terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)


                          EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)

                                          DEUS DOADOR
Rachel Winter

 Mesquinhez é característica própria do ser humano. Muito conhecida de todos nós, manifesta-se nas relações sociais, comerciais, políticas e até familiares. Um quer ser mais rico do que o outro, mais bonito, mais talentoso e, para alcançar esse objetivo cultiva a mesquinhez e a avareza, chegando muitas vezes às raias do crime. Assemelham-se a morcegos sugando o sangue das pessoas. Nossa sociedade brasileira é estruturada na mesquinhez. No comércio, em especial nos Bancos, a exploração é flagrante e escandalosa, juros bancários são os maiores do mundo; na política é catastrófica, o povo morre nos corredores dos hospitais públicos porque o dinheiro que deveria mantê-los em boas condições é roubado por alguns políticos e empresários  desonestos. Triste, muito triste, quando atinge as relações familiares e a dos cristãos de diferentes denominações – irmãos contra irmãos!

Por todos esses motivos é muito difícil para a mente humana conceber Deus como doador e galardoador. Significando, que galardoar é dar prêmios por trabalho relevante. Entretanto, Deus nos oferece galardão gratuitamente, mesmo sem merecermos. Estamos, neste caso, referindo-nos às coisas espirituais, a começar por sua maravilhosa graça, que é favor imerecido, entre as demais bênçãos espirituais incontáveis. Jesus Cristo marca o ápice dessa característica divina. Pois, veio dar Sua vida para nos livrar da morte espiritual e ressuscitar para que com Ele ressuscitemos para a vida eterna.

Mas, por sermos espírito, alma e corpo, O SENHOR não iria ser incompleto ao nos abençoar, ainda que muitas pessoas, até mesmo cristãs, pareçam acreditar que somos somente espírito.

Muitas críticas são dirigidas às igrejas neopentecostais por enfatizarem as promessas divinas relativas às bênçãos de caráter material; promessas que são claramente descritas na Bíblia ou de cujos exemplos bíblicos podemos concluir nesse sentido.

Daí, a pergunta: o menino Jesus era menino de rua? Maria e José viviam na miséria? Fica muito claro, na Palavra, que os reis magos trouxeram para presentear o menino, ouro, incenso e mirra. Do valor do ouro nem precisamos falar, quanto à mirra, era de altíssimo preço e quanto ao incenso não deveria ser produto de pouca monta. Certamente, o valor dos mesmos deu para sustentar o menino na sua infância. Na idade adulta, quando de seu ministério terrestre, os relatos bíblicos mostram que havia pessoas que o sustentavam, especialmente mulheres de alta posição social como se vê em Lucas 8.1.

Nesse sentido, é interessante observar que o Pai não determinou que Jesus fizesse voto de pobreza e andasse “mendigando o pão” pelas estradas. Mas, por assim dizer, providenciou um “staff” para ajudá-lo financeiramente, entre o qual muitas mulheres, algumas de alta posição social como Joana, esposa de Cuza, administrador da casa de Herodes (Lucas 8.3), assim como providenciou, para os dias de hoje, que cristãos sustentassem a Igreja com os dízimos e as ofertas alçadas, como no passado, “para que não falte mantimento em minha casa”. E que os cristãos fossem abençoados com toda espécie de bênçãos, inclusive as de cunho material “e comprovai com vossos próprios olhos se não abrirei as janelas do céu, e derramarei sobre vós tantas bênçãos, que nem conseguireis guarda-las todas.” (Malaquias 3.10 – Trad. Da bíblia KG).  Observando que em nossa relação com Deus tem de haver reciprocidade e equilíbrio. Porquanto em nenhum lugar está escrito na Palavra que devemos viver das migalhas que caem da mesa dos ímpios nem, tampouco, que devamos idolatrar o dinheiro e as riquezas. Jesus também acrescenta que não devemos fazer como os fariseus que davam o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas, desprezavam o mais importante da lei, a justiça, a misericórdia e a fé - “deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas.” (Mateus 23.23).

A Bíblia está repleta dos exemplos da capacidade doadora de Deus, e de Sua bondade, como nosso Pai que verdadeiramente é. Vejamos, apenas alguns desses exemplos, pois, estamos falando da própria terra da Promessa, da Palavra de Deus e sua vastidão:

“Dai e vos será dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.” (Lucas 6. 38).

“Se vós estiverdes em mim, e a minhas palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (João 15. 7).

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14.13).

 Não podemos delimitar tais promessas somente ao nível espiritual. Está claro que este vem em primeiro lugar. Mas, o nível material não foi esquecido por Deus em nosso favor. No Antigo Testamento, em Provérbios, diz que “prosperidade é dom de Deus”. 

...”E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de óleo.” (Joel 2.23b). Abundância ou cesta básica? A Palavra santa e poderosa de Deus opta pela abundância.

“E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado.” (Joel 2. 26).

Jesus além de alertar sobre o dízimo, que deveria ser completo, pois, além de monetário, não descartaria a justiça, a misericórdia e fé; sublinha, também, o alto valor das ofertas dadas com amor. É o que vemos no episódio registrado em Lucas 21.2 quando, no templo, Ele observava as pessoas depositarem suas ofertas no gazofilácio: ”Percebeu também que uma viúva pobre ofertou duas pequenas moedas judaicas. E exclamou: “Com toda certeza vos asseguro que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos eles juntos.” (Trad. Bíblia KG). Por que Jesus fez essa observação? Porque os outros deram do que lhes sobrava e ela, de sua extrema pobreza, deu tudo o que possuía.

Todas estas observações visam responder às críticas levianas das pessoas que costumam acusar as igrejas neopentecostais de “barganhar” com Deus. As pessoas, pela mesquinhez entranhada em suas mentes e corações, não entendem que Deus é o Pai das misericórdias e demonstra Seu amor inexplicável por nós derramando bênçãos incontáveis sobre todos os que o amam e o glorificam. Ao contrário do ser humano, Deus que que tenhamos uma vida plena.

Quanto à acusação de que os neopentecostais não conhecem a Bíblia e que são incultos é uma generalização muito leviana por não levar em conta dois dados. Primeiro, sobre qual era a situação dos discípulos de Jesus Cristo. Segundo, por parecer ignorar o que seja a unção de Deus, o verdadeiro poder do Espírito Santo, sob cuja bandeira caminham os neopentecostais.

Quanto à situação dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus, todos sabem que a maioria era inculta, e alguns simples pescadores. No entanto, vale observar o que disseram de Pedro e João quando estiveram no Sinédrio, diante dos sacerdotes, do capitão do templo e dos saduceus: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam (se admiraram); e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4.13). Sob o poder do Espírito Santo, o ser humano faz maravilhas. Ou melhor, Jesus Cristo faz maravilhas, é Ele quem capacita e não necessita escolher os capacitados. O que não quer dizer necessariamente que os capacitados, os cultos, os teólogos, os doutores sejam desprezados por Deus. Ele não faz acepção de pessoas; e no quesito cultura não seria diferente, pois, Paulo e Lucas, entre outros, são exemplos disso. Jesus Cristo escolheu Paulo, dono de grande cultura, falava oito línguas, conhecia toda a Lei mosaica, e muito mais, para levar o Evangelho aos gentios e ser um dos maiores escritores do Novo Testamento. E Lucas, era médico e é autor do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos dos Apóstolos; entre os cristãos era chamado de “o médico amado”.

Duas observações finais: Se existe entre os neopentecostais alguns Pastores que por vezes não mostram muita sabedoria, isso não quer dizer que em outras denominações não aconteça o mesmo. Não se pode tomar o particular e generalizá-lo.

Para finalizar, penso que seria esperado, da minha parte, no intuito de defender os neopentecostais, atacar as outras denominações, históricas ou pentecostais. Mas, de forma alguma agirei desse modo, tenho o maior respeito e carinho pelos irmãos das diversas denominações e creio que somente Jesus Cristo poderá apontar as fraquezas de cada uma das igrejas, como fez em Apocalipse, ao escrever a Carta às Sete Igrejas da Ásia. Lembrando que dali, certamente, vem inspiração para todas as denominações realizarem sua autoanálise. A Deus seja a glória!

 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Texto extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


                                                         AS TRÊS MULHERES

Atribui-se a ideia de pecadora, que se apegou ao nome de Maria Madalena, à confusão que popularmente se faz a respeito de três mulheres, citadas no Novo Testa­mento. Primeiramente, por confundi-la com a pecadora (anônima), mencionada no livro de Lucas (7.36-50); por analogia à protagonista do episódio, tida pelo povo como a própria Madalena, foi fácil acrescentar ao seu nome o apelido “Arrependida”. Prova cabal de que, na mentali­dade popular, seu nome tornou-se, sem qualquer base bíblica, sinônimo de pecadora – arrependida.

O texto bíblico faz menção a uma mulher realmen­te tachada de pecadora, que ungiu os pés de Jesus na casa do fariseu, chamado Simão. Esse homem escandalizou-se com a cena, pensando que Jesus não a tivesse reconhe­cido como tal e, por isso, até duvidando que Jesus fosse mesmo um profeta. Mas, o Salvador, que é mais que um profeta, tinha conhecimento disso e, também, do que o fariseu estava pensando.

Os versículos 37 e 38, descrevem-na literalmente como pecadora: E eis que uma mulher da cidade, uma pe­cadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua ca­beça; e beijava-lhes os pés, e ungia-lhos com o unguento.

Apesar de ter recebido o cognome de pecadora, a mulher cujo nome não é mencionado no Evangelho, seria realmente uma meretriz? Será que as palavras pe­cadora, meretriz ou prostituta, no caso, poderiam ser tomadas como sinônimos? Sobre o assunto, a escritora Lilia Sebastiani pondera de modo oportuno que, se um homem tivesse se aproximado de Jesus, naquele dia, na casa do fariseu, para pedir-lhe o perdão dos seus pecados – um pecador portanto – “ninguém seria levado a pensar exclusivamente em faltas de natureza sexual.” Seria, re­almente, inconcebível. Quem ousaria imaginá-lo envol­vido com prostituição?

Na esteira desse raciocínio, a pesquisadora anali­sando os elementos que compõem a cena e observa:

É muito mais antiga do que o cristianismo a as­sociação mental espontânea mulher-pecado-sexo. Ali se encontravam dois elementos, mulher e pecado, em um clima de acentuada e perturbadora feminilidade. É total­mente instintivo para uma cultura patriarcal identificar a mulher com o sexo e, portanto, a pecadora se torna logo uma prostituta, a mulher “ocasião de pecado” por exce­lência.

Não obstante, ao confundir Madalena com aquela pecadora, e deduzir ser ela (Madalena - ou ambas) me­retriz, pode ocorrer de um mito estar alicerçado sobre outro mito. A malícia humana, como a história de Ma­dalena nos mostra, optou pelo pior. Assim como a esco­lha de Barrabás (Mateus 27.11-31), o qual se livrou da morte, em lugar de Jesus, por escolha do povo, é apenas mais um dentre tantos exemplos bíblicos e históricos da opção humana pelo mal. De igual modo, quanto àquela “pecadora”, não há provas de que o seu pecado fosse o da prostituição; nem que Maria de Magdala fosse meretriz.

A outra, das três mulheres era Maria de Betânia - a irmã de Marta e de Lázaro, ressuscitado por Jesus. Ela é identificada como a outra mulher que, também, ungiu, os pés de Jesus. Todavia, seu gesto teve finalidade diferente, que não a do perdão dos próprios pecados, esclarecida no evangelho de João (12. 1-11). Reconhecida como Maria de Betânia, no texto joanino, nos outros evangelhos seu nome não é mencionado, mas, apenas narrado o acon­tecimento do qual participou. Ocasião que serviu para demonstrar que ela tinha presciência da morte próxima de Jesus. Inferência obtida pela resposta dada por Jesus, quando Judas Iscariotes, na ocasião, reclamou que se po­deria vender o unguento, que era de altíssimo preço, para dar o dinheiro aos pobres. Disse, pois, Jesus: Deixai-a, para o dia da minha sepultura guardou isto (v.7). Surpre­endente a atitude dessa discípula, aprestando-se a ungir Jesus, por pressentir a proximidade de Sua morte, era um assunto a respeito do qual os outros discípulos pareciam não ter uma noção clara.

A outra das três mulheres, a verdadeira mensageira de ressurreição – Maria Madalena - foi quem, na mente popular, e até mesmo em alguns ambientes eclesiais, teve seu nome fundido com o das outras duas. Ela que, na re­alidade, veio a ser chamada Apóstola dos Apóstolos.

Uma parte da responsabilidade pela fusão dos três nomes em uma só pessoa cabe, também, ao fato de que, durante sé­culos, o povo não teve acesso direto à leitura da Bíblia. Até as primeiras quatro ou cinco décadas do século vinte, no Brasil, eram muito raras as edições das Escrituras em português, e o seu preço, muito alto. No resto do mundo não era muito diferente, à exceção dos Estados Unidos e de alguns países cristãos da Europa, posto que a impren­sa não havia alcançado o alto grau de desenvolvimento que hoje possui e que fez com que o preço dos livros se tornasse mais acessível à população em geral. O anal­fabetismo era outro obstáculo para o conhecimento da Palavra. Outrossim, não se pode esquecer que, na Igreja Católica, a leitura direta da Bíblia era vetada ao povo, o qual, segundo os religiosos, seria incapaz de entendê-la.

domingo, 18 de janeiro de 2015

EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO


EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO

                                                                                                 Rachel Winter

Não vou citar nenhum artigo entre os diversos que costumam criticar o Neopentecostalismo, porque todos eles se parecem em sua forma de ataque. São superficiais e, alguns, até mesmo ofensivos. Ainda que afirmem a existência de dois tipos de neopentecostalismo, um bom e outro nem tanto. Ainda assim, todo esse movimento cristão é atingido.

Em primeiro lugar, observemos o respeito à coerência e à lógica que deve haver em qualquer texto. Não é só ir comparando alhos com bogalhos, sem observar o respeito à verdade e à hermenêutica; o qual deve estar presente quando se fala da Bíblia. Porquanto, não faz sentido o uso de comparações superficiais afirmando, por exemplo, que as igrejas neopentecostais não se mantêm fiel à palavra de Deus. Isso é falácia. Argumento frágil demais para ser levado à sério. Porquanto as igrejas neopentecostais estão unidas à mensagem da Cruz, seguindo fielmente tudo que Cristo ordenou. A começar pela prática da Palavra, como o deste trecho: “E ESTES SINAIS SEGUIRÃO AOS QUE CREREM: EM MEU NOME, EXPULSARÃO DEMÔNIOS; FALARÃO NOVAS LÍNGUAS; PEGARÃO EM SERPENTES; E SE BEBEREM ALGUMA COISA MORTÍFERA, NÃO LHES FARÁ DANO ALGUM; E IMPORÃO AS MÃOS SOBRE OS ENFERMOS E OS CURARÃO.” (MARCOS 16. 17, 18). Em quais igrejas vemos essas palavras sendo cumpridas? na prática? – Nas neopentecostais, evidentemente.

Para meditarmos mais sobre o assunto vale observar os trechos bíblicos seguintes:

OS FRUTOS - Mateus 12.3: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.”

O fruto das igrejas neopentecostais tem sido o melhor e o mais abundante da história do cristianismo. Por seu trabalho, o mundo está tendo conhecimento do Evangelho em ritmo acelerado. A mensagem da Cruz está se expandindo pelo mundo afora e não mais restrita ao âmbito das igrejas, como até pouco tempo atrás, em que as igrejas possuíam número de membros reduzido. Geralmente, eram gerações das mesmas famílias que iam se sucedendo. Sei bem como é, pois, tenho parte da família que está há uns 90 anos na mesma congregação. Enquanto o “Ide” ordenado por Cristo permaneceu em compasso de espera. Para as respectivas famílias isso é uma bênção inigualável, não restam dúvidas, mas, os tempos para o mundo eram maus e havia trevas, e ainda há muito a fazer para dissipá-las.

A primeira aparição da Palavra na televisão foi por meio de uma igreja neopentecostal. Hoje, já é comum; inclusive outras denominações têm lugar na mídia.

 A FÉ SEM OBRAS É MORTA – “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?” (Tiago 2. 14).

Jesus Cristo afirmou: “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas.” (João 14.12).  Essa previsão está sendo cumprida. Aonde? nas igrejas neopentecostais, de maneira gloriosa. Vou dar somente um exemplo, da Igreja Mundial, ministério do apóstolo Valdemiro Santiago. Os próprios médicos quando se deparam com algum doente em estado terminal e, esgotados todos os recursos da medicina e os seus esforços baldados, eles mesmos mandam leva-lo à Igreja Mundial. Sabem que ali é a última esperança. Jesus poderá operar a cura – pela fé. A fé viva em nosso Salvador amado, Jesus Cristo. Fé com obras para glorificar a Deus.

 E a libertação de pessoas que se encontram sob possessão demoníaca? São libertas e encontram a Paz – com letra maiúscula, sim, porque é a Paz que Cristo nos dá. Diferente da precária paz que o mundo ocasionalmente pode dar. Tudo isso faz parte do cotidiano das igrejas neopentecostais.

Frise-se que a Bíblia está se referindo às obras de Deus; àquelas que se chamam milagres. Não se trata de obras humanas, tipo assistência social, e outras. Claro que essas também precisam ser feitas, mas, não pertencem ao nível espiritual. Ainda, diz a Bíblia:

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta.” (Tiago 2. 26).

PROSPERIDADE

Outro motivo de ataque aos neopentecostais, tanto por ímpios como por irmãos em Cristo, é a pregação da prosperidade na igreja. Mas, certamente, falta entendimento, da parte deles, da seguinte questão: da prosperidade dos crentes depende a prosperidade da Igreja. Pois, só desse modo é possível cumprir a ordem dada por nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”... (Marcos 16.15). De vez que, os crentes prosperando a Igreja prospera. A prosperidade não é apenas para deleite pessoal dos crentes, entenda-se de uma vez por todas, talvez seja preciso desenhar para entenderem, é para a prosperidade da Igreja, portanto, para a glória de Deus. E pelo cumprimento do dever do dízimo o SENHOR nosso Deus, promete abrir as janelas do céu e derramar sobre dizimista “uma bênção tal que dela lhe advirá a maior abastança”. (Malaquias 3. 10). Não são os Pastores que prometem a prosperidade ao dizimista; é o SENHOR.  Eles apenas repetem  a promessa feita por Deus, no texto bíblico. Além do que: ”Prosperidade é dom de Deus.”

Esses críticos, das duas uma, ou são completamente inocentes e totalmente sem noção do quanto se requer para realizar essa tarefa gigantesca, de sair pelo mundo pregando o evangelho, visto que é  preciso dinheiro muito dinheiro. Assim como para manter igrejas com milhares de membros, além do custo altíssimo para o uso de horários alugados nos canais de televisão. Se não for caso de ingenuidade é de má fé. E, por falar em dinheiro na igreja, ou Teologia da Prosperidade, surge uma pergunta a respeito dos grandes servos de Deus, do passado, cujas vidas são descritas na Bíblia. Seriam elespobretões,  mendigos? Qual era a situação financeira, se se pode dizer assim, de Abraão? De Davi, de Salomão, do próprio Jó, antes de ter sua fé testada, e depois quando Deus restitui-lhe tudo o que havia perdido?  A  situação deles, se fossemos transpô-la para os dias de hoje, colocaria seus nomes na lista da Revista Forbes, como os homens mais ricos do mundo.  E, se Jesus Cristo censurou o “moço rico” foi porque ele estava fazendo do dinheiro motivo de idolatria.

Para finalizar, confesso que me sinto desolada com essa luta entre cristãos. Simplesmente inconcebível! Triste. Muito triste. Irmãos contra irmãos! Questão sobre a qual meditar muito porque:  

“Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juizo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” (Mateus 12. 36, 37). 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


                                       CRÍTICAS AOS NEOPENTECOSTAIS:

                                        IRMÃOS CONTRA IRMÃOS
                                                                                    Rachel Winter

 Por que a atuação das igrejas neopentecostais suscita tantas críticas entre os evangélicos das chamadas igrejas históricas? Alvo de verdadeiro bombardeio diário, são acusadas de pregar a Palavra de Deus unicamente para agradar o povo, distanciando-se assim da mensagem essencial do evangelho, além de falarem muito em dinheiro. Acreditam, também, que a teologia da prosperidade foge dos princípios básicos cristãos; dizem, ainda, que os crentes não estão recebendo individualmente a orientação de seus Pastores, como deveriam - entre muitos outros defeitos  apontados.

No entanto, ao apontarem o dedo contra os neopentecostais, os críticos parecem não lembrar do que Jesus Cristo disse, em Marcos 16.15: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Quer dizer, Cristo não mandou circunscrever a ação evangelizadora da igreja ao âmago da própria igreja, com a atenção voltada para um grupinho de crentes, como aconteceu durante séculos, aqui no Brasil, com algumas igrejas elitistas; cuja membresia, durante dezenas de anos, não passava, de uma centena de pessoas; e seus membros, além de outras preocupações de somenos importância, costumavam primar pela elegância no vestir e pareciam sentir-se tão perfeitos e santos como o fariseu quando, ao orar ao lado do publicano, (Lucas 18. 11), exclamava: "Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano..."

Não estou querendo empequenar o trabalho das igrejas históricas, pois, bem sei que a mensagem primeva do evangelho chegou ao Brasil trazida por essas igrejas. Porém, me refiro especificamente ao caráter elitista que tomaram no país. E, meu objetivo aqui é analisar as críticas que os históricos costumam fazer aos neopentecostais, como foi dito acima e, especialmente, à teologia da prosperidade.

Nesse contexto, indagamos, de que modo patrocinar a expansão do evangelho "por todo o mundo", e sustentar igrejas com milhares, algumas com milhões de membros, através do mundo, como fazem as neopentecostais?

Certamente, Deus já providenciou os recursos fazendo com que as igrejas prosperem, também, materialmente, através da prosperidade dos crentes; o que dá origem a um círculo de progresso material em prol - necessariamente - da expansão do evangelho.

A idéia de uma teologia da prosperidade nasceu em função das circunstâncias atuais, quando as igrejas neopentecostais passaram a arrastar multidões incontáveis para o Caminho, inspiradas pela sabedoria divina, que a tudo provê segundo as necessidades da igreja no decorrer dos tempos. Soluções que a mente humana nem sempre compreende ou acompanha. Causa de estranheza para as outras denominações menos abrangentes. Há, porém, que observar o desenvolvimento populacional - os bilhóes de habitantes que o mundo possui atualmente, aos quais urge pregar o evangelho. Para alcançá-los, meios de comunicação se fazem necessários e Deus já os providenciou, como a televisão, o rádio e a imprensa, bem como meios de transporte eficientes e rápidos. É necessário observar que não são mais doze tribos, apenas, a serem alcançadas, como no início dos tempos. Nem como nos séculos mais recentes, nos quais apenas pessoas das mesmas famílias que frequentavam uma igreja durante oitenta ou cem anos como se via acontecer em muitas das igrejas históricas.

Nem por isso deixamos de lembrar que tais igrejas históricas possuíam missões espalhadas pelo mundo, mas, de âmbito muito limitado em comparação com o trabalho desenvolvido, hoje, pelos neopentecostais.

Aí, surge a questão do dinheiro, causa de tanta polêmica e estranheza entre as pessoas do mundo e, até mesmo, entre alguns cristãos. Observemos que o dízimo é prática secular, existente desde o tempo de Abraão, à qual Deus incentiva e aprova, tal como se vê em Malaquias: 53.10: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e  depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. Prática essa confirmada por Jesus Cristo, em Mateus 23. 23, ao comentar que os fariseus davam o dízimo sobre as vendas de suas colheitas, mas, esqueciam do mais importante da lei, que são o juízo, a misericórdia e a fé - porque ambas as coisas deveriam ser praticadas, porque não são excludentes. Não está certo praticar um desses mandamentos e ignorar o outro.

As igrejas neopentecostais estão atraindo milhões de pessoas para o Caminho - Jesus Cristo. No entanto, os históricos opinam que essa massa humana vem em busca da solução para seus problemas pessoais, financeiros, de saúde, de desarmonia na família e outros tantos, e não verdadeiramente interessada em converter-se a Cristo.

Em certa ocasião, Jesus Cristo afirmou algo semelhante acerca das milhares de pessoas que o buscavam: Na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. (João 6. 36). Jesus referia-se à multiplicação milagrosa dos pães, que havia realizado, e com a qual alimentou, por duas vezes, a multidão faminta que o seguia no deserto.

Mas, como o Senhor tratou aquelas pessoas? Por acaso, renegou-as? Não! antes ensinou-as sobre o que realmente importa para alcançar a vida eterna, para se chegar a Deus, nosso Pai; afirmando que deviam trabalhar não pela comida que perece, mas, pela comida que permanece para a vida eterna, e, dando-se a conhecer como o Pão da Vida.

Observemos que a multidão estava próxima de Jesus, fisicamente falando, ainda que, a maioria, por  motivos egoísticos e menos nobres, ignorasse a verdadeira identidade de Cristo. Contudo, o primeiro passo que é aproximar-se de Jesus havia sido dado. O mesmo acontece com os  milhões de pessoas que se aproximam das igrejas neopentecostais - muitos, movidos por interesses pessoais, mas, que acabam por conhecer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, cujo sangue poderoso, derramado na cruz do Calvário, os pode salvar. 

Voltando à questão financeira, será que não dá para entender que pregar para milhões de pessoas, não é a mesma coisa que pregar para algumas dezenas delas? E que são necessárias verdadeiras fortunas em dinheiro para custear essa obra? Não estamos mais no tempo da "eclesia" - ou seja, época em que os apóstolos se reuniam nas casas das pessoas para ministrar a Palavra, em que os gastos da igreja eram menores.

Assim, podemos exclamar, ai de nós sem a teologia da prosperidade, que ensina os crentes a prosperem para que a igreja, também, prospere! a fim de se cumprir o grande mandamento, o "Ide".

Antes de encontrar defeitos nas igrejas neopentecostais, que tal observar, também, os milagres ali realizados? Jesus Cristo disse que pelos frutos conhecemos a árvore. Disse, também: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras." (João 14. 11).

Vi na tv, certa vez, um Pastor perguntar a respeito dos milagres realizados ,  por meio do apóstolo Valdemiro Santiago, na igreja Mundial: Por que tantas curas? Exclamo: Misericórdia!!! Jesus Cristo não falou a respeito dos sinais que seguiriam aos que crerem? os quais imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam? Além de afirmar que faríamos as mesmas obras que Ele fez e as faríamos ainda maiores?

Tais milagres acontecendo provam que a palavra de Deus está sendo observada em toda a sua pureza e veracidade, uma vez que é Jesus Cristo quem nos dá saúde, nos liberta e nos dá prosperidade. Lembrando ainda que "prosperidade é dom de Deus."

Aos descrentes, o Senhor Jesus disse, em João 14, que poderiam saber que Ele é "um só com o Pai" por causa dos milagres que realizava: "Crede-me  que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras." - concluindo o que dissera anteriormente: " O Pai que está em mim, é quem faz as obras."

Por conseguinte, os grandes milagres realizados nas igrejas neopentecostais comprovam a veracidade da pregação do evangelho, enfim, o respeito pela palavra de Deus. Só não vê quem não quer.

Muito construtivo e oportuno seria se os evangélicos, em geral, colocassem em prática a mensagem do Salmo 133: "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça...Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre.

 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

                                       O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO

Na primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, o apósto­lo Paulo fala sobre a ressurreição de Cristo, demonstrando como esse fato representa a coluna de sustentação da nos­sa fé. Dentre as veementes considerações sobre o assunto, observe-se a do versículo 17: E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
Incontestavelmente, a ressurreição aparece como o acontecimento basilar do cristianismo, sem o que, nos­sa redenção “em Cristo” não se realizaria, e o plano de salvação de Deus para a humanidade seria frustrado. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais mise­ráveis de todos os homens (vv.18,19).
Não poderia deixar de abordar neste livro, ainda que de modo esquematizado, o grandioso tema da res­surreição; assunto sempre merecedor de estudo profun­do que possa abranger toda a sua dimensão e mistério. Porém, o desincumbir-se dessa tarefa cabe aos teólogos. Por conseguinte, abordaremos o tema resumidamente, recorrendo às palavras da Bíblia sob a luz da análise exe­gética de alguns abalizados teólogos.
Discorrer sobre a ressurreição de Cristo, interpretá-la e tentar explicá-la tem sido o grande desafio de teólogos e até mesmo de filósofos ao longo dos séculos. Protestantes e católicos têm procurado desvendar-lhe o significado na ânsia de melhor compreendê-lo e de torná-lo mais aces­sível à compreensão popular. Certamente, pelos séculos afora, continuarão a trabalhar nessa tarefa que se liga ao Eterno. Sempre há mais a ser dito, pois o tema caracteri­za-se por ser inesgotável, uma vez que trata da Fonte da Vida que é Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Será que algum dia poderemos atestar o nosso total e completo conhecimento sobre o assunto?
O mistério que envolve a ressurreição de Cristo faz presumir a Sua morte e autentica seu sentido de reden­ção. Morte e ressurreição são acontecimentos insepará­veis – redentores - que se inserem no quadro mais amplo da Escatologia: na parusia, volta gloriosa de Cristo para buscar a Sua igreja. Verdade que é, incontestavelmente, reconhecida e aceita pelas diversas correntes de interpre­tação teológica.
Nunca é demais lembrar, por causa de dúvidas e interpretações bizarras, que a ressurreição de Cristo foi literal e corpórea, não podendo ser vista apenas como espiritual ou simbólica. Haja vista, a Sua atitude, quando ressurreto, ao aparecer aos discípulos dizendo-lhes: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: tocai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. (Lucas 24. 39, 40). Do mesmo modo será a ressurreição dos mortos da qual Cristo foi feito as primícias. (1Coríntios 15.20).
Amor inexplicável - O que a morte e a ressurreição revelam a nós, em seu substrato, continua a ser inexplicá­vel para a inteligência humana, qual seja, o amor de Deus pela humanidade. Revelação que constitui, parece inco­erência, um enigma para o intelecto, porque extrapola o nosso entendimento e compreensão. Ao falar do amor de Deus, nossa inteligência mostra-se frágil em compa­ração com o discernimento espiritual, capaz de apreen­dê-lo melhor. O evangelho de João descreve-o da seguin­te maneira: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16).
Todavia, é preciso transitar, também, pelo univer­so da razão. A inteligência toma conhecimento do fato: Cristo morreu e ressuscitou por nós! Com Ele ressusci­taremos para a vida eterna! Essa vitória é a base da fé cristã e motivo de nossa perene alegria. Mas como é isso? Nesse patamar, o empenho teológico vem desempenhar o seu papel, embora saibamos que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Não obs­tante, o esforço dos estudiosos para explanar o significa­do da ressurreição merece todo o nosso reconhecimento e aplauso - ainda que o tema se apresente dividido por interpretações diversas, o que seria de esperar dada a sua tremenda complexidade e ao seu mistério.
O conhecimento intelectual que, em comparação com a sabedoria que vem do alto (Tiago 3.15), caracte­riza-se por ser limitado, esforça-se tenazmente para ex­plicar o significado do mistério pascal e compreender os seus diversos passos. Nesse embate, surgem diferentes enfoques tanto no meio evangélico como entre católicos. Oportunas são as palavras de Paulo ao afirmar: Porque ago­ra vemos por espelho em enigma... (1 Coríntios 13.12a).
Acentue-se, porém, que em nada as diferenças no modo de pensar a ressurreição, algumas das quais cita­remos a seguir, afetam a fé na certeza de que se trata de acontecimento fundamental para a fé cristã. Sobre essa verdade os eruditos cristãos estudam e trabalham tal qual mineradores em busca de tesouros escondidos.
Não se entenda, porém, que o trabalho de exege­se dos pesquisadores se faça unicamente no nível inte­lectual, apartado da revelação e da unção de Deus. De modo algum, possa entender-se assim. Antes, devemos reconhecer o seu esforço para trazer ao nível da razão as coisas maravilhosíssimas que pertencem ao universo do espírito – até quanto isto seja possível - porque as coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus: porém as re­veladas são para nós (Deuteronômio 29. 29a). (Continua).


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A CALÚNIA

                                                                                            Rachel Winter

Pode haver coisa mais abominável do que prejudicar a vida de alguém por meio da maledicência? Pessoas já foram levadas ao suicídio (evidentemente, não eram cristãs), por causa de danos morais causados por calúnia. E, na vida de um casal, as consequências da difamação podem ser catastróficas. Por dar origem ao ciúme, poderá implodir o casamento, pois vai minando o relacionamento, se os cônjuges não souberem se socorrer da providência divina. É uma pedra no caminho de qualquer pessoa. Aos cristãos atingidos pela calúnia, há o refúgio sob as asas do Onipotente. Ali estarão, certamente, protegidos de todas as suas nefastas consequencias.

Olha o preconceito... - Ao falar desse tema, a primeira coisa que vem à mente, reconheçamos, francamente, é a figura da mulher fofoqueira. Mas, que grande preconceito! Basta observar a baixaria na política, em época de eleições, para se concluir que esse defeito não é exclusivo da mulher. Em cada coração um pecado – não é aquele título de romance – mas descreve bem a realidade. As tramas de alguns políticos, inventando mentiras e caluniando seus opositores mostra como esse mal está bem disseminado entre eles. Em nada, porém, essa constatação vem favorecer as mulheres que são chegadas a uma fofoca. A justificativa de que todo mundo faz isso, também, não serve de desculpa. Principalmente a uma mulher cristã. O bom é que esta se renove e tenha um modo de falar construtivo, voltado exclusivamente para o bem.

Despojar-se do mal – O apóstolo Paulo falando sobre o amor fraternal e a santidade, no capítulo 3, de Colossenses, diz: “Mas agora despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.”

Quem se diz cristã e não se comporta dessa maneira, está se enganando e correndo perigo, pois não se enquadra na seguinte descrição:...”Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem (da velha mulher) com os seus feitos. E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o (a) criou.” [9-10]

Mas, e para os que semeiam o mal, o que acontece? - Como um bumerangue, o mal se volta para eles, e são atingidos em cheio pelas suas conseqüências, mais cedo ou mais tarde. E ai deles, se suas calúnias atingirem uma pessoa de Deus. As pessoas que realmente pertencem ao Pai, estão protegidas pela mesma promessa feita a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gênesis 12:3). Portanto, todo cuidado é pouco na hora de abrir a boca para comentar sobre a vida alheia.

No Novo Testamento, o apóstolo Tiago no capítulo 3, diz que a língua é um mal incontrolável, cheia de veneno mortal e pode contaminar a pessoa por inteiro. Compara-a com uma pequena fagulha que incendeia um bosque imenso e que pode pôr em chamas o curso de nossa existência, assim como acaba ela mesma incendiada pelo inferno. Diz, ainda, que quem não peca no falar é perfeito e capaz de dominar seu próprio corpo.

Meditar sobre o assunto e pedir ao SENHOR que nos ajude a controlar o nosso falar é a solução para essa perigosa fraqueza humana.

 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014


                                    A Soberba Humana e o Aborto


Fico pasma ao ouvir algumas mulheres afirmarem que são donas do próprio corpo. Tais palavras, geralmente, saem da boca de defensoras do direito de abortar gravidez indesejada. Estão muito seguras de poder fazer o que bem entendem. Não observam sequer se voltarão vivas de um procedimento "médico" dessa espécie, principalmente se for realizado em clínica clandestina. E, se voltar viva, quem dará conta da vida que foi ceifada em seu próprio ventre? Da criança que foi impedida de vir à luz?
Além disso, independente de uma situação desse tipo, ninguém sabe sequer quanto tempo vai viver. Todos ignoram qual será o dia em que o próprio corpo - do qual se diz dona - baixará à sepultura para se transformar em pó. Quem sabe o que acontecerá no dia de amanhã? Então, que espécie de poder é esse que, orgulhosamente, proclamam ter sobre o próprio corpo?
Note-se que até mesmo para saber o dia em que nascemos necessitamos da confirmação de outras pessoas, dos próprios pais ou de terceiros. Então, nem mesmo da nossa identidade podemos ter certeza. Certeza absoluta só por exame de DNA. Muita gente ignora que é filho de pais adotivos. Não quero dizer com isso que os pais não sejam confiáveis. Mas, há exceções, como sabemos.
O filósofo Baruch Spinoza classifica esse tipo de conhecimento, obtido pelo "ouvir dizer", como é o caso dos fatos relacionados ao próprio nascimento, entre os chamados Conhecimentos de Primeiro Grau. Em linguagem popular, é como ouvir o galo cantar sem saber aonde.
Verdade mesmo só se adquire pela Palavra de Deus e na Palavra de Deus. Eis que Jesus Cristo disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida." (João 14.6).
E mais: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João 8. 32).
 Ah! se todas soubessem o valor que uma vida tem pra Deus! Pois que somos criados à Sua imagem e semelhança, realmente, pensariam muito antes de tomar a decisão de interromper a gravidez, e abandonariam essa ideia de origem maligna.
ORGULHO E IGNORÂNCIA:
Realmente, dizer que é dona do próprio corpo, demonstra soberba descabida, orgulho tolo e ignorância a respeito do que realmente somos, ou melhor, do que é a natureza humana. Simplesmente pó, ao qual voltaremos após a jornada terrena, e desconhecer que o nosso sustento vital vem de Deus, do sopro divino. E que somente Deus sabe o tempo em que deverá retirá-lo. Não somos donos de nada, - nem dos bens materiais, porque tudo pertence a Deus e apenas os tomamos por empréstimo - muito menos da vida.
Demonstra, principalmente, incapacidade de reconhecer o poder soberano de Deus Criador de todas as coisas. Demonstra, também, falta de temor a Deus - que significa o não curvar-se diante da soberania divina, e não reconhecer a pequenez e insignificância humanas. Não somos donos de nada, repito. Nem sabemos de nada do que concerne à vida - porquanto é dom divino. Portanto, não temos o direito de tocar nela, como no caso do aborto, e impedir uma criança de vir ao mundo.
Segundo dados estatísticos, centenas de mulheres morrem todo ano no Brasil ao recorrerem a clínicas clandestinas ou a pessoas inabilitadas para realizarem aborto. Tragédia nacional, sem dúvida, mas nessas estatísticas são esquecidos os fetos mortos, ou seja, as centenas de crianças que deixaram de nascer, que foram abatidas como um animalzinho qualquer.
Lutar pela descriminalização do aborto, no país, não parece ser a solução ideal, numa época em que a prevenção da gravidez dispõe de tantos métodos. O governo talvez lucrasse mais cuidando da prevenção do que vindo a pagar pelos abortos que seriam realizados pelo SUS, e viesse a distribuir anticoncepcionais de maneira efetiva. E não seria condenado por legalizar o crime de impedir o nascimento de crianças num país em que a população está envelhecendo, mas o número de nascimentos diminuindo.




sexta-feira, 24 de outubro de 2014


                                    OS MÉTODOS SÓRDIDOS DO PT


                                                                                                  Rachel Winter
Não há o que sirva para a presidenta Dilma nesta campanha eleitoral. Note-se que quando a também candidata à presidência da República, no primeiro turno, Marina Silva, não quis rebater as injúrias a ela imputadas por Dilma e seus correligionários e marqueteiros do PT, dizendo que "oferecia a outra face"; Dilma afirmou que a presidência não é para "coitadinhos". Podemos entender, então, que é para os espertalhões? Mas, ela ignora que, aos cristãos, não interessa vencer às custas de métodos sórdidos e de mentiras. A vitória virá no dia certo, transparente e límpida, firmada nas forças do bem e da verdade.

Demonstrou, com essa observação, não entender o significado de não "pagar o mal com o mal" ....... porque agressividade é a arma mais usada por ela própria e pelo partido dos trabalhadores do mal. Recentemente, quando o seu oponente neste segundo turno, Aécio Neves, resolveu contestar os métodos sórdidos usados na campanha eleitoral à presidência pelo segundo turno, ela e seus correligionários afirmaram que ele a estava desrespeitando. Afinal, além de não conhecer os princípios do cristianismo que nos manda "fazer o bem aos que nos perseguem e maltratam", posiciona-se claramente ao lado do mal, torcendo a verdade dos fatos e distorcendo as palavras do candidato Aécio. Afinal, cristãos ou não-cristãos, os políticos têm que respeitar a verdade. Com a mentira esbofeteiam o povo que, ingenuamente, se vê envolvido nas tramas sórdidas do seu partido - o PT. 

Ninguém mais aguenta tanta distorção de palavras em prejuízo da verdade. É do conhecimento geral que a maioria dos votos do PT, atualmente, em Dilma, são de pessoas simples, de baixo nível cultural. Fato comprovado por dados estatísticos. Bastou o Aécio citar esse mesmo fato para distorcerem suas palavras afirmando que ele estava contra os nordestinos, de vez que foi no Nordeste, região onde o número de analfabetos funcionais é grande, uma das maiores votações obtidas por Dilma, leia-se PT. Que mentira deslavada! Ele não desrespeitou os nordestinos, apenas citou dados estatísticos.  (Registro aqui o meu lamento pelo bravo povo nordestino, desejando-lhe um futuro abençoado por Deus, com a paz e o progresso que merecem).

Ou seja, nesta campanha eleitoral, a participação de Dilma foi na linha do mal. Todos viram os ataques com as flechas da mentira e da incoerência durante a propaganda eleitoral. Haja vista, o que foi rememorado nos canais de TV, sobre o passado de Aécio quando governador de Minas Gerais, recebeu elogios de Dilma ao confirmar a ótima atuação dele no referido cargo. Reconhecimento obtido até no exterior. Agora, durante a campanha como ele lhe faz sombra, ameaçando vencer as eleições, Dilma, coerente com os métodos sórdidos do PT, coloca-se novamente na linha do mal, desqualificando o trabalho do grande governador que foi Aécio Neves. E o grande presidente que poderá vir a ser. Deus abençoe o nosso país. Deus salve o Brasil do poder dos trabalhadores do mal. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia."(Mateus 23. 27).


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                            MARIA MADALENA, A APÓSTOLA DOS APÓSTOLOS

Impressiona a tendência humana de se decidir pelo mal. A fama de Maria Madalena, como pecadora – pros­tituta - é uma mostra exemplar da propensão. Não há, no Novo Testamento, uma palavra sequer que a classifique como tal; o que se sabe é que Jesus expulsou dela sete demônios. Na narrativa de Lucas (8.2), ela aparece inclu­ída entre algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades.

Lillia Sebastiani, estudiosa dos textos evangélicos, acredita que se tratava de misteriosos sofrimentos psicos­somáticos. E, em seguida, propõe: Seja qual for a forma de encarar o problema, se deve sempre identificar uma anomalia. Ao que, acrescentamos e sublinhamos não se tratar, necessariamente, de pecados tais como faltas de natureza sexual como a prostituição. A autora conclui: O seu encontro com Jesus marca a realização da harmonia interior e da plenitude pessoal.

A fama de “Madalena arrependida”, invenção hu­mana, atravessou os séculos. Até hoje o seu nome traz à lembrança - dos menos avisados - a figura da mulher pecadora, sobrepondo-se à da mulher liberta e santifi­cada por Cristo. A mulher que teve a suprema graça de ser a primeira a avistar o Ressuscitado, ficou em segundo plano; sua memória permanece à sombra da pecadora, massacrada, ignorada e suplantada pelo famigerado con­ceito que lhe fora imputado.

A mulher, digna de ouvir a voz do Salvador, na­quele domingo de Páscoa, dizendo: Eu vos saúdo! (Mateus 28.9), e de ser encarregada por Ele de levar a mensagem da ressurreição, foi ofuscada na história cristã por uma calúnia. Ignorada por sua santidade, costuma ser lembrada por uma ignomínia que se apegou ao seu nome. Como se o inconsciente coletivo se tivesse embo­tado diante do acontecido no domingo da ressurreição. As pessoas, tudo indica, tiveram dificuldade para assi­milar o milagre representado pela metamorfose experi­mentada por Madalena: de vítima de opressão satânica, redimida por Cristo e elevada ao papel de deuteragonista da ressurreição (João 20. 1-18), ou seja, aquela que ocu­pou o segundo lugar na cena da ressurreição.

Não posso deixar de abrir um parênteses, aqui, a fim de admirar a tremenda lição que se pode extrair des­sa demonstração do poder transformador de Deus; do milagre dos milagres, que é a operação do poder divino para transformar vidas, anunciado por Cristo: O Senhor [...] enviou-me a curar os quebrantados do coração.
A apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos ce­gos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. (Lucas 4.18.19).

Em Maria Madalena cumpriu-se exemplarmente essa palavra. Ela viu-se, sob a maravilhosa graça de Cris­to, liberta de seu cativeiro e de seus opressores espirituais, para viver a experiência que, no domingo de Páscoa, a le­vou a exclamar: Vi o Senhor! e cumprir o seu mandado a fim de avisar aos apóstolos que o Senhor está redivivo e que poderiam encontrá-lO na Galiléia.

“Apóstola dos Apóstolos”, assim ela é chamada por Bernardo de Claraval, erudito cristão, em seu Sermones in Cantica 81. Título extensivo, também, às outras mulhe­res, que a acompanharam na missão de proclamar o que­rigma da Páscoa, denominadas então de Apóstolas dos Apóstolos. (Continua).

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Emancipação feminina e cristianismo

                             EMANCIPAÇÃO FEMININA E CRISTIANISMO

                                                                                        Rachel Winter



Vasculhando as origens dos movimentos feministas, os quais permitiram à mulher sua integração à sociedade, à liberdade na vida profissional e a autonomia no âmbito político, deparamo-nos com sua origem cristã. Há tempos, o cristianismno ousou desafiar o machismo nas leis e nos costumes. A mudança social operada na vida da mulher não se fez de um momento para outro. Foram necessários mais de dois mil anos para que germinassem as ideias e chegássemos à prática, ainda titubeante. Temos muito a agradecer Àquele que marcou o início de nossa redenção social: Jesus Cristo. Foi Ele quem abriu o caminho para que a mulher tivesse voz ativa na sociedade.

Acéfala – Até bem pouco tempo a mulher ainda era considerada legalmente incapaz. Não podia decidir sobre qualquer assunto, nem assinar documento importante sem a aquiescência do marido, ou do pai ou do responsável. Dentro de nossa sociedade predominantemente machista, a mulher era como que apenas "o corpo" para a reprodução da espécie e as mãos para o trabalho doméstico e a criação dos filhos. Só que esse trabalho não era reconhecido em sua tremenda importância para o desenvolvimento social. Estudar não era costume – o que seria até impossível por se tratar a mulher como um ser acéfalo – sem cérebro.

Quanto ao comportamento sexual era necessário ter cautela, porquanto qualquer deslize poderia custar-lhe a vida.

Na época de Jesus Cristo e no período que O precedeu, caso uma mulher fosse flagrada em situação de adultério, a lei ordenava que fosse apedrejada até a morte. Jesus "implodiu" essa lei ao perdoar a mulher adúltera: "E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (João 8. 3-5). Tomando a palavra, Ele disse: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. (João 8.7b). A mulher foi salva. Jesus, voltando-se para ela, disse: Vai-te e não peques mais (João 8.11b).

Como se pode observar, Cristo não aprovou o adultério; a Ele importava salvar uma vida, impedindo o linchamento. E ensinou que não nos compete julgar, uma vez que ninguém está acima do bem e do mal.

Aquele foi o começo da revolução na vida da mulher. Outros momentos viriam propiciados por Cristo em favor do tratamento da mulher como ser dotada de espírito e inteligência e não, apenas, como um corpo para gerar filhos.

Certa ocasião, permitiu que uma mulher ungisse-O com nardo puro, bálsamo de grande valor. E, ao elogiar o ato, causou espanto aos presentes. Mas, afirmou que ela O estava preparando para a sepultura. Ninguém entendeu o que disse. Somente tempos depois saberiam, quando de sua crucificação na cruz do Calvário. Aquela mulher era Maria, irmã de Lázaro, o qual Ele havia ressuscitado.

O fato citado é apenas um exemplo da liberdade de ação e de palavra dadas às mulheres dentro de Seu ministério. Inúmeras participaram ativamente do trabalho dos apóstolos. A própria mãe de Jesus, Maria, e a mãe de Tiago O acompanhavam em suas peregrinações.

O sofrimento das mulheres, tanto quanto o dos homens, O comoviam e as ajudava nas mais diversas situações. Ressuscitou o filho da viúva de Naim, à caminho do cemitério e o devolveu à mãe. (Lucas 7. 11 a 17).

Há também um fato emblemático na vida de Jesus, o qual contraria o ditado machista que dizia "lugar de mulher é na cozinha" e aconteceu quando Ele repreendeu Marta, por estar muito preocupada com o trabalho da casa enquanto Ele falava sobre a palavra de Deus e à qual Maria, sua irmã, dava mais atenção, e observou: Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10.42).

Assim, cabe a pergunta: será que sem o cristianismo a emancipação feminina seria possível? Ou estaríamos até hoje na mesma situação em que se encontram as mulheres muçulmanas e as demais que habitam do outro lado do planeta? silenciosas, enroladas em burcas e sob constantes ameaças de morte por leis cruéis e implacáveis?

Este artigo, inspirado sob a Palavra, foi a semente que deu origem ao livro que escrevi, Mensageiras da Ressurreição.

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 28 de setembro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                                     MÁRTIRES CRISTÃS

O relato da perseguição aos cristãos, após a ascensão de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser mais conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silêncio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu caráter heroico. Porquanto tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tortura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bíblia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do túmulo de Jesus.

Será que não temiam ser apontadas como pertencentes ao grupo dos seus seguidores? Visto que, dificilmente os que crucificaram a Jesus deixariam em paz seus seguidores, mormente estes anunciando a ressurreição de seu mestre. Desabou sobre as cabeças dos discípulos e das discípulas a perseguição já prevista por Jesus, primeiro por prisões, ameaças e, logo depois, pela própria morte.

Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cristãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se observar que a perseguição não se restringia apenas aos homens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)

Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atingiu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenharam um papel tão vital que sofreram perseguição juntamente com os homens. Ele amplia suas considerações a respeito das duas passagens bíblicas declarando:

Isto deve deixar implícito para os leitores de Lucas que as mulheres tinham bastante significado, em número e/ou importância para a causa do Caminho, a ponto de Saulo pensar que não podia acabar com o movimento sem prender tanto mulheres como homens.

É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.

Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Constantino descriminalizou o cristianismo, o governo de

Roma, também, resolveu estender seus tentáculos, em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição. Não se pode afirmar, contudo, que todos os imperadores romanos perseguiram os cristãos com o mesmo grau de crueldade e intensidade. A História aponta o ano de 64 como o do início da grande caçada ao povo de Deus, pelos romanos, em sequência à perseguição movida pelos judeus. É relatado, ainda, que Nero, imperador romano, após atear fogo em Roma, jogou a culpa sobre os cristãos transformando-os em inimigos de Roma. A questão, naquele momento, não foi a de uma política de oposição ao cristianismo como tal. Os cristãos serviram, simplesmente, como bode expiatório para os surtos de loucura do imperador.

Sob o governo de Domiciano a perseguição tornou a recrudescer quando corria o ano de 95 d.C. E, no governo do imperador Trajano, (meio século depois de Nero) pertencer ao cristianismo passou a configurar-se um crime. As pessoas acusadas de integrar o movimento cristão, no momento em que eram julgadas, ao confessarem a sua fé, sem querer abjurá-la, eram sumariamente condenadas à morte. Até o segundo século, ser cristão podia significar prisão, tortura e morte.

A situação piorou ainda mais, de 303 em diante, quando os templos cristãos foram destruídos e os livros sagrados queimados; no ano 304, foi decretado a todos os cristãos que, se não renegassem a sua fé, seriam sumariamente condenados à morte. Era abjurar ou morrer, impasse que teve a duração de sete anos, época que antecedeu o anúncio do Edito de Tolerância, em 311. Finalmente, no governo de Constantino, o primeiro imperador cristão, o pesadelo teve fim. Por meio do Édito de Milão, (ano 313), o cristianismo foi reconhecido como religião oficial em todo o território romano.

Em referência ao papel da mulher durante os séculos de perseguição à Igreja, devemos concordar com João Crisóstomo que, em sua Homilia nº XXXI, declara:

As mulheres daqueles tempos eram mais corajosas que leões, compartilhando com os apóstolos seus labores por amor ao Evangelho. Dessa maneira, viajavam com eles e desempenharam todos os outros ministérios.

Acrescentemos que compartilharam de seus martírios sendo encarceradas, torturadas e, muitas delas, mortas da mesma maneira como eles foram. (Continua).

domingo, 21 de setembro de 2014

Amarga Inveja


                                             “AMARGA INVEJA”


                                                                       Rachel Winter
São inúmeros e bem conhecidos os relatos bíblicos que tratam das tragédias originadas por esse sentimento perverso chamado inveja. Basta lembrar que foi a causa do primeiro homicídio registrado na Bíblia; quando Caim matou Abel, porque Deus não se agradou de sua oferta, mas da de seu irmão. (Gênesis 4). Bem se vê, a inveja pode permear qualquer relacionamento, mesmo aquele que deveria ser, por definição, afetivo. Transforma os laços (de ternura...?) familiares ou de amizade em armadilhas que podem ser mortais. E, por incrível que pareça, embaraça até relacionamentos entre mãe e filhos. E o mais assombroso é quando se verifica que esse filho é ainda um bebê! Foi o que se viu, há algum tempo, em Curitiba: uma mãe, de dezessete anos de idade, torturava o seu bebê, de apenas 4 meses de vida. O motivo, segundo suas próprias palavras, era inveja da atenção que a família e as visitas dispensavam à criança. Ela não aguentava ouvi-los dizer diante do berço: Que gracinha! Tão bonitinho! E outras palavras de carinho e admiração pela criança, fazendo a mãe sentir-se em segundo plano.

Não se sabe como a criança sobreviveu, pois já tinha calos em alguns ossos do corpo, que haviam sido fraturados e teriam solidificado mesmo sem atendimento médico, tudo isso causado pelos maus-tratos infligidos pela mãe. Mais chocante ainda é saber, segundo opinião de psiquiatras, que muitos dos crimes praticados com requintes de crueldade são de autoria de pessoas consideradas mentalmente normais – que sabem muito bem o que estão fazendo. No caso da mãe, denunciada por parentes, foi condenada pela justiça a alguns anos de prisão; contudo nesse caso foi considerada pelos psiquiatras como débil mental. Retardada, mas, não louca.

Será que pessoas mais inteligentes não se enquadrariam entre os que têm ciúme dos próprios filhos? – Ciúme e inveja andam de mãos dadas. - Quantos pais manifestam ciúme do filho recém-nascido por causa da atenção que a mãe passa a dispensar à criança! E seriam todos débeis mentais? Certamente que não.

O apóstolo Tiago [3:14-15] discorrendo sobre a inveja, diz: “Mas se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a “sabedoria” que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.”

Perturbação e perversidade – A sociedade sempre enalteceu a mulher como mãe; ainda que a desprezasse como cidadã e a mantivesse marginalizada como “segundo sexo” - expressão cunhada pela pensadora francesa Simone de Bouveau. A idéia que se fazia da mulher (segundo preconceitos antigos) era de um ser meigo e frágil; mãe por excelência, (tal como se pensa até hoje) ainda que incapaz de dirigir a sua própria vida – incapaz igualmente, dada sua bondade natural, de cometer atrocidades como as praticadas pelos homens, como observamos no decorrer da História e tal como a prática diária nos mostra. Como se vê, idéias permeadas de preconceitos e tabus. É difícil redirecionar esse olhar e reconhecer que a mulher pode ser tão cruel quanto o homem. E que, movida pela inveja, ou por outros sentimentos devastadores, seja capaz de praticar crimes hediondos. Na realidade, para o bem e para o mal, ambos estão em igualdade de condições, tanto o homem quanto a mulher correm paralelos quando se trata de praticar o mal. A bondade ou a maldade independem de gênero. A questão é puramente pessoal, individual.

Educação cristã – Nesse sentido, a educação das meninas merece a mesma atenção que a dos meninos no que se refere à prevenção da agressividade e da violência. Necessita ser alicerçada no amor conforme ensinou e praticou o Mestre dos mestres – Jesus Cristo. É no amor cristão, a verdadeira Rocha sobre a qual deve alicerçar-se qualquer processo educacional. Todas as pessoas precisam daquele ‘conhecimento que vem do alto’, para aprender a crescer como ser humano para não viver num relacionamento dilacerante, animalesco e diabólico com seu semelhante. A mulher – mãe, por natureza – deve reconhecer-se o mais cedo possível como guardiã da vida. Conscientizar-se de seu papel de “depositária fiel” da herança do Senhor, que são os filhos. Sem a direção que nos dá a palavra de Deus, a luta que todos fatalmente têm que travar para vencer a si mesmos será inglória. Sem perda de tempo, deve-se começar na infância o ensinamento para a prática do amor cristão. Uma vez que Deus ama a todos da mesma maneira, sem as exceções baseadas em parâmetros humanos.

O combate à inveja torna-se um dos principais alvos a ser alcançado em se tratando de educação infantil. Para alcançá-lo os próprios pais precisam ser os primeiros a não cultivar esse sentimento

animal e diabólico’, pois, onde há inveja há perturbação e toda obra perversa, como nos adverte o apóstolo Tiago. Outra coisa a ser lembrada é que os filhos são reflexo dos pais.











sábado, 13 de setembro de 2014


                                    
                                        A INTUIÇÃO E A CALCULADORA



                                                                               Rachel Winter



As mulheres sempre se gabaram de possuir intuição, essa capacidade de pressentir um acontecimento ou de conhecer uma pessoa apenas ao vê-la de relance. A intuição feminina seria algo assim como um poder advinhatório, no bom sentido da palavra. Na realidade, é muito mais do que isso, e os homens também a possuem. A intuição é um tipo de conhecimento, reconhecido por grande número de filósofos e arduamente estudado por eles. E o mais importante: é por meio da intuição que chegamos a conhecer a Deus. Mesmo os povos mais primitivos, tateando na dimensão espiritual, têem a intuição da existência de um ser supremo, criador de todas as coisas.

Caminho de ida e volta - Deus, também, se manifesta a nós através de nosso conhecimento intuitivo. Ao nos sentir tocados por uma frase bíblica, recebendo o impacto de sua mensagem - como se fosse direcionada especialmente para nós, para solucionar aquele problema que nos aflige naquele exato momento - essa recepção é realizada através da intuição. Ao contrário do conhecimento racional, científico e matemático que só se processa no nível da razão e com métodos comprobatórios.Tanto é que o filósofo francês Blaise Pascal, inventor da calculadora e da roleta, criou-as para provar que cálculos matemáticos, operações racionais, portanto, poderiam muito bem ser executados por uma máquina. O conhecimento de cunho espiritual, bem como o próprio conhecimento de Deus (pois Deus é espírito) seria possível somente através de outro canal cognitivo (do conhecimento), ou seja, o da intuição.

O coração tem razões... - Daí, a frase: o coração (a intuição) tem razões que a própria razão desconhece. De vez que, através somente da razão, é impossível chegar-se a Deus. As mulheres podem continuar se vangloriando dessa sua capacidade de conhecer através do coração. O saber lógico, racional e científico é maravilhoso para as coisas terrenas. Mas possui fôlego curto por esgotar-se na dimensão material. Quando estruturada somente na razão, a pessoa torna-se limitada porque deixa de lado a sabedoria divina revelada pela palavra de Deus. Limita, também, o seu destino pois “a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).”(João 10:35).

domingo, 7 de setembro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                          
                                    A PROIBIÇÃO DE ENSINAR
A interpretação equivocada das palavras de Paulo, registradas em 1 Timóteo 2.11-13, no sentido de proi­bir a mulher de ensinar na Igreja, tem impedido a sua caminhada em direção ao púlpito, segundo a teoria dos igualitários. A carta paulina exorta: A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o ma­rido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi for­mado Adão, depois Eva.

Como devem ser interpretadas tais palavras?

A explicação dos eruditos sobre os versículos 11 e 12, e bem explanada por Stanley Grenz, faz menção à luta da Igreja contra os falsos mestres e à propagação de heresias no meio cristão, entre os efésios:

As mulheres de Éfeso eram suscetíveis ao engano dos falsos mestres e ao envolvimento na propagação de crenças heréticas. Assim sendo, o apóstolo ordenou a es­sas mulheres que se abstivessem de ensinar e aprendes­sem respeitosamente com os verdadeiros professores.

Essa ordem, bem como a outra dirigida às mulheres da cidade de Corinto, para que evitassem falar na Igreja, seria uma proibição temporária porque dirigida a um grupo específico de mulheres. Ironicamente, ao comba­ter doutrinas heréticas, o apóstolo tornou-se ele próprio vítima - não de crenças heréticas - mas, de interpretações falaciosas, que vieram a repercutir sobre a sua memória, fazendo seu nome passar à História associado ao machis­mo e à misoginia.

Estudiosos apontam uma contradição na interpre­tação daquelas palavras do texto de Efésios, causadoras de milenares polêmicas, contrapostas à maneira como Paulo aceita e enaltece o trabalho das mulheres cristãs. O texto de Romanos 16 é, especialmente, apontado como prova dessa realidade favorável às mulheres, no qual o apóstolo dá mostras de reconhecer a autoridade de mui­tas delas na propagação do Evangelho. (Romanos 16.7). Basta observarmos alguns dados bíblicos sobre o assunto, tais como o fato de Paulo ter aceitado trabalhar ao lado das mulheres cristãs, sem discriminá-las, antes, enalte­cendo efusivamente o trabalho que realizavam na obra missionária, isto é, a proclamação da Palavra e ensino com autoridade. O relato de Atos 18.26, dá um exemplo inconteste a esse respeito, ao mostrar Priscila, ao lado do marido, Áquila, instruindo Apolo. Sobre o mestrado de Priscila falaremos mais adiante no capítulo de Atos das Apóstolas.

Febe, Lídia e tantas outras conforme relata o Novo Testamento, foram dignas de sua confiança a ponto de o apóstolo deixar em suas mãos a direção de igrejas funda­das por ele. Com grande insistência, Paulo pedia à Igreja que o acompanhasse no reconhecimento às discípulas (Romanos 16) pelo trabalho inestimável que realizavam.

Ele trabalhava lado a lado com elas – tal como ao lado dos discípulos - aceitando, inclusive, e de bom grado, que o ajudassem no custeio de suas viagens missionárias. Foi, também, na casa delas que muitas vezes abrigou-se ao sair da prisão, pois, à época, os cristãos sofriam inten­sa perseguição. Ser prisioneiro, era quase uma rotina na vida do apóstolo, tanto que Paulo se intitula, em algumas de suas cartas, prisioneiro de Jesus Cristo (Efésios 3.1; 2 Timóteo 1.8; Filemom 1. 1,9). Em meio às suas tribula­ções, o apoio feminino não lhe faltou.

Como suas cooperadoras, será que as discípulas es­tavam impedidas de ensinar?

Pelo visto, segundo evidências, a mulher exercia, sim, o mestrado, fato aceito por teólogos igualitários que interpretam a proibição de Paulo como sendo de caráter temporário, destinada a resolver problemas mo­mentâneos enfrentados pela igreja de Éfeso. Urgia livrar a congregação da influência nefasta das crenças heréti­cas, as quais estavam sendo disseminadas por aquele gru­po de mulheres suscetíveis ao engano dos falsos mestres. O apóstolo as exorta, então, a ouvir os seus maridos, certamente cristãos, e não darem mais ouvidos aos falsos mestres. Assim entendido, o texto de 1 Timóteo não entra em contradição com o de Romanos 16. Sua interpretação superficial e falacio­sa sim, é a responsável pela polêmica que, até os dias atuais, repercutem de maneira negativa na Igreja, impedindo a mulher de exercer os seus direitos cristãos.

Vêm contribuir, ainda, para elucidar a questão ou­tras opiniões abalizadas de teólogos:

As mulheres devem ser calmas, controladas, res­peitando e confirmando seus professores, em vez de exer­cerem autoridade autocrática que destrói suas vítimas. Paulo não está aqui proibindo as mulheres de pregar, orar e de exercer uma autoridade edificante, nem de pastorear. Está simplesmente proibindo que elas ensinem ou usem sua autoridade de maneira destrutiva. (Continua).