terça-feira, 29 de maio de 2012

Trecho extraído do capítulo 4 do livro Mensageiras da Ressurreição


AMEAÇA DO FEMINISMO EXTREMISTA

O que se vê são mulheres movidas por um clamor

ancestral - (tomando as dores, passadas, de suas mães e

avós) que exige vingança contra o homem - saírem de

modo desenfreado em busca de uma liberdade que se

configura mais a uma represália. Nessa corrida, passam

a cometer os mesmos erros que os homens cometeram

no passado contra a família; equívocos que podem ser

sintetizados como irresponsabilidade, leviandade (ou libertinagem),

omissão, escárnio, desprezo e abandono.

Por essa via, qualquer movimento do feminismo

extremista, que se apóie apenas na iniciativa humana,

desvinculado da palavra de Deus caracteriza-se por ser

faccioso. Fatalmente, incita à violência, à separação e à

desunião entre os sexos – constituindo-se numa ameaça

à liberdade conquistada. Na “selva de pedra”, a serpente

aparece mimetizada em forma de uma insana liberdade

ilimitada que leva à cegueira moral. Desde o momento em

que as mulheres deixam de enxergar que a nossa liberdade

termina onde começa a do próximo, a queda é iminente.

Apesar de todo o apoio que associações das mais

diversas espécies conferem às mulheres, a fim de ajudálas

na defesa de seus direitos, e das prerrogativas que a lei

civil e os costumes lhes concedem, a maioria delas encontra-

se absurdamente desorientada e até mesmo indefesa.

Assemelham-se ao pássaro que, ao deixar a gaiola, aturdido,

cai na mão de predadores. Hesitantes entre o bem

e o mal, a maioria não consegue discernir exatamente os

limites morais. Isso fica patente ao observar o caos social

que se avizinha, indicando nitidamente que não existe

uma noção do que significa ser livre, e de que tomar as

rédeas da própria vida significa arcar com as consequências

dos próprios atos, caso contrário, mergulha-se num

universo caótico.

Não é possível atropelar os ditames da consciência

ética e moral, esquecendo os mandamentos cristãos

de amor a Deus, acima de tudo, e ao próximo como a si

mesmo. Amor que se expressa através da consideração

para com todas as pessoas e cuidados para com os da

própria família – até mesmo para com o marido...

Livre-nos Deus dos movimentos gerados por idéias

extremistas, sejam provenientes do Oriente, como as de característica

patriarcal que escravizam as mulheres, sejam as

do feminismo exacerbado e mal-interpretado causador da

desestruturação social. Aliás, já disseram alhures: A virtude

está no meio quando os extremos são perniciosos.

No caso do feminismo extremista, a mulher saiu

de sob o domínio de um sistema despótico em direção a

uma terra sem lei. Isso não estava no programa. As normas

de caráter humanitário, obviamente, não foram abolidas.

Invalidadas foram apenas as leis de cunho patriarcal

contrárias às mulheres. O respeito à vida não foi anulado,

a não ser pelos ímpios. Há casos de mães matando filhos

recém-nascidos como quem mata baratas. Simplesmente,

jogam os bebês no lixo, em vaso sanitário de avião e em

shoppings, demonstração de perversidade inominável e

desorientação não apenas nas classes menos favorecidas.

São verdadeiras manchas no cenário de respeito e proteção

à infância em que se insere o país e o mundo ocidental,

e motivo de tristeza para a comunidade cristã.

Observa-se, mesmo entre as mulheres que possuem

bom nível cultural e intelectual que, no plano espiritual,

elas não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua

mão esquerda, tal qual os ninivitas do tempo de Jonas.

(Jonas 4.11). Por conseguinte, são incapazes de entender

o que significa amar o semelhante como a si mesmas,

visto que só entendem a linguagem dos sentidos. Elas

movem-se no universo sexual e da competição, tanto

no trabalho como na vida pessoal, a qual se desenvolve

à semelhança de uma maratona. O que importa é ir em

frente, na busca desenfreada de prazeres e de um sucesso

duvidoso, atropelando todos os que estão no caminho –

quer sejam pais, filhos, marido, irmãs ou amigas.

Imagino Jesus, diante desse espetáculo, sentindo

grande compaixão da multidão desnorteada, como no

passado, porque andavam desgarrados e errantes, como

ovelhas que não têm pastor. (Mateus 9.36). A liberdade,

para grande número de mulheres adeptas do feminismo

exacerbado, mais se parece a um objeto perigoso em

mãos inábeis, como um carro nas mãos de um cego.

Refiro-me, especialmente, à liberdade usada para

prática do sexo promíscuo, tão comum nos dias de hoje,

com a conseqüente perda de valores familiares, sem os

quais a sociedade perece. São casamentos abertos, onde

cada um dos cônjuges pode ter aventuras extraconjugais

sem maiores responsabilidades. Adolescentes que “ficam”

com namorados sem compromisso algum, mantendo

relacionamentos sexuais inconsequentes. Com

isso, o número de mães solteiras cresce - muitas grávidas

nem sequer sabem quem é o pai do filho que esperam - e

o número de crianças abandonadas aumenta a cada dia;

assim como o de doenças sexualmente transmissíveis.

Há também casos de mães que não fazem jus ao

nome – símbolo de amor e ternura – e costumam submeter

os filhos a torturas psicológicas e físicas de maneira

sistemática a ponto de lhes desestruturar a personalidade

em formação. Realidade inacreditável, diante da qual

queremos acordar pensando tratar-se de um pesadelo.

Donas de casa, dominadas pelas hostes espirituais

da maldade (Efésios 6.12) como fantoches, teleguiadas

por essa casta de demônios, são levadas a proceder como

verdadeiras carcereiras dentro do lar. Quando se casam,

em vez de promessas de amor, prometem a si mesmas

agir de maneira cruel para com o cônjuge. Ameaçadoras,

exclamam: “Para mim tudo, para ele nada!” Conceito

muito em voga entre as jovens do mundo de hoje. Palavras

que são fruto de um feminismo rancoroso e quixotesco,

uma vez que gozam, atualmente, de plena liberdade de

ir e vir e de decidir sobre seus próprios atos e

destinos. Atitudes que refletem o mau uso da liberdade e

uma demonstração de irracionalidade.

O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao observar

os índices alarmantes de violência contabilizados na

sociedade, exclama: “Há, em toda parte, uma maldade

inexplicável.” A observação do sociólogo vem simplesmente

enfatizar o que salta aos olhos de todos, diariamente,

por meio dos noticiários da mídia e pela experiência

pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade

a que se refere Schüller, presente em todos os setores

da sociedade – é bom que se destaque – tem mulheres

e, também, homens como seus agentes disseminadores.

Assim como existem feministas exacerbadas, há machistas

tão irracionais quanto elas.

Outra observação importante, uma verdadeira

questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da

população feminina fazendo mau uso da liberdade, devido

ao seu novo status social, existe a grande maioria

das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao participar

ativamente da vida social e política das nações.

Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo

desempenhar-se galhardamente de seus compromissos

profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na administração

do lar e na criação dos filhos.

Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade,

reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante

papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da liberdade

adquirida em Cristo. Certamente, para essa finalidade

foi que Jesus a libertou da situação de subserviência

em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar

com o caos social.


domingo, 20 de maio de 2012

Trecho extraído do capítulo 9 do livro Mensageiras da Ressurreição

           AS MULHERES QUE PROFETIZAVAM

Para o apóstolo Paulo, o dom da profecia é o mais excelente dos dons espirituais, depois do amor. Ele dedica todo um capítulo (1 Coríntios 14) para falar da importância do dom profético. Coloca-o acima do dom de falar em línguas, e incentiva a que se procure com zelo os melhores dons (1 Coríntios 12. 31), salientando que o ato de profetizar leva à edificação das pessoas, da própria igreja, e serve para consolar e exortar.
Profetas e profetisas, ao lado dos apóstolos, seriam o próprio fundamento da Igreja.
Podemos observar, nas igrejas dirigidas por Paulo, que homens e mulheres profetizavam, desde que estas usassem véus (1 Coríntios 11, 5,13). Pelos relatos bíblicos, também, vemos que era amplamente difundido o dom da profecia entre as mulheres nos primórdios da igreja. Em função das características imanentes ao dom profético – edificar, exortar e consolar - pode-se concluir, sem erro, que as mulheres desempenhavam papel relevante, com significativo grau de autoridade na comunidade cristã. Exerciam autoridade como líderes - atuando como mensageiras da palavra de Deus, uma tarefa associada ao cargo profético. Notícia de profetisas a Bíblia nos fornece inúmeras, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Trec ho extraído do capítulo 1 do livro Mensageiras da Ressurreição

 Destaco, agora e sempre, a importância da autoria do projeto inicial da emancipação da mulher por Jesus Cristo; Ele é seu verdadeiro autor e consumador – porque não cai uma folha de árvore sem que seja da expressa vontade de Deus. Verdade que salta aos olhos ao remontarmos às origens - ao Novo Testamento - ao ponto inicial, a fim de reconhecer o marco zero de nossa caminhada libertária. Ao lembrar aquele momento em que Jesus escrevendo com o dedo na areia, levantou os olhos e disse para a mulher adúltera, trazida à sua presença, que não a condenava.
Aquele foi o primeiro de subseqüentes abalos a sacudir o código de leis judaico e a repercutir sobre os conceitos de (in)justiça do mundo greco-romano. Nestes, a mulher era ainda muito mais inferiorizada, apesar das raras exceções, em ambos os contextos, que serviam apenas para confirmar a regra geral de violência e opressão.
A marcha feminista que se desencadeou em dois níveis, quais sejam, na sociedade civil e na igreja, movimentou-se em ritmo desigual. Surpreendentemente, cristãos e cristãs avançaram mais lentamente. A defasagem entre os dois segmentos é visível no presente momento. Algumas denominações evangélicas, é verdade, apoiam integralmente até mesmo o ministério pastoral da mulher; outras, porém, reconhecem apenas parcialmente o seu direito de trabalhar na missão evangelística (desde que não exerça autoridade como líder); e ainda meditam sobre o que seria ou não permitido à mulher realizar. Enquanto que, em outras denominações, sua atuação limita-se à execução de trabalhos manuais dentro do ministério de assistência social, onde lhe é permitido, quando muito, colaborar na ajuda aos necessitados e cuidar dos trabalhos de limpeza da igreja. Trabalho honroso, sem dúvida, mas, de âmbito limitado.
No segmento católico, por sua vez, mulher receber o ministério ordenado é assunto totalmente fora de cogitação. As mulheres conquistaram o mundo, mas, continuam como mendigas esmolando à porta de muitas igrejas por um espaço no púlpito ou pela oportunidade de participar das decisões concernentes à vida da igreja.
Uma mulher pode ser presidente da República, mas, em algumas  denominações não pode ser pastora,
nem ocupar um lugar na hierarquia eclesial. Sei que igreja é igreja, mundo é mundo. Mas não deixa de ser instigante a constatação, e de oferecer oportunidade para maiores reflexões.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

ALGUNS PROPÓSITOS DESTE LIVRO

No capítulo intitulado Atos das Apóstolas, referimos aspectos da vida de mulheres, cujos nomes estão registrados no NT ao lado dos nomes dos apóstolos. O intuito é tornar mais conhecida a trajetória dessas discípulas dentro do movimento cristão, a fim de tirar seus nomes do quase anonimato em que se encontram, pondo em destaque o trabalho missionário que realizaram. Além disso, buscamos extrair do pálido registro histórico - porque a história tem sido parcimoniosa para com a mulher – alguns relatos da vida das mártires do cristianismo.

Em síntese, a intenção é popularizar os estudos feitos por teólogos, pesquisadores e eruditos cristãos a respeito da história da mulher narrada na Bíblia, tendo como foco principal o Novo Testamento, bem como destacar aspectos da história da mulher no mundo. Esforço desenvolvido no sentido de proporcionar à leitora ou ao leitor leigos a oportunidade de tomar conhecimento, ainda que de modo limitado, dos resultados de tais pesquisas e relatos históricos. Outrossim, focalizar trabalhos exegéticos que tentam entender e explicar certas palavras do apóstolo Paulo que "criaram doutrina" e servem de obstáculo ao desenvolvimento do ministério da mulher na igreja.

Normalmente, tais pesquisas permanecem circunscritas ao próprio meio em que se desenvolveram, ou seja, ao ambiente acadêmico, sem a conotação pejorativa que
a palavra acadêmico possa conter, mas, com referência àquele saber que permanece entre os eruditos. Todo esse empenho visa divulgar os seus resultados os quais, por serem muito favoráveis à mulher, não devem ser mantidos apenas como exercícios de erudição no meio teológico, mas, para que seja efetivada sua aplicação na prática da vivência cristã. Esforço envidado com o objetivo de se conhecer mais a respeito do processo de emancipação espiritual da mulher, proclamada naquele domingo de Páscoa e não referendada, ainda, por uma parcela da cristandade.
O que está fora dos propósitos desta obra:
Não consta de seus objetivos endeusar a mulher, tampouco incitar disputa ou contenda entre os sexos, à maneira de um feminismo rancoroso, tipo guerra dos sexos. Porque este livro não tem a intenção de configurar-se num acinte aos homens, recorro a um antigo discurso – mas, atualíssimo e sensato - de uma feminista. Qualidade rara de se encontrar entre as diatribes costumeiras do segmento feminista não-cristão. Nesse discurso, uma ativista afro-americana, do século 19, diz palavras que expressavam bem, já naquela época, o porquê da necessidade de se reconhecer a emancipação feminina no meio social:

A maior justificação da mulher para falar é que o mundo necessita ouvir sua voz. Seria subversivo para todo interesse humano que o grito de metade da família humana fosse abafado. A mulher atrevendo-se a pensar, a mover-se, a falar – encarregando-se de ajudar a formar, a moldar e a dirigir o pensamento de sua época - está apenas completando o círculo da visão do mundo. Dela é todo o interesse ao qual falta intérprete e defensor. Tem sua causa ligada à de toda agonia emudecida, à toda ofensa que carece de voz. Tem sido necessário ao mundo andar mancando, com o passo oscilante, unilateralmente hesitante de quem perdeu um olho. De súbito, ao removerem a bandagem do outro olho, ilumina-se o corpo todo. Restaurado o olho cego, todos os demais membros se rejubilam.    

Reconhecer os direitos da mulher e reivindicá-los não é o mesmo que divinizá-la e colocá-la num patamar superior em comparação com o homem, posto que, debaixo do sol, encontram-se mulheres do bem e mulheres do mal; homens do bem e homens do mal. Mulheres ou homens que podem agir como feras ou como santos. Não sem razão, afirma-se que o "homem é o lobo do homem" – e a recíproca, certamente, é verdadeira em relação à mulher, e o mesmo acontece no relacionamento entre homem e mulher quando distantes da presença de Deus.

Não há nada de novo na natureza feminina como tal, que nos leve a exaltá-la; nem na masculina. Mudança, transformação de vida e do próprio ser, somente ocorrem debaixo da maravilhosa graça de Deus no nascer novamente em Cristo Jesus. (João 3. 1-6). Salvação, da qual decorre crescimento espiritual e pessoal, somente acontece ao renascer em Cristo, ao sermos adotados como filhos de Deus em Cristo. Fora disso, não vale a pena perder tempo engrandecendo a mulher ou o homem - inócua tentativa que só tende a levar à abominável idolatria do ser humano. Digno de engrandecimento somente Deus, o Pai das luzes. A Ele seja toda a glória!


sexta-feira, 6 de abril de 2012

3. Fé e liberdade

Sabemos que Jesus demonstrou das mais diversas formas a Sua misericórdia e o Seu amor para com todas as mulheres que cruzaram o Seu caminho. Mas, Seu exemplo e Suas palavras não encontraram eco no coração dos homens. Eles não conseguiram assimilar a mensagem, nem entender os sinais. Assim, a mulher continuou amada por Deus e execrada pelo mundo.
Dentre os muitos exemplos registrados no Novo Testamento sobre a ação benevolente de Jesus para com o humilhado e ofendido gênero feminino, além dos já citados, está o da mulher cananeia, (Mateus 15. 21-28) uma estrangeira que, como tal, não era muito bem-vista pelos judeus. Ela buscou o Mestre para pedir a cura da filha endemoninhada, apesar de os apóstolos terem sugerido que Jesus a mandasse embora, porque vinha gritando atrás deles na rua. Não obstante, Jesus atendeu-a, apesar de ser estrangeira, e o foco de sua missão ser Israel e ter dito: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. (v .24b); satisfez o pedido dela, depois de ter testado a sua fé, quando ela clamou: Senhor, socorre-me (v.25). Ele, então, respondeu-lhe: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. Ao que ela replicou: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. (v.26-27). Diante dessa confissão, Jesus acrescenta: Ó, mulher! Grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã. (v.28).
Tanto no presente caso, como no episódio da mu

lher hemorrágica, em que mulheres afrontaram os costumes e as leis do patriarcado social e eclesiástico, o saldo foi positivo. Responsável por essa vitória, o mover da fé sobrenatural em Cristo ocultava-se sob a aparência de rebeldia, por parte delas. Santa sublevação, pois encontrava eco no coração de Jesus. A Sua palavra nos incentiva a não nos conformar com este mundo, mas, a transformar-nos, renovando a nossa mente, a fim de discernirmos a vontade de Deus. E a fé, certamente, está entre o que é perfeito, bom e agradável a Ele. (Romanos 12.1-2); bem como a liberdade cristã, defendida ardentemente pelo apóstolo Paulo, em seguimento à vontade do Mestre: Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo. Tais como: não toques, não proves, não manuseies? (Colossenses 2.20,21). Se aquelas duas mulheres, a cananéia e a que sofria de hemorragia, se conformassem com os costumes e a religiosidade de seu tempo, certamente, teriam vivido derrotadas. No nível do espírito, as palavras de ordem são: fé e liberdade.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

                    Professora Roseli Tadeu versus religião afro-brasileira
Em solidariedade à professora Roseli Tadeu Tavares de Santana, evangélica, vítima de perseguição religiosa no seu ambiente de trabalho, publico a seguir matéria extraída do Ubeblogs, com a devida licença do autor. Porquanto, não sei a quantas anda a liberdade de expressão religiosa, garantida por nossa Constituição, quando uma professora é execrada publicamente por fazer uma oração com seus alunos ao entrar na sala da aula. Mais ainda, quando sabemos os perigos que, atualmente, rondam as escolas e os professores. A mídia tem registrado frequentes ataques de criminosos às escolas e até de alunos contra os professores; alguns dos quais sofreram mutilações e escaparam, por pouco, da morte. As escolas estão se transformando em campos de guerra. Pedir a bênção de Deus e a paz sobre o ambiente escolar, é crime? Tudo porque algum aluno que professa outro credo, (não-cristão),  se sente discriminado por isso? Parece que a moda é fazer uso da nossa Carta Magna não para proteger os cristãos, mas, para persegui-los – perseguição dirigida especialmente aos evangélicos.
Professora Roseli Tadeu versus religião afro-brasileira
Por Eliseu Antonio Gomes
 Perto de onde moro existe uma agência bancária. O gerente dela tem um problema peculiar e bastante comum nos centros urbanos. No período da noite, de quase todas as sextas-feiras, seguidores de religião afro-brasileira depositam pratos de comida nas áreas externas, no lado que fica próximo de uma encruzilhada de ruas, no gramado de um jardim da instituição. A prática é o famoso despacho, mais comumente conhecido como macumba.
 O gerente do banco tomou uma atitude diplomática para resolver esta situação. Contratou uma empresa de paisagismo e pediu que plantasse, por toda a área em que os “macumbeiros” acostumaram-se a usar, algumas plantas espinhosas. Então, há seis meses, na medida em que a nova vegetação cresce e ganha formas pelas mãos e tesoura do paisagista, a agência bancária ganha vista mais apreciável aos que passam diante dela e na mesma proporção as oferendas religiosas pararam de ser postas naquele local. Obviedade: espinhos arranham e ninguém gosta de ser arranhado.
  Alguns moradores da rua se sentiam indignados com a prática religiosa. Não é questão de preconceito religioso, a rejeição tem critério muitíssimo importante, é de autodefesa e defesa da sociedade. Os pratos de comida expostos assim, ao céu noturno e aberto, provocam a infestação de ratos. Todos nós sabemos que os roedores são responsáveis pela proliferação de doenças. Eles transmitem hantavirose, raiva, tifo murino, leptospirose, peste bubônica, sarnas e micoses. Algumas dessas moléstias são mortais.
 A professora
 É dito que no Japão, a figura do imperador recebe reverência de todas as pessoas da sociedade, mas ele se curva apenas para um segmento dessa sociedade, os professores. Isso demonstra inteligência, porque os educadores difundem conhecimento.
 Dias atrás, a partir do Diário do Grande ABC a mídia secular, com repercussão em blogs cristãos, trouxe um caso pitoresco ocorrido na Escola Estadual Antônio Caputo, situada no bairro Riacho Grande em São Bernardo do Campo. Um adolescente de quinze anos, cuja família é praticante do candomblé, o pai Sebastião da Silveira, 64, é sacerdote de cultos afros, acusa Roseli Tadeu Tavares de Santana, professora de História, de ser responsável pelo bullying que ele sofre por parte dos colegas. Segundo o rapaz, as zombarias aconteceram porque ela ora em sala de aula e incentiva os alunos a orarem também, manifestando assim a fé cristã. O pai processa o Estado de São Paulo por discriminação religiosa.
 Ora, será que o garoto não é agente provocador do bullying, não teria ofendido a religião cristã  no ambiente escolar em algum momento? Ele vai à escola vestido de branco, porta colares extravagantes no peito? Nós sabemos que a fase da adolescência é efusiva.
 Líderes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) compareceram na escola, reuniram-se com a diretoria e a professora. Deixaram seu departamento jurídico à disposição para auxiliar Roseli. A Apeoesp e a Diretoria Regional do Ensino de São Bernardo concedem apoio afirmando que religião faz parte do ensino de História.
A Secretaria Estadual da Educação frisa que não fará comentários sobre o assunto até a conclusão da investigação. O prazo da apuração é de um mês, prorrogáveis por mais 30 dias.
 Roseli é moradora do bairro onde situa a unidade escolar em que trabalha há aproximadamente cinco anos Como educadora ela recebe elogios pela maioria dos estudantes, e também tem declarações favoráveis de colegas de profissão. Ela mantém atividades extracurriculares de combate ao uso de drogas.
Conclusão
A professora Roseli Tadeu continua a dar aulas na Escola Estadual Antônio Caputo e o aluno continua suas atividades de aluno naquele recinto. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar as responsabilidades da professora e da direção da escola. O promotor Jairo de Lucca informou que, dependendo da providência que a Secretaria da Educação seguir, abrirá um inquérito contra Roseli. Em sua única manifestação à imprensa, a educadora disse por telefone que não reconhece ter cometido erro.
Não convém culpar sumariamente a educadora pelo caso do bullying. Tal ação parece ser orquestrada, uma estratégia mascarada para fazer os cristãos se retraírem.
 A vigilância sanitária deve  prestar atenção na situação de distribuição de oferendas em forma de pratos com alimentos nas grandes metrópoles e até em áreas rurais. Os legisladores precisam se debruçar sobre essas práticas religiosas e definir regras com vista ao bem dos cidadãos brasileiros.
 Gente, laicidade não é o Estado ter postura contra a religião. É estar completamente neutro. Portanto, a queixa contra a professora Roseli não tem fundamento e com certeza a família do garoto não se beneficiará financeiramente com este caso.
 E.A.G.
www.ubeblogs.net
Postado em: Cosmovisão Cristã,Eliseu Antonio Gomes,Igreja Perseguida,legislação,Notícias,Reflexão,Repúdio,UBE 2012

























sábado, 24 de março de 2012

Trecho extraído do capítulo 11 do livro Mensageiras da Ressurreição

                               MARTA E MARIA
A história sobejamente conhecida, protagonizada ao lado de Jesus por Marta e Maria, irmãs de Lázaro, se cotejada com a história das outras discípulas, mostra uma faceta diferente em dois sentidos. Primeiro, pela ênfase que os Evangelhos dão às demonstrações de apreço e amizade do Senhor por essa família. Eles eram amigos íntimos e, ao ver Maria e os judeus chorarem a morte de Lázaro - o texto joanino registra – Jesus chorou. (João 11.35). Segundo, porque as irmãs não participavam do ministério itinerante do Mestre, conforme acontecia com a maioria das outras discípulas. Nenhum dos evangelistas registra a presença delas entre os que acompanhavam o Senhor em Suas jornadas. A história desenrolou-se pelo caminho inverso. Foi Jesus quem as encontrou, e passou a abençoá-las ensinando-lhes a Palavra: E aconteceu que, indo eles (Jesus e Seus discípulos) de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; e tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra (Lucas 10. 38,39).
Dois importantes ensinamentos destacam-se no texto. Primeiramente, a revelação do que significa receber a Jesus e ouvi-lO. Atitude transformadora, verdadeira metamorfose, pela qual a pessoa é alçada à condição de discípulo de Cristo. Foi justamente, o que sucedeu às duas irmãs, Marta recebeu-O em sua casa e Maria ouviu o Mestre. Pela pertinência, recorremos ao texto de Apocalipse 3.20, no qual se lê: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Palavra que se cumpriu de maneira esplendorosa na vida dessas mulheres, cujo coração respondeu ao chamado do Salvador.
Observemos a outra lição que se pode extrair do episódio:
Novamente, em gritante contraste com o costume judaico de ignorar as mulheres, negando-lhes o direito ao conhecimento das Escrituras, o Mestre aparece ministrando a palavra a uma mulher. Observe-se que o vocábulo discípula nem sequer existia em hebraico, idioma no qual a palavra discípulo não tinha o gênero feminino. A condição das mulheres, em geral, sofreu uma transformação radical operada pelo Senhor, em todos os seus níveis. Na realidade, como se um universo tivesse sido edificado especialmente para acolher o gênero feminino, em relação ao pouco espaço que lhe fora permitido ocupar na sociedade antiga. Jesus revolucionando, concomitantemente, edificava.




quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 do livro Mensageiras da Ressurreição

8. Atos das Apóstolas
A MENSAGEIRA DA CARTA AOS ROMANOS

O capítulo 16 da Carta aos Romanos tem servido como instrumento poderoso para esclarecer boa parte da história da mulher cristã nos primórdios da Igreja. No texto, o apóstolo Paulo faz menção a diversos nomes femininos: Febe, Priscila, Maria, Júnia, Trifena, Trifosa, Pérsida, Júlia, Olímpia - além de mencionar duas outras por intermédio de seus parentes: a mãe de Rufo, a qual ele considerava como sua própria mãe, e a irmã de Nereu. As referências, todas elogiosas, demonstram afeto e manifestam o seu reconhecimento pela atividade que as mulheres desenvolviam na congregação, ressaltando que a Igreja o acompanhava no tributo a elas.




Pela leitura da epístola, sob o crivo da análise exegética, tem sido possível entender melhor como foi esse início. Há elementos comprobatórios de que muitas mulheres exerceram papel de liderança e de ensino com autoridade no movimento cristão. Além disso, participaram ativamente da missão evangelística, de igual para igual, ao lado dos apóstolos.
À primeira vista pode causar estranheza, mesmo no meio evangélico, serem encontrados dentre os escritos de Paulo - com sua fama de machista - os mais importantes relatos a destacar o desempenho feminino na primeira Igreja. No entanto, muitos eruditos cristãos são enfáticos em reconhecer essa realidade, tal como a teóloga Elisabeth S. Fiorenza: As cartas paulinas indicam que as mulheres foram apóstolas, missionárias, patrocinadoras, colaboradoras, profetizas e líderes de comunidades.  

Realmente, indicativo manifesto da aceitação de Paulo acerca do ministério feminino que se desenvolvia com a sua aquiescência – em perfeita comunhão de interesses entre apóstolos e apóstolas, visando o objetivo maior de servir ao Senhor.
Nas cartas paulinas, de maneira geral, e não só na carta aos Romanos, os relatos sobre o ministério feminino multiplicam-se de maneira elucidativa. Em nome da verdade, levam-nos a pensar melhor antes de dar a Paulo o cognome de machista, e até mesmo de misógino - que significa aquele que tem desprezo pelas mulheres -como costuma acontecer entre pensadores não evangélicos principalmente. No mundo secular, até hoje, o nome de Paulo está indissoluvelmente ligado ao machismo e à misoginia. Na igreja, subsistem controvérsias.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Trecho extraído do capítulo 11 do livro Mensageiras da Ressurreição



                               MARTA E MARIA
Novamente, em gritante contraste com o costume judaico de ignorar as mulheres, negando-lhes o direito ao conhecimento das Escrituras, o Mestre aparece ministrando a palavra a uma mulher. Observe-se que o vocábulo discípula nem sequer existia em hebraico, idioma no qual a palavra discípulo não possuía o gênero feminino. A condição das mulheres, em geral, sofreu uma transformação radical operada pelo Senhor, em todos os seus níveis. Na realidade, como se um universo tivesse sido edificado especialmente para acolher o gênero feminino, em relação ao pouco espaço que lhe fora permitido ocupar na sociedade antiga. Jesus revolucionando, concomitantemente, edificava.
Marta, vítima de injustiça histórica: Enquanto Maria encontrava-se aos pés de Jesus, atenta à Sua palavra, conforme relata o texto de Lucas 10, Marta andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe pois que me ajude. (v.40). Ao que Jesus lhe respondeu: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (vv. 41b, 42). Historicamente, as palavras de Jesus têm sido interpretadas como sendo de repreensão à Marta, e o episódio visto como significativo da vida ativa em contraste com a vida contemplativa.
Em favor de Marta devemos evocar suas palavras de caráter profético, quando demonstrou reconhecer a messianidade de Jesus, ao afirmar ser Ele o Cristo. (João 11.27). Além de tê-lO recebido em sua casa – e em seu coração - Marta deu mostras de que, também, havia aprendido as Suas lições e conhecia a Palavra. Podemos avaliar seus conhecimentos, não só pela palavra profética que proferiu sobre o Salvador, mas, também, pela resposta que disse, ao Senhor, por ocasião da morte de Lázaro. No momento em que Jesus garantiu-lhe que Lázaro ressuscitaria, Marta replicou: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia (v.24b). Desta vez, porém, Jesus referia-Se ao milagre que estava prestes a realizar, ao trazer Lázaro de volta à vida. Esse poder de Jesus, que acabara de Se autodefinir como sendo a ressurreição e a vida,(v.25), Marta viria a conhecer de imediato.
Maria de Betânia, vale lembrar, foi a mulher que ungiu Jesus com perfume de altíssimo valor, poucos dias antes de Sua morte, conforme relato do livro de João (12.1-11); assunto já abordado no capítulo A Revolução do Amor. Para a realização desse ato, concorreram, certamente, o presságio a respeito da morte próxima de Jesus aliado ao sentimento de gratidão devida a Ele, pelas inúmeras e grandiosas bênçãos derramadas sobre toda a família.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Trecho extraído do capítulo 6.2 do livro Mensageiras da Ressurreição


                           A MULHER ESTEJA CALADA...

Em meio às controvérsias que o tema da liderança feminina suscita, os cristãos encontram-se divididos em dois grupos bem distintos. Divisão que atinge, igualmente, as classes teológica e pastoral. Contudo, a maior tendência nos dias atuais é pelo reconhecimento do direito da mulher de exercer, tal como o homem, todos os ministérios conforme acontecia nos primórdios do cristianismo.
Stanley J. Grenz, teólogo, classifica os representantes das duas correntes em igualitários e complementaristas.
Os primeiros, favoráveis ao pleno direito da mulher de exercer o ministério
eclesial em toda a sua dimensão, assim como era nos tempos apostólicos: as apóstolas militando no trabalho do Senhor ombro a ombro com os apóstolos.
Os segundos delimitam o campo da ação missionária da mulher e o seu espaço na igreja. Costumam vê-la apenas como apoiadora do trabalho do homem, complementando-o. Isso significa dizer, nunca ocupando cargo de liderança – mas, cedem a ela um pouquinho mais de espaço, em relação ao que ocupavam na sinagoga do passado.
No universo complementarista vicejam as doutrinas criadas sobre alguns textos das cartas paulinas, que tentam colocar impedimento ao livre exercício do trabalho da mulher na Igreja. Criar doutrinas, neste caso, significa extrair textos da Bíblia e interpretá-los livremente fora do seu
contexto, sem levar em conta as injunções sociais e o momento histórico em
que ocorreram. Conclusão tendenciosa que apresenta um resultado bem diverso do verdadeiro sentido bíblico. Tais doutrinas tendem a valorizar ordenanças que foram direcionadas a solucionar problemas momentâneos e específicos da Igreja primitiva como se tivessem valor perpétuo - o que acontece ao descontextualizá-las.
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Techo extraído do capítulo 16 do livro Mensageiras da Ressurreição

SÉCULOS DE RETROCESSO DA IGREJA
QUANTO AO PAPEL DA MULHER CRISTÃ



Aquela tendência de pensar a excelência do que é moderno em detrimento do que é antigo mostra-se inconsistente no que concerne à história da mulher na Igreja. O Novo Testamento, a arte cristã, as mais diversas fontes históricas e, até mesmo, os escritos apócrifos atestam que o lugar ocupado por ela, ao lado de Jesus, e nos primórdios do cristianismo, era tão importante quanto o do homem. Ela desempenhou as mesmas funções que o homem no quesito liderança, ensino e nas demais funções do serviço cristão – como já vimos enfatizando, com base nos estudos realizados por grandes teólogos, durante todo este trabalho.

Na arte cristã do primeiro e do segundo século, pode-se apreciar o desempenho das mulheres nas mais variadas atividades ministeriais. Aparecem administrando a Ceia do Senhor, ensinando, batizando, assistindo aos necessitados e liderando as orações públicas.

Hoje, contabilizamos séculos de apatia. À medida que a Igreja foi-se estabelecendo como instituição religiosa e o fervor espiritual decrescendo, a organização eclesial substituiu a simplicidade daquele primeiro e poderoso avivamento da primeira congregação cristã. A hierarquização trouxe a separação entre irmãos e irmãs, em lugar do primeiro amor - aquele sentimento poderoso que marca o início da nossa caminhada com Cristo; e que permeava o relacionamento da primeira comunidade cristã. Os homens tomaram para si os papéis de liderança, e às mulheres restaram atribuições secundárias. Aos poucos, elas foram silenciando e durante séculos a Igreja deixou de ouvir a sua voz.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Trecho extraído do capítulo 15 do livro Mensageiras da Ressurreição


                                            O ÓVULO DA MULHER

Até o ano de 1827, a Medicina não tinha conhe­cimento da existência do óvulo da mulher. Desconheci­mento que foi responsável pela criação de mirabolantes teorias sobre o corpo feminino, por parte de filósofos, médicos, cientistas, literatos, enfim pela nata da intelec­tualidade de todos os tempos. Ideias como a de Aristóte­les, filósofo grego, segundo a qual a mulher não contri­buía no processo de reprodução com material produtivo para a formação do feto. Para ele, só o homem era a parte criativa e doadora de vida; ela era meramente uma nutri­dora biologicamente passiva. Aristóteles declarava o sexo feminino inferior, por natureza. Sua definição de mulher era a de homem incompleto, defeituoso. Considerava a mulher inferior tanto do ponto de vista físico como no caráter: Devemos considerar o caráter da mulher como algo que sofre de certa deficiência natural.

Suas ideias influenciaram grandemente a Idade Média. Com relação à fictícia imperfeição do corpo femi­nino, as ideias aristotélicas influenciaram até mesmo os Reformadores. Haja vista, concordarem em ver a mulher apenas como uma nutridora biologicamente passiva.

Contudo, em fins do ano de 1600, portanto, antes da descoberta do óvulo feminino, o tema sobre a natu­reza física da mulher passou a ser alvo de acirradas dis­cussões nos meios médicos da Renascença. Finalmente, as inteligências dos doutores desembotaram-se e eles chegaram à conclusão, de modo consensual, que a ana­tomia feminina era perfeitamente normal e distinta da anatomia masculina.

Resolvida a questão, concordaram os luminares da inteligência científica que, na anatomia feminina, não havia carência alguma, e que a mulher não seria, então, como afirmava, também, Tomás de Aquino, um homem incompleto, um ser ocasional; ideia bem semelhante a de Aristóteles sobre o assunto. Dentre os leigos, todavia, subsistiam dúvidas. Ainda até bem pouco tempo, duvidava-se da capacidade intelectual e da robustez física da mulher, supondo-se que o seu cérebro seria inferior ao cérebro do homem. Os efeitos da falta de conhecimento da fisiologia feminina, referentes ao processo reprodutivo, que se fizeram sentir até a segunda década do século 19, influenciaram negativamente o pensamento medieval e renascentista. Até os religiosos incidiram em erro ao tentar entender o papel da mulher para gerar um filho.

domingo, 30 de outubro de 2011

Trecho extraído do capítulo 17 do livro Mensageiras da Ressurreição - em homenagem ao aniversário da Reforma protestante

O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES
O tema a respeito do sacerdócio de todos os crentes, enfatizado na Reforma, por Lutero, como um dos princípios do protestantismo, destaca que todas as pessoas ao aceitarem Cristo como seu Senhor e Salvador pela fé, têm acesso à graça divina - sem necessidade de qualquer mediador específico, ou seja, de um sacerdote ordenado. Ao contrário do que propalava a teologia medieval, ao afirmar terem os crentes acesso à graça divina unicamente por meio dos sacramentos da Igreja, caso em que a figura do sacerdote seria essencial. Necessariamente, serviria como instrumento do Pai Eterno na dispensação da graça e do perdão, ao apresentar as ofertas do povo de Deus.
Em contraposição, no novo tempo, conforme revelado pelo apóstolo Pedro, todos os crentes podem oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo: Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. (1 Pedro 2.5)
Lutero faz valer a verdade bíblica de que cada crente tem acesso direto ao Pai, ao Lugar Santo, onde Deus habita; e não somente o sumo sacerdote, como acontecia no passado remoto. Dispensada está, portanto, a intermediação de pessoas especialmente ordenadas para a função porque, segundo o Novo Testamento: Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém. (Apocalipse 1.6).
O sacerdócio levítico, do passado, instituído por Deus entre o povo de Israel, focava-se no cargo ordenado; hoje, o sacerdócio universal dos crentes, revelado no Novo Testamento, tem seu foco na Igreja como um todo – constituída por crentes-sacerdotes - e pode-se destacar sem medo de errar, por sacerdotisas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Trecho extraído do capítulo 1 do livro Mensageiras da Ressurreição

O INÍCIO DA CAMINHADA

...Aquele foi o primeiro de subseqüentes abalos a sacudir
o código de leis judaico e a repercutir sobre os conceitos
de (in)justiça do mundo greco-romano. Nestes,
a mulher era ainda muito mais inferiorizada, apesar das
raras exceções, em ambos os contextos, que serviam apenas
para confirmar a regra geral de violência e opressão.
A marcha em prol da libertação da mulher que se desencadeou em dois níveis, quais sejam, na sociedade civil e na igreja, movimentou-se em ritmo desigual. Surpreendentemente, cristãos
e cristãs avançaram mais lentamente. A defasagem
entre os dois segmentos é visível no presente momento.
Algumas denominações evangélicas, é verdade, apoiam
integralmente até mesmo o ministério pastoral da mulher;
outras, porém, reconhecem apenas parcialmente o
seu direito de trabalhar na missão evangelística (desde
que não exerça autoridade como líder); e ainda meditam
sobre o que seria ou não permitido à mulher realizar. Enquanto
que, em outras denominações, sua atuação limita-
se à execução de trabalhos manuais dentro do ministério
de assistência social, onde lhe é permitido, quando
muito, colaborar na ajuda aos necessitados e cuidar dos
trabalhos de limpeza da igreja. Trabalho honroso, sem
dúvida, mas, de âmbito limitado.
No segmento católico, por sua vez, mulher receber
o ministério ordenado é assunto totalmente fora de cogitação.
As mulheres conquistaram o mundo, mas, continuam
como mendigas esmolando à porta de muitas
igrejas por um espaço no púlpito ou pela oportunidade
de participar das decisões concernentes à vida da igreja.
Uma mulher pode ser presidente da República,
mas, em algumas denominações não pode ser pastora,
nem ocupar um lugar na hierarquia eclesial. Sei que igreja
é igreja, mundo é mundo. Mas não deixa de ser instigante
a constatação, e de oferecer oportunidade para
maiores reflexões.

domingo, 16 de outubro de 2011

Trecho extraído do capítulo 8, item 2, do livro Mensageiras da Ressurreição

A MULHER QUE ARRISCOU A VIDA POR PAULO
Priscila, cujo nome verdadeiro é Prisca, foi missionária e cooperadora de Paulo, na obra do Senhor, conforme Romanos 16. Ela desenvolvia sua missão ao lado de Áquila, com quem era casada. Seu nome aparece em primeiro lugar, em vez do nome do marido, contrariando o costume da época, quando na maioria das vezes o nome da mulher nem era citado. Seguia-se simplesmente ao nome do homem a observação de que era casado ou que possuía filhas, omitindo-se o nome tanto da esposa quanto das filhas. O nome de Priscila, antecede ao do marido em Romanos 16.3; Atos 18.18, 26; e 2 Timóteo 4.19, o que indica a sua importância na comunidade cristã e a excelência de seu trabalho.
Pricila foi fundadora de comunidades e exercia liderança na ekklesia - igreja doméstica. Paulo menciona esse fato ao se referir à igreja que está em sua casa, em 1 Coríntios 16.19b. Na missão que o casal desenvolveu por Éfeso, Corinto e Roma costumava transformar a própria casa em ponto de reunião da igreja.
Quanto ao sentido da palavra ekklesia, vale observar que é bastante extenso e excede o de igreja doméstica. Designava a reunião dos cristãos e cristãs, servia para nomear o grupo, bem como as comunidades domésticas locais ou espalhadas, bem como todo o movimento cristão.
Na história de Priscila e Áquila, sobressai um feito heróico, o de terem arriscado a vida para salvar a de Paulo. Ele pede às igrejas que lhes sejam gratas, assim como ele mesmo manifesta a sua gratidão: Os quais pela mi
nha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes
agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios (v.4).
Paulo mostra-se, igualmente reconhecido pela acolhida
que lhes deram durante o tempo que passou em Corinto.
E, mais que tudo, pelo trabalho incansável que desenvolviam
como cooperadores e missionários na obra do
Senhor.
Temos a informação, em Atos 18. 1-3, de que Priscila
e Áquila eram fabricantes de tendas. Paulo, que também
conhecia o ofício, passou a trabalhar com eles. O
apóstolo, o qual pertencera a uma família de posição
social proeminente e abastada, cidadão romano, neto e
sucessor do rabino Hillel, via-se, agora, lutando arduamente
pela sobrevivência, por amor a Cristo. Geralmente,
o judeu que se convertia ao cristianismo era deserdado
pela família e expulso de casa. Paulo necessitou do
apoio de outros apóstolos e apóstolas, nessa ocasião e em
muitas outras. Todavia, como ele mesmo confessava, era
fortalecido no Senhor e sabia tanto a ter fartura, como a
ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade,
o que o levou a exclamar: Posso todas as coisas NAQUELE que me fortalece.(Filipenses 4.12, 13).

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Trecho extraído do capítulo 5 do livro Mensageiras da Ressurreição

Gênesis 2 apoia a subordinação da mulher?
Observemos alguns pontos de vista daqueles que encontram – de maneira arrevesada – argumentos no livro de Gênesis para apoiar suas teses de caráter discriminatório contra as mulheres.
Primeiro, conforme a visão dos complementaristas (antifeministas) o homem tem direito de exercer liderança, seja na igreja seja na sociedade, por analogia com o que acontece na ordem da Criação. Eles priorizam a ordem temporal da criação: primeiro o homem, depois a mulher, conforme relatado no livro de Gênesis (2 e 3). Veem nesse fato motivo para determinar a submissão da mulher ao homem.
O argumento é detonado pela teóloga Mary Evans ao observar que os animais foram criados antes do homem e, também, da mulher (Gênesis 1). Por conseguinte, a prioridade temporal na criação não implica em superioridade, nem de ser, tampouco de função. “Nem dá a entender que os animais são superiores ao homem.”
De fato, não temos nenhuma indicação em Gênesis 2 de que a prioridade temporal seja de qualquer importância particular. As duas criaturas, macho e fêmea, são assim paralelas, sendo que a ordem (na criação) não amesquinha nenhuma delas.
O apóstolo Paulo chegou a citar o fato de Adão ter sido criado antes de Eva – contudo, não desenvolveu esse argumento, nem tirou dele qualquer conclusão.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Trecho extraído do capítulo 13 do livro Mensageiras da Ressurreição

Trajetória silenciosa pelo mundo

A história fragmentária da mulher, constituída,
apenas por anotações à margem da História, dada a pouca
importância em que era tida, fala de opressões sofridas
sob o peso da lei, e de grandes perseguições, em
determinados períodos da História, como na época da
Inquisição. Na maioria das vezes, isso acontecia, simplesmente,
por ser mulher. A discriminação de caráter sexista
acompanhou-a através dos tempos. Portanto, qualquer
tentativa no sentido de reconstituir sua História há de
começar e terminar com a palavra sexismo.
Através dos tempos, a evidência histórica mostra,
o preconceito masculino espargiu-se sobre a verdadeira
natureza intelectual, espiritual e até física da mulher,
chegando a transformá-la em um ser absolutamente estranho
à sua própria essência. Óbvia demonstração do
desconhecimento daquele que é considerado, pelos teólogos,
o texto clássico da igualdade ontológica e biológica
entre varão e mulher. Referimo-nos a Gênesis 1. 27: E
criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o
criou: macho e fêmea os criou.
Por falta de conhecimento bíblico, é compreensível
que o mundo tenha visualizado a mulher como um ser
estranho e de segunda classe, principalmente, em épocas
como a Idade Média – idade das trevas, sob o prisma do
conhecimento e da cultura. No entanto, que religiosos
cristãos fizessem coro às palavras e atitudes discriminatórias
contra a mulher é surpreendente.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O mundo foi mais rápido para emancipá-la

Trecho extraído do capítulo 16 do livro Mensageiras da Ressurreição

Em 1948, na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, pela primeira vez, a igualdade dos direitos das
mulheres e homens foi explicitamente declarada. Note-se
que esse documento brotou em solo cristão, ou seja, nos
Estados Unidos - país protestante – nação que se desenvolveu
sob a orientação da Palavra de Deus, escorada e
fundada sobre a Rocha - em Cristo Jesus. País no qual,
pela primeira vez na História foram reconhecidos os direitos
da mulher à liberdade individual e social, e ela foi
elevada ao status de cidadã. Fato inconcebível e inimaginável
no passado. A partir da nação norte- americana,
outros países ocidentais e democráticos não demoraram
a acatar o seu texto.
Hoje, não existe mais impedimento algum dentro
da política, nem em qualquer setor da sociedade para a
ação da mulher. (Exceto em algumas igrejas protestantes históricas e no catolicismo...). Na Europa e nas Américas ela tem livre trânsito e já vem acumulando as maiores vitórias políticase profissionais, como todos sabem.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ferindo o corpo de Cristo

Trecho extraído do capítulo 12 do livro Mensageiras da Ressurreição

FERINDO O CORPO DE CRISTO - A IGREJA...


Ressurreição de Cristo: Origem da Igreja

É na ressurreição de Cristo, e não depois dela, que a Igreja tem sua origem: O templo não foi reconstruído depois da ressurreição, o grão que morre renasce multiplicado. Gerando o Filho na glória, Deus o gera multiplicando-o, a multidão “é ressuscitada com” (cf. Colossences 2.12). Vale a pena observar em detalhes o que o evangelista afirma na íntegra, na frase aos colossenses: Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. Deus dá ao Filho morto por todos um corpo, o Seu, que é também a Igreja... A Igreja – corpo de Cristo – e sua missão: A igreja aparece, portanto, como o canal de comunicação entre o Senhor ressuscitado e o novo mundo (lembrar que com Cristo tudo se fez novo), e bem definida nos Evangelhos como o Corpo de Cristo. O apóstolo Paulo, ao falar aos colossenses sobre o que padecia nos combates que travava por eles, amplia a sua mensagem acrescentando: Na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo que é a igreja. (1.24b). Na carta aos efésios, fala sobre as bênçãos de Deus sobre Jesus Cristo, que o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo. (22b e 23). Cristo, depois de exaltado, atua neste mundo por meio da Igreja pela Palavra, pelos sacramentos (ritos próprios da Nova Aliança) e por meio da missão dos cristãos que, ao agirem e se manterem em comunhão, passam a viver de conformidade com o plano que o Altíssimo tem para nós. Assim, em certo sentido, a Igreja reflete o caráter divino, e mostra-se como a imagem de Deus. É pela comunhão dos crentes, homens e mulheres, que a igreja – comunidade eterna constituída por um povo escatológico - pode vivenciar no presente a futura realidade do Reino de Deus. Esta é a sua missão. Ao meditar nessa correta definição de Igreja, perguntamos: como pode a Igreja, Corpo de Cristo, fazer jus a esse nome ao apresentar-se fragmentada sem a participação ativa e conjunta das mulheres ao lado dos homens em todos os aspectos do serviço cristão? Os responsáveis por essa fragmentação dão provas de não reconhecerem, até hoje, a autonomia espiritual das mulheres, e demonstram, por esse proceder, que não possuem, ainda, uma consciência clara do que seja a Igreja, como o Corpo de Cristo.

domingo, 1 de maio de 2011

Trecho extraído do capítulo 19 do livro Mensageiras da Ressurreição

Jesus Cristo, a favor da mulher, opõe-se aos poderosos

É difícil para os contemporâneos, que vivem em
uma sociedade cristã e democrática, ter a noção exata de
quão revolucionária foi a atitude de Jesus Cristo. É quase
impossível avaliar em toda a sua dimensão a luta travada
pelo Leão de Judá, ao manifestar-Se contra o poder do
patriarcado social e eclesial da época. Sua missão primava
por confirmar que Deus é amor, em uma sociedade
em que imperava a lei do mais forte, da truculência contra
as mulheres e os indefesos. Diante desse panorama,
Jesus vem, e diz: Bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus. (Mateus 5.9).
Ao encarnar o amor divino, o Enviado anuncia, além de
pregar a mansidão, que Deus não faz acepção de pessoas.
(Atos 10.34). Exemplo que todos os que se chamam pelo
nome de cristão são conclamados a seguir.

domingo, 24 de abril de 2011

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

A maior glória que um ser humano poderia almejar, qual seja, a primazia de ver o Senhor ressurreto, foi dada às mulheres. As primeiras palavras
de Jesus como o Cristo vitorioso - Eu vos saúdo!- foram dirigidas a elas que O procuravam no sepulcro,para comissioná-las a proclamar a ressurreição. (Mateus 28. 9-10).
Para as mulheres do terceiro milênio, manter o silêncio ou a indiferença diante desse acontecimento seria o mesmo que consentir em ser ludibriadas. Conscientizar-se da sua importância é a melhor decisão a tomar para assumir o espaço que, por direito, é seu dentro da igreja, de conformidade com a vontade de Deus.
Da parte dos homens, ignorar o sentido de Cristo ter delegado às mulheres a missão sagrada representa má vontade,instigada por um machismo mal disfarçado. E muito mais grave, ainda, quando alguns deles, sem achar uma
desculpa plausível, (porque não há), afirmam que esse fato ocorreu por acaso - como se algum dos atos de Jesus Cristo pudesse ser insignificativo!
Perigoso para as mulheres seria desconhecer o alcance do fato, do qual decorre uma tremenda responsabilidade para elas no âmbito da igreja, da família e da sociedade em geral. Urge dar maior atenção ao acontecimento,
procurando colocá-lo, como que, sob a luz de um holofote, a fim de apreciá-lo sob todos os seus ângulos.
Pois, ser encarregada por Cristo de anunciar a Sua ressurreição é glorioso demais, é forte demais. Sua perspectiva excede as possibilidades do olhar natural, e ultrapassa as fronteiras de um relato de caráter histórico-cristão,para a de um acontecimento de estrondosa repercussão e importância no mundo espiritual. Maior importância,ainda, reconhecemos nesse fato por saber que “a fé cristã é baseada no testemunho e na proclamação das mulheres.”
Sem esquecer, também, que a ressurreição de Cristo é o sustentáculo da doutrina cristã.
No ambiente mundano, em meio aos ímpios, por ironia, é onde a mulher finalmente já usufrui de todos os seus direitos reconhecidos perante a lei, e assume deveres e responsabilidades, tal como o homem. Sua emancipação
é inquestionável. Ainda que tenha demorado séculos, finalmente foi considerada juridicamente capaz, responsável pelos seus atos e dotada de inteligência suficiente para tomar decisões, assim como o homem. Contudo, esse reconhecimento não foi fácil, a História registra, ainda que de modo tíbio, a dimensão gigantesca dessa luta.
Enquanto isso, no meio cristão, muitas pessoas(muitas igrejas) ainda se encontram no dilema shakespereano,do ser ou não ser a mulher digna de proclamar a mensagem da Cruz e de vê-la como um ser espiritualmente
autônomo. Grande contrassenso!

sábado, 9 de abril de 2011

Trecho extraído do capítulo 13 do livro Mensageiras da Ressurreição

Mulheres do NT - essas desconhecidas

Entre o povo evangélico de hoje, percebe-se que são raríssimos os nomes femininos, dentre os registrados Novo Testamento, lembrados como dignos de nota. Isso demostra quão oportunos são os estudos dos exegetas, e que grande lacuna vêem preencher.
O panorama visto deste século indica que, tirante os nomes de Maria, mãe de Jesus, e Maria Madalena - mencionada mais pelos seus pseudospecados do que pela sua santificação -, o de Tabita (Dorcas) conhecida pela sua ressurreição, e o nome de Lídia que é mal e mal conhecido, o resto é silêncio. Ignora-se o que elas faziam e até mesmo o nome das diversas mulheres citadas nas cartas de Paulo. Os estudos dos eruditos cristãos têm ajudado a corrigir esse lapso para tentar recompor a história da mulher do Novo Testamento.
O grande desconhecimento entre os cristãos, até
mesmo por parte de líderes, a respeito do desempenho da
mulher nos tempos de Jesus e da primeira Igreja cristã é
notável. Daí, talvez, a resistência de muitas denominações
em admitir o ministério feminino no seu âmbito, e até
mesmo de reconhecer a capacidade e o direito das mulheres
de ensinar na Igreja, e de ocupar cargos de relevância,
tal como no passado remoto. Isso tudo aliado, claro, à má
interpretação de certas palavras das cartas paulinas.
Todavia, o trabalho de pesquisadores da História da
Igreja, tanto evangélicos como católicos, vem mostrar uma
realidade muito rica concernente à atuação da mulher ao
lado de Jesus e na comunidade pós-páscoa, como ficou
demonstrado ligeiramente no capítulo de Atos das Apóstolas, deste livro.