PROFETAS E PROFETISAS: FUNDAMENTO DA
IGREJA
Na história de Judá sobressai, também, o nome da profetisa Hulda. O
relato encontra-se no livro de 2 Reis 22.14-18. Conforme sublinham alguns
pesquisadores, o rei Josias, deixou de consultar grandes profetas de seu tempo,
como Sofonias (Sf. 1.1) e Jeremias (Jr.1.2) para recorrer à profetisa Hulda. O
ocorrido deu-se na ocasião em que o rei havia mandado restaurar o templo. Entre
os escombros, o sumo sacerdote Hilquias acha o Livro da Lei que se havia
perdido, e o entrega ao rei. O monarca envia seus emissários, entre os quais o
próprio sacerdote Hilquias, além de Aicão, Acbor e Safã para indagarem da
profetisa a respeito de quais seriam as revelações do Senhor sobre o conteúdo
do Livro. Hulda, então, faz a revelação ao rei: Porque grande é o furor do
Senhor, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às
palavras deste livro para fazerem conforme tudo quanto de nós está escrito (2
Reis 22.13b). Como se vê, pelos relatos, foi inestimável o valor do ato
profético e, naturalmente, dos profetas e profetisas para aquela sociedade.
Como exemplo, observemos as decorrências práticas da profecia de Hulda: o rei
Josias e o sacerdote Hilquias dependiam vitalmente dessas revelações. Se
analisarmos o fato pelo prisma da hierarquia social, no que se refere à
autoridade, Hulda ocupava uma posição mais alta do que o rei e o sacerdote.
Ambos encontravam-se na depêndencia de suas palavras. Na falta delas, eles
estariam de mãos atadas para agir e decidir sobre o destino do povo, e acerca
de seus próprios destinos. Estariam à mercê da sorte ou, o mais provável, à
mercê do azar. Firmado nas revelações de Hulda, que as emitiu depois de haver
consultado a Deus, o rei Josias reúne todo o povo de Judá e de Jerusalém, e
renova o pacto com o Senhor.
A profetisa revelara-lhe que o Senhor tinha ouvido o seu clamor e
visto as suas lágrimas, e que ele não veria todo o mal que cairia sobre o povo,
porque iria em paz para a sepultura antes que tudo acontecesse; e tudo aconteceu
exatamente como ela previra.
A missão do profeta e da profetisa consistia em colocar-se na presença
do Altíssimo, para servir de intermediário entre Deus e o povo – na qualidade
de arauto do Senhor. (1 Reis 17.1; 18.15). Todavia, na era da Graça, em que
vivemos, as profecias, a nós direcionadas, estão registradas na Palavra – viva
e eficaz, sobre todo o plano que Deus tem para a humanidade, até o final dos
tempos. Revelações que se encontram disponíveis a qualquer momento para
qualquer pessoa, da mais simples àquela que ocupa o lugar mais alto na pirâmide
social. Das incontáveis revelações da Palavra, extraímos esta na qual Jesus
Cristo afirma: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida...à qual Ele acrescenta,
com letras de ouro: Ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14.6).
Quanto ao ministério profético
das mulheres do Antigo Testamento, os estudiosos são unânimes em reconhecer a
sua importância para o povo de Israel, bem como a sua veracidade e
autenticidade. É oportuno ter, também, em mente que profetas e profetisas, ao
lado dos apóstolos, são o fundamento da Igreja. (Continua).
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