MAMÃE ONDE ESTÁ VOCÊ?
Rachel Winter
Quem já teve oportunidade de
reparar no olhar de uma criança abandonada há de ter percebido o que significa
solidão. E há de concordar que a criança abandonada pela mãe ou órfã, criada em
orfanato ou na sarjeta, como menino ou menina de rua, representa o protótipo da
solidão humana. Não existe solidão maior que a solidão de uma criança. Isso
porque ela não pode, por sua falta de vivência e de estrutura emocional,
encontrar consolo em outros fatores – para não se sentir só - como sucede com
os adultos. O adulto está preparado para substituir, por exemplo, os pais,
quando estes faltam, pela presença dos filhos e do cônjuge. Encontra alegria,
também, no trabalho, e na sua conseqüente realização profissional, bem como no
ambiente familiar em geral, com irmãos, tios, primos.
A criança abandonada, porém,
possui um buraco no coração. Pois, para o bebê, o contato com a mãe é que o
leva ao aprendizado da convivência humana e ao desenvolvimento da própria
afetividade. A figura materna é a ponte que liga a criança ao mundo. A criança
sem mãe é como uma planta sem raiz. Ela precisa do amparo emocional e material de
todos nós, toda a sociedade deve colaborar no sentido de ajudá-la. Os orfanatos
encontram-se cheios desses pequeninos ávidos de companhia humana que lhes dê amor
e carinho, como também os ampare materialmente.
Só quem convive com uma criança
sabe a alegria que isso representa.
A vida se torna mais plena e toma
um sentido maior. Algumas pessoas têm medo do trabalho que uma criança possa
dar, mas, ignoram a recompensa em alegria e plenitude de vida que ela traz.
Nada na vida se faz sem esforço e trabalho. Por que criar uma criança seria
diferente? Penso que quem hesita em ter filhos por motivos tais ou em adotar
uma criança por esse ou qualquer outro temor, está perdendo tempo. Abraçar uma
vida, bênção inigualável!
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