domingo, 24 de abril de 2016

                                   AVAREZA É IDOLATRIA

                                                                           Rachel Winter
 A avareza – sovinice, pão-durismo – é um defeito com um aspecto cômico, que chega a mascarar o seu caráter maligno. Dentre as fraquezas humanas é uma das mais caricaturáveis, tanto no cotidiano, como na imprensa e na literatura mundial, onde inspirou obras-primas,como David Coperfield, de Charles Dickens. No dia-a-dia, deparamo-nos frequentemente com aquele tipo de pessoa que não empresta nem dá nada pra ninguém, sequer um trocado para um mendigo com a desculpa de que é vagabundo. Nega-se, de cara fechada, a prestar uma simples informação. Vive num mundo minúsculo. Esse defeito, muito explorado pelos humoristas, é mais perigoso do que se imagina. A Bíblia é categórica a seu respeito: “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicário, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”. (Efésios 5:5).
Diferente de economia - Evitar desperdícios em qualquer setor da vida é sinal de bom senso. Mas sem neurose! Sem chegar a ponto de colocar a vassoura atrás da porta quando parentes ou conhecidos vêem “fazer uma boquinha”. A diferença entre economia e avareza é o sentimento de apego ao dinheiro em si, como um valor absoluto e não como meio de troca. Quem é sovina, seja rico ou pobre, sofre demasiadamente na hora de gastá-lo, mesmo com coisas fundamentais. É como se estivessem arrancando-lhe parte do corpo na hora de despendê-lo ou desfazer-se de algum objeto valioso. Os exemplos são inumeráveis, alguns bem trágicos: num edifício que desabou, há anos, numa das praias do Paraná, enquanto os moradores fugiam, uma senhora resolveu voltar para pegar o carro na garagem, apesar dos avisos dos circundantes sobre o perigo iminente. Ficou soterrada. Trocou a vida por um carro... Outra, ao ser assaltada num sinaleiro, resistiu. O tiro disparado pelo trombadinha acertou-a mortalmente. Trocou a vida por uma corrente de ouro...Casos como esses mostram quais os verdadeiros objetos de adoração de seus protagonistas. Entre a bolsa e a vida – inacreditável - muitos preferem a bolsa.
Não eram dessa espécie, certamente, as mulheres que ajudavam a Jesus com seus bens: “Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana e muitas outras que o serviam com suas fazendas.” (Fazendas, aqui, significa bens ou dinheiro). (Lucas 8:3). Eram, sim, movidas pelo altruísmo e pela generosidade resultado de uma fé verdadeira. Graças a pessoas dessa estirpe é que a igreja se mantém - materialmente. São o seu sustentáculo em todas as épocas.
Ao nível da loucura - “Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem”. (Marcos 7:23-23). Um pouco antes, no versículo 15, Jesus Cristo explicara que somente o que “sai” do homem contamina-o. É o caso da avareza, que faz com que a pessoa procure se isolar para fugir a qualquer partilha, mesmo afetiva, quanto mais social ou material. É como se vivesse de quarentena, vítima de mal contagioso.
Ao lado da prostituição - “Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos.” Esta citação se encontra em Efésios 5:3, onde se vê este sórdido apego ao dinheiro colocado ao lado da prostituição. Sem apelação, a Bíblia condena a avareza - uma das mil faces da idolatria - em mais ou menos 34 citações entre o Velho e o Novo Testamento.





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