável para a inteligência humana, qual seja, o amor de Deus pela humanidade. Revelação que constitui, parece incoerência, um enigma para o intelecto, porque extrapola o nosso entendimento e compreensão. Ao falar do amor de Deus, nossa inteligência mostra-se frágil em comparação com o discernimento espiritual, capaz de apreendê-lo melhor. O evangelho de João descreve-o da seguinte maneira: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16).
Todavia, é preciso transitar, também, pelo universo da razão. A inteligência toma conhecimento do fato: Cristo morreu e ressuscitou por nós! Com Ele ressuscitaremos para a vida eterna! Essa vitória é a base da fé 
cristã e motivo de nossa perene alegria. Mas como é isso? Nesse patamar, o empenho teológico vem desempenhar o seu papel, embora saibamos que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Não obstante, o esforço dos estudiosos para explanar o significado da ressurreição merece todo o nosso reconhecimento e aplauso - ainda que o tema se apresente dividido por interpretações diversas, o que seria de esperar dada a sua tremenda complexidade e ao seu mistério.
O conhecimento intelectual que, em comparação com a sabedoria que vem do alto (Tiago 3.15), caracteriza-se por ser limitado, esforça-se tenazmente para explicar o significado do mistério pascal e compreender os seus diversos passos. Nesse embate, surgem diferentes enfoques tanto no meio evangélico como entre católicos. Oportunas são as palavras de Paulo ao afirmar: Porque agora vemos por espelho em enigma... (1 Coríntios 13.12a).
Acentue-se, porém, que em nada as diferenças no modo de pensar a ressurreição, algumas das quais citaremos a seguir, afetam a fé na certeza de que se trata de acontecimento fundamental para a fé cristã. Sobre essa verdade os eruditos cristãos estudam e trabalham tal qual mineradores em busca de tesouros escondidos.
Não se entenda, porém, que o trabalho de exegese dos pesquisadores se faça unicamente no nível intelectual, apartado da revelação e da unção de Deus. De modo algum, possa entender-se assim. Antes, devemos reconhecer o seu esforço para trazer ao nível da razão as coisas maravilhosíssimas que pertencem ao universo do espírito até quanto seja possível - porque as cousas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus: porém as reveladas são
para nós (Deuteronômio 29. 29a).
O impacto da Ressurreição - Para Wilbur Smith, bispo da Igreja Metodista:
A ressurreição de Cristo é a grande fortaleza da fé cristã. Doutrina que deixou o mundo de cabeça para baixo no primeiro século e que elevou o cristianismo a prevalecer sobre o judaísmo e todas as religiões pagãs do mundo Mediterrâneo.94
No jornal Christianity Today, em artigo de sua autoria Scientists and the Ressurreition (Os Cientistas e a Ressurreição) Wilbur Smith enfatiza:

Nenhuma arma foi forjada, e nem jamais será, capaz de destruir a crença racional nos registros históricos deste marcante e profético evento.95
Observemos, ainda, que esse extraordinário acontecimento constitui um ato da nova criação, sendo o corpo ressurreto de Cristo o primeiro corpo de uma nova ordem de existência. Nesse sentido, os que pela fé se acham unidos a Cristo recebem dEle o Espírito de vida e passam a fazer parte de uma nova raça. Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2 Coríntios 5.17). (CONTINUA).
 
 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                         A Igreja – Corpo de Cristo e sua missão
A Igreja aparece, portanto, como o canal de comunicação entre o Senhor ressuscitado e o novo mundo (lembrar que com Cristo tudo se fez novo), e bem definida nos Evangelhos como o Corpo de Cristo. O apóstolo Paulo, ao falar aos colossenses sobre o que padecia nos combates que travava por eles, amplia a sua mensagem acrescentando: Na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo que é a Igreja. (1.24b). Na carta aos efésios, fala sobre as bênçãos de Deus sobre Jesus Cristo, que o constituiu como cabeça da Igreja, que é o seu corpo. (22b e 23).
Cristo, depois de exaltado, atua neste mundo por meio da Igreja pela Palavra, pelo sacramento e por meio da missão dos cristãos que, ao agirem e se manterem em comunhão, passam a viver de conformidade com o plano que o Altíssimo tem para nós. Assim, em certo sentido, a Igreja reflete o caráter divino, e mostra-se como a imagem de Deus. É pela comunhão dos crentes, homens e mulheres, que a igreja - comunidade eterna constituída por um povo escatológico - pode vivenciar no presente a futura realidade do Reino de Deus. Esta é a sua missão.  
Ao meditar nessa correta definição de Igreja, perguntamos: como pode a Igreja, Corpo de Cristo, fazer jus a esse nome ao apresentar-se fragmentada sem a participação ativa e conjunta das mulheres ao lado dos homens em todos os aspectos do serviço cristão? Os responsáveis por essa fragmentação dão provas de não reconhecerem, até hoje, a autonomia espiritual das mulheres, e demonstram, por esse proceder, que não possuem, ainda, uma consciência clara do que seja a Igreja, como o Corpo de Cristo.
Ao concluir a abordagem sobre a Ressurreição e sobre a importância que a mesma representa para a fé cristã, buscamos resposta para mais uma questão intrigante. Na ocasião em que Jesus, ao encarregar as mulheres, tendo à frente Maria Madalena, de levar a notícia de sua ressurreição estaria fazendo delas apenas meninas de recado? Seria apenas a transmissão corriqueira de um simples recado, tal como: Andem, vão e anunciem pros meus irmãos que Eu estou aqui ressurreto? Todos hão de reconhecer o absurdo dessa interpretação. De forma alguma essa missão poderia ser confundida com um simples recado, e vista como algo que aconteceu por acaso. Contudo, é dessa maneira que vem sendo encarada durante mais de dois mil anos, por grande parte dos cristãos. A prova é cabal, as mulheres vêm sendo discriminadas, até hoje, em inúmeras denominações cristãs evangélicas e entre os católicos. (Continua).


 
 



domingo, 19 de maio de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


MEMORIAL DA DISCRIMINAÇÃO
TOMÁS DE AQUINO:
(filósofo 1225-1274)

1) A mulher é um homem incompleto, um ser ocasional.
2) Enquanto indivíduo, a mulher é um ser fraco e defeituoso.

PITÁGORAS: 
(filósofo grego, VI a.C.)
Existe um princípio do bem que criou a ordem, a luz e o homem e um princípio do mal que criou o caos, as trevas e a mulher.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

MEMORIAL DA DISCRIMINAÇÃO

              Olhar de Charles Darwin Sobre a Mulher 

A mulher parece diferir do homem na disposição mental. Admite-se geralmente que entre as mulheres os poderes da intuição, da percepção rápida e talvez da imitação são mais acentuados do que no homem; mas pelo menos algumas dessas faculdades são características das raças inferiores e, portanto, do passado e de um estado mais atrasado de civilização. A principal distinção nos poderes intelectuais entre os dois sexos é evidenciada pelo fato de o homem adquirir maior eminência do que a mulher, no que quer que empreenda – quer a tarefa exija pensamentos profundos, razão, imaginação ou até mesmo o simples uso dos sentidos e das mãos. Charles Darwin, A Descendência do Homem e a Seleção em Relação ao Sexo. (1871).

sábado, 4 de maio de 2013

Trecho extraído do capítulo 16 do livro Mensageiras da Ressurreição


            O MUNDO FOI MAIS RÁPIDO PARA EMANCIPAR A MULHER

Em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela primeira vez, a igualdade dos direitos das mulheres e homens foi explicitamente declarada. Note-se que esse documento brotou em solo cristão, ou seja, nos Estados Unidos - país protestante – nação que se desenvolveu sob a orientação da Palavra de Deus, escorada e fundada sobre a Rocha - em Cristo Jesus. País no qual, pela primeira vez na História foram reconhecidos os direitos da mulher à liberdade individual e social, e ela foi elevada ao status de cidadã. Fato inconcebível e inimaginável no passado. A partir da nação norte- americana, outros países ocidentais e democráticos não demoraram a acatar o seu texto.
Hoje, não existe mais impedimento algum dentro da política, nem em qualquer setor da sociedade para a ação da mulher. Na Europa e nas Américas ela tem livre trânsito e já vem acumulando as maiores vitórias políticas e profissionais. Os exemplos de mulheres vitoriosas, nesses setores, são inúmeros, citaremos apenas alguns deles, como Ângela Merkel, primeira-ministra da Alemanha; Michelle Bachelet, presidente da República do Chile; Cristina Kirchner, presidente da República Argentina. E, Dilma Roussef, presidenta do Brasil. Muitas brasileiras ocupam cargos relevantes dentro do governo como ministras de Estado, sobressaindo o nome da ex-ministra do Meio-Ambiente, senadora Marina Silva.
O empenho da senadora em prol da conservação da Amazônia tem sido reconhecido internacionalmente. Ela está incluída entre as cinquenta pessoas capazes de salvar o planeta. O número de governadoras, deputadas e vereadoras vem aumentando consideravelmente. A quantidade de juízas e promotoras é expressiva, e o STF, pela primeira vez na História, teve na sua presidência uma mulher, a ministra Ellen Grace.
Vivemos um momento de efervescência do feminismo. Contudo, ainda está difícil obter consenso sobre a questão em algumas das denominações evangélicas mais tradicionais; e, dentro do catolicismo depara-se com o maior foco de resistência.
Os que ainda hesitam em aceitar integralmente a colaboração da mulher na igreja, talvez, não tenham descoberto uma singela verdade nas entrelinhas do Novo Testamento. De tão singela, tem passado despercebida através dos tempos para a maioria das pessoas, ou seja, a de que Jesus Cristo foi o primeiro feminista da História, e o maior deles.
Ao encerrar o capítulo, deparamo-nos com as palavras de Stephen Barton, a respeito da defasagem entre a Igreja e o mundo, em relação ao modo de encarar a igualdade de direitos entre os sexos:

Na esfera da relação entre os sexos, a grande ironia é que os ideais cristãos de liberdade, reconciliação e igualdade estão sendo descobertos e praticados fora da igreja em vez de dentro dela.


Para além das falhas de origem humana no meio da comunidade cristã, no entanto, temos motivo de grande alegria ao tomar consciência que a doutrina cristã está na origem de todo o benefício auferido pela sociedade.(Continua).

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Trecho extraído do capítulo 3 do livro Mensageiras da Ressurreição


                                          MATANÇA DE MENINAS

 Nascer mulher em países como Índia e China ou nos Estados Árabes sempre foi no decorrer dos séculos perigoso ao extremo, assevera a escritora Rosalind Miles; denotando que a zona de perigo não permanecia circuns­crita a esses países, mas, estendia-se até Marrocos e Shan­gai. A autora afirma que, desde tempos remotos, até onde a História alcança, o infanticídio constituía uma práti­ca costumeira em toda a região. Verdadeira pandemia. Relata, ainda, que na China pré-revolucionária, durante milhares de anos, era costume colocar uma caixa de cin­zas ao lado da cama da parturiente, onde seria, imediata­mente, sufocada a recém-nascida.
Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando menciona­vam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.
Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, enten­dida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
                                          FALTAM MULHERES
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de co­mer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China e no Oriente Médio, as boas novas do Evangelho. A voz do que veio para apre­goar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano da bondade do SENHOR. Assim seja!
Ao analisar esses fatos que nos deixam pasmos, há de se perguntar: o que pode justificar o assassinato de crianças? Quanto mais ao tratar-se de genocídio? Per­gunta irrespondível! Porque até os animais têm direito à vida. Pode-se apresentar desculpas apenas, mas nada capaz de justificar esse crime contra a humanidade.
E a desculpa apresentada pelos pais homicidas era a do dote. Uma vez que a mulher não tinha qualquer fu­turo fora do casamento e da maternidade, o pai precisava dispor de dinheiro para pagar o dote ao noivo. Assim, os pais que não eram suficientemente ricos para dispor des­se dinheiro seriam levados à ruína para casar uma filha, e os que não casassem a filha ficariam expostos à desonra pública. Segundo esse modo de pensar amalucado, não havia saída senão assassinar as meninas ao nascer. Dote e desonra pública, qualquer coisa valia mais que a vida de uma criança do sexo feminino.
Rosalind Miles faz a seguinte apreciação sobre o que estaria por detrás da matança da fêmea recém-nasci­da, que acontece desde tempos imemoriais: Reproduzir sua própria espécie era, para a mulher, o mais cruel e vão dos seus trabalhos. As filhas eram mortas em campanha planejada e contínua, com o objetivo de reduzir o núme­ro de fêmeas do mundo. (Continua).

domingo, 7 de abril de 2013

Trecho extraído do capítulo 6 (4) do livro Mensageiras da Ressurreição


                        PRINCÍPIO DE DIREITO VERSUS MORAL CRISTÃ

 O princípio da submissão das mulheres aos mari­dos, conforme entendem alguns estudiosos – e entendida aqui como subalternidade - não se trata de um preceito da mo­ral cristã, mas, de um princípio de direito, comum nas sociedades judaica e greco-romana. Paulo respeitava-o, não afrontando as suas leis, quer as regulamentadas pelo direito, em seus termos legais, quer as ditadas pelos cos­tumes. Atitude, aliás, recomendada explicitamente, tam­bém, pelo apóstolo Pedro a todos os cristãos para não cor­rerem o risco de passar por malfeitores. (1 Pedro 2. 12-17). Pela observância às leis vigentes, dariam bom exemplo de vida a fim de que o Evangelho não fosse difamado.

O importante, então, nos textos de Efésios, bem como em Colossenses, que tratam do referido assunto, não é a submissão comumente tida como aviltante, que coloca a esposa em situação de inferioridade, mas, sim, segundo observam alguns estudiosos, a referência a seguir na frase bíblica: “Como convém no Senhor” (Colossenses 3.18). O Senhor no comando de todos os aspectos do relacio­namento conjugal; domínio não mais do direito, mas, aí sim, da ética cristã. Trata-se de mandamento divino; fala-se, então, do amor cristão, daquele amor marcado pelo dom de si mesmo – do amor ágape, semelhante ao amor de Cristo, em que a pessoa é capaz de doar sua vida para salvar outra.

Não seria correto confundir um princípio consue­tudinário e do direito, com um princípio fundamental da moral cristã, a fim de manter uma filha de Deus sujeita ao arbítrio de qualquer cidadão de maus bofes. Quando Paulo fala, não trata de uma questão de hierarquização grosseira, tal como o marido manda e a mulher obede­ce. Atitude bem conforme ao gosto da mentalidade ma­chista e da interpretação que os cronistas mundanos dão às palavras de Paulo registradas nos Evangelhos. A ju­risprudência e os costumes das sociedades de antanho ratificavam a discriminação contra a mulher. Hoje, in­corre em erro, quem leva essas palavras ao pé da letra – reconhecendo o seu emprego em qualquer tipo de casamento. O Senhor não endossa a escravização da mu­lher pelo marido. Cristianismo é sinônimo de liberda­de. A mulher deve submeter-se à autoridade do marido verdadeiramente cristão, porque dentro da moral cristã a relação marido-mulher toma outra forma, por ser es­truturada no amor. Certamente, um sentimento diverso e mais grandioso do que aquele puramente romântico e carnal.

Trata-se, portanto, de outro texto bíblico, o da sub­missão da esposa, interpretado de maneira falaz, para apoiar a tirania contra a mulher, a subserviência e o ser­vilismo dentro de casa e na sociedade. Muitos maridos, os mais simples e desavisados chegam a encarar a esposa como uma serviçal, no sentido literal da palavra. Res­ponsabilidade, injustamente, atribuída, ao apóstolo Pau­lo quanto às consequências nefastas que tal interpretação tem trazido ao fraudar os direitos das mulheres cristãs.

Todavia, responsáveis por esses enganos são as interpretações literais das cartas paulinas, que só bene­ficiam os próprios homens. Para eles é conveniente es­corar-se sob a proteção da mentalidade patriarcal para auferir vantagens e comodidades que esse modo de pen­sar lhes faculta. Nunca é demais lembrar que patriarcado tem sido sinônimo de despotismo contra as mulheres.

No momento em que Cristo enviou as mulheres para dar a notícia de sua Ressurreição, não consta que Ele as tenha mandado primeiro pedir autorização aos maridos, pais ou responsáveis, para cumprirem a missão. Independência e autonomia feminina ficaram claramen­te demonstradas nessa ocasião. Fato que nos leva a con­cluir que até mesmo acatando a autoridade do marido, a autonomia espiritual da esposa cristã, deve ser colocada em primeiro lugar. Convém, observar, também, que paz e li­berdade devem permear o relacionamento entre marido e mulher, no lar genuinamente cristão.

Em síntese, o amor cristão propõe a questão da se­guinte maneira: o respeito e o amor que a mulher deve ao marido são proporcionais aos que o marido deve à esposa. Será impossível a uma esposa que compreende a orientação bíblica – “sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor” - deixar de reverenciá-lo. A palavra submis­são, neste caso, toma um sentido de reconhecimento, res­peito e amor. Nada a ver, portanto, com o significado que adquiriu no nível mundano, que é de subalternidade: a mulher colocada em segundo plano, inferior ao homem como um ser de segunda classe. A igualdade entre as pessoas está no cerne do cris­tianismo: “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.”(Tiago 2.9). (Continua).

domingo, 31 de março de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                          TEOLOGIAS DA REDENÇÃO (CONTINUAÇÃO)
 3. Teologia substitutiva
 Esta teoria pode ser vista como uma vertente da anterior, não se estabelecendo entre ambas, contudo, uma real separação. A teologia substitu­tiva acredita que Jesus, além de pagar pela humanidade pecadora, Ele a substituiu, tanto por um decreto divino, como por ter-se encarnado no meio dos pecadores. O au­tor considera errada essa maneira de encarar os aconteci­mentos do Calvário e faz a seguinte explanação a respeito:
Tornado assim um pecado encarnado, atraiu sobre si a cólera que castiga o pecado, desceu até o inferno do abandono, passou até mesmo a ser visto como rejeitado por Deus. É assim que essa teoria entende a descida de Jesus aos infernos, contrariamente à tradição primitiva, recebida no símbolo dos apóstolos, segundo a qual essa descida significa Jesus participando com os defuntos seu triunfo sobre a morte. Essa visão trágica, na qual Deus se opõe a Si mesmo em seu Filho – Deus contra Deus – in­flamou a eloquência dos pregadores, tanto católicos como protestantes.
Erro dos mais graves, também, apontado, é o fato de que tal teoria não leva em consideração o aspecto trinitário da redenção. Porquanto Deus é apresentado identificando-Se com uma justiça que reivindica Seus direitos, e não mais com o Pai que gera, visto que Sua justiça exige a imolação do Filho. Em vez de ser o Pai que ama o Primogênito, e a cuja paternidade Ele se submete, existe apenas o Deus justiceiro. Em lugar do Filho que se entrega, há apenas o homem-Deus que oferece um preço infinito, tratando o Pai de igual para igual: “um paga o outro retribui” – modelo de pensamento característico, também, da teologia jurídica.
Igualmente, criticável seria o entender que Cristo é quem reconcilia Deus com os homens, ao contrário do que se lê: Pois era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo. (2 Coríntios 5,19). Acrescente-se, ainda, que a redenção é um dom gratuito, uma obra que Deus realiza e que a realiza em Cristo, que Se torna mistério da salvação – visto que, Ele foi declarado Filho de Deus com poder, pela sua ressurreição dentre os mortos. (Romanos 1.4). E se tornou redenção. (1 Coríntios 1.30b). Nesse caso, segundo a referida teoria, sujeita a críticas, Cristo assumiria a iniciativa que caberia a Deus-Pai.
Estranhável, igualmente, é o fato de na teologia da substituição o Pai que disse: Tu és meu Filho amado, em ti me comprazo (Marcos 11.1b), mostrar-Se contra o Filho, justamente no momento em que Jesus cumpre filialmente a missão recebida do Pai. Contexto no qual Jesus aparece como o culpado universal e não como o Filho em Sua san­tidade; Ele, sem culpa ou pecado algum, o Filho amado (Jo, 3.35), o que vive sempre na casa do Pai (João 8. 35).
Em favor dos teólogos modernos que retomaram a teoria da substituição, o pesquisador ressalva que o fize­ram situando-a realmente na Trindade. Porém, não man­tendo a imagem tradicional da Trindade, porque falam de uma ruptura que, acreditam, ter havido entre o Pai e o Filho, ainda que procurem resolver a questão dessa divi­são direcionando-a para a comunhão trinitária.
Além disso, a teoria da substituição nega a presen­ça do Espírito na morte de Jesus. Vejamos as razões apre­sentadas para chegar-se a tal conclusão:
O Espírito Santo é comunhão e, nessa teoria, (da substituição) a morte de Cristo caracteriza-se como uma morte-ruptura. Nega assim, a presença do Espírito na morte de Jesus, porque o Espírito Santo é comunhão. Por isso ela ignora a filiação de Jesus em sua morte, Jesus era Filho de Deus no Espírito Santo. Ignorada no conceito de morte-ruptura, esta seria como a morte de um pecador, e qual seria seu valor salvífico?
Mais uma questão surge na esteira dessa conclusão e torna impossível fazer calar uma instigante pergunta, colocada pelo teólogo: Como poderiam, então, os fiéis entrarem em comunhão com Deus pela participação na morte de Jesus, se esta é uma ruptura? (Continua).

sábado, 30 de março de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                       TEOLOGIAS DA REDENÇÃO – (CONTINUAÇÃO)
 2. TEOLOGIA JURÍDICA
 
O teólogo viu-se inclinado a nomear essa corrente teológica de jurídica pela semelhança que apresenta com a justiça humana, segundo a qual a ressurreição exerce um papel secundário e Jesus não é considerado como o “Filho em sua relação com o Pai”; o Espírito Santo é dei­xado no silêncio. Modelo de teologia que predominou durante muitos séculos, deixou sua marca indelével no pensamento cristão e ainda é forte atualmente.
A teologia jurídica entende que, pelo fato de o ho­mem ter-se tornado pecador em extremo, a justiça divina tem direito de exigir uma repara­ção adequada, isto é, infinita. Segundo essa corrente teológica, Deus é visto como reivindicador de seus direitos, e o perdão está condicio­nado à reparação da ofensa. Atribui-se a Ele um modo de pensar semelhante ao da justiça humana. Tal é a imagem que a teologia jurídica tem de Deus. Trata de direitos le­sados e reparados, de direito adquirido por Cristo em favor dos homens, da aplicação aos homens dos direitos adquiridos por Cristo. Segundo o teólogo, a palavra co­munhão nem mesmo é pronunciada. Ele acentua o cará­ter de dramaticidade que a teologia jurídica tomou para muitos teólogos desde os tempos da Reforma:
“Quanto ao Espírito Santo, o normal é que esteja ausente, pois Ele é comunhão, noção estranha ao modo de pensar jurídico. Sua ausência na teologia da redenção pode ter sido a causa do secular eclipse do Espírito na teologia ocidental. O Espírito é a santa justiça do amor. Uma teoria, onde a justiça não é amor gratuito, deixa de fora o Espírito Santo. Mas, ao negligenciar o Espírito da verdade que ensina todas as coisas (João 14.17s), essa teo­ria se coloca distante da verdade. Teólogos que, moderna­mente retomaram essa teoria, buscam escoimá-la de suas características jurídicas, transpondo para a intimidade da Trindade as fissuras entre o Pai e o Filho”. (Continua).
 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

Capítulo 12
                                      TEOLOGIAS DA REDENÇÃO
1. Teologia do Mistério Pascal
Em estudo realizado pelo teólogo François Xavier Durrwell, encontramos uma síntese a respeito das diver­sas teorias acerca da ressurreição. Trata-se de pesquisa de caráter didático na qual o autor divide o assunto em três temas principais. À primeira teoria, ele dá o nome de Teologia do Mistério Pascal, a qual abordaremos, resu­midamente, ao lado das outras duas, às quais ele nomeia de Teologia Jurídica e Teologia Substitutiva. De início o autor declara o seguinte: Quando se afirma que Jesus, morto e ressuscitado, tornou-se em plenitude aquilo o que já é desde o começo, o Filho de Deus no Espírito Santo, está-se afirmando tudo o que se pode afirmar a respeito do mistério pascal. Mas é preciso complementar a afirmação: ele morreu e ressus­citou por todos nós (2 Coríntios 5.15). Em seu mistério pascal, Jesus é o Salvador, pois é por nós que o Pai o gera no Espírito Santo e que Jesus se deixa gerar.
Ao falar da morte de Jesus não se pode perder de vista, segundo enfatiza a referida teoria, que Jesus ressus­cita Filho de Deus (Atos 13.33) no Espírito Santo (Ro­manos 8.11). Esse é um ponto chave do mistério pascal, o que implica numa conotação única da palavra morte, e a faz diferir do significado que, comumente se dá à pala­vra. Jesus não morre simplesmente: Ele morre para o Pai que O ressuscita no Espírito Santo para a eterna glória.
Outra observação de suma importância, destacada pelo teólogo, sublinha o fato de o mistério da morte e do nascimento – páscoa é um nascimento – serem dois aspectos de um único mistério. A própria existência ter­restre de Jesus já exibia esses dois ângulos que se fundem em um só, e que são amplamente destacados em diversos livros dos Evangelhos, tais como: Lucas (1.35); Filipenses (2.6-7-8); Hebreus (10.5s); João (12.32) e Atos (13.33).
Ao meditar sobre as questões propostas, a atenção volta-se em direção ao paralelismo com as palavras pro­nunciadas por Jesus sobre sua morte e ressurreição: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. (Jo 10.17). Morte e nascimento conotam a mes­ma realidade, a qual nos remete ao momento em que, na cruz, Jesus exclamou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isto, expirou. (Lucas 23.46b). No passo seguinte, isto é, na ressurreição, Jesus retoma o Seu mesmo corpo, agora, glorificado; e acerca de Seu espírito - parece clara a conclusão a que o autor nos quer fazer chegar, - o Salvador não viu a corrupção porque o Pai o susteve em Suas mãos, e O gerou para a eterna plenitude. Em conclu­são, podemos crer que o Seu espírito não experimentara a morte. Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim – portanto, Eterno e indestrutível - tornar-se-ia em plenitude tudo o que sempre fora: o Filho de Deus no Espírito Santo, finalmente, podendo ter conhecida a sua verdadeira iden­tidade. Não seria mais como no passado, quando proibiu os Seus discípulos de dizer a quem quer que fosse, que Ele era o Cristo. Episódio registrado em Mateus 16.16, diante da revelação de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.
Assim como pelo poder do Espírito Santo, o Pai ge­rou Jesus no ventre de Maria, ao ressuscitá-lO, por esse mesmo poder, devolve-O à Sua real e eterna plenitude. O Filho do Homem retoma sua verdadeira identidade, a de Filho de Deus no Espírito Santo. (Continua).