MULHERES ESPANCADAS
Rachel Winter
Dados estatísticos revelam que, a
cada 15 segundos, uma mulher brasileira é espancada. Este fato vem, certamente,
surpreender a todos que acreditam que com leis tão progressistas para proteção
dos direitos femininos, costumes bárbaros como agressão física haviam sido
banidos da sociedade. Grande engano, como se vê. Conforme observou a secretária
dos Direitos da Mulher, Solange Bentes: “A violência contra a mulher tem uma
conotação cultural muito forte, em nosso país.”
Esse registro chocante sobre
agressões à mulher, consta de um levantamento feito a partir de 1985, e que se
encontra no chamado Relatório Nacional Brasileiro, lançado, ainda, no
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. E, como seria de esperar, setenta
por cento dos incidentes acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido
ou companheiro da vítima.
Tortura no lar – Deve ser
bem triste a vida no lar em que o marido costuma agredir mulher e filhos.
(Marido violento, geralmente, é pai violento). Num ambiente assim, de
permanente tensão, o medo é o denominador comum, como numa prisão, tipo
Carandiru, Bangu e assemelhadas; sem exagero, pois pancada machuca, mutila e
causa dor, venha da parte de quem vier, carcereiro, marido ou pai, e aconteça
na penitenciária ou no “lar”.
Quanto aos filhos, independente
de serem ou não agredidos, são marcados por seqüelas psicológicas que os
acompanham pelo resto da vida, traumatizados pela visão das cenas do pai
atacando a mãe. É dor que nunca acaba. São feridas incuráveis que ficam no
coração dos filhos, na mente torturada da mulher ou nas mutilações físicas de
que muitas delas são vítimas. Que filho
poderá esquecer os gritos de dor da mãe, ou a visão da face transtornada pelo
ódio, do pai agressor?
Em briga de marido e mulher...
- E pensar que, até pouco tempo, a sociedade fingia que não via o fato de
os maridos baterem nas esposas. A polícia interferia apenas quando a agredida
quase morria ou vinha realmente a morrer. Ninguém a defendia, pois era voz
geral que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Foram séculos de
agressão impune e ignorada e de sofrimento silencioso. Hoje, pode-se creditar a
essa violência contra a mulher, nos lares, a má fama que cerca o casamento
entre pessoas do mundo, e o número crescente de divórcios. Se a vida em
família, historicamente falando, tivesse sido muito boa, a liberdade e os
direitos adquiridos pela mulher atualmente não teriam força suficiente para
ameaçar a instituição do casamento, como se vê acontecer. Serviriam, esses
avanços, ao contrário, para aperfeiçoá-lo, e levar o casal a ter uma vida em
comum mais plena, como acontece no meio evangélico, entre pessoas verdadeiramente
cristãs. Note-se, entre as verdadeiramente cristãs e não apenas
evangélicas denominacionais. Entre aqueles casais que pautam sua vida pela
palavra de Deus, que exorta os maridos a amar as suas mulheres como também Cristo amou a igreja, e a si
mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:25). E diz mais: “Quem
ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a
sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à
igreja.”[28b e 29].
Precisa dizer mais alguma coisa?
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