segunda-feira, 25 de março de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

Capítulo 12
                                      TEOLOGIAS DA REDENÇÃO
1. Teologia do Mistério Pascal
Em estudo realizado pelo teólogo François Xavier Durrwell, encontramos uma síntese a respeito das diver­sas teorias acerca da ressurreição. Trata-se de pesquisa de caráter didático na qual o autor divide o assunto em três temas principais. À primeira teoria, ele dá o nome de Teologia do Mistério Pascal, a qual abordaremos, resu­midamente, ao lado das outras duas, às quais ele nomeia de Teologia Jurídica e Teologia Substitutiva. De início o autor declara o seguinte: Quando se afirma que Jesus, morto e ressuscitado, tornou-se em plenitude aquilo o que já é desde o começo, o Filho de Deus no Espírito Santo, está-se afirmando tudo o que se pode afirmar a respeito do mistério pascal. Mas é preciso complementar a afirmação: ele morreu e ressus­citou por todos nós (2 Coríntios 5.15). Em seu mistério pascal, Jesus é o Salvador, pois é por nós que o Pai o gera no Espírito Santo e que Jesus se deixa gerar.
Ao falar da morte de Jesus não se pode perder de vista, segundo enfatiza a referida teoria, que Jesus ressus­cita Filho de Deus (Atos 13.33) no Espírito Santo (Ro­manos 8.11). Esse é um ponto chave do mistério pascal, o que implica numa conotação única da palavra morte, e a faz diferir do significado que, comumente se dá à pala­vra. Jesus não morre simplesmente: Ele morre para o Pai que O ressuscita no Espírito Santo para a eterna glória.
Outra observação de suma importância, destacada pelo teólogo, sublinha o fato de o mistério da morte e do nascimento – páscoa é um nascimento – serem dois aspectos de um único mistério. A própria existência ter­restre de Jesus já exibia esses dois ângulos que se fundem em um só, e que são amplamente destacados em diversos livros dos Evangelhos, tais como: Lucas (1.35); Filipenses (2.6-7-8); Hebreus (10.5s); João (12.32) e Atos (13.33).
Ao meditar sobre as questões propostas, a atenção volta-se em direção ao paralelismo com as palavras pro­nunciadas por Jesus sobre sua morte e ressurreição: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. (Jo 10.17). Morte e nascimento conotam a mes­ma realidade, a qual nos remete ao momento em que, na cruz, Jesus exclamou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isto, expirou. (Lucas 23.46b). No passo seguinte, isto é, na ressurreição, Jesus retoma o Seu mesmo corpo, agora, glorificado; e acerca de Seu espírito - parece clara a conclusão a que o autor nos quer fazer chegar, - o Salvador não viu a corrupção porque o Pai o susteve em Suas mãos, e O gerou para a eterna plenitude. Em conclu­são, podemos crer que o Seu espírito não experimentara a morte. Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim – portanto, Eterno e indestrutível - tornar-se-ia em plenitude tudo o que sempre fora: o Filho de Deus no Espírito Santo, finalmente, podendo ter conhecida a sua verdadeira iden­tidade. Não seria mais como no passado, quando proibiu os Seus discípulos de dizer a quem quer que fosse, que Ele era o Cristo. Episódio registrado em Mateus 16.16, diante da revelação de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.
Assim como pelo poder do Espírito Santo, o Pai ge­rou Jesus no ventre de Maria, ao ressuscitá-lO, por esse mesmo poder, devolve-O à Sua real e eterna plenitude. O Filho do Homem retoma sua verdadeira identidade, a de Filho de Deus no Espírito Santo. (Continua).
 

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