segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

OS GRANDES TEMPLOS DAS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS
                                                                                                    
                                                                        Rachel Winter

"A terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar." (Isaías 11.9. Quando será que o mundo, (principalmente este país) vai entender tais palavras e parar de dizer asneiras sobre o grande número de Igrejas Evangélicas Neopentecostais que são construídas? Digo isso por ter lido comentários sem sentido sobre a construção dos grandes templos neopentecostais que se vê aqui em São Paulo e que aumenta sem cessar. Não entendem que igrejas com milhares de membros como a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, que vê aumentar esses números incessantemente, necessita de templos cada vez maiores para acomodar tanta gente? Será que nunca assistiram a um culto ali? Há centenas de pessoas em pé, mesmo em locais com a amplidão das sedes de Santo Amaro e do Brás. Li observações de professores universitários afirmando - imaginem só - que é por competição entre os líderes, por inveja, dentre essas denominações que eles procuram construir cada qual um templo maior que o do outro. Que mentes pequenas dos autores dessas observações. Seria influência da "microcefalia" que grassa no país? Hoje, vi os comentários por causa do início da construção de outro mega templo, agora, da Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R. Soares. Mas, há muito tempo, críticas sobre o grande número de igrejas neopentecostais, mesmo as pequeninas, são divulgados pela mídia, constituindo-se em motivo de crítica desairosa, de deboche e de desconfiança sobre a honestidade dos Pastores. Dá pra entender como eles empregam o dinheiro dos dízimos e das ofertas? Certamente, não é por um passe de mágica que templos grandiosos são construídos como os que aí estão e como os que ainda serão construídos. E a Palavra do SENHOR, eterna e que permanecerá para sempre, está sendo cumprida, como reafirmado em Habacuque 2. 14: "Eis que não vem do SENHOR dos Exércitos (dos céus) que os povos trabalhem para o fogo e os homens se cansem pela vaidade. PORQUE A TERRA SE ENCHERÁ DO CONHECIMENTO DA GLÓRIA DO SENHOR, COMO AS ÁGUAS COBREM O MAR."



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

                        CONSIDERAÇÕES SOBRE O ÓDIO

                                                                          Rachel Winter

Certa vez, encontrava-me num ônibus lotado e, naquele sufoco, fiquei irritada  com as cotoveladas e grosserias de algumas pessoas, que não se afastavam um milímetro para facilitar a passagem dos outros. E porque os que estavam em frente às portas não recuavam um mínimo que fosse dificultando muito  a saída.
Tive, então, uma reação curiosa – muitos podem até achar engraçada dada as circunstâncias em que me encontrava - pois, pensei: Foi por todos estes que Cristo morreu. O que me levou a concluir, também, que a irritação momentânea ou habitual contra as pessoas é um caminho aberto em direção ao ódio. Assim como aquele defeito muito difundido de analisar as pessoas pela aparência: uma porque é gorda, outra porque é magra ou tem o nariz grande, é baixinha ou alta demais, é mal-encarada ou mal-educada, tem os dentes horríveis, ou por causa da cor, e assim por diante. Sentimentos que se constituem em sementes do mal posto que poderão dar origem a frutos malignos se não vigiarmos, como manda a Palavra de Deus, a qual dá ênfase à pureza do nosso olhar:  A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, forem maus, o teu corpo será tenebroso. (Mateus 6. 22, 23a).
Por sua vez, a Lei Civil classifica tais atitudes como preconceito. Mas, a Lei humana (imperfeita como tudo o que é humano), nada pode fazer para extirpar esse mal do coração das pessoas.  Além de deixar muitas lacunas, por exemplo, na proteção contra o preconceito no caso das pessoas bonitas, inteligentes, cultas ou ricas. Parece incrível, mas, existe esse tipo de preconceito.  Inclusive contra os que fazem sucesso e são famosos. Caetano Veloso disse, certa vez, que fazer sucesso no Brasil é crime. E ele sabe do que está falando.
A implicância contra essas pessoas bem dotadas chega a ponto de torná-las vítimas de perseguição no ambiente de trabalho ou nas escolas. Perseguições que ganharam até nome próprio. No primeiro caso, assédio moral e, no segundo, bulling.
É o "olho mau" em ação constante e que não para por aí. Vejamos os dois lados da questão. Se alguém, seja homem ou mulher, apresenta uma aparência deselegante e pobre as pessoas torcem o nariz em sinal de desprezo; porém, se é elegante e bonita, empinam o nariz, murmurando:  pensa que é grande coisa...
 É bastante evidente os maus olhares que as pessoas trocam nos eventos sociais ou em qualquer outra circunstância, até mesmo na família. Há uma prevenção maligna generalizada contra o outro.  Por que isso acontece? A bendita Palavra de Deus fala da necessidade de amar o próximo como a si mesmo. Trata-se do segundo Mandamento citado por Jesus Cristo, na ocasião em que uma pessoa, um escriba, perguntou-lhe qual seria o primeiro de todos os mandamentos. Jesus respondeu: Amarás o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo teu entendimento e com toda a tua força. E, o segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Marcos 12. 28 a 31). 
Como, então, olhar o nosso próximo com o olhar turvado pelo preconceito, pela raiva e pela superficialidade? Esse, certamente, é um caminho tortuoso e apresenta muitos perigos. Tende a nos impedir de amar o próximo. Parece pouca coisa, insignificância. Mas, não é. Seus desvios podem levar ao desamor, à raiva e ao ódio.  E é seríssima a acusação que lemos na Bíblia sobre esse sentimento terrível que é o ódio: Todo aquele que odeia o seu irmão é homicida e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. (1 João 3. 15). Fica bem claro que, para ser considerado assassino, não precisa chegar ao fato de tirar a vida de alguém. Aliás, antes de pôr em prática o crime propriamente dito, o criminoso já o praticou em pensamento, pois, do pensamento precedem todos os nossos atos, bons ou maus.  
Observando a situação de criminosos reais e já condenados pela Justiça, observa-se o quanto o ódio foi devastador na vida deles. Ao acabarem com a vida de quem odiavam, tiveram as suas próprias vidas completamente arruinadas. Tornaram-se prisioneiros e miseráveis. Sabemos que jogadores de futebol, esportistas, artistas famosos e outras tantas celebridades que levavam uma vida milionária, gozavam de admiração e respeito na sociedade, perderam tudo, conforto, sucesso e muito mais ao deixarem-se arrastar por esse sentimento devastador que é o ódio. Tornaram-se execráveis perante a sociedade que antes os admirava. Até mesmo dentro das famílias, pais ou mães que mataram seus filhos, e filhos que mataram seus pais, encontra-se gente de nível social elevado, muitos deles cultos, com diplomas de nível superior e que, de uma hora pra outra, viram-se arruinados financeira e moralmente, porque se deixaram levar por esse sentimento maligno.
Por que não trocar o ódio pelo amor? O alcance dessa mudança de rota levará o caminhante a percorrer aquele "Alto caminho, um caminho que se chama O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de Deus; os caminhantes até mesmo os loucos não errarão." (Isaías 35. 8). E, por onde o imundo não passa não há destruição, nem desolação nem se acabam os sonhos de felicidade, alegria e paz, muito menos vidas são ceifadas, ou devastadas.
 



domingo, 14 de fevereiro de 2016

          DEUS FEITO Á IMAGEM E SEMELHANÇA DO HOMEM
                                                                               
                                                                                Rachel Winter


Não houve engano no título, não. Explico: entre pessoas não-cristãs, o que impressiona não é somente a sua falta de conhecimento bíblico, mas, o fato de preencherem essa lacuna com ideias próprias. Sem ter lido sequer uma página, consideram-se capazes de opinar sobre a Bíblia. Ou se leem alguns trechos ou conhecem algumas frases, de ouvir falar, interpretam-nas fora do contexto.  Nenhuma delas é capaz de reconhecer que nada sabe da Bíblia. Nenhuma delas é capaz de afirmar como o filósofo que disse sobre o conhecimento em geral: Só sei que nada sei.
 Na sequência desses desacertos, deparamos, então, com uma realidade abominável: Deus sendo criado à imagem e semelhança do homem - em vista de o indivíduo interpretar os textos sagrados a seu bel prazer e conforme lhe convém. Por conseguinte, criando Deus com características humanas. Reescrevendo a Bíblia, por assim dizer. E, algumas seitas chegam a fazer isso, literalmente.
Dentre as inúmeras consequências desse fato, vejamos a primeira: A maioria dessas pessoas decide que está salva porque costuma agir sempre corretamente, com honestidade e decência, sendo exemplo de bom cidadão e, por conseguinte, ao morrer, irá para o céu. Dificilmente, encontramos alguém que se ache pecadora, ainda que esteja vivendo longe da presença de Deus. Elas acham que estão perto, porque decidem assim e ignoram que só O encontramos na Palavra, pois, é ali que Ele habita e é dali que nos instrui e nos guia pelos caminhos da justiça, para a salvação. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho, conforme afirma o Salmo 119. 105.
Costumam incluir, também, em conceitos nebulosos, as pessoas que lhes são caras. Vemos esse exemplo bem claro na mídia. Ao morrer algum artista querido do público ou qualquer pessoa de grande projeção social, dizem: Fulano foi para o “andar de cima” – significando que foi para o céu. Chega a ser patético! Não perguntam se o falecido conhecia o Caminho, que é Jesus Cristo. Observemos o contrassenso desse modo de pensar comparando-o com as iniciativas que tomamos para ir a um determinado lugar desconhecido, mesmo na cidade onde moramos. Para saber que itinerário tomar, recorremos ao mapa da cidade, à Internet, GPS e outros. Mas, quando se trata de vida espiritual, de deixar o mundo físico em direção à presença do Pai, as pessoas que não conhecem a Palavra estão certas de que irão para o “andar de cima” mesmo às cegas, sem saber que caminho tomar. Não têm a menor ideia do que é preciso fazer para serem salvas. Ignoram o que Jesus disse: Eu sou o Caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14. 6). Só por Ele alcançamos a vida eterna,  só por Ele ressuscitaremos no último Dia.
Vale insistir e esclarecer que o mapa para chegar à “Nova Jerusalém” encontra-se, há milhares de anos, desenhado na Bíblia Sagrada – é só seguir a Cristo.
Consequência número dois: Outro costume é dizer que aquele parente que morreu, está lá em cima olhando para cá e ajudando os seus entes queridos que ainda estão na terra. Especificamente, sobre os ancestrais falecidos, a família acredita que eles estão presentes no casamento dos filhos ou em qualquer outra ocasião festiva ou aflitiva, participando da comemoração; ou, ajudando-os em momentos tristes. Isso é muito comum. Afirmam, com segurança: Sei que papai - esteja onde estiver... - está nos vendo e se alegrando conosco; ou nos ajudando nos momentos difíceis. Pura ilusão! Ledo engano, porque no livro de Lucas (16. 26) na parábola do rico e do Lázaro, a qual situa-se no Hades (mundo dos mortos), lê-se: Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam.
Ficamos cientes, portanto, que não há comunicação entre os vivos e os mortos. Qualquer manifestação nesse sentido - pois existem, -ensina a Bíblia, é de procedência maligna, mentiras de Satanás, o Enganador.
Consequência número três, repetindo: Acreditar que basta ser uma boa pessoa decente, para ser salva, é ignorar ou não levar a sério o que Jesus disse: Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16. 16)
A pessoa decente, que não faz mal aos outros e até mesmo faz o bem, já tem sua recompensa aqui na terra. Verdade! Note-se, por exemplo, como são respeitados e homenageados os chamados benfeitores da humanidade, e como são amadas as pessoas de bem. Contudo, se em vida não aceitaram Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, ao morrer, quem os encaminhará à presença do Pai eterno? Posto que Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens.
Quanto ao outro aspecto da questão, isto é, quanto aos que realmente se convertem a Cristo, necessariamente são ou tornam-se pessoas de bem; se, em alguns casos, isso não acontece é porque não houve conversão verdadeira.
Consequência número quatro: histórias bíblicas colocadas ao nível do folclore. Motivo de chacotas que se estendem ao longo dos anos; como a história da maçã, o chamado fruto proibido, que Adão e Eva comeram, no Éden (Paraíso). Certamente, todos sabem que o nome da árvore que produz maçã é macieira. Mas, o que Deus ordenou ao homem, ao colocá-lo no Jardim do Éden foi: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás...(Gênesis 2b e 3).
 Como é que a maçã, fruto da macieira, entrou nessa história? A resposta já conhecemos de antemão, é o costume de interpretar a Palavra sem qualquer critério. Porquanto, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (1 Coríntios 2.14).
Quantas questões sobre as quais meditar! Que misteriosa árvore é essa que pode levar ao conhecimento do bem e do mal? E a árvore da vida, que Deus colocou no meio do Jardim do Éden? Que misteriosas árvores são essas?  E vamos desaguar até mesmo em outra pergunta, que misterioso Jardim é esse?
Só sei que Jesus Cristo, segundo o livro do profeta Isaías (61.3b) quer fazer de nós árvores de justiça, plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado.
Então, como é que fica aquela representação folclórica de Adão e Eva mordendo a maçã e a mensagem subliminar e maliciosa insinuando, inclusive, que o chamado pecado original tem alguma coisa a ver com sexo? Sem dúvida, embustes do homem natural. Contudo, são verdadeiras pedras de tropeço que impedem muitos de se interessarem pela Palavra de Deus, levando-os a desprezá-la e ridicularizá-la. (Como faz habitualmente a mídia brasileira). Diante de tudo isso, resta o esclarecimento bíblico o qual afirma que as coisas espirituais só se discernem espiritualmente. Aquém do universo espiritual, assistimos o homem, segundo sua imaginação, criando Deus à sua própria imagem e semelhança.





sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016


                 A INTUIÇÃO E A CALCULADORA
                                                   Rachel Winter
As mulheres sempre se gabaram de possuir intuição, essa capacidade de pressentir um acontecimento ou de conhecer uma pessoa apenas ao vê-la  de relance. A intuição feminina seria algo assim como um poder advinhatório, no bom sentido da palavra. Na realidade, é muito mais do que isso, e os homens também a possuem. A intuição é um tipo de conhecimento, reconhecido por grande número de filósofos e arduamente estudado por eles. E, o mais importante: é por meio da intuição que chegamos a conhecer a Deus. Mesmo os povos mais primitivos, tateando na dimensão espiritual, têm a intuição da existência de um ser supremo, criador de todas as coisas.
Caminho de ida e volta - Deus, também, se manifesta a nós através de nosso conhecimento intuitivo. Ao nos sentir tocados por uma frase bíblica, recebendo o impacto de sua mensagem - como se fosse direcionada especialmente para nós, para solucionar aquele problema que nos aflige naquele exato momento - essa recepção é realizada através da intuição. Ao contrário do conhecimento racional, científico e matemático que só se processa no nível da razão e com métodos comprobatórios.Tanto é que o filósofo francês Blaise Pascal, inventor da calculadora e da roleta, criou-as para provar que cálculos matemáticos, operações racionais, portanto, poderiam muito bem ser executados por uma  máquina. O conhecimento de cunho espiritual, bem como o próprio conhecimento de Deus (pois Deus é espírito) seria possível somente através de outro canal cognitivo (do conhecimento), ou seja, o da intuição.

O coração tem razões... - Daí, a frase: o coração (a intuição) tem razões que a própria razão desconhece. De vez que, através somente da razão, é impossível chegar-se a Deus. As mulheres podem continuar se vangloriando dessa sua capacidade de conhecer através do coração. O saber lógico, racional e científico é maravilhoso para as coisas terrenas. Mas possui fôlego curto; por esgotar-se na dimensão material. Quando estruturada somente na razão, a pessoa torna-se limitada porque deixa de lado a sabedoria divina revelada pela palavra de Deus. Limita, também, o seu destino pois “a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).”(João 10:35).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

      A DIFÍCIL TRAJETÓRIA DA EMANCIPAÇÃO FEMININA
Muitos foram os sinais feitos pelo Mestre, mencionados no livro Mensageiras da Ressurreição para tornar compreensível a inconteste e salvadora verdade a respeito da emancipação espiritual da mulher.
Todavia, o mundo caminhou mais rápido do que a igreja (os cristãos) para alforriar o gênero feminino, talvez, esse fato tivesse alguma razão de ser por questões circunstanciais. Porque demandaria tempo para as pessoas acharem-se aptas a compreendê-la e preparadas para aceitá-la. Trazendo a questão para o início do século vinte, imaginemos que uma mulher resolvesse pregar o Evangelho em praça pública. Certamente seria conduzida a uma delegacia porque perante a lei civil era considerada menor de idade, incapaz de tomar decisões por conta própria.
Por conseguinte, a mudança de costumes e leis teria que ocorrer no sentido de permitir à mulher liberdade de ação no âmbito social. O que iria também refletir-se na comunidade cristã.
Para a grande maioria da população, fosse de judeus ou pagãos e até mesmo cristãos, seria muito difícil a compreensão e aceitação da liderança feminina. Como ocorre até hoje... Sem perder de vista que o cenário era o de uma sociedade patriarcal. E a questão não é só mudar as leis, mas, também, mudar a mentalidade das pessoas.
Aguardando o tempo certo de sua realização, a marginalização da mulher cristã perdura há infindáveis séculos. (Até o início do século vinte, pelo menos no Brasil, era costume a mulher ter de andar acompanhada para entrar num cinema ou numa confeitaria e até mesmo ir às compras, se não quisesse correr o risco de ficar “mal-falada”. Imagine-se o que seria na igreja uma mulher ocupar o púlpito.
A questão cultural e os costumes sociais, repetimos, deve ter pesado bastante. Além do que, o analfabetismo era quase que geral. E havia necessidade, por conseguinte, de as mulheres serem amparadas pelas leis civis e pelos costumes na sua “liberdade de ir e vir”, pois, não podiam ir muito longe por conta própria.
As perseguições: Reportando-nos, novamente, aos tempos da liderança de Paulo, e nos trezentos anos posteriores, quando a igreja teve que viver na clandestinidade, pode-se reconhecer esse como um dos grandes obstáculos a impedir a emancipação feminina de vir à tona. A organização da sociedade patriarcal não oferecia as mínimas condições para a mulher agir livremente em nenhum de seus setores. O que se refletia fortemente na vida da igreja.
Outro aspecto a ser observado é que alguns apóstolos chegaram a ser mortos pelo fato de serem cristãos. Dizem que Pedro foi crucificado, mas, como não se sentia digno de ter a mesma morte que Jesus, ordenou que colocassem a cruz virada de cabeça para baixo. Paulo foi morto à espada e Tiago foi um dos primeiros a morrer, foi decapitado.
As mulheres cristãs, achavam-se sob a mesma ameaça de morte, tanto que Paulo, no seu passado farisaico, quando ainda se chamava Saulo, perseguia os cristãos, e arrastava para a prisão não só os homens, mas também as mulheres, conforme Atos 8.3.
É interessante notar, portanto, que, se dentro da Nova Aliança já fora decretada a salvação da mulher, o que significa sua redenção no plano espiritual, contudo, dentro do contexto social, ela permaneceu ao longo dos séculos escrava das leis humanas. E, nas igrejas, olhada de soslaio, ainda que Jesus Cristo já houvesse demonstrado o caráter injusto dessa opressão, e planejado a sua modificação. Tanto num ambiente como no outro.
Resquícios cruéis da lei patriarcal perduram até hoje, em muitos países orientais que permitem que a mulher seja punida com a morte, caso seja acusada de infidelidade conjugal. E que o marido espanque a mulher, entre outros costumes bárbaros em voga.
(No Brasil, apesar da proibição legal, dizem que a cada meia-hora uma mulher é espancada).
Note-se que somente no final do século XIX e início do século XX foi que se começou a cogitar, nos países ocidentais, sobre o direito do voto feminino. E que, muito recentemente, as leis civis facultaram-lhe o direito de responsabilizar-se por suas próprias ações sem a dependência do aval do pai, marido ou responsável, desde que completada a maioridade. Havia ainda um resquício de autoritarismo dentro do Código Penal brasileiro determinando que a mulher, para abrir um carnê para compras domésticas ou pessoais, precisava do aval do marido. Mas, os próprios usos e costumes, concorreram para a sua caduquice. 
Portas abertas:
Portanto, para que chegasse ao ponto em que se encontra hoje, de poder exercer o ministério ordenado, em algumas denominações, foi necessário que muitos fatores concorressem para isso, paralelamente, na igreja e na sociedade. E, como diz em Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu...” (3:1).
Ainda que haja descrença ou dúvidas, quanto à missão da mulher, hoje, como houve no passado, ela tem de saber que a sua hora chegou. Glória a Deus por isso!  Vêem-se já muitas trabalhadoras em campo. Tem-se notícia de episcopisas – nome que se dá ao cargo feminino equivalente ao de bispo. Uma delas é La Dona Osborn, filha do grande pregador norte-americano T.L.Osborn. Outra grande evangelista é Joyce Meier, que desenvolve o seu ministério, também, por meio da televisão, através da qual tornou-se bem conhecida no Brasil.
No nosso país já existe um bom número de pastoras, principalmente, nas igrejas neo-pentecostais. Entre as igrejas tradicionais, chamadas de históricas, a Igreja Metodista há tempo abriu espaço para o ministério pastoral da mulher.  




quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

                                            MULHERES ESPANCADAS
                                                                                                         Rachel Winter
Dados estatísticos revelam que, a cada 15 segundos, uma mulher brasileira é espancada. Este fato vem, certamente, surpreender a todos que acreditam que com leis tão progressistas para proteção dos direitos femininos, costumes bárbaros como agressão física haviam sido banidos da sociedade. Grande engano, como se vê. Conforme observou a secretária dos Direitos da Mulher, Solange Bentes: “A violência contra a mulher tem uma conotação cultural muito forte, em nosso país.”
Esse registro chocante sobre agressões à mulher, consta de um levantamento feito a partir de 1985, e que se encontra no chamado Relatório Nacional Brasileiro, lançado, ainda, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. E, como seria de esperar, setenta por cento dos incidentes acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido ou companheiro da vítima.
Tortura no lar – Deve ser bem triste a vida no lar em que o marido costuma agredir mulher e filhos. (Marido violento, geralmente, é pai violento). Num ambiente assim, de permanente tensão, o medo é o denominador comum, como numa prisão, tipo Carandiru, Bangu e assemelhadas; sem exagero, pois pancada machuca, mutila e causa dor, venha da parte de quem vier, carcereiro, marido ou pai, e aconteça na penitenciária ou no “lar”.
Quanto aos filhos, independente de serem ou não agredidos, são marcados por seqüelas psicológicas que os acompanham pelo resto da vida, traumatizados pela visão das cenas do pai atacando a mãe. É dor que nunca acaba. São feridas incuráveis que ficam no coração dos filhos, na mente torturada da mulher ou nas mutilações físicas de que muitas delas são vítimas.  Que filho poderá esquecer os gritos de dor da mãe, ou a visão da face transtornada pelo ódio, do pai agressor?
Em briga de marido e mulher... - E pensar que, até pouco tempo, a sociedade fingia que não via o fato de os maridos baterem nas esposas. A polícia interferia apenas quando a agredida quase morria ou vinha realmente a morrer. Ninguém a defendia, pois era voz geral que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Foram séculos de agressão impune e ignorada e de sofrimento silencioso. Hoje, pode-se creditar a essa violência contra a mulher, nos lares, a má fama que cerca o casamento entre pessoas do mundo, e o número crescente de divórcios. Se a vida em família, historicamente falando, tivesse sido muito boa, a liberdade e os direitos adquiridos pela mulher atualmente não teriam força suficiente para ameaçar a instituição do casamento, como se vê acontecer. Serviriam, esses avanços, ao contrário, para aperfeiçoá-lo, e levar o casal a ter uma vida em comum mais plena, como acontece no meio evangélico, entre pessoas verdadeiramente cristãs. Note-se, entre as verdadeiramente cristãs e não apenas evangélicas denominacionais. Entre aqueles casais que pautam sua vida pela palavra de Deus, que exorta os maridos a amar as suas mulheres como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:25). E diz mais: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.”[28b e 29].
Precisa dizer mais alguma coisa?










quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PROJEÇÃO

                                O OLHAR MASCULINO
                                                                                Rachel Winter

Quando será que todos os homens - que se dizem cristãos –reconhecerão plenamente o direito de a mulher exercer o ministério pastoral? Essa pergunta se impõe ao observar-se a resistência que, até mesmo, alguns pastores demonstram ao não aceitarem ou permitirem que a mulher ocupe o púlpito da igreja. Parece que eles não se deram conta de que foram as mulheres as encarregadas de anunciar a ressurreição de Cristo, e de maneira gloriosa essa missão foi-lhes dada pelo próprio Senhor Jesus, no momento que se seguiu à Sua ressurreição. Glória a Deus! Daí, outra pergunta: será que esses homens entendem mais a respeito do lugar ocupado pela mulher no mundo espiritual do que Jesus? Nesse sentido é oportuno observar o que diz o apóstolo Paulo sobre os que são de Cristo, em Gálatas: 3: 27 e 28: “Porque todos os que fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.
Ao que parece, os homens que se mostram preconceituosos e contrários à atuação das mulheres como pastoras, realmente, não possuem ainda a mente de Cristo, condição própria daquele que, nascido de novo, está revestido do poder e da visão de Deus. Jesus escolheu aquele grupo de mulheres, revestidas de seu espírito, para levar a mensagem da ressurreição quando disse a Maria Madalena: “Mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto” (João 20: 17b e 18). De modo que sendo as mulheres cristãs membros do corpo de Cristo, e filhas de Deus, tanto quanto os homens cristãos, possuem, como estes, o mesmo direito de pregar o Evangelho, prova disso foi a atitude de nosso Salvador, confiando-lhes aquela missão divina.
O teste de Madalena – Se perguntarmos, não somente aos homens, mas até mesmo às mulheres, o que lhes vem à cabeça quando se fala de Maria Madalena, a resposta é imediata: Ela foi aquela “pecadora” de quem Jesus expulsou sete demônios. Pura verdade, sem dúvida.
Contudo, seu pecado não teve nada a ver com prostituição, como a maioria das pessoas pensa. Na Bíblia não há qualquer palavra que indique isso. E mais, raramente lembram-se do mais importante na sua vida que foi o fato de ter sido a primeira pessoa a encontrar-se com o Cristo ressurreto. Ô glória! As pessoas não costumam dar destaque a esse acontecimento que revela a elevada estatura espiritual de Maria Madalena. Será que perante os cristãos ela já foi plenamente redimida de seu passado, como o foi perante Jesus Cristo? Ao tecer essas considerações, falamos daquilo que todos já sabem, ou seja, da tendência humana de olhar através dos olhos da carne sempre prevalecendo sobre o olhar através dos olhos do espírito. Mas, todo tempo é tempo de clamar a Deus pelo aperfeiçoamento de nossa mente e do nosso coração. 
Projeção da fêmea – Em Psicologia, é chamado de Projeção o ato de projetar nos outros os nossos próprios sentimentos ou impulsos, e de achar que a outra pessoa, alvo dessa projeção, está sentindo ou desejando o mesmo que nós. (Observe-se, nesse sentido, os casos de homens que atacam sexualmente as mulheres e costumam afirmar que elas estavam se “oferecendo”). A palavra projeção é usada para esse fenômeno, pois ele assemelha-se à projeção de um filme numa tela. Os sentimentos são como que fotografados e lançados sobre a outra pessoa como se a outra pessoa fosse a tela. Os homens – ainda que do meio evangélico - que insistem em “ver” a mulher apenas como fêmea, não conseguem entender que ela possui um espírito, o qual foi salvo e liberto de todo o pecado por Cristo, então costumam projetar a sua própria concupiscência, os seus desejos carnais na figura feminina. Através desse olhar caracteristicamente masculino, eles projetam sua lascívia, observando “caras e bocas” e acabam concluindo que a mulher é apenas um ser sensual, capaz de os induzir ao pecado. Realmente, diante desse retrato – feito por eles em suas próprias mentes - no qual se destacam apenas as características físicas femininas, fica difícil aceitar que a mulher ocupe o púlpito. Repetimos, através desse olhar lúbrico masculino a espiritualidade da mulher fica, na mente desse homem, escamoteada, surrupiada, como se não existisse.  Mas, com certeza, não é assim que Jesus Cristo vê a mulher. Logo, ao entrarem num lugar sagrado como é o templo do Senhor, ou quando tratarem de assuntos a ele relacionados, os homens, contrários à atuação feminina nos púlpitos, devem antes procurar o discernimento espiritual sobre esse assunto, uma vez que: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1ª Aos Coríntios 2:14).
Autoridade do marido – Um fator bastante polêmico, quando se trata do direito da mulher de dirigir uma igreja, é que dentro do lar, a autoridade deve ser exercida pelo marido e não pela mulher. Segundo a palavra de Deus, em Efésios 5: 22, lemos: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido como ao SENHOR; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo."  Neste texto observamos duas espécies de autoridade bem distintas e que não podem ser confundidas entre si, como sendo uma (a do marido) a extensão da outra (a de Cristo). Nessa passagem bíblica há apenas uma comparação entre as duas. De maneira bem simplificada, pode-se entender o seguinte: o marido (cristão) manda na sua casa e Jesus Cristo manda na Igreja. A Bíblia está falando da autoridade terrena do marido e da autoridade espiritual de Jesus Cristo. Em contraposição, em nenhum trecho da palavra de Deus vemos que a mulher deva ser submissa ao marido no sentido espiritual. Jamais a Bíblia afirmou que o espírito do marido tem autoridade sobre o espírito da mulher. Por conseguinte, de sua vida espiritual ela só tem que dar contas a Deus. Se em casa deve submissão ao marido (no caso de ser o marido pessoa de bem, servo de Deus, e não um bandido), na igreja ela pode exercer o papel de líder espiritual, sem constrangimento algum, e sem que isso signifique qualquer tipo de rebeldia conjugal - pois a própria palavra de Deus a apóia quando afirma sermos todos “um em Cristo Jesus”. Perante Deus, não há barreiras de posição social, nem de religiosidade e muito menos de sexo, o que importa é estar sob a graça de Jesus Cristo para poder divulgar a sua mensagem.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                    MÁRTIRES CRISTÃS
O relato da perseguição aos cristãos, após a ascen­são de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser melhor conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silên­cio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu heroísmo. Porque tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tor­tura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bí­blia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do tú­mulo de Jesus.
Será que não temiam ser apontadas como perten­centes ao grupo dos seus seguidores? Visto que, dificilmente os que crucificaram a Jesus deixariam em paz seus seguidores, mormente estes anunciando a ressurreição de seu mestre. Desabou sobre as cabeças dos discípulos e das discípulas a perseguição já prevista por Jesus, primeiro por prisões, ameaças e, logo depois, pela própria morte.
Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cris­tãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se ob­servar que a perseguição não se restringia apenas aos ho­mens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando ho­mens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)
Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atin­giu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenha­ram um papel tão vital que sofreram perseguição junta­mente com os homens. Ele amplia suas considerações a respeito das duas passagens bíblicas declarando:
Isto deve deixar implícito para os leitores de Lucas que as mulheres tinham bastante significado, em núme­ro e/ou importância para a causa do Caminho, a ponto de Saulo pensar que não podia acabar com o movimento sem prender tanto homens como mulheres.
É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinago­gas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Cons­tantino descriminalizou o cristianismo, o governo de Roma, também, resolveu estender seus tentáculos, em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição. Não se pode afirmar, contudo, que todos os imperadores ro­manos perseguiram os cristãos com o mesmo grau de crueldade e intensidade. A História aponta o ano de 64 como o do início da grande caçada ao povo de Deus, pe­los romanos, em sequência à perseguição movida pelos judeus. É relatado, ainda, que Nero, imperador romano, após atear fogo em Roma, jogou a culpa sobre os cristãos transformando-os em inimigos de Roma. A questão, na­quele momento, não foi a de uma política de oposição ao cristianismo como tal. Os cristãos serviram, simples­mente, como bode expiatório para os surtos de loucura do imperador.
Sob o governo de Domiciano a perseguição tor­nou a recrudescer quando corria o ano de 95 d.C. E, no governo do imperador Trajano, (meio século depois de Nero) pertencer ao cristianismo passou a configurar-se um crime. As pessoas acusadas de integrar o movimento cristão, no momento em que eram julgadas, ao confessa­rem a sua fé, sem querer abjurá-la, eram sumariamente condenadas à morte. Até o segundo século, ser cristão podia significar prisão, tortura e morte.
A situação piorou ainda mais, de 303 em diante, quando os templos cristãos foram destruídos e os livros sagrados queimados; no ano 304, foi decretado a todos os cristãos que, se não renegassem a sua fé, seriam su­mariamente condenados à morte. Era abjurar ou morrer, impasse que teve a duração de sete anos, época que an­tecedeu o anúncio do Édito de Tolerância, em 311. Fi­nalmente, no governo de Constantino, o primeiro impe­rador cristão, o pesadelo teve fim. Por meio do Édito de Milão, (ano 313), o cristianismo foi reconhecido como religião oficial em todo o território romano.
Em referência ao papel da mulher durante os sécu­los de perseguição à Igreja, devemos concordar com João Crisóstomo que, em sua Homilia nº XXXI, declara:
As mulheres daqueles tempos eram mais corajosas que leões, compartilhando com os apóstolos seus labores por amor ao Evangelho. Dessa maneira, viajavam com eles e desempenharam todos os outros ministérios.
Acrescentemos que compartilharam de seus martí­rios sendo encarceradas, torturadas e, muitas delas, mor­tas da mesma maneira como eles foram.
Casos de mulheres martirizadas por sua fidelidade a Cristo, podem ser extraídos da História Eclesiástica, de Eusébio de Cesareia. Um deles fala da admirável reação de uma jovem escrava, chamada Blandina ao enfrentar os carrascos que puseram fim à sua vida:
Essa moça foi torturada e depois suspensa num poste, presa às feras, mas estas não a molestaram. Após os chicotes, as feras, a grelha, puseram-na numa rede, para ser atirada a um touro. Lançada ao ar várias vezes pelo animal, não sentia mais nada, envolta na esperança das recompensas prometidas, entregue à sua conversão com Cristo. Finalmente, degolaram-na e os próprios pagãos confessaram que jamais, entre eles, mulher alguma padecera tanto em tão cruéis sofrimentos. (CONTINUA).


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

ANO NOVO

                                            FELIZ 2016

A TODOS OS QUE VISITAM ESTE BLOG E AOS SEUS SEGUIDORES DESEJO UM ANO NOVO REPLETO DAS BENÇAOS DE DEUS EXTENSIVAS AS SUAS FAMÍLIAS. E QUE O SENHOR CONFIRME O TRABALHO DE SUAS MÃOS DANDO-LHES GRANDE PROSPERIDADE. E A PAZ DE DEUS, QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO, GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES E OS VOSSOS SENTIMENTOS EM CRISTO JESUS. (FILIPENSES 4.7). 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

NATAL - 2015

                            FESTAS NATALINAS
Isaías, em sua profecia sobre o advento do Messias, há mais de 700 anos, no Antigo Testamento, diz: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6).
Essas maravilhosas palavras proféticas definiram com precisão quem seria Jesus Cristo. E é muito bom relembrá-las nesta época do ano em que grande parte do mundo comemora o Natal, ou seja, o nascimento do Deus-menino. Época de alegria e de festas, mas, também, de consumismo desenfreado e, de modo geral, de festejos de conotação predominantemente materialista com troca de mimos entre as pessoas,   de grandes comilanças e, muitas vezes, de bebedeiras, na qual a maioria das pessoas nem se lembra de reverenciar o verdadeiro protagonista da festa, Cristo, nosso Salvador. Chamado também de EMANUEL – que traduzido é “Deus conosco”. Momento de intensa alegria, aquele em que  Deus – o Todo Poderoso – desce dos céus e vem ao mundo em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, a  fim de nos trazer o perdão de nossos pecados e nos envolver em sua maravilhosa Graça, a qual significa favor imerecido.
O certo seria trocar o papel desempenhado por essa figura folclórica de Papai Noel, distribuidor de mimos, que tem sido o protagonista das festas natalinas, para colocar Jesus Cristo em destaque no lugar que, por direito, lhe pertence como o verdadeiro dono da festa.

Essa troca precisa ser feita de início em nossos corações e no coração das crianças para que saibam como Jesus nos ama e nos dá o presente mais valioso que é o Seu amor e Sua proteção, não apenas uma vez por ano, mas, durante toda nossa vida.

domingo, 13 de dezembro de 2015

PÉROLAS AOS PORCOS

                PÉROLAS AOS PORCOS NA GLOBO
O programa Zorra Total, apresentado na Globo aos sábados à noite, havia melhorado de nível após ser inovado recentemente com um tipo de humor menos estúpido que o anterior. Pura ilusão! Parece mais que a emissora fez um acerto com o Diabo a fim de atirar pérolas aos porcos, colocando trechos bíblicos na boca de personagens os quais representam Jesus Cristo e os seus discípulos nesse mísero quadro humorístico. No passado, segundo relata a Bíblia, Satanás já citou trechos bíblicos quando tentou Jesus no deserto, mas o Salvador o derrotou. Agora, voltou a atacar na Globo.
À que leva a falta de criatividade dos idealizadores desse programa e a ignorância deles a respeito do significado do cristianismo. Isto é o Brasil de hoje! Arrasado culturalmente, na política e nos demais setores da sociedade. Não é de admirar que a mídia televisiva brasileira, dentre as do mundo ocidental, seja uma das mais ignorantes do texto bíblico e de seu valor e a mais desrespeitosa. Esse é mais um campeonato ganho pelo país. Mais um lugar no pódio abjeto da miserabilidade. O Brasil já é campeão de homicídios – 58,5 assassinatos foram registrados em 2014 – permanece no pódio, também, entre os países campeões do analfabetismo, da corrupção dos políticos, dos empresários, e agora, ou melhor há tempos, da tevê mais inculta que desconhece totalmente o texto bíblico. Porque só pode ser creditado à ignorância absoluta do que seja o cristianismo esse achincalhe da Palavra de Deus e da pessoa de Jesus Cristo e seus discípulos. Para o Brasil estar no outro pódio, ao lado dos países verdadeiramente vencedores, nos quais predominam o progresso social, a paz e a prosperidade em todos os níveis, somente observando os mandamentos, estatutos e preceitos da lei de Deus. Por enquanto só nos resta repetir as palavras de Jesus Cristo: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.




  

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

    O TEXTO MAIS EXPLOSIVO DO NOVO TESTAMENTO
Antes de comentar o referido texto, de Gálatas 3.26- 28, já mencionado no primeiro capítulo deste livro - con­vém observar a definição que os dicionários dão à palavra machismo: Atitude ou comportamento de quem não acei­ta a igualdade de direitos para o homem e a mulher.
Essa definição - cotejada com o objetivo ardua­mente buscado pelo apóstolo Paulo, isto é, o da unidade dos crentes em Cristo, por se tratar de um mandamento fundamental do cristianismo, coloca-nos diante de um impasse. Impossível, alguém que não reconhece direitos iguais para homens e mulheres, escrever o texto social­mente mais explosivo do Novo Testamento, justamente para defender esses direitos, exatamente como Paulo faz, na carta aos Gálatas: Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Ele encerra o pen­samento com chave de ouro declarando: E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa. (v. 29). Prova cabal de que as mu­lheres e as pessoas marginalizadas dentro da sociedade, não foram deserdadas pelo Pai, mas, adotadas em Cristo como verdadeiras filhas de Deus, independente de status social – basta crer em Jesus Cristo e aceitá-lo como seu Senhor e Salvador. Esse texto serve, também, para livrar o apóstolo Paulo da pecha de machista.
A frase, do versículo 29, remete-nos a outro após­tolo, a Pedro, o qual observa que homens e mulheres são co-herdeiros da graça da vida, (1 Pedro 3.7). Graça sob a qual desponta a nova nação das pessoas recriadas em Cristo, em meio à qual são quebradas as barreiras que as separavam por questões de raça, classe social ou gênero.
Dentre os motivos que deram a Paulo fama de ma­chista encontram-se algumas de suas bem conhecidas – porém, mal-interpretadas - recomendações às mulhe­res, sobre as quais já falamos anteriormente. Ao tomar conhecimento dessas recomendações, com isenção de ânimo, conclui-se que costumam ser lidas sem levar em conta o contexto social e a situação da Igreja no momen­to em que foram escritas, conforme asseveram os estu­diosos cristãos adeptos do igualitarismo entre homens e mulheres dentro da igreja.
Passemos a apreciar, agora, nos textos bíblicos, como foi a atuação da mulher nos primórdios da Igreja. A constatação dessa realidade, por si só, contribui para amenizar, e até apagar, a fama que se apegou ao nome de Paulo, de inibidor da ação das mulheres no plano ecle­sial. Ao mesmo tempo, em que nos faz aquilatar o valor do ministério das primeiras mulheres cristãs. O caso de Febe, que dá início a este capítulo, é exemplar.
Voltemos, pois, à carta aos Romanos, cujo capítulo 16 inicia com as palavras de recomendação de Paulo, a res­peito de uma mulher chamada Febe, da igreja de Cencréia, porto de Corinto, aos cuidados da Igreja romana: Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem aju­dado a muitos, como também a mim mesmo (v.2).
Febe foi encarregada por Paulo de ser a portado­ra da Carta aos Romanos, (que grande tarefa confiada a uma mulher, a responsabilidade de fazer chegar ao seu destino esse documento de valor inestimável para a cris­tandade). Ela era diácona da igreja de Cencréia e, tanto o cargo que ocupava na Igreja quanto a missão que lhe fora confiada provam cabalmente sua idoneidade moral e prudência, mas, acima de tudo, sua condição de após­tola. Observemos o sentido original da palavra apóstolo: mensageiro a quem era delegada uma determinada ta­refa. No caso de Febe, mensageira também no sentido literal da palavra.
A escolha de uma mulher, por parte de Paulo, para o desempenho de tarefa de tamanha importância serve para provar dois fatos favoráveis a ambos: com rela­ção a Febe, vem provar que era fiel e destacada serva do Senhor; da parte de Paulo que ele não fazia acepção de pessoas e apoiava indiscriminadamente o trabalho das apóstolas. A epístola aos Romanos é considerada a mais preciosa dentre as cartas escritas por Paulo.
Termos esclarecedores: A palavra diácona significa ministra. Sua conota­ção não seria a mesma de diaconisa ou diácono, confor­me se entende hoje, qual seja, de um cargo menor que o de presbítero. (CONTINUA).

domingo, 15 de novembro de 2015

                         AMEAÇA DO FEMINISMO EXTREMISTA
O que se vê são mulheres movidas por um clamor ancestral - (tomando as dores, passadas, de suas mães e avós) que exige vingança contra o homem - saírem de modo desenfreado em busca de uma liberdade que se configura mais a uma represália. Nessa corrida, passam a cometer os mesmos erros que os homens cometeram no passado contra a família; equívocos que podem ser sintetizados como irresponsabilidade, leviandade (ou li­bertinagem), omissão, escárnio, desprezo e abandono.
Por essa via, qualquer movimento do feminismo extremista, que se apóie apenas na iniciativa humana, desvinculado da palavra de Deus caracteriza-se por ser faccioso. Fatalmente, incita à violência, à separação e à desunião entre os sexos – constituindo-se numa ameaça à liberdade conquistada. Na “selva de pedra”, a serpente aparece mimetizada em forma de uma insana liberdade ilimitada que leva à cegueira moral. Desde o momento em que as mulheres deixam de enxergar que a nossa liberdade termina onde começa a do próximo, a queda é iminente.
Apesar de todo o apoio que associações das mais diversas espécies conferem às mulheres, a fim de ajudá-las na defesa de seus direitos, e das prerrogativas que a lei civil e os costumes lhes concedem, a maioria delas encon­tra-se absurdamente desorientada e até mesmo indefesa. Assemelham-se ao pássaro que, ao deixar a gaiola, atur­dido, cai na mão de predadores. Hesitantes entre o bem e o mal, a maioria não consegue discernir exatamente os limites morais. Isso fica patente ao observar o caos social que se avizinha, indicando nitidamente que não existe uma noção do que significa ser livre, e de que tomar as rédeas da própria vida significa arcar com as consequên­cias dos próprios atos, caso contrário, mergulha-se num universo caótico.
Não é possível atropelar os ditames da consciên­cia ética e moral, esquecendo os mandamentos cristãos de amor a Deus, acima de tudo, e ao próximo como a si mesmo. Amor que se expressa através da consideração para com todas as pessoas e cuidados para com os da própria família – até mesmo para com o marido...
Livre-nos Deus dos movimentos gerados por ideias extremistas, sejam provenientes do Oriente, como as de ca­racterística patriarcal que escravizam as mulheres, sejam as do feminismo exacerbado e mal-interpretado causador da desestruturação social. Aliás, já disseram alhures: A virtude está no meio quando os extremos são perniciosos.
No caso do feminismo extremista, a mulher saiu de sob o domínio de um sistema despótico em direção a uma terra sem lei. Isso não estava no programa. As nor­mas de caráter humanitário, obviamente, não foram abo­lidas. Invalidadas foram apenas as leis de cunho patriarcal contrárias às mulheres. O respeito à vida não foi anulado, a não ser pelos ímpios. Há casos de mães matando filhos recém-nascidos como quem mata baratas. Simplesmente, jogam os bebês no lixo, em vaso sanitário de avião e em shoppings, demonstração de perversidade inominável e desorientação não apenas nas classes menos favorecidas. São verdadeiras manchas no cenário de respeito e prote­ção à infância em que se insere o país e o mundo ociden­tal, e motivo de tristeza para a comunidade cristã.
Observa-se, mesmo entre as mulheres que possuem bom nível cultural e intelectual que, no plano espiritual, elas não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, tal qual os ninivitas do tempo de Jonas. (Jonas 4.11). Por conseguinte, são incapazes de entender o que significa amar o semelhante como a si mesmas, visto que só entendem a linguagem dos sentidos. Elas movem-se no universo sexual e da competição, tanto no trabalho como na vida pessoal, a qual se desenvolve à semelhança de uma maratona. O que importa é ir em frente, na busca desenfreada de prazeres e de um sucesso duvidoso, atropelando todos os que estão no caminho – quer sejam pais, filhos, marido, irmãs ou amigas.
Imagino Jesus, diante desse espetáculo, sentindo grande compaixão da multidão desnorteada, como no passado, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor. (Mateus 9.36). A liberdade, para grande número de mulheres adeptas do feminis­mo exacerbado, mais se parece a um objeto perigoso em mãos inábeis, como um carro nas mãos de um cego.
Refiro-me, especialmente, à liberdade usada para prática do sexo promíscuo, tão comum nos dias de hoje, com a consequente perda de valores familiares, sem os quais a sociedade perece. São casamentos abertos, onde cada um dos cônjuges pode ter aventuras extraconjugais sem maiores responsabilidades. Adolescentes que “fi­cam” com namorados sem compromisso algum, man­tendo relacionamentos sexuais inconsequentes. Com isso, o número de mães solteiras cresce - muitas grávidas nem sequer sabem quem é o pai do filho que esperam - e o número de crianças abandonadas aumenta a cada dia; assim como o de doenças sexualmente transmissíveis.
Há também casos de mães que não fazem jus ao nome – símbolo de amor e ternura – e costumam subme­ter os filhos a torturas psicológicas e físicas de maneira sistemática a ponto de lhes desestruturar a personalida­de em formação. Realidade inacreditável, diante da qual queremos acordar pensando tratar-se de um pesadelo.
Donas de casa, dominadas pelas hostes espirituais da maldade (Efésios 6.12) como fantoches, teleguiadas por essa casta de demônios, são levadas a proceder como verdadeiras carcereiras dentro do lar. Quando se casam, em vez de promessas de amor, prometem a si mesmas agir de maneira cruel para com o cônjuge. Ameaçado­ras, exclamam: “Para mim tudo, para ele nada!” Conceito muito em voga entre as jovens do mundo de hoje. Pala­vras que são fruto de um feminismo rancoroso e quixo­tesco, uma vez que gozam, atualmente, de plena liberdade de ir e vir e de decidir sobre seus próprios atos e destinos. Atitudes que refletem o mau uso da liberdade e uma demonstração de irracionalidade.
O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao obser­var os índices alarmantes de violência contabilizados na sociedade, exclama: “Há, em toda parte, uma maldade inexplicável.” A observação do sociólogo vem simples­mente enfatizar o que salta aos olhos de todos, diaria­mente, por meio dos noticiários da mídia e pela experi­ência pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade a que se refere Schüller, presente em todos os setores da sociedade – é bom que se destaque – tem mulheres e, também, homens como seus agentes disseminadores. Assim como existem feministas exacerbadas, há machis­tas tão irracionais quanto elas.
Outra observação importante, uma verdadeira questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da população feminina fazendo mau uso da liberdade, de­vido ao seu novo status social, existe a grande maioria das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao par­ticipar ativamente da vida social e política das nações. Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo desempenhar-se galhardamente de seus compromissos profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na ad­ministração do lar e na criação dos filhos.
Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade, reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da li­berdade adquirida em Cristo. Certamente, para essa fi­nalidade foi que Jesus a libertou da situação de subservi­ência em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar com o caos social. (CONTINUA).


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

           PRINCÍPIO DE DIREITO VERSUS MORAL CRISTÃ
O princípio da submissão das mulheres aos mari­dos, conforme entendem alguns estudiosos, não se trata de um preceito da mo­ral cristã, mas, de um princípio de direito, comum nas sociedades judaica e greco-romana. Paulo respeitava-o, não afrontando as suas leis, quer as regulamentadas pelo direito, em seus termos legais, quer as ditadas pelos cos­tumes. Atitude, aliás, recomendada explicitamente, tam­bém, pelo apóstolo Pedro a todos os cristãos para não cor­rerem o risco de passar por malfeitores. (1 Pedro 2. 12-17). Pela observância às leis vigentes, dariam bom exemplo de vida a fim de que o Evangelho não fosse difamado.
O importante, então, nos textos de Efésios, bem como em Colossenses, que tratam do referido assunto, não é a submissão comumente tida como aviltante, que coloca a esposa em situação de inferioridade, mas, sim, segundo observam alguns teólogos a referência a seguir na frase bíblica: Como convém no Senhor (Colossenses 3.18). O Senhor no comando de todos os aspectos do relacio­namento conjugal; domínio não mais do direito, mas, aí sim, da ética cristã. Trata-se de mandamento divino; fala-se, então, do amor cristão, daquele amor marcado pelo dom de si mesmo – do amor ágape, semelhante ao amor de Cristo, em que a pessoa é capaz de doar sua vida para salvar outra.
Não seria correto confundir um princípio consue­tudinário e do direito, com um princípio fundamental da moral cristã, a fim de manter uma filha de Deus sujeita ao arbítrio de qualquer cidadão de maus bofes. Quando Paulo fala, não trata de uma questão de hierarquização grosseira, tal como o marido manda e a mulher obede­ce. Atitude bem conforme ao gosto da mentalidade ma­chista e da interpretação que os cronistas mundanos dão às palavras de Paulo registradas nos Evangelhos. A ju­risprudência e os costumes das sociedades de antanho ratificavam a discriminação contra a mulher. Hoje, in­corre em erro, hoje, quem leva essas palavras ao pé da letra – reconhecendo o seu emprego em qualquer tipo de casamento. O Senhor não endossa a escravização da mu­lher pelo marido. Cristianismo é sinônimo de liberda­de. A mulher deve submeter-se à autoridade do marido verdadeiramente cristão, porque dentro da moral cristã a relação marido-mulher toma outra forma, por ser es­truturada no amor. Certamente, um sentimento diverso e mais grandioso do que aquele puramente romântico e carnal.
Trata-se, portanto, de outro texto bíblico, o da sub­missão da esposa, interpretado de maneira falaz, para apoiar a tirania contra a mulher, a subserviência e o ser­vilismo dentro de casa e na sociedade. Muitos maridos, os mais simples e desavisados chegam a encarar a esposa como uma serviçal, no sentido literal da palavra. Res­ponsabilidade, injustamente, atribuída, ao apóstolo Pau­lo quanto às consequências nefastas que tal interpretação tem trazido ao fraudar os direitos das mulheres cristãs.
Todavia, responsáveis por esses enganos são as interpretações literais das cartas paulinas, que só bene­ficiam os próprios homens. Para eles é conveniente es­corar-se sob a proteção da mentalidade patriarcal para auferir vantagens e comodidades que esse modo de pen­sar lhes faculta. Nunca é demais lembrar que patriarcado tem sido sinônimo de despotismo contra as mulheres.
No momento em que Cristo enviou as mulheres para dar a notícia de Sua ressurreição, não consta que Ele as tenha mandado primeiro pedir autorização aos seus maridos, pais ou responsáveis, para cumprirem a missão. Independência e autonomia feminina ficaram claramen­te demonstradas nessa ocasião. Fato que nos leva a con­cluir que até mesmo acatando a autoridade do marido, a autonomia espiritual da esposa cristã, deve ser colocada em primeiro lugar. Convém, observar, também, paz e li­berdade devem permear o relacionamento entre marido e mulher, no lar genuinamente cristão.
Em síntese, o amor cristão propõe a questão da se­guinte maneira: o respeito e o amor que a mulher deve ao marido são proporcionais aos que o marido deve à esposa. Será impossível a uma esposa que compreende a orientação bíblica - sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor - deixar de reverenciá-lo. A palavra submis­são, neste caso, toma um sentido de reconhecimento, res­peito e amor. Nada a ver, portanto, com o significado que adquiriu no nível mundano, que é de subalternidade: a mulher colocada em segundo plano, inferior ao homem.

A igualdade entre as pessoas está no cerne do cris­tianismo, porque Deus não faz acepção de pessoas. (Atos 10.34). (Continua).

domingo, 25 de outubro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                   SEXISMO QUE CULMINOU EM GENOCÍDIO
O martírio de mulheres, do qual se tem apenas vis­lumbres e que não é circunscrito apenas às perseguições de que foram vítimas, nos primeiros séculos do cristia­nismo, tem sido muito pouco divulgado. Assunto, como se viu, comentado nos capítulos sobre as Mártires Cristãs e no Atos das Apóstolas. Os feitos heróicos ou trágicos que a História registra falam, especialmente, de protago­nistas homens. Pouco se noticia, por exemplo, sobre a perseguição implacável à mulher no período medieval, pelos tribunais eclesiásticos da Inquisição, da Igreja Ca­tólica. História bem pouco conhecida no que se refere à participação da mulher e cujos detalhes tendem a ser esmaecidos com o passar dos anos.
Seria muito bom que as mulheres conhecessem a saga de suas antepassadas para colaborar na formação de um conceito melhor e menos leviano acerca de si mes­mas. Já se afirmou que “a raiz da opres­são é a falta de memória.”
O conhecimento da própria história poderá, tam­bém, ajudar a acabar com os estereótipos populares so­bre a mulher, caricaturada como “caras e bocas”, longas unhas pintadas e sapatos de salto alto. Tal retrato em for­ma de caricatura tende a escamotear o verdadeiro valor da mulher como ser humano. Não podemos nos omitir e deixar no esquecimento o fato de que muitas vidas foram ceifadas, não apenas pelas fogueiras da Inquisição, mas pela força descomunal do preconceito conhecido como sexismo.
O pouco que se preservou dos acontecimentos do período inquisitorial mostra que a maioria das mulheres foi martirizada simplesmente por ser mulher. O gênero feminino causava desconfiança. O fantasma da maldição de Eva não havia sido, ainda, exorcizado. Os sinais feitos por Cristo aqui na Terra, sobre a libertação da mulher, não haviam sido assimilados pela mente masculina, nem pelo povo, nem pelos religiosos, principalmente, por es­tes. Talvez, nem as próprias mulheres tivessem noção dessa realidade; como até hoje acontece. Ressoa, há intermináveis séculos, na memória da mulher, o mea-culpa, pelo primeiro pecado.
Jacques Sprenger, inquisidor e teórico da demono­logia, dizia: ”Se hoje queimamos as bruxas, é por causa de seu sexo feminino.” Outro inquisidor, observa a res­peito da menstruação:
Mensalmente elas se enchem de elementos supér­fluos e o sangue faz exalar vapores que se elevam e pas­sam pela boca e pelas narinas e outros condutos do corpo, lançando feitiços sobre tudo que elas encontram.116
O corpo da mulher era, em si mesmo, tido como fonte de malefícios, não só pela lembrança de Eva, mas também pela falta de conhecimento sobre a fisiologia fe­minina. Os disparates que diziam a respeito da menstru­ação beirava os limites da sandice. Nesse tempo, vivia-se a idolatria do corpo masculino; herança de costumes pagãos cujos cultos alcançavam seu ponto máximo nas chamadas festas de Falofórias.
No período inquisitorial, que se inicia na Idade Média e vai até o século 16, no qual se intensificam as perseguições e as condenações à morte na fogueira, mi­lhares de mulheres foram submetidas às mais atrozes tor­turas e, depois assassinadas. A perseguição, sem dúvida avassaladora, movida contra os judeus pelos tribunais eclesiásticos, perante os quais eram tidos como here­ges, aparece com destaque nos registros históricos. Não obstante, entre os condenados a proporção era de nove mulheres para cada homem, segundo dados históricos; e disso pouco se fala.
“É pelo sexo, por natureza impuro e maléfico, que ela se faz bruxa.” Esse pensamento, de um dos inquisi­dores, fundamentado nos ritos de Sabá, deixa entrever a essência que levou ao verdadeiro genocídio perpetrado contra a mulher na época da Inquisição. A luta era contra o gênero feminino; a desculpa apresentada era a de prá­tica de bruxaria – especialmente contra a mulher – e de heresia. As vítimas eram escolhidas aleatoriamente como objetos de uma ação discriminatória, alvos de furioso preconceito. As acusadas dificilmente conseguiam pro­var que os crimes contra elas assacados eram imaginários ou caluniosos, ainda sendo inocentes. Confirmação de que contra a força não há argumento.

Contudo, não se tem notícia de genocídio perpe­trado contra bruxos. Refiro-me, claramente, a genocídios e não à morte de um ou outro homem condenado por bruxaria. Certamente, porque o corpo masculino era tido, “por natureza” como puro e benéfico... ao contrário do que pensavam sobre o corpo feminino. (Continua).

domingo, 18 de outubro de 2015

Trecho excluído do livro Mensageiras da Ressurreição

                           LIDIA, AS PRIMÍCIAS DA EUROPA
A primeira pessoa a aceitar o evangelho na Euro­pa, pelo ministério de Paulo, foi Lídia. Para o apóstolo, a missão iniciada na Macedônia significou o primeiro pas­so dado em direção à evangelização do continente euro­peu. A conversão de Lídia ocorreu na cidade macedônica de Filipos. Ela era natural de Tiatira, na Lídia. Daí, talvez, a origem de seu nome, de vez que os nomes étnicos eram comuns, poderia ser conhecida como a mulher lídia. Mas, esse era, também, um nome pessoal.
Aconteceu, num sábado, a sua oportunidade de ouvir, pela primeira vez, a mensagem do Evangelho. Por não haver encontrado uma sinagoga para dar início ao seu trabalho, como habitualmente fazia, Paulo e os ou­tros apóstolos procuraram por uma espécie de sinagoga ao ar livre, na Via Egnatia, à beira do rio Gangites (atu­almente, Agista). Ao sair pelas portas da cidade, eles dirigiram-se às margens do rio. Ao assentarem-se ali, muitas mulheres reuniram-se para ouvi-los, dentre elas encontrava-se Lídia. E o livro de Atos (16.14b) relata que O Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
Lídia pertencera ao judaísmo, era temente a Deus e esperava a vinda do Messias prometido. Por meio da Palavra ministrada por Paulo veio a crer que Jesus Cris­to era o Messias. Naquela mesma ocasião, atendendo ao chamado do Senhor, converteu-se, vindo a ser batizada, juntamente com toda a sua família (Atos 16.15). Em se­guida, ofereceu hospitalidade a Paulo, Silas e Lucas. Mais tarde, quando Paulo e Silas saíram da prisão, foi na casa dela que se refugiaram antes de continuarem a viagem missionária. (v.40).
No momento em que se encontrara com Paulo e os ou­tros discípulos, Lídia estava praticando os costumes de sua antiga religião judaica, orações e abluções perto do rio, mas, naquele sábado, estava marcado o seu encontro com Jesus, por quem ela esperava – Cristo, o Salvador do mundo.
                                         A Profissão de Lídia
Comerciante, Lídia trabalhava como vendedora de púrpura. Segundo definem os dicionários, púrpura era o nome dado à matéria corante vermelho-escura tirante à violeta, muito usada pelos antigos para tingir tecidos. Era assim chamado, também, o antigo tecido purpurino, sím­bolo de riqueza ou de alta dignidade social: manto de púr­pura - vestuário de reis. Pelos indícios, dá para saber que Lídia dedicava-se a um ramo comercial bastante lucrativo e seria muito bem-sucedida em seus negócios. Pessoa de posses, tudo indica que era ela quem sustentava a família, seus parentes, porque não há indicação de que tivesse mari­do; seria viúva ou solteira. Lídia costuma ser descrita como mulher de recursos próprios, dona de sua própria casa e de seu nariz, pessoa que escolhia para si a sua religião, não sim­plesmente seguindo a fé do pai ou do marido.
Paulo recebeu grande ajuda da parte de Lídia para o custeio de suas viagens missionárias. Estudiosos da Pa­lavra dizem não ter dúvida que os
recursos de Lídia eram colocados à disposição de Paulo no prosseguimento das suas jornadas missioná­rias, gesto de desprendimento que muito impressionou o Apóstolo.
Quanto à igreja de Filipos presume-se que, com a partida de Paulo para Tessalônica, tenha ficado sob a res­ponsabilidade de Lídia e de Lucas, e que a liderança fosse compartilhada pelos dois. Assim, acredita-se ter sido ela a primeira pessoa da cidade de Filipos a assumir a lide­rança da Igreja local.  (CONTINUA).