domingo, 31 de julho de 2016

O SEXO COMO ESPETÁCULO

                                            O SEXO COMO ESPETÁCULO

                                                                                                                                          Rachel Winter

Na década de sessenta, a juventude almejava o amor livre. Essa liberdade viria, segundo pensavam os jovens daquela época, a resolver todos os problemas de relacionamento entre os casais. Na sua ingenuidade e inconsequência, características da idade, acreditavam, desse modo, que acabariam os casamentos de fachada que aparentam uma felicidade inexistente, bem como a infidelidade conjugal, a falta de respeito entre os cônjuges e outros problemas. Seria só namorar e “juntar-se” para o casalzinho viver feliz para sempre. Havia uma aura de romantismo sustentando essas idéias, e uma vontade de ser feliz e de fazer o outro feliz. Segundo parece, a legalização do casamento perante o juiz é que tiraria o toque saudável, romântico e mágico da união, fazendo com que o casal se sentisse “amarrado” para sempre, em vez de feliz para sempre, como deve ser. Mas a solução não seria tão simples assim.
Fuga da realidade – Usando uma expressão muito em voga naquela época, podemos dizer que esses ideais falsamente românticos representavam uma “fuga da realidade”. Só que as pessoas não se davam conta disso. Curiosamente, usavam muito essa expressão mas não conseguiam reconhecer que era isso mesmo que estavam fazendo – fugindo da realidade, ao desejar o amor livre. Acrescente-se e enfatize-se: amor livre principalmente de responsabilidades. Em qualquer de nossos atos, seja concernente à vida sexual ou não, a realidade jamais se encontra desvinculada da responsabilidade. Esse é um item que nunca pode ser ignorado.
No que deu - Realmente, concretizou-se o ideal do amor livre – mas  acompanhado de um sabor um tanto amargo e inesperado. As coisas não aconteceram como imaginadas nos tempos de sua idealização. Suas conseqüências, hoje, ultrapassam os limites da imaginação, pois as pessoas chegaram a perder o domínio sobre sua vida íntima. É grande o número das que são teleguiadas pela indústria do sexo e da pornografia; a liberdade pessoal parece perdida, porque o comportamento sexual tornou-se padronizado. E, mais uma vez, constata-se através dessa experiência, a capacidade que tem o ser humano de degenerar-se moralmente. Da liberdade romântica, desejada a princípio, passou-se para outros tipos de experiências como a do casamento aberto, em que marido e mulher podem ter suas aventuras extraconjugais sem que isso seja considerado infidelidade. Ainda mais, práticas que em outros tempos só eram vistas em prostíbulos passaram a ser aceitas com naturalidade por pessoas de boa família. Sexólogos as estimularam e ainda as defendem, ao lado da mídia que as divulga, exemplifica e dá instruções de como proceder, através de “literatura” obscena e licenciosa.
Espetáculo circense - Mas isso ainda não é tudo, a prática sexual transformou-se em atração, em espetáculo para ser assistido através da televisão e no cinema. E que também pode acontecer em locais inusitados como dentro de elevadores ou nas praças, segundo sugerem as publicações da indústria do sexo.
Uma amostra disso foi vista na televisão mexicana, num de seus programas tipo reality-show, que mostrou cenas de sexo explícito, e cuja notícia foi divulgada num noticiário da TV brasileira, acompanhada das respectivas imagens. Sem qualquer tipo de pudor, o casal, completamente alheio ao fato de estar sendo visto por milhares de pessoas, mantém relação sexual sem sequer cobrir-se com um edredom, como fazem os integrantes dos reality-shows da televisão brasileira – ainda que o uso de uma coberta pouco altere a indignidade do espetáculo. Nesse momento, em que a intimidade de um casal transforma-se em uma espécie de atração circense, chega-se a pensar que até mesmo a barreira que separa o ser humano dos seres irracionais desapareceu. E o pior é que há espectadores para esse tipo de espetáculo, os chamados voyeurs.
Mas ainda resta esperança, pois se muitos são os que agem como robôs, há ainda milhões de pessoas que têm conhecimento do respeito que se deve ter pelo corpo humano, por ser morada do Espírito Santo de Deus. Por meio desse povo – cristão - formado por “reis e sacerdotes para Deus”, (Apocalipse 1:6), manter-se-á imorredoura a chama da dignidade humana.

rawinter@terra.com.br




sábado, 18 de junho de 2016

Predomínio da Insanidade

                                 PREDOMÍNIO DA INSANIDADE         
                                                                                                                                                                                       Rachel Winter

Estamos vivendo a era da insanidade. À par da insegurança gerada pela criminalidade, nas grandes e pequenas cidades e o surgimento dos mais sinistros tipos de crime, inclusive a corrupção entre os políticos, outro fator de desconforto ronda a sociedade. Trata-se do interesse inexplicável por explorar o universo da loucura e, mais estranho ainda, uma espécie de complô para divulgá-la; numa tentativa de desagregar todo e qualquer comportamento que denote equilíbrio.
É o predomínio da insanidade mostrado em filmes, telenovelas, programas humorísticos, desenhos infanto-juvenis, games e até brinquedos - especialmente para os meninos, monstruosos assassinos saídos das telas do cinema e da televisão. Observado, também, na aparência das pessoas e no modo de vestir. Quanto mais asquerosa a aparência, melhor. Cultiva-se o feio, o aterrorizante, o nojento.
Filmes tipo mentes criminosas, canibalismo, serial killer proliferam no cinema. Está em alta tudo o que se refere à loucura. A demência passou a ser a musa inspiradora, também, dos estilistas. Modelo de roupa que não compõe uma aparência extravagante não serve. Desfile de moda se assemelha muito a desfile circense. Não entendo como as pessoas conseguem assisti-los sem cair na gargalhada. Já apareceu até modelo, desfilando graciosa e elegantemente, com um chapéu em forma de galinha. E todo mundo conseguiu permanecer sério. Não sei o que o estilista quis dizer com isso.
Ao passo que, programas televisivos tipo vídeo-cacetadas são considerados engraçados.  Personagens e fatos são reais: crianças, bebês e adultos, batem com a cabeça na parede, caem de bicicletas, despencam ladeira abaixo enquanto os telespectadores se divertem. Note-se que brigas de galo e trabalho de animais em circo foram proibidos. Felizmente! Contudo, não foram criadas ainda leis de proteção às pessoas, para que os acidentados deixem de servir de diversão ao público. Já vi acontecer acidentes na rua e a reação das pessoas foi a mesma que diante da telinha. Uma pessoa ferida ao acidentar-se é motivo de riso. A dor alheia virou espetáculo hilário. Raros são os transeuntes que param para ajudar alguém que sofreu uma queda; a maioria olha, ri e passa.
E, tem mais, nas novelas televisivas a moda agora é mulher criminosa. Já apareceu até serial killer como protagonista de novela no horário das 21 horas. Foi um sucesso. Mulheres assassinas ou que cometem as mais diversas espécies de crime estão em alta na telinha. Vingança é o tema preferido pelos autores novelísticos. Os quais ensinam que ofensas, frustrações e desilusões têm que ser lavadas com sangue. Xingamento e bofetadas completam o cenário. Na maior parte do tempo, os personagens trocam insultos entre si independente do grau de parentesco, seja com pais, mães, esposas, filhos. O núcleo familiar parece um estádio de futebol no momento de jogo entre Brasil e Argentina. É palavrão pra todo lado. Chega a ser cansativo.
Coincidentemente, o noticiário das páginas policiais relatam crimes que parecem inspirados nesses extenuantes temas de horror.
MULHER TANAJURA – Não é só o modo de vestir das mulheres e dos homens que denota essa característica de demência da sociedade. O corpo feminino vem sofrendo mutações por meio de cirurgias plásticas para aumento dos glúteos. Se o objetivo é tornar a mulher semelhante àquelas formigas da espécie Tanajura, o êxito tem sido total. Quanto aos seios, só faltam explodir – às vezes explodem mesmo – e chegam a ponto de competir em volume com bolas de futebol. A deformação do corpo feminino pode ser indício da deformação mental, da insanidade, que está tomando conta da sociedade.
A modernidade da qual se orgulham as contemporâneas de mente aberta (?) absorveu o espírito circense, deformou o corpo feminino e, em lugar da figura da mulher barbada ou mais gorda do mundo que lá se encontrava, criou a mulher Tanajura. Não é mais necessário pagar ingresso no circo para ver a figura caricatural da mulher. É só andar pelas ruas ou ligar a televisão.
A aparência dos homens, também, se encontra alterada. De repente, grande parte deles, parece que acordou sob o efeito de uma metamorfose, tal como aconteceu com o personagem da novela de Kafka, (Metamorfose), o qual, um dia, acorda transformado num inseto horrível. Mutação involuntária, diga-se de passagem; enquanto que os contemporâneos escolheram livremente manter a aparência bizarra semelhante a de doente mental. Colares, brincos, tatuagens, piercings, cabelos espetados e lá vai ele, o protótipo do homem moderno, todo pimpão, desfilando a sua inconsequência.
Houve tempo em que o interesse do público voltava-se para histórias dos que se destacavam como benfeitores da humanidade, para os grandes gênios da ciência, da filosofia, da literatura, os heróis nacionais ou os pequenos heróis do dia-a-dia, por seus atos de generosidade, honestidade, lealdade. Agora, o interesse é saber o que se passa na mente dos loucos-criminosos e quanto mais bárbaros mais interesse despertam. De quem será a responsabilidade? Do público ou dos manipuladores desse lixo cultural?
Uma coisa é certa, a educação no país tem sido tratada como material descartável. Verdadeiro monturo. Mas, como os descartáveis podem ser reciclados, resta a esperança que ocorra essa transformação salvadora na educação em nosso país, sob as bênçãos de Deus. Então, o interesse das pessoas se voltará para o que é vital e luminoso e não para simulacros de morte e trevas. 

rawinter@terra.com.br



                             

sábado, 4 de junho de 2016

                                                   
                           MAMÃE ONDE ESTÁ VOCÊ?

                                                                   Rachel Winter
Quem já teve oportunidade de reparar no olhar de uma criança abandonada há de ter percebido o que significa solidão. E há de concordar que a criança abandonada pela mãe ou órfã, criada em orfanato ou na sarjeta, como menino ou menina de rua, representa o protótipo da solidão humana. Não existe solidão maior que a solidão de uma criança. Isso porque ela não pode, por sua falta de vivência e de estrutura emocional, encontrar consolo em outros fatores – para não se sentir só - como sucede com os adultos. O adulto está preparado para substituir, por exemplo, os pais, quando estes faltam, pela presença dos filhos e do cônjuge. Encontra alegria, também, no trabalho, e na sua conseqüente realização profissional, bem como no ambiente familiar em geral, com irmãos, tios, primos.
A criança abandonada, porém, possui um buraco no coração. Pois, para o bebê, o contato com a mãe é que o leva ao aprendizado da convivência humana e ao desenvolvimento da própria afetividade. A figura materna é a ponte que liga a criança ao mundo. A criança sem mãe é como uma planta sem raiz. Ela precisa do amparo emocional e material de todos nós, toda a sociedade deve colaborar no sentido de ajudá-la. Os orfanatos encontram-se cheios desses pequeninos     ávidos de companhia humana que lhes dê amor e carinho, como também os ampare materialmente.
Só quem convive com uma criança sabe a alegria que isso representa.
A vida se torna mais plena e toma um sentido maior. Algumas pessoas têm medo do trabalho que uma criança possa dar, mas, ignoram a recompensa em alegria e plenitude de vida que ela traz. Nada na vida se faz sem esforço e trabalho. Por que criar uma criança seria diferente? Penso que quem hesita em ter filhos por motivos tais ou em adotar uma criança por esse ou qualquer outro temor, está perdendo tempo. Abraçar uma vida, bênção inigualável!
  












sábado, 30 de abril de 2016

                                   “AMARGA INVEJA”                     
                                                                         Rachel Winter
São inúmeros e bem conhecidos os relatos bíblicos que tratam das tragédias originadas por esse sentimento perverso chamado inveja. Basta lembrar que foi a causa do primeiro homicídio registrado na Bíblia; quando Caim matou Abel, porque Deus não se agradou de sua oferta, mas da de seu irmão. (Gênesis 4). Bem se vê, a inveja pode permear qualquer relacionamento, mesmo aquele que deveria ser, por definição, afetivo. Transforma os laços (de ternura...?) familiares ou de amizade em armadilhas que podem ser mortais. E, por incrível que pareça, embaraça até relacionamentos entre mãe e filhos. E o mais assombroso é quando se verifica que esse filho é ainda um bebê! Foi o que se viu, há algum tempo, em Curitiba: uma mãe, de dezessete anos de idade, torturava o seu bebê, de apenas 4 meses de vida. O motivo, segundo suas próprias palavras, era inveja da atenção que a família e as visitas dispensavam à criança. Ela não aguentava ouvi-los dizer diante do berço: Que gracinha! Tão bonitinho! E outras palavras de carinho e admiração pela criança, fazendo a mãe sentir-se em segundo plano.
Não se sabe como a criança sobreviveu, pois já tinha calos em alguns ossos do corpo, que haviam sido fraturados e teriam solidificado mesmo sem atendimento médico, tudo isso causado pelos maus-tratos infligidos pela mãe. Mais chocante ainda é saber, segundo opinião de psiquiatras, que muitos dos crimes praticados com requintes de crueldade são de autoria de pessoas consideradas mentalmente normais – que sabem muito bem o que estão fazendo. No caso da mãe, denunciada por parentes, foi condenada pela justiça a alguns anos de prisão; contudo nesse caso foi considerada pelos psiquiatras como débil mental. Retardada, mas, não louca.
Será que pessoas mais inteligentes não se enquadrariam entre os que têm ciúme dos próprios filhos? – Ciúme e inveja andam de mãos dadas. - Quantos pais manifestam ciúme do filho recém-nascido por causa da atenção que a mãe passa a  dispensar à criança! E seriam todos débeis mentais? Certamente que não.
O apóstolo Tiago [3:14-15] discorrendo sobre a inveja, diz: “Mas se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a “sabedoria” que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.”
Perturbação e perversidade – A sociedade sempre enalteceu a mulher como mãe; ainda que a desprezasse como cidadã e a mantivesse marginalizada como “segundo sexo” - expressão cunhada pela pensadora francesa Simone de Bouveau. A idéia que se fazia da mulher (segundo preconceitos antigos) era de um ser meigo e frágil; mãe por excelência, (tal como se pensa até hoje) ainda que incapaz de dirigir a sua própria vida – incapaz igualmente, dada sua bondade natural, de cometer atrocidades como as praticadas pelos homens, como observamos no decorrer da História e tal como a prática diária nos mostra. Como se vê, idéias permeadas de preconceitos e tabus. É difícil redirecionar esse olhar e reconhecer que a mulher pode ser tão cruel quanto o homem. E que, movida pela inveja, ou por outros sentimentos devastadores, como o ciúme, seja capaz de praticar crimes hediondos. Na realidade, para o bem e para o mal, ambos estão em igualdade de condições, tanto o homem quanto a mulher correm paralelos quando se trata de praticar o mal. A bondade ou a maldade independem de gênero. A questão é puramente pessoal, individual.
Educação cristã – Nesse sentido, a educação das meninas merece a mesma atenção que a dos meninos no que se refere à prevenção da agressividade e da violência. Necessita ser alicerçada no amor conforme ensinou e praticou o Mestre dos mestres – Jesus Cristo. É no amor cristão, a verdadeira Rocha sobre a qual deve alicerçar-se qualquer processo educacional. Todas as pessoas precisam daquele ‘conhecimento que vem do alto’, para aprender a crescer como ser humano para não viver num relacionamento dilacerante, animalesco e diabólico com seu semelhante. A mulher – mãe, por natureza – deve reconhecer-se o mais cedo possível como guardiã da vida. Conscientizar-se de seu papel de “depositária fiel” da herança do Senhor, que são os filhos. Sem a direção que nos dá a palavra de Deus, a luta que todos fatalmente têm que travar para vencer a si mesmos será inglória. Sem perda de tempo, deve-se começar na infância o ensinamento para a prática do amor cristão. Uma vez que Deus ama a todos da mesma maneira, sem as exceções baseadas em parâmetros humanos.
O combate à inveja torna-se um dos principais alvos a ser alcançado em se tratando de educação infantil. Para alcançá-lo os próprios pais precisam ser os primeiros a não cultivar esse sentimento
‘animal e diabólico’, pois, onde há inveja há perturbação e toda obra perversa, como nos adverte o apóstolo Tiago. Outra coisa a ser lembrada é que os filhos são reflexo dos pais. Há muito que meditar sobre esse assunto.







domingo, 24 de abril de 2016

                                   AVAREZA É IDOLATRIA

                                                                           Rachel Winter
 A avareza – sovinice, pão-durismo – é um defeito com um aspecto cômico, que chega a mascarar o seu caráter maligno. Dentre as fraquezas humanas é uma das mais caricaturáveis, tanto no cotidiano, como na imprensa e na literatura mundial, onde inspirou obras-primas,como David Coperfield, de Charles Dickens. No dia-a-dia, deparamo-nos frequentemente com aquele tipo de pessoa que não empresta nem dá nada pra ninguém, sequer um trocado para um mendigo com a desculpa de que é vagabundo. Nega-se, de cara fechada, a prestar uma simples informação. Vive num mundo minúsculo. Esse defeito, muito explorado pelos humoristas, é mais perigoso do que se imagina. A Bíblia é categórica a seu respeito: “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicário, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”. (Efésios 5:5).
Diferente de economia - Evitar desperdícios em qualquer setor da vida é sinal de bom senso. Mas sem neurose! Sem chegar a ponto de colocar a vassoura atrás da porta quando parentes ou conhecidos vêem “fazer uma boquinha”. A diferença entre economia e avareza é o sentimento de apego ao dinheiro em si, como um valor absoluto e não como meio de troca. Quem é sovina, seja rico ou pobre, sofre demasiadamente na hora de gastá-lo, mesmo com coisas fundamentais. É como se estivessem arrancando-lhe parte do corpo na hora de despendê-lo ou desfazer-se de algum objeto valioso. Os exemplos são inumeráveis, alguns bem trágicos: num edifício que desabou, há anos, numa das praias do Paraná, enquanto os moradores fugiam, uma senhora resolveu voltar para pegar o carro na garagem, apesar dos avisos dos circundantes sobre o perigo iminente. Ficou soterrada. Trocou a vida por um carro... Outra, ao ser assaltada num sinaleiro, resistiu. O tiro disparado pelo trombadinha acertou-a mortalmente. Trocou a vida por uma corrente de ouro...Casos como esses mostram quais os verdadeiros objetos de adoração de seus protagonistas. Entre a bolsa e a vida – inacreditável - muitos preferem a bolsa.
Não eram dessa espécie, certamente, as mulheres que ajudavam a Jesus com seus bens: “Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana e muitas outras que o serviam com suas fazendas.” (Fazendas, aqui, significa bens ou dinheiro). (Lucas 8:3). Eram, sim, movidas pelo altruísmo e pela generosidade resultado de uma fé verdadeira. Graças a pessoas dessa estirpe é que a igreja se mantém - materialmente. São o seu sustentáculo em todas as épocas.
Ao nível da loucura - “Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem”. (Marcos 7:23-23). Um pouco antes, no versículo 15, Jesus Cristo explicara que somente o que “sai” do homem contamina-o. É o caso da avareza, que faz com que a pessoa procure se isolar para fugir a qualquer partilha, mesmo afetiva, quanto mais social ou material. É como se vivesse de quarentena, vítima de mal contagioso.
Ao lado da prostituição - “Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” Esta citação se encontra em Efésios 5:3, onde se vê este sórdido apego ao dinheiro colocado ao lado da prostituição. Sem apelação, a Bíblia condena a avareza - uma das mil faces da idolatria - em mais ou menos 34 citações entre o Velho e o Novo Testamento.





quarta-feira, 13 de abril de 2016

                                       MULHERES ESPANCADAS
                                                                                                                                                                                  Rachel Winter
Dados estatísticos revelam que, a cada 15 segundos, uma mulher brasileira é espancada. Este fato vem, certamente, surpreender a todos que acreditam que com leis tão progressistas para proteção dos direitos femininos, costumes bárbaros como agressão física haviam sido banidos da sociedade. Grande engano, como se vê. Conforme observou a secretária dos Direitos da Mulher, Solange Bentes: “A violência contra a mulher tem uma conotação cultural muito forte, em nosso país.”
Esse registro chocante sobre agressões à mulher, consta de um levantamento feito a partir de 1985, e que se encontra no chamado Relatório Nacional Brasileiro, lançado, ainda, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. E, como seria de esperar, setenta por cento dos incidentes acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido ou companheiro da vítima.
Tortura no lar – Deve ser bem triste a vida no lar em que o marido costuma agredir mulher e filhos. (Marido violento, geralmente, é pai violento). Num ambiente assim, de permanente tensão, o medo é o denominador comum, como numa prisão, tipo Carandiru, Bangu e assemelhadas; sem exagero, pois pancada machuca, mutila e causa dor, venha da parte de quem vier, carcereiro, marido ou pai, e aconteça na penitenciária ou no “lar”.
Quanto aos filhos, independente de serem ou não agredidos, são marcados por seqüelas psicológicas que os acompanham pelo resto da vida, traumatizados pela visão das cenas do pai atacando a mãe. É dor que nunca acaba. São feridas incuráveis que ficam no coração dos filhos, na mente torturada da mulher ou nas mutilações físicas de que muitas delas são vítimas.  Que filho poderá esquecer os gritos de dor da mãe, ou a visão da face transtornada pelo ódio, do pai agressor?
Em briga de marido e mulher... - E pensar que, até pouco tempo, a sociedade fingia que não via o fato de os maridos baterem nas esposas. A polícia interferia apenas quando a agredida quase morria ou vinha realmente a morrer. Ninguém a defendia, pois era voz geral que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Foram séculos de agressão impune e ignorada e de sofrimento silencioso. Hoje, pode-se creditar a essa violência contra a mulher, nos lares, a má fama que cerca o casamento entre pessoas do mundo, e o número crescente de divórcios. Se a vida em família, historicamente falando, tivesse sido muito boa, a liberdade e os direitos adquiridos pela mulher atualmente não teriam força suficiente para ameaçar a instituição do casamento, como se vê acontecer. Serviriam, esses avanços, ao contrário, para aperfeiçoá-lo, e levar o casal a ter uma vida em comum mais plena, como acontece no meio evangélico, entre pessoas verdadeiramente cristãs. Note-se, entre as verdadeiramente cristãs e não apenas evangélicas denominacionais. Entre aqueles casais que pautam sua vida pela palavra de Deus, que exorta os maridos a amar as suas mulheres como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:25). E diz mais: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.”[28b e 29].
Precisa dizer mais alguma coisa?





sexta-feira, 8 de abril de 2016

                                     Adultério Versus Pena de Morte
                                                                                  
                                                                           Rachel Winter

Difícil acreditar que ainda exista, em algum país do mundo, pena de morte para punir mulher acusada de adultério. Mas existe, e a Nigéria, localizada ao norte da África, é um deles. Esclareça-se, porém, que é a lei da sharia, do código penal islâmico, que determina essa penalidade e não a Constituição nigeriana, à qual o seu emprego constitui uma violação. Mas, como a Nigéria, país mais populoso da África, acha-se entre os estados onde predomina a religião muçulmana, a lei da sharia está em permanente confronto com a Constituição do país.
Triste situação - O caso da nigeriana, Amina Lawal, condenada à morte por apedrejamento, porque praticou adultério, e que foi acompanhado passo a passo pela imprensa mundial, deixou o mundo pasmo e em cruciante expectativa. Felizmente, acabou bem, a Justiça decidiu absolvê-la porque julgou que ela não havia tido oportunidade de se defender. E, com certeza, pesou muito na absolvição o clamor das entidades de direitos humanos de diversos países.
Essa mulher, de 30 anos de idade, estava separada do marido quando engravidou do namorado que não queria o bebê. Uma semana depois de a criança nascer, Amina foi presa por adultério, e o fantasma da morte por apedrejamento, chamado de lapidação, passou a ameaçá-la. Nesse tipo de pena, a pessoa é enterrada até a cintura e apedrejada até a morte. A curiosidade, natural num caso como esse, nos leva a indagar o seguinte: se isso realmente tivesse acontecido, será que o namorado iria assistir à execução de sua “amada” e vê-la despedir-se da filhinha, fruto desse “amor”? Seria ele capaz de atirar a primeira pedra contra ela? Tal pergunta, do tipo irrespondível como aquela do escritor Machado de Assis, que indagou, através de um de seus personagens: ”Mudou o Natal ou teria mudado eu”? - não é realmente a que interessa, pode vir a interessar a algum produtor cinematográfico. A que nos interessa mesmo é a que foi dada por Nosso Senhor Jesus Cristo, em caso semelhante ao de Amina Lawal, relatado no capítulo 8 do Evangelho de João. Nesse texto, conta-se que os escribas e fariseus levaram a Jesus Cristo uma mulher “apanhada no próprio ato adulterando” e perguntaram-lhe se ela deveria ser apedrejada, tal como mandava naquele tempo a lei mosaica; Jesus Cristo, após alguns minutos em silêncio, respondeu-lhes: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” Ao ouvir isso, os acusadores foram-se retirando até que permaneceu somente a acusada diante de Jesus, que lhe perguntou: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Ao que ela respondeu: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno: vai-te, e não peques mais.
Jesus condenou o pecado do adultério, exortando a adúltera a não pecar mais, contudo, perdoou-a e salvou-a da morte. Aliás, o que se poderia esperar daquEle que veio para nos trazer “vida e vida em abundância” ? e que é chamado de “o amor de Deus”, e de “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? – só libertação, perdão e vida em toda a plenitude de seu significado, indubitavelmente.
Exemplo divino – São tantas as lições a serem tiradas dessa atitude de Jesus que é impossível comentá-las todas neste espaço. Mas que fiquem em destaque ao menos duas delas: a primeira, que não devemos julgar os nossos semelhantes e muito menos condená-los, pois o julgamento pertence a Deus, e Deus é sempre compassivo e misericordioso. Devemos, sim, batalhar pela regeneração dos que erram, exercitando o perdão, e procurando ganhá-los para Cristo. Quanto à Justiça terrena, no desempenho de sua função de julgar e punir, ao lançar mão de castigos cruéis e desumanos estará prestando um desserviço à sociedade. Se cabe à Justiça determinar que os desonestos e os criminosos sejam separados do convívio das pessoas de bem, a fim de protegê-las, não está certo impingir-lhes castigos cruéis. Agindo assim estará tornando-os ainda mais ferozes e perigosos. Os que transgridem a lei precisam pagar pelos seus crimes, sem dúvida alguma, mas, tendo-se em vista possibilidade de sua reintegração à sociedade. E pena de morte, jamais!
A segunda lição é a que se refere à libertação feminina e ao crescimento da mulher nas sociedades que foram alcançadas pela mensagem da cruz. (Repito, incansavelmente, Jesus Cristo foi o responsável pela emancipação feminina, tal como se observa hoje no mundo ocidental, quando afrontou os costumes daquela época, que oprimiam e escravizavam a mulher).
 Se compararmos a situação da mulher dos países cristãos com a da mulher dos países não-cristãos veremos que a diferença é gritante.O atraso em que vivem estas últimas evidencia-se pela pouca ou nenhuma expressão que possuem no nível social ou político e, até mesmo, no âmbito da religião deles. Tudo conseqüência das leis perversas e desumanas que as oprime. A mulher da sociedade ocidental cristã cresceu socialmente, adquiriu cultura, emancipou-se e foi alçada a postos de comando dentro do contexto político e social. Caminha ao lado do homem, em situação de igualdade perante a lei. As outras vivem segundo costumes bárbaros, escravizadas e tratadas como objetos e não como gente. Será que as mulheres cristãs possuem a noção exata do alcance dos benefícios que lhes foram proporcionados por Jesus Cristo, especificamente a elas? A que realmente tiver essa consciência, diariamente, haverá de exclamar: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades, e sara todas as tuas enfermidades; Quem redime a tua vida da perdição, e te coroa de benignidade e de misericórdia. Quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia.” (Salmo 103: 1 a 5). Glória a Deus!



segunda-feira, 4 de abril de 2016

   AS TRÊS MULHERES – ESCLARECIMENTO OPORTUNO
Atribui-se a ideia de pecadora, que se apegou ao nome de Maria Madalena, à confusão que popularmente se faz a respeito de três mulheres, citadas no Novo Testa­mento. Primeiramente, por confundi-la com a pecadora (anônima), mencionada no livro de Lucas (7.36-50); por analogia à protagonista do episódio, tida pelo povo como a própria Madalena, foi fácil acrescentar ao seu nome o apelido “Arrependida”. Prova cabal de que, na mentali­dade popular, seu nome tornou-se, sem qualquer base bíblica, sinônimo de pecadora – arrependida.
O texto bíblico faz menção a uma mulher realmen­te tachada de pecadora, que ungiu os pés de Jesus na casa do fariseu, chamado Simão. Esse homem escandalizou-se com a cena, pensando que Jesus não a tivesse reconhe­cido como tal e, por isso, até duvidando que Jesus fosse mesmo um profeta. Mas, o Salvador, que é mais que um profeta, tinha conhecimento disso e, também, do que o fariseu estava pensando.
Os versículos 37 e 38, descrevem-na literalmente como pecadora: E eis que uma mulher da cidade, uma pe­cadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-os com os cabelos da sua ca­beça; e beijava-lhes os pés, e ungia-os com o unguento.
Apesar de ter recebido o cognome de pecadora, a mulher cujo nome não é mencionado no Evangelho, seria realmente uma meretriz? Será que as palavras pe­cadora, meretriz ou prostituta, no caso, poderiam ser tomadas como sinônimos? Sobre o assunto, a escritora Lilia Sebastiani pondera de modo oportuno que, se um homem tivesse se aproximado de Jesus, naquele dia, na casa do fariseu, para pedir-lhe o perdão dos seus pecados – um pecador portanto – “ninguém seria levado a pensar exclusivamente em faltas de natureza sexual.” Seria, re­almente, inconcebível. Quem ousaria imaginá-lo envol­vido com prostituição?
Na esteira desse raciocínio, a pesquisadora anali­sando os elementos que compõem a cena e observa:
É muito mais antiga do que o cristianismo a as­sociação mental espontânea mulher-pecado-sexo. Ali se encontravam dois elementos, mulher e pecado, em um clima de acentuada e perturbadora feminilidade. É total­mente instintivo para uma cultura patriarcal identificar a mulher com o sexo e, portanto, a pecadora se torna logo uma prostituta, a mulher “ocasião de pecado” por exce­lência.
Não obstante, ao confundir Madalena com aquela pecadora, e deduzir ser ela (Madalena - ou ambas) me­retriz, pode ocorrer de um mito estar alicerçado sobre outro mito. A malícia humana, como a história de Ma­dalena nos mostra, optou pelo pior. Assim como a esco­lha de Barrabás (Mateus 27.11-31), o qual se livrou da morte, em lugar de Jesus, por escolha do povo, é apenas mais um dentre tantos exemplos bíblicos e históricos da opção humana pelo mal. De igual modo, quanto àquela “pecadora”, não há provas de que o seu pecado fosse o da prostituição; nem que Maria de Magdala fosse meretriz. A outra, das três mulheres era Maria de Betânia –irmã de Marta e de Lázaro, ressuscitado por Jesus. Ela é identificada como a outra mulher que, também, ungiu, os pés de Jesus. Todavia, seu gesto teve finalidade diferente, que não a do perdão dos próprios pecados, esclarecida no evangelho de João (12. 1-11). Reconhecida como Maria de Betânia, no texto joanino, nos outros evangelhos seu nome não é mencionado, mas, apenas narrado o acon­tecimento do qual participou. Ocasião que serviu para demonstrar que ela tinha presciência da morte próxima de Jesus. Inferência obtida pela resposta dada por Jesus, quando Judas Iscariotes, na ocasião, reclamou que se po­deria vender o unguento, que era de altíssimo preço, para dar o dinheiro aos pobres. Disse, pois, Jesus: Deixai-a, para o dia da minha sepultura guardou isto (v.7). Surpre­endente a atitude dessa discípula, aprestando-se a ungir Jesus, por pressentir a proximidade de Sua morte, era um assunto a respeito do qual os outros discípulos pareciam não ter uma noção clara.
A outra das três mulheres, a verdadeira mensageira de ressurreição – Maria Madalena - foi quem, na mente popular, e até mesmo em alguns ambientes eclesiais, teve seu nome fundido com o das outras duas. Ela que, na re­alidade, veio a ser chamada Apóstola dos Apóstolos.
Uma parte da responsabilidade pela fusão dos três nomes em uma só pessoa cabe, também, ao fato de que, durante sé­culos, o povo não teve acesso direto à leitura da Bíblia. Até as primeiras quatro ou cinco décadas do século vinte, no Brasil, eram muito raras as edições das Escrituras em português, e o seu preço, muito alto. No resto do mundo não era muito diferente, à exceção dos Estados Unidos e de alguns países cristãos da Europa, posto que a impren­sa não havia alcançado o alto grau de desenvolvimento que hoje possui e que fez com que o preço dos livros se tornasse mais acessível à população em geral. O anal­fabetismo era outro obstáculo para o conhecimento da Palavra. Outrossim, não se pode esquecer que, na Igreja Católica, a leitura direta da Bíblia era vetada ao povo, o qual, segundo os religiosos, seria incapaz de entendê-la.

domingo, 27 de março de 2016

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                         O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO

Na primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, o apósto­lo Paulo fala sobre a ressurreição de Cristo, demonstrando como esse fato representa a coluna de sustentação da nos­sa fé. Dentre as veementes considerações sobre o assunto, observe-se a do versículo 17: E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 
Incontestavelmente, a ressurreição aparece como o acontecimento basilar do cristianismo, sem o que, nos­sa redenção “em Cristo” não se realizaria, e o plano de salvação de Deus para a humanidade seria frustrado. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais mise­ráveis de todos os homens (vv.18,19).
Não poderia deixar de abordar neste livro, ainda que de modo esquematizado, o grandioso tema da res­surreição; assunto sempre merecedor de estudo profun­do que possa abranger toda a sua dimensão e mistério. Porém, o desincumbir-se dessa tarefa cabe aos teólogos. Por conseguinte, abordaremos o tema resumidamente, recorrendo às palavras da Bíblia sob a luz da análise exe­gética de alguns abalizados teólogos.
Discorrer sobre a ressurreição de Cristo, interpretá-la e tentar explicá-la tem sido o grande desafio de teólogos e até mesmo de filósofos ao longo dos séculos. Protestantes e católicos têm procurado desvendar-lhe o significado na ânsia de melhor compreendê-lo e de torná-lo mais aces­sível à compreensão popular. Certamente, pelos séculos afora, continuarão a trabalhar nessa tarefa que se liga ao Eterno. Sempre há mais a ser dito, pois o tema caracteri­za-se por ser inesgotável, uma vez que trata da Fonte da Vida que é Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Será que algum dia poderemos atestar o nosso total e completo conhecimento sobre o assunto?
O mistério que envolve a ressurreição de Cristo faz presumir a Sua morte e autentica seu sentido de reden­ção. Morte e ressurreição são acontecimentos insepará­veis – redentores - que se inserem no quadro mais amplo da Escatologia: na Parusia, volta gloriosa de Cristo para buscar a Sua igreja. Verdade que é, incontestavelmente, reconhecida e aceita pelas diversas correntes de interpre­tação teológica.
Nunca é demais lembrar, por causa de dúvidas e interpretações bizarras, que a ressurreição de Cristo foi literal e corpórea, não podendo ser vista apenas como espiritual ou simbólica. Haja vista, a Sua atitude, quando ressurreto, ao aparecer aos discípulos dizendo-lhes: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: tocai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. (Lucas 24. 39, 40). Do mesmo modo será a ressurreição dos mortos da qual Cristo foi feito as primícias. (1Coríntios 15.20).
Amor inexplicável - O que a morte e a ressurreição revelam a nós, em seu substrato, continua a ser inexplicá­vel para a inteligência humana, qual seja, o amor de Deus pela humanidade. Revelação que constitui, parece inco­erência, um enigma para o intelecto, porque extrapola o nosso entendimento e compreensão. Ao falar do amor de Deus, nossa inteligência mostra-se frágil em compa­ração com o discernimento espiritual, capaz de apreen­dê-lo melhor. O evangelho de João descreve-o da seguin­te maneira: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16).
Todavia, é preciso transitar, também, pelo univer­so da razão. A inteligência toma conhecimento do fato: Cristo morreu e ressuscitou por nós! Com Ele ressusci­taremos para a vida eterna! Essa vitória é a base da fé  cristã e motivo de nossa perene alegria. Mas como é isso? Nesse patamar, o empenho teológico vem desempenhar o seu papel, embora saibamos que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Não obs­tante, o esforço dos estudiosos para explanar o significa­do da ressurreição merece todo o nosso reconhecimento e aplauso - ainda que o tema se apresente dividido por interpretações diversas, o que seria de esperar dada a sua tremenda complexidade e ao seu mistério.
O conhecimento intelectual que, em comparação com a sabedoria que vem do alto (Tiago 3.15), caracte­riza-se por ser limitado, esforça-se tenazmente para ex­plicar o significado do mistério pascal e compreender os seus diversos passos. Nesse embate, surgem diferentes enfoques tanto no meio evangélico como entre católicos. Oportunas são as palavras de Paulo ao afirmar: Porque ago­ra vemos por espelho em enigma... (1 Coríntios 13.12a).
Acentue-se, porém, que em nada as diferenças no modo de pensar a ressurreição, algumas das quais cita­remos a seguir, afetam a fé na certeza de que se trata de acontecimento fundamental para a fé cristã. Sobre essa verdade os eruditos cristãos estudam e trabalham tal qual mineradores em busca de tesouros escondidos.
Não se entenda, porém, que o trabalho de exege­se dos pesquisadores se faça unicamente no nível inte­lectual, apartado da revelação e da unção de Deus. De modo algum, possa entender-se assim. Antes, devemos reconhecer o seu esforço para trazer ao nível da razão as coisas maravilhosíssimas que pertencem ao universo do espírito – até quanto isto seja possível - porque as cousas encobertas são para o Senhor nosso Deus; porém as re­veladas são para nós (Deuteronômio 29. 29a).
O impacto da Ressurreição - Para Wilbur Smith, bispo da Igreja Metodista:
A ressurreição de Cristo é a grande fortaleza da fé cristã. Doutrina que deixou o mundo de cabeça para baixo no primeiro século e que elevou o cristianismo a prevalecer sobre o judaísmo e todas as religiões pagãs do mundo Mediterrâneo.
No jornal Christianity Today, em artigo de sua au­toria Scientists and the Ressurreition (Os Cientistas e a Ressurreição) Wilbur Smith enfatiza:
Nenhuma arma foi forjada, e nem jamais será, ca­paz de destruir a crença racional nos registros históricos deste marcante e profético evento.
Observemos, ainda, que esse extraordinário acon­tecimento constitui um ato da nova criação, sendo o cor­po ressurreto de Cristo o primeiro corpo de uma nova ordem de existência. Nesse sentido, os que pela fé se acham unidos a Cristo recebem dEle o Espírito de vida e passam a fazer parte de uma nova raça. Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2 Coríntios 5.17).
Por sua vez, Wander de Lara Proença, observa:
A ressurreição revela o significado da cruz. Pela ressurreição o escondido é revelado; o obscuro e o duvidoso são iluminados. Ela prova a messianidade de Jesus. Na chamada primeira fase de seu trabalho teológico, Paulo faz predominar em seus escritos a temática da ressurreição. Prova disso são as duas primeiras duas cartas que envia aos tessalonicenses, nas quais o apóstolo salienta que a ressurreição de Cristo suscitou a esperança da ressurreição para todos. É a ressurreição que torna a libertação de Cristo plena, absoluta e universal. 

quinta-feira, 24 de março de 2016

                                               
                                               

                                                 JESUS NO GETSÊMANI

Jesus Cristo às vésperas de sua crucificação, na companhia de seus discípulos, dirige-se ao Getsêmani, para orar e exclama: " A minha alma está sofrendo dor extrema, uma tristeza mortal. E, prostrando-se com o rosto em terra, orou: "Pai, se possível for, passa de mim este cálice! Mas, não seja como Eu desejo, mas sim como Tu queres." "E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até o chão." Jesus passou por todo esse sofrimento, chegando a ser crucificado, por nossa causa, para nos salvar. Vale a pena meditar sobre tão grande mistério. E que Deus nos dê sabedoria e um "pouquinho" de amor para seguirmos os seus mandamentos, pois Jesus Cristo que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Abraços a todos os que já amam a Cristo e aos que, pelo poder do Espírito Santo, virão a amá-lo.
                                                                                                                      Rachel Winter




sábado, 19 de março de 2016

Trecho do livro Mensageiras da Ressurreição


O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES

O tema a respeito do sacerdócio de todos os crentes, enfatizado na Reforma, por Lutero, como um dos prin­cípios do protestantismo, destaca que todas as pessoas ao aceitarem Cristo como seu Senhor e Salvador, pela fé, têm acesso à graça divina - sem necessidade de qualquer mediador específico, ou seja, de um sacerdote ordena­do. Ao contrário do que propalava a teologia medieval, ao afirmar terem os crentes acesso à graça divina unica­mente por meio dos sacramentos da Igreja, caso em que a figura do sacerdote seria essencial. Necessariamente, serviria como instrumento do Pai Eterno na dispensação da graça e do perdão, ao apresentar as ofertas do povo de Deus.
Em contraposição, no novo tempo, conforme reve­lado pelo apóstolo Pedro, todos os crentes podem ofere­cer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo: Vós também, como pedras vivas, sois edi­ficados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (1 Pedro 2.5)
Lutero faz valer a verdade bíblica de que cada cren­te tem acesso direto ao Pai, ao Lugar Santo, onde Deus habita; e não somente o sumo sacerdote, como aconte­cia no passado remoto. Dispensada está, portanto, a in­termediação de pessoas especialmente ordenadas para a função porque, segundo o Novo Testamento: Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. (Apocalipse 1.6).
O sacerdócio levítico, do passado, instituído por Deus entre o povo de Israel, focava-se no cargo ordena­do; hoje, o sacerdócio universal dos crentes, revelado no Novo Testamento, tem seu foco na Igreja como um todo – constituída por crentes-sacerdotes - e pode-se destacar sem medo de errar, por sacerdotisas.
Não obstante, eruditos cristãos, apontam um para­doxo no pensamento de Lutero ao tratar dos efeitos desse tema sobre o universo feminino. Ele não aceitava que as mulheres pudessem ocupar o cargo ordenado de Pastora. Ao transferir a questão do nível teológico para o da vida prática, em atendimento às conveniências sociais, ele de­clarava que as mulheres “eram destinadas por Deus a cui­dar do lar”. Incoerência na qual Lutero incorreu por não ter conseguido esquivar-se à influência do pensamento medieval de caráter misógino que predominava naquela sociedade. Época na qual não se vislumbrava outra pers­pectiva para a mulher a não ser a de realizar-se como esposa e mãe. Contudo, não há motivo para escândalo na atitude de Lutero, que falou como um típico cidadão da Idade Média. Como teólogo, Lutero supera essa fraque­za, uma vez que é, justamente, dentro da doutrina lutera­na que sobressai o princípio do sacerdócio universal dos crentes. Como o próprio nome indica é universal, sendo que a mulher compartilha do mesmo em igualdade de condições com o homem, inclusive no acesso ao púlpito.
Saliente-se, mais uma vez, que a discriminação da mulher por parte de Lutero não era de caráter ontológico, mas, relativa à função que desempenhava na sociedade. A Idade Média, convém lembrar, foi uma época fortemente dominada pelo sexismo, quando então a mulher era dis­criminada simplesmente pelo fato de ser mulher. Poderia ser arriscado permitir-lhe o acesso ao cargo pastoral, até mesmo pela celeuma que esse fato poderia causar.
Ao voltar nossa atenção para o presente século e verificarmos, ainda, a existência de focos de discrimina­ção contra a mulher, no meio cristão, isto sim, é motivo de perplexidade e escândalo. Pertencer ao terceiro milê­nio pensando e se comportando como um cidadão me­dieval no que concerne ao reconhecimento dos direitos das mulheres cristãs, como fazem os complementaristas (antifeministas) é, sim, incompreensível. Ao agir desse modo, eles contrariam o exemplo e a vontade de Cristo e caminham na contramão da sociedade, na qual os ideais da igualdade  -que têm origem cristã já estão sendo praticados no que se refere às mulheres.
O teólogo Stanley Grenz resume bem a questão ao declarar:
Os igualitários, por sua vez acreditam que, em vez de ser o resultado de ideias seculares doentias invadindo a Igreja, o impulso para a ordenação de mulheres repre­senta uma obra do Espírito. E a capacitação de mulhe­res para o ministério poderia possivelmente revitalizar a Igreja contemporânea.

Todo cristão sabe que vivemos na era da graça. Tendo em vista esse fato, podemos acrescentar que a sau­dação de Jesus, ressurreto - ao dizer às mulheres: Eu vos saúdo! – não possuía o significado apenas de um cum­primento comum; à semelhança daquele que dirigimos uns aos outros diariamente. O Salvador, ao inaugurar essa nova era, estava abrindo as portas de um novo tem­po para o gênero feminino. Sua saudação, efetivamen­te, teria o significado de: sejam bem-vindas ao Reino de Deus! Aleluia!

sábado, 5 de março de 2016

Olhar Luminoso

                                            OLHAR LUMINOSO

                                                                                                                                                                                     Rachel Winter

 Num dos trechos do Sermão da Montanha, (Mateus, 6: 22 e 23), Jesus Cristo diz: A candeia (a lâmpada) do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”. (Cap.6:22 e 23).
Ver sempre o lado mau das pessoas, achar que todo o mundo é desonesto e ter sempre engatilhada uma palavra de acusação e condenação são sinais alarmantes. Mostram que a pessoa é preconceituosa e não consegue ver o outro lado da vida, o lado bom das pessoas e enxergar a luz divina que pode brilhar em meio a falhas comuns ao ser humano. Às vezes, o olho é tão doente que até nas condições climáticas só consegue ver negatividade. Se faz sol, reclama do calor, se faz frio acha desagradável e trabalhoso ter que usar tanta roupa para se aquecer. Não consegue sequer ver a beleza dos fenômenos naturais, maravilhosa Criação de Deus, revestida de perfeição e beleza indescritíveis. O “olho ruim” se manifesta, também, através das palavras da mãe ou do pai ao classificar uma criança de peste ou coisa-ruim, por ser muito ativa ou fazer as travessuras próprias da infância. Através desse olhar maligno, transmitido por palavras que soam como maldição, vai traçando um futuro realmente negro para o filho.
Luz espiritual – Quando nos referimos aos olhares - classificando-os em físico e espiritual o fazemos de maneira teórica, uma vez que um interage sobre o outro infalivelmente. Assim, pode-se dizer que o olho mau, fisicamente falando, traz malefícios à própria pessoa e aos outros, enquanto que o olho mau do espírito vai impedi-la de prestar atenção à palavra de Deus a fim de alcançar a salvação. De modo tal que os preconceitos e os sentimentos malignos, formarão uma barreira intransponível, em seu espírito, que a impedirá de receber a luz da palavra de Deus; daí, a afirmação de Jesus: “Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas.” Observe-se, nesse sentido, a atitude de algumas pessoas de estar sempre procurando descobrir alguma “picaretagem” por parte dos que pregam o Evangelho ou alguma indecência em sua vida particular. Hábito farisaico esse, pois que os escribas e fariseus não faziam outra coisa senão ficar de tocaia armando ciladas para Jesus Cristo, a fim de poder acusá-lo e condená-lo. Perdem, portanto, os fariseus de hoje, como perderam os de ontem, preciosas oportunidades de sair das trevas para a maravilhosa luz da palavra divina. Enquanto procuram descobrir intenções maldosamente ocultas, entre os que dedicam a vida a evangelizar, perdem o dia da visitação de Deus, como aconteceu à Jerusalém. E Jesus, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: “Ah! se conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas; e te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.” (Lucas 19:42 a 44)
Corpo tenebroso – Um corpo tenebroso seria assim como uma cidade sitiada, pergunto? Vamos analisar. Os inimigos do corpo, a princípio, pode-se dizer que são as doenças. Mas, não são os únicos, pois a própria pessoa pode gerar e alimentar seus próprios inimigos, como os vícios da bebida alcoólica, das drogas e do cigarro. Incluindo entre as drogas os remédios que podem causar dependência ou efeito colateral.
No que se refere às doenças, de modo geral, além dos fatores carenciais, como falta de alimento adequado às necessidades básicas do organismo e problemas genéticos, há o componente de caráter espiritual, predominantemente. A palavra de Deus exorta a fugir da ansiedade, do medo, das práticas sexuais promíscuas, dos diversos pecados que destroem tanto a alma como o corpo. E, principalmente, exorta a respeito da qualidade de nossos sentimentos: ”Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.” (Provérbios 4:23). Logo, se o coração não estiver bem guardado de todo o sentimento maléfico, em vez de vida, pode trazer morte. A medicina, por sua vez, confirmando o que a Bíblia diz assevera que o rancor, a mágoa, a competitividade desmedida, entre outros são sentimentos que podem levar a pessoa a adquirir doenças graves como câncer e ser vitimadas por acidente cárdio-vascular e depressão, entre outros. Essa verdade, profeticamente, está registrada na Palavra há milhares e milhares de anos, tanto pelo exemplo através dos personagens do Antigo Testamento, como através das exortações da palavra de Deus. Observe-se que Miriã, irmã de Moisés e de Arão, ao alimentar inveja do relacionamento de Deus com o profeta, ficou leprosa durante algum tempo. Posteriormente, Deus teve misericórdia dela e restituiu-lhe a saúde. Hoje, que vivemos sob graça divina, por meio de Jesus Cristo, e não mais sob a Lei (mosaica) e sabemos que Ele já levou nossas enfermidades e doenças sobre si; para recebermos essa bênção é só abrir o coração – e os olhos – para a luz da Palavra a fim de receber a cura.
Bons olhos, boa saúde -  Quem olha com bons olhos para os seus semelhantes, certamente, terá um corpo saudável - tanto físico como espiritual. Pois “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.” Quem ama o próximo como a si mesmo, conforme nos exortou Jesus Cristo, só pode olhá-lo com bons olhos. E, certamente, dá ouvidos às palavras divinas, tal como encontramos em Provérbios 4: 22: “Não as deixes apartar-se dos teus olhos: guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para o seu corpo.” Assim seja.

                                  

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

OS GRANDES TEMPLOS DAS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS
                                                                                                    
                                                                        Rachel Winter

"A terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar." (Isaías 11.9. Quando será que o mundo, (principalmente este país) vai entender tais palavras e parar de dizer asneiras sobre o grande número de Igrejas Evangélicas Neopentecostais que são construídas? Digo isso por ter lido comentários sem sentido sobre a construção dos grandes templos neopentecostais que se vê aqui em São Paulo e que aumenta sem cessar. Não entendem que igrejas com milhares de membros como a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, que vê aumentar esses números incessantemente, necessita de templos cada vez maiores para acomodar tanta gente? Será que nunca assistiram a um culto ali? Há centenas de pessoas em pé, mesmo em locais com a amplidão das sedes de Santo Amaro e do Brás. Li observações de professores universitários afirmando - imaginem só - que é por competição entre os líderes, por inveja, dentre essas denominações que eles procuram construir cada qual um templo maior que o do outro. Que mentes pequenas dos autores dessas observações. Seria influência da "microcefalia" que grassa no país? Hoje, vi os comentários por causa do início da construção de outro mega templo, agora, da Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R. Soares. Mas, há muito tempo, críticas sobre o grande número de igrejas neopentecostais, mesmo as pequeninas, são divulgados pela mídia, constituindo-se em motivo de crítica desairosa, de deboche e de desconfiança sobre a honestidade dos Pastores. Dá pra entender como eles empregam o dinheiro dos dízimos e das ofertas? Certamente, não é por um passe de mágica que templos grandiosos são construídos como os que aí estão e como os que ainda serão construídos. E a Palavra do SENHOR, eterna e que permanecerá para sempre, está sendo cumprida, como reafirmado em Habacuque 2. 14: "Eis que não vem do SENHOR dos Exércitos (dos céus) que os povos trabalhem para o fogo e os homens se cansem pela vaidade. PORQUE A TERRA SE ENCHERÁ DO CONHECIMENTO DA GLÓRIA DO SENHOR, COMO AS ÁGUAS COBREM O MAR."



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

                        CONSIDERAÇÕES SOBRE O ÓDIO

                                                                          Rachel Winter

Certa vez, encontrava-me num ônibus lotado e, naquele sufoco, fiquei irritada  com as cotoveladas e grosserias de algumas pessoas, que não se afastavam um milímetro para facilitar a passagem dos outros. E porque os que estavam em frente às portas não recuavam um mínimo que fosse dificultando muito  a saída.
Tive, então, uma reação curiosa – muitos podem até achar engraçada dada as circunstâncias em que me encontrava - pois, pensei: Foi por todos estes que Cristo morreu. O que me levou a concluir, também, que a irritação momentânea ou habitual contra as pessoas é um caminho aberto em direção ao ódio. Assim como aquele defeito muito difundido de analisar as pessoas pela aparência: uma porque é gorda, outra porque é magra ou tem o nariz grande, é baixinha ou alta demais, é mal-encarada ou mal-educada, tem os dentes horríveis, ou por causa da cor, e assim por diante. Sentimentos que se constituem em sementes do mal posto que poderão dar origem a frutos malignos se não vigiarmos, como manda a Palavra de Deus, a qual dá ênfase à pureza do nosso olhar:  A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, forem maus, o teu corpo será tenebroso. (Mateus 6. 22, 23a).
Por sua vez, a Lei Civil classifica tais atitudes como preconceito. Mas, a Lei humana (imperfeita como tudo o que é humano), nada pode fazer para extirpar esse mal do coração das pessoas.  Além de deixar muitas lacunas, por exemplo, na proteção contra o preconceito no caso das pessoas bonitas, inteligentes, cultas ou ricas. Parece incrível, mas, existe esse tipo de preconceito.  Inclusive contra os que fazem sucesso e são famosos. Caetano Veloso disse, certa vez, que fazer sucesso no Brasil é crime. E ele sabe do que está falando.
A implicância contra essas pessoas bem dotadas chega a ponto de torná-las vítimas de perseguição no ambiente de trabalho ou nas escolas. Perseguições que ganharam até nome próprio. No primeiro caso, assédio moral e, no segundo, bulling.
É o "olho mau" em ação constante e que não para por aí. Vejamos os dois lados da questão. Se alguém, seja homem ou mulher, apresenta uma aparência deselegante e pobre as pessoas torcem o nariz em sinal de desprezo; porém, se é elegante e bonita, empinam o nariz, murmurando:  pensa que é grande coisa...
 É bastante evidente os maus olhares que as pessoas trocam nos eventos sociais ou em qualquer outra circunstância, até mesmo na família. Há uma prevenção maligna generalizada contra o outro.  Por que isso acontece? A bendita Palavra de Deus fala da necessidade de amar o próximo como a si mesmo. Trata-se do segundo Mandamento citado por Jesus Cristo, na ocasião em que uma pessoa, um escriba, perguntou-lhe qual seria o primeiro de todos os mandamentos. Jesus respondeu: Amarás o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo teu entendimento e com toda a tua força. E, o segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Marcos 12. 28 a 31). 
Como, então, olhar o nosso próximo com o olhar turvado pelo preconceito, pela raiva e pela superficialidade? Esse, certamente, é um caminho tortuoso e apresenta muitos perigos. Tende a nos impedir de amar o próximo. Parece pouca coisa, insignificância. Mas, não é. Seus desvios podem levar ao desamor, à raiva e ao ódio.  E é seríssima a acusação que lemos na Bíblia sobre esse sentimento terrível que é o ódio: Todo aquele que odeia o seu irmão é homicida e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. (1 João 3. 15). Fica bem claro que, para ser considerado assassino, não precisa chegar ao fato de tirar a vida de alguém. Aliás, antes de pôr em prática o crime propriamente dito, o criminoso já o praticou em pensamento, pois, do pensamento precedem todos os nossos atos, bons ou maus.  
Observando a situação de criminosos reais e já condenados pela Justiça, observa-se o quanto o ódio foi devastador na vida deles. Ao acabarem com a vida de quem odiavam, tiveram as suas próprias vidas completamente arruinadas. Tornaram-se prisioneiros e miseráveis. Sabemos que jogadores de futebol, esportistas, artistas famosos e outras tantas celebridades que levavam uma vida milionária, gozavam de admiração e respeito na sociedade, perderam tudo, conforto, sucesso e muito mais ao deixarem-se arrastar por esse sentimento devastador que é o ódio. Tornaram-se execráveis perante a sociedade que antes os admirava. Até mesmo dentro das famílias, pais ou mães que mataram seus filhos, e filhos que mataram seus pais, encontra-se gente de nível social elevado, muitos deles cultos, com diplomas de nível superior e que, de uma hora pra outra, viram-se arruinados financeira e moralmente, porque se deixaram levar por esse sentimento maligno.
Por que não trocar o ódio pelo amor? O alcance dessa mudança de rota levará o caminhante a percorrer aquele "Alto caminho, um caminho que se chama O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de Deus; os caminhantes até mesmo os loucos não errarão." (Isaías 35. 8). E, por onde o imundo não passa não há destruição, nem desolação nem se acabam os sonhos de felicidade, alegria e paz, muito menos vidas são ceifadas, ou devastadas.
 



domingo, 14 de fevereiro de 2016

          DEUS FEITO Á IMAGEM E SEMELHANÇA DO HOMEM
                                                                               
                                                                                Rachel Winter


Não houve engano no título, não. Explico: entre pessoas não-cristãs, o que impressiona não é somente a sua falta de conhecimento bíblico, mas, o fato de preencherem essa lacuna com ideias próprias. Sem ter lido sequer uma página, consideram-se capazes de opinar sobre a Bíblia. Ou se leem alguns trechos ou conhecem algumas frases, de ouvir falar, interpretam-nas fora do contexto.  Nenhuma delas é capaz de reconhecer que nada sabe da Bíblia. Nenhuma delas é capaz de afirmar como o filósofo que disse sobre o conhecimento em geral: Só sei que nada sei.
 Na sequência desses desacertos, deparamos, então, com uma realidade abominável: Deus sendo criado à imagem e semelhança do homem - em vista de o indivíduo interpretar os textos sagrados a seu bel prazer e conforme lhe convém. Por conseguinte, criando Deus com características humanas. Reescrevendo a Bíblia, por assim dizer. E, algumas seitas chegam a fazer isso, literalmente.
Dentre as inúmeras consequências desse fato, vejamos a primeira: A maioria dessas pessoas decide que está salva porque costuma agir sempre corretamente, com honestidade e decência, sendo exemplo de bom cidadão e, por conseguinte, ao morrer, irá para o céu. Dificilmente, encontramos alguém que se ache pecadora, ainda que esteja vivendo longe da presença de Deus. Elas acham que estão perto, porque decidem assim e ignoram que só O encontramos na Palavra, pois, é ali que Ele habita e é dali que nos instrui e nos guia pelos caminhos da justiça, para a salvação. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho, conforme afirma o Salmo 119. 105.
Costumam incluir, também, em conceitos nebulosos, as pessoas que lhes são caras. Vemos esse exemplo bem claro na mídia. Ao morrer algum artista querido do público ou qualquer pessoa de grande projeção social, dizem: Fulano foi para o “andar de cima” – significando que foi para o céu. Chega a ser patético! Não perguntam se o falecido conhecia o Caminho, que é Jesus Cristo. Observemos o contrassenso desse modo de pensar comparando-o com as iniciativas que tomamos para ir a um determinado lugar desconhecido, mesmo na cidade onde moramos. Para saber que itinerário tomar, recorremos ao mapa da cidade, à Internet, GPS e outros. Mas, quando se trata de vida espiritual, de deixar o mundo físico em direção à presença do Pai, as pessoas que não conhecem a Palavra estão certas de que irão para o “andar de cima” mesmo às cegas, sem saber que caminho tomar. Não têm a menor ideia do que é preciso fazer para serem salvas. Ignoram o que Jesus disse: Eu sou o Caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14. 6). Só por Ele alcançamos a vida eterna,  só por Ele ressuscitaremos no último Dia.
Vale insistir e esclarecer que o mapa para chegar à “Nova Jerusalém” encontra-se, há milhares de anos, desenhado na Bíblia Sagrada – é só seguir a Cristo.
Consequência número dois: Outro costume é dizer que aquele parente que morreu, está lá em cima olhando para cá e ajudando os seus entes queridos que ainda estão na terra. Especificamente, sobre os ancestrais falecidos, a família acredita que eles estão presentes no casamento dos filhos ou em qualquer outra ocasião festiva ou aflitiva, participando da comemoração; ou, ajudando-os em momentos tristes. Isso é muito comum. Afirmam, com segurança: Sei que papai - esteja onde estiver... - está nos vendo e se alegrando conosco; ou nos ajudando nos momentos difíceis. Pura ilusão! Ledo engano, porque no livro de Lucas (16. 26) na parábola do rico e do Lázaro, a qual situa-se no Hades (mundo dos mortos), lê-se: Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam.
Ficamos cientes, portanto, que não há comunicação entre os vivos e os mortos. Qualquer manifestação nesse sentido - pois existem, -ensina a Bíblia, é de procedência maligna, mentiras de Satanás, o Enganador.
Consequência número três, repetindo: Acreditar que basta ser uma boa pessoa decente, para ser salva, é ignorar ou não levar a sério o que Jesus disse: Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16. 16)
A pessoa decente, que não faz mal aos outros e até mesmo faz o bem, já tem sua recompensa aqui na terra. Verdade! Note-se, por exemplo, como são respeitados e homenageados os chamados benfeitores da humanidade, e como são amadas as pessoas de bem. Contudo, se em vida não aceitaram Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, ao morrer, quem os encaminhará à presença do Pai eterno? Posto que Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens.
Quanto ao outro aspecto da questão, isto é, quanto aos que realmente se convertem a Cristo, necessariamente são ou tornam-se pessoas de bem; se, em alguns casos, isso não acontece é porque não houve conversão verdadeira.
Consequência número quatro: histórias bíblicas colocadas ao nível do folclore. Motivo de chacotas que se estendem ao longo dos anos; como a história da maçã, o chamado fruto proibido, que Adão e Eva comeram, no Éden (Paraíso). Certamente, todos sabem que o nome da árvore que produz maçã é macieira. Mas, o que Deus ordenou ao homem, ao colocá-lo no Jardim do Éden foi: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás...(Gênesis 2b e 3).
 Como é que a maçã, fruto da macieira, entrou nessa história? A resposta já conhecemos de antemão, é o costume de interpretar a Palavra sem qualquer critério. Porquanto, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Coríntios 2.14).
Quantas questões sobre as quais meditar! Que misteriosa árvore é essa que pode levar ao conhecimento do bem e do mal? E a árvore da vida, que Deus colocou no meio do Jardim do Éden? Que misteriosas árvores são essas?  E vamos desaguar até mesmo em outra pergunta, que misterioso Jardim é esse?
Só sei que Jesus Cristo, segundo o livro do profeta Isaías (61.3b) quer fazer de nós árvores de justiça, plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado.
Então, como é que fica aquela representação folclórica de Adão e Eva mordendo a maçã e a mensagem subliminar e maliciosa insinuando, inclusive, que o chamado pecado original tem alguma coisa a ver com sexo? Sem dúvida, embustes do homem natural. Contudo, são verdadeiras pedras de tropeço que impedem muitos de se interessarem pela Palavra de Deus, levando-os a desprezá-la e ridicularizá-la. (Como faz habitualmente a mídia brasileira). Diante de tudo isso, resta o esclarecimento bíblico o qual afirma que as coisas espirituais só se discernem espiritualmente. Aquém do universo espiritual, assistimos o homem, segundo sua imaginação, criando Deus à sua própria imagem e semelhança.