terça-feira, 27 de novembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 9 do livro Mensageiras da Ressurreição

                              PROFETISAS DO NOVO TESTAMENTO
 
Nas promessas divinas acerca do dom da profecia, as mulheres estão incluídas, implícita ou explicitamente. Lucas, em Atos dos Apóstolos, fala sobre a descida do Es­pírito Santo, sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes: E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a fa­lar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes con­cedia que falassem (vv. 2,4). Na sequência, (Atos 2. 17b- 18), Pedro lembra o que disse o profeta Joel acerca do ato de profetizar. Texto, no qual o próprio Deus promete que derramará do seu Espírito sobre as pessoas, incluindo, de maneira clara, as mulheres no fenômeno profético: Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão[...] E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e mi­nhas servas naqueles dias, e profetizarão.
O dom da profecia, na casa do evangelista Filipe, fora derramado por Deus de modo magnífico. Ele pos­suía quatro filhas solteiras e todas profetizavam (Atos 21.9). Outro exemplo nos é fornecido, indiretamente, pelo apóstolo Paulo: Mas toda a mulher que ora ou pro­fetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada (1 Coríntios 11.5). Esse texto desperta muito o interesse das pessoas para a questão do uso do véu, aconselhado por Paulo. Curiosamente, tornou-se mais atrativa a referência ao uso do véu do que o fato de o próprio Paulo estar confir­mando, por suas próprias palavras, que as mulheres da Igreja primitiva, profetizavam e oravam - em público, nas assembléias.
Os profetas tinham a prerrogativa das funções de li­derança, durante a celebração da Eucaristia. Paulo, Lucas e o Apocalipse documentam o fato de as mulheres exer­cerem liderança como profetisas durante o cristianismo primitivo.
Mais um ponto positivo para os que acreditam no mesmo direito que têm as mulheres de ensinar, exortar e edificar a igreja, tanto quanto os homens. A autorida­de da profecia, por ser decorrente das revelações divinas, transforma profetisas e profetas em emissários do Se­nhor, no próprio fundamento da igreja, e cuja presença é uma constante em toda a história do cristianismo.
Para encerrar o assunto, temos que lembrar, ainda, dos nomes de algumas mulheres responsáveis por atos proféticos como Isabel, a prima de Maria, mãe de Jesus. (Sobre Maria falaremos num capítulo especial, dedicado a conhecer o seu lado pedagógico, como educadora do menino Jesus); do nome de Marta, irmã de Lázaro, que revelou conhecer a messianidade de Jesus, quando afir­mou: Creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. (João 11. 27b). Profecia equivalente à de Pedro quando, respondendo a uma pergunta do Salvador sobre quem ele achava que Jesus era, respondeu-lhe: Tu és o Cristo. (Marcos 8. 29b). A samaritana também pode ser vista proferindo uma palavra profética quando, em sua caminhada, foi à cidade e disse aos seus conterrâne­os: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito: porventura não é este o Cristo? (João 4.29).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

'AMARGA INVEJA'

 
                                                  'AMARGA INVEJA'

São inúmeros e bem conhecidos os relatos bíblicos que tratam das tragédias originadas por esse sentimento perverso chamado inveja. Basta lembrar que foi a causa do primeiro homicídio registrado na Bíblia; quando Caim matou Abel, porque Deus não se agradou de sua oferta, mas da de seu irmão. (Gênesis 4). Bem se vê, a inveja pode permear qualquer relacionamento, mesmo aquele que deveria ser, por definição, afetivo. Transforma os laços (de ternura...?) familiares ou de amizade em armadilhas que podem ser mortais. E, por incrível que pareça, embaraça até relacionamentos entre mãe e filhos. E o mais assombroso é quando se verifica que esse filho é ainda um bebê! Foi o que se viu, há algum tempo, em Curitiba: uma mãe, de dezessete anos de idade, torturava o seu bebê, de apenas 4 meses de vida. O motivo, segundo suas próprias palavras, era inveja da atenção que a família e as visitas dispensavam à criança. Ela não aguentava ouvi-los dizer diante do berço: Que gracinha! Tão bonitinho! E outras palavras de carinho e admiração pela criança, fazendo a mãe sentir-se em segundo plano.
Não se sabe como a criança sobreviveu, pois já tinha calos em alguns ossos do corpo, que haviam sido fraturados e teriam solidificado mesmo sem atendimento médico, tudo isso causado pelos maus-tratos infligidos pela mãe. Mais chocante ainda é saber, segundo opinião de psiquiatras, que muitos dos crimes praticados com requintes de crueldade são de autoria de pessoas consideradas mentalmente normais – que sabem muito bem o que estão fazendo. No caso da mãe, denunciada por parentes, foi condenada pela justiça a alguns anos de prisão; contudo, nesse caso, foi considerada pelos psiquiatras como débil mental. Retardada, mas não louca.
Será que pessoas mais inteligentes não se enquadrariam entre os que têm ciúme dos próprios filhos? – Ciúme e inveja andam de mãos dadas. - Quantos pais manifestam ciúme do filho recém-nascido por causa da atenção que a mãe passa a  dispensar à criança! E seriam todos débeis mentais? Certamente que não.
O apóstolo Tiago [3:14-15] discorrendo sobre a inveja, diz: “Mas se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.”
Perturbação e perversidade – A sociedade sempre enalteceu a mulher como mãe; ainda que a desprezasse como cidadã e a mantivesse marginalizada como “segundo sexo” - expressão cunhada pela pensadora francesa Simone de Bouveau. A idéia que se fazia da mulher (segundo preconceitos antigos) era de um ser meigo e frágil; mãe por excelência, (tal como se pensa até hoje) ainda que incapaz de dirigir a sua própria vida – incapaz igualmente, dada sua bondade natural, de cometer atrocidades como as praticadas pelos homens, como observamos no decorrer da História e tal como a prática diária nos mostra. Como se vê, idéias permeadas de preconceitos e tabus. É difícil redirecionar esse olhar e reconhecer que a mulher pode ser tão cruel quanto o homem. E que, movida pela inveja, ou por outros sentimentos devastadores, seja capaz de praticar crimes hediondos. Na realidade, para o bem e para o mal, ambos estão em igualdade de condições, tanto o homem quanto a mulher correm paralelos quando se trata de praticar o mal. A bondade ou a maldade independem de gênero. A questão é puramente pessoal, individual.
Educação cristã – Nesse sentido, a educação das meninas merece a mesma atenção que a dos meninos no que se refere à prevenção da agressividade e da violência. Necessita ser alicerçada no amor conforme ensinou e praticou o Mestre dos mestres – Jesus Cristo. É no amor cristão, a verdadeira Rocha sobre a qual deve alicerçar-se qualquer processo educacional. Todas as pessoas precisam daquele ‘conhecimento que vem do alto’, para aprender a crescer como ser humano para não viver num relacionamento dilacerante, animalesco e diabólico com seu semelhante. A mulher – mãe, por natureza – deve reconhecer-se o mais cedo possível como guardiã da vida. Conscientizar-se de seu papel de “depositária fiel” da herança do Senhor, que são os filhos. Sem a direção que nos dá a palavra de Deus, a luta que todos fatalmente têm que travar para vencer a si mesmos será inglória. Sem perda de tempo, deve-se começar na infância o ensinamento para a prática do amor cristão. Uma vez que Deus ama a todos da mesma maneira, sem as exceções baseadas em parâmetros humanos.
O combate à inveja torna-se um dos principais alvos a ser alcançado em se tratando de educação infantil. Para alcançá-lo os próprios pais precisam ser os primeiros a não cultivar esse sentimento 'animal e diabólico’, pois, onde há inveja há perturbação e toda obra perversa, como nos adverte o apóstolo Tiago. Outra coisa a não ser esquecida é que os filhos são reflexo dos pais.
 
Rachel Winter - rawinter@terra.com.br
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 (7) do livro Mensageiras da Ressurreição

                                PATRONAS E AS IGREJAS DOMÉSTICAS
 
No Novo Testamento, cinco entre seis passagens que falam sobre igrejas domésticas, mostram mulheres na sua liderança e organização. E não há como contestar que servir como patrona de uma congregação local incluía certas responsabilidades de liderança e autoridade, como indica 1 Coríntios 16.15-19.
Em meio aos vários registros de mulheres que organizaram e lideraram comunidades em suas próprias casas, encontramos o de uma mulher chamada Ápia (Filemom 1.2), em Colossos, liderando a comunidade local juntamente com Filemon e Arquipo. Em Laodicéia, era na casa de Ninfa (Colossenses 4.15) que a igreja se reunia. A atuação de Priscila, como patrona destaca-se pela amplitude, como é sabido, pois exercia um ministério itinerante e, nas localidades por onde passava e residia, acolhia a Igreja em sua casa. (Romanos 16.3-5; 1Coríntios 16.19; Atos 18. 1-2).
Além dos já citados, são diversos os nomes de outras patronas, que aparecem como mantenedoras ou fundadoras de igrejas domésticas. O nome de Cloé (1 Coríntios 1.11) é um deles; o de Lídia, vendedora de púrpura outro. Além de patronas, não é demais frisar, que as mulheres exerciam autoridade, na comunidade cristã, como mestras e cooperadoras. Ademais, a casa de Lídia foi o ponto de irradiação do evangelho em Filipos, (At 16.15).
Em Jerusalém, era na casa de Maria, mãe de João Marcos, que a congregação se reunia. (Atos 12.12). Foi nela que o apóstolo Pedro se refugiou após a fuga milagrosa da prisão (Atos 12. 7-11). grosa da prisão. (Atos 12. 7-11). Todos na casa, oravam pela sua libertação, de repente, uma jovem, chamada Rode, avisou que Pedro se encontrava batendo à porta do pátio. Ninguém deu crédito ao que a jovem dizia, pois, consideravam que estava fora de si. Finalmente, certificaram-se de que era verdade (Atos 12. 13-16)
 Desse episódio podemos tirar duas conclusões. A primeira: por não darem crédito à palavra da jovem, demonstraram a pouca confiança que merecia a palavra de uma mulher. A segunda, o exemplo de que as casas das mulheres cristãs, além de constituírem-se em igrejas domésticas (todos estavam orando) representavam abrigos seguros, nas quais, muitas vezes, cristãos perseguidos refugiaram-se.
O que ressalta na narrativa, porém, é a lição de coragem de Maria, a mãe de João Marcos. Ela não temeu expor-se ao perigo de receber Pedro em sua casa, embora o apóstolo fosse considerado foragido da justiça romana, em época de inclemente perseguição aos cristãos. Sem temor, Maria transformara sua casa num ponto de reunião da cristandade para os cultos a Deus, e em um local para acolher os discípulos perseguidos. O ato de coragem se reveste de maior grandeza quando lembramos que havia a instituição da pena de morte, na perseguição aos cristãos, que teve início, primeiramente, por parte dos judeus e, posteriormente, por parte do governo romano.
Ameaças surgiam de todos os lados, assombrando o dia-a-dia da cristandade que, apesar de todo o perigo, prosseguia indômita na tarefa missionária.
As igrejas domésticas, conforme ensina a História bíblica, constituíram a célula básica do movimento cristão. Foi lançando mão desse recurso que a Igreja se expandiu em função do trabalho de missionárias e missionários itinerantes. De cidade em cidade, os discípulos dependiam da acolhida desses núcleos domésticos para dar-lhes hospitalidade e abrigá-los nos momentos de perigo. Eram acolhidos, ainda que os proprietários das casas não os conhecessem, os quais para recebê-los confiavam apenas nas cartas de recomendação das igrejas donde os apóstolos provinham, ou pela fama que os precedia como diligentes servos de Deus.
As protetoras da Igreja em seus primeiros passos, na realidade, fundadoras de igrejas, receberam o reconhecimento de Paulo de maneira efusiva como demonstram as suas cartas. O apóstolo foi pródigo e insistente em apelos para que todos os cristãos lhes manifestassem os mesmos sentimentos de gratidão - que ainda hoje se fazem ouvir.
Convém, portanto, atentar para a realidade histórico-cristã, não deixando que a poeira do tempo empane o brilho dos feitos grandiosos e heroicos das primeiras discípulas, não permitindo que seus nomes venham a cair no esquecimento. Além do mais, vale lembrar que a falta de memória é a raiz de toda opressão.

sábado, 3 de novembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 17 do livro Mensageiras da Ressurreição


                                           EU VOS SAÚDO!

 Na nova criação, fruto da ação redentora de Deus - em Cristo - neste mundo, podemos dizer metaforicamente, que a mulher nasceu primeiro, ao contrário do sucedido no início quando o homem foi o primeiro a ser criado pelo Altíssimo. As primeiras palavras do Senhor ressuscitado - Eu vos saúdo! - ao inaugurar a nova ordem, estabelecida segundo o alvo final de Deus para a humanidade, dirigidas às mulheres, concedeu a elas o privilégio de se tornarem as primeiras embaixatrizes desse novo tempo.
Não se veja nessa perspectiva, porém, a colocação da nova criação contra a velha, pois, a ação redentora de Cristo, origem da nova criação, cuja consumação acontecerá na Sua volta, faz parte do que Deus iniciou no Gênesis. Na história da Igreja – Corpo de Cristo -, não há contradições, descontinuidade, nem fissuras de qualquer espécie. Sua estrutura, bem firmada na Rocha, é como a edificação de um prédio que se eleva aos poucos, previstas que são todas as etapas da obra - divina - até a sua completa realização, que aponta para o Alto. Lá está alvo a ser atingido, propósito de caráter escatológico, qual seja, a volta do Senhor, em que a Igreja surge como herdeira do novo céu e da nova terra (Apocalipse 21.1). Conforme o livro de Apocalipse, a Igreja é o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus (21. 3b).
O propósito divino, tal como revelado no Novo Testamento, mostra que a criação da nova humanidade permeia toda a história bíblica e aparece como seu fio condutor e alvo principal. Por intermédio de Jesus Cristo, Deus cria seu povo – remido – para no meio dele habitar.
O propósito que os israelitas não puderam realizar para Deus, de ser o Seu povo, pertence agora à nova humanidade, constituída pela nação santa dos sacerdotes do Senhor.
A ekklesia, formada por todos aqueles que confessam a Cristo como seu Senhor e Salvador, em todas as épocas e lugares – povo escatológico – procura refletir já no presente a futura realidade do Reino de Deus, e o caráter próprio de Deus, ainda que de modo parcial. Sob esse prisma, como geração eleita, podemos realmente refletir a imagem de Deus.
Porém, se no contexto da que pensamos ser a verdadeira comunidade cristã, subsistem barreiras de qualquer espécie para separar as pessoas, algo de estranho está ocorrendo. Será que nos deparamos, apenas, com uma instituição religiosa que leva o nome de igreja? O motivo dessa pergunta são os relacionamentos interpessoais baseados em distinções raciais, socioeconômicas e sexuais, que já deveriam estar extintos há muito tempo no coração dos cristãos e na prática do contexto eclesial.
Exclusão, submissão humilhante, discriminação de pessoas, de qualquer espécie ou gênero são anátemas a ser fulminados. Só assim se cumprirá a vontade do Pai que nos quer ver unidos a Ele, como Igreja, através de Cristo.
O Senhor quer nos ver livres – homens e mulheres – para assumir, como crentes, todo e qualquer cargo dentro do ministério cristão.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Predomínio da Insanidade

                                PREDOMÍNIO DA INSANIDADE          

Estamos vivendo a era da insanidade. À par da insegurança gerada pela criminalidade, nas grandes e pequenas cidades e o surgimento dos mais sinistros tipos de crime, outro fator de desconforto ronda a sociedade. Trata-se do interesse inexplicável por explorar o universo da loucura e, mais estranho ainda, uma espécie de complô para divulgá-la; numa tentativa de desagregar todo e qualquer comportamento que denote equilíbrio.
 É o predomínio da insanidade mostrado em filmes, telenovelas, programas humorísticos, desenhos infanto-juvenis, games e até brinquedos - especialmente para os meninos, monstruosos assassinos saídos das telas do cinema e da televisão. Observado, também, na aparência das pessoas e no modo de vestir. Quanto mais asquerosa a aparência, melhor. Cultiva-se o feio, o aterrorizante, o nojento.
Filmes tipo mentes criminosas, canibalismo, serial killer proliferam no cinema. Está em alta tudo o que se refere à loucura. A demência passou a ser a musa inspiradora, também, dos estilistas. Modelo de roupa que não compõe uma aparência extravagante não serve. Desfile de moda se assemelha muito a desfile circense. Não entendo como as pessoas conseguem assisti-los sem cair na gargalhada. Já apareceu até modelo, desfilando graciosa e elegantemente, com um chapéu em forma de galinha. E todo mundo conseguiu permanecer sério. Não sei o que o estilista quis dizer com isso.
Ao passo que, programas televisivos tipo vídeo-cacetadas são considerados engraçados.  Personagens e fatos são reais: crianças, bebês e adultos, batem com a cabeça na parede, caem de bicicletas, despencam ladeira abaixo enquanto os telespectadores se divertem. Note-se que brigas de galo e trabalho de animais em circo foram proibidos. Felizmente! Contudo, não foram criadas ainda leis de proteção às pessoas, para que os acidentados deixem de servir de diversão ao público. Já vi acontecer acidentes na rua e a reação das pessoas foi a mesma que diante da telinha. Uma pessoa ferida ao acidentar-se é motivo de riso. A dor alheia virou espetáculo hilário. Raros são os transeuntes que param para ajudar alguém que sofreu uma queda; a maioria olha, ri e passa.
E, tem mais, nas novelas televisivas a moda agora é mulher criminosa. Já apareceu até serial killer como protagonista de novela no horário das 21 horas. Foi um sucesso. Mulheres assassinas ou que cometem as mais diversas espécies de crime estão em alta na telinha. Vingança é o tema preferido pelos autores novelísticos. Os quais ensinam que ofensas, frustrações e desilusões têm que ser lavadas com sangue. Xingamento e bofetadas completam o cenário. Na maior parte do tempo, os personagens trocam insultos entre si independente do grau de parentesco, seja com pais, mães, esposas, filhos. O núcleo familiar parece um estádio de futebol no momento de jogo entre Brasil e Argentina. É palavrão pra todo lado. Chega a ser cansativo.
Coincidentemente, o noticiário das páginas policiais relatam crimes que parecem inspirados nesses extenuantes temas de horror.
MULHER TANAJURA – Não é só o modo de vestir das mulheres e dos homens que denota essa característica de demência da sociedade. O corpo feminino vem sofrendo mutações por meio de cirurgias plásticas para aumento dos glúteos. Se o objetivo é tornar a mulher semelhante àquelas formigas da espécie Tanajura, o êxito tem sido total. Quanto aos seios, só faltam explodir – às vezes explodem mesmo – e chegam a ponto de competir em volume com bolas de futebol. A deformação do corpo feminino pode ser indício da deformação mental, da insanidade, que está tomando conta da sociedade.
A modernidade da qual se orgulham as contemporâneas de mente aberta (?) absorveu o espírito circense, deformou o corpo feminino e, em lugar da figura da mulher barbada ou mais gorda do mundo que lá se encontrava, criou a mulher Tanajura. Não é mais necessário pagar ingresso no circo para ver a figura caricatural da mulher. É só andar pelas ruas ou ligar a televisão.
A aparência dos homens, também, se encontra alterada. De repente, grande parte deles, parece que acordou sob o efeito de uma metamorfose, tal como aconteceu com o personagem da novela de Kafka, (Metamorfose), o qual, um dia, acorda transformado num inseto horrível. Mutação involuntária, diga-se de passagem; enquanto que os contemporâneos escolheram livremente manter a aparência bizarra semelhante a de doente mental. Colares, brincos, tatuagens, piercings, cabelos espetados e lá vai ele, o protótipo do homem moderno, todo pimpão, desfilando a sua inconsequência. 
Houve tempo em que o interesse do público voltava-se para histórias dos que se destacavam como benfeitores da humanidade, para os grandes gênios da ciência, da filosofia, da literatura, os heróis nacionais ou os pequenos heróis do dia-a-dia, por seus atos de generosidade, honestidade, lealdade. Agora, o interesse é saber o que se passa na mente dos loucos-criminosos e quanto mais bárbaros mais interesse despertam. De quem será a responsabilidade? Do público ou dos manipuladores desse lixo cultural?
Uma coisa é certa, a educação no país tem sido tratada como material descartável. Verdadeiro monturo. Mas, como os descartáveis podem ser reciclados, resta a esperança que ocorra essa transformação salvadora na educação em nosso país, sob as bênçãos de Deus. Então, o interesse das pessoas se voltará para o que é vital e luminoso e não para simulacros de morte e trevas. 
rawinter@terra.com.br
 

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Trecho extraído do capítulo 4 (1) do livro Mensageiras da Ressurreição

 
                         Feminismo sem rancor
Estai pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão. (Gálatas 5.1).
Em um piscar de olhos, a liberdade arduamente conquistada pode ser perdida. Perigos espreitam tanto a vida espiritual, à qual Paulo se refere, quanto a vida pessoal e social para a qual suas palavras, igualmente, servem de orientação. Segundo assevera o apóstolo, há necessidade de vigiar para não voltarmos ao estado anterior, ao antigo cativeiro. Sob esse prisma, observemos os contrastes que dividem o mundo contemporâneo em países livres e democráticos, e em países sob a tutela do patriarcado social, cultural e religioso.
Do outro lado do mundo, como sabemos, o cativeiro das leis e dos costumes, tal qual era no passado remoto: o cotidiano vivido pela mulher sob o peso de maus-tratos e vilipêndios, e a ameaça da pena de morte assombrando permanentemente as consciências.
Vejamos, agora, o outro lado da moeda. Nos países ocidentais, o gozo de uma vida de liberdade, onde a mulher tem autonomia para decidir sobre tudo o que lhe diz respeito. Aqui, ela tem os seus direitos assegurados por lei, que lhe dá vez e voz para defender-se de qualquer cerceamento à liberdade e de qualquer ameaça à vida.
Então, está tudo bem, do lado de cá? - Nem tanto, quanto era de se esperar, porque a liberdade tem seu preço e, ao ficarmos "inadimplentes", corremos o risco de voltar para o cativeiro. Temos que pagar o preço, dentro da sociedade, com relação a um feminismo sem rancor, para desfrutar de liberdade com a moeda da responsabilidade, prudência, bom-senso e generosidade. 
Paulo, divinamente inspirado, alerta os gálatas sobre o perigo de um retrocesso da liberdade em Cristo para a volta à opressão da Lei e costumes judaicos. O feminismo extremista faz um caminho inverso, o qual leva igualmente ao jugo da servidão: sai de sob a opressãso da lei patriarcal para
mergulhar universo anárquico. Confusão e anarquia, reconheçamos, não são sinônimos de liberdade. Constituem uma barreira que impede o pleno exercício da liberdade tanto no contexto social como no plano individual. Liberdade e ordem não são excludentes, são correlatas.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Educação da criança segundo o Novo Testamento

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          EDUCAÇÃO DA CRIANÇA SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO

Defender a palmada como um meio de educar a criança é confundir as palavras educar com adestrar. São coisas bem diferentes. Com palmadas (ou pancadas) adestram-se cachorrinhos e outros bichos, por meio de reflexo condicionado. Até mesmo ratinhos são testados em laboratórios, segundo esse método: o ratinho aproxima-se do alimento e, ao tocá-lo, leva um choque ou qualquer outro estímulo que lhe cause dor ou susto; assim ele fica condicionado a não tocar mais no alimento.

Os defensores desse método de “educação” das crianças, certamente, acham que uma palmadinha não é o mesmo que bordoada. Perguntamos, então: O que é? Se não causasse dor ou medo à criança, a fim de impedi-la de fazer travessuras, não seria aconselhada por eles. Outro aspecto a ser analisado, será que as mães e os pais adeptos da palmada sabem controlar-se e parar dando só uma palmadinha? Extrapolar na hora da irritação e do estresse é muito comum.
Violência gera violência, e bater numa criança mesmo que não venha a feri-la gravemente (como vemos acontecer diariamente em nosso meio) é um ato de violência.
Levada, essa questão, às últimas consequências, perguntamos: será que a palmatória usada no passado por pais e professores fez, daquelas crianças, pessoas adeptas da paz no mundo? Criou pessoas melhores? A História nos mostra que não. Os líderes mundiais só têm resolvido os problemas que afligem a humanidade através de guerras, as quais criam um círculo vicioso de violência sobre violência – e que era esperado porque foi pelo método da pancada que eles foram “educados”.
Pelo exemplo dos mais velhos é que as crianças aprendem a ser violentas. Lemos na Bíblia que Deus é Paz. E viver em paz, aprendemos com Cristo, que nos perdoa os pecados e morreu na cruz pra nos salvar e nos dar a paz verdadeira.
O exemplo dos adultos que praticam a Palavra de Deus, é a maior fonte de aprendizado pra crianças e adolescentes. A palmada é um método de mais fácil aplicação, pois, recorre à lei do menor esforço. Praticar o amor na educação dos pequeninos é mais trabalhoso, porque exige paciência, tempo e a prática consciente do segundo maior mandamento bíblico: Amar o próximo como a si mesmo.
Permitir a palmada é o mesmo que voltar à época da palmatória. Significa retroceder no tempo. É adestrar em vez de educar. Não é a metodologia apropriada para bem educar seres racionais como são as crianças e adolescentes, criados à imagem e semelhança de Deus.
                              NÓS, OS EVANGÉLICOS
Nós, cristãos, não nos debruçamos, ainda, sobre a questão da educação da criança segundo os ditames do Novo Testamento. Sabemos que com Jesus Cristo tudo se fez novo! Mas, continuamos nos inspirando no Antigo Testamento para criar as crianças. Ignoramos que o aperfeiçoamento da Lei mosaica, por Cristo, abrange todos os setores da vida humana. Entretanto, deixamos as crianças de fora. As idéias de liberdade, próprias do cristianismo, projetaram-se sobre todos os setores da sociedade. Um ponto final foi colocado sobre tudo o que representasse escravização do homem e da mulher dentro do contexto social. Transformação que deu origem ao sistema político democrático no qual, entre outras, a mulher alcançou o status de cidadã e todos foram considerados iguais perante a lei.Nós, ou muitos de nós, evangélicos, esquecemos de nos atualizar quanto à criação das crianças, segundo a Mensagem da Cruz. Somente evocamos os textos do Antigo Testamento no que concerne à educação infantil e dos jovens. Textos que aconselhavam a fustigar a criança com a “vara”. Ainda que no livro de Provérbios (23.13) esse trecho pareça muito claro nesse sentido, a palavra “vara” também tem o significado de Palavra de Deus. Vemos isso em numerosas passagens bíblicas, inclusive no Salmo 23. 4: Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.
Reportando-nos, novamente, ao Novo Testamento, encontramos o episódio em que o menino Jesus, então com 12 anos de idade, passa três dias desaparecido. Ao encontrá-lo no templo, discutindo com os doutores da lei, sabemos que nem Maria nem José, seus pais, apelaram para a palmada; afinal, segundo os conceitos do homem comum, o Menino bem que merecia, porque não os avisara do seu paradeiro. Ainda que ele não estivesse fazendo travessura alguma, não avisou seus pais, que caminharam durante três dias até encontra-lo.
Durante seu ministério, Jesus Cristo só teve palavras e gestos de carinho para com as crianças. Nunca disse que deveriam ser educadas à base de palmada. Na ocasião em que os discípulos queriam impedi-las de se aproximar Dele, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus, e os abençoou. Em outra ocasião, tomando uma criança em seus braços disse: Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a mim me recebe e, completou afirmando, que quem O recebe, recebe ao Pai que o enviou. Temos que receber a criança não com palmadas, mas, com amor.
Hoje, muitos pais temerosos por observarem o aumento incessante da criminalidade no meio social e, querendo livrar os filhos de enveredar por esse caminho, acham que se os castigarem fisicamente, alcançarão esse objetivo. Pobre das crianças, nas quais são projetados os erros de toda uma comunidade! Não é por aí. É pelo amor, pela compreensão do que significa ser criança e pelo ensinamento da palavra de Deus que ela se tornará um adulto útil à sociedade e que alcançará a salvação em Cristo. E será um mensageiro/a da Paz. Assim seja!

domingo, 7 de outubro de 2012

Trecho extraído do capítulo 3 do livro Mensageiras da Ressurreição


     
      A SITUAÇÃO DA MULHER NOS PAÍSES NÃO CRISTÃOS

Nos países do Oriente Médio, onde predomina o islamismo, bem como naqueles habitados por povos pagãos e materialistas, como Índia e China especialmente, não se deu um passo sequer em direção ao feminismo. A mulher ali continua sendo tão subjugada quanto eram suas ancestrais antes da Era Cristã. As raríssimas exceções servem, apenas, para confirmar a regra geral de violência e opressão. O contraste é gritante, se cotejados com os países cristãos, como Estados Unidos e os mais importantes países da Europa, que integram o bloco do chamado Primeiro Mundo ou Mundo Desenvolvido, - berço do protestantismo e do feminismo – nos quais a emancipação da mulher, há muito, tornou-se realidade.
Tal constatação não deixa de ser óbvia, porque o movimento feminista só poderia mesmo ter grassado em terra cristã, como todo e qualquer movimento que vise à libertação total do ser humano, seja no plano individual, social ou espiritual. Os resultados daí advindos colocam a mulher ocidental séculos à frente da mulher oriental em matéria de cidadania, liberdade individual e modus vivendi. Sem dúvida, é civilização versus barbárie. Tal assertiva não decorre de uma comparação entre culturas, mas, da constatação de uma realidade patente aos olhos de todos, haja vista, a classificação dos países em Desenvolvidos e em Desenvolvimento. Os primeiros, como se sabe, possuem alto nível de desenvolvimento econômico e social, lideram a economia mundial, há séculos, e são os grandes defensores dos direitos humanos e das teorias que deram origem ao sistema político democrático.
Dentre aos países em Desenvolvimento, conhecidos como Segundo e Terceiro Mundo, é curioso notar que se encontram algumas das mais antigas civilizações do Planeta, tais como a Índia e a China, antiquíssimas. A China, agora, começa a dar sinais de progresso econômico, no entanto, na questão de direitos humanos é uma lástima. Um exemplo dessa situação é a perseguição aos cristãos, muitos dos quais encontram-se encarcerados nas prisões do Estado, e os cultos são realizado às escondidas nas casas dos crentes.
Contudo, no momento, a Índia começa a viver novos tempos (não há mal que nunca se acabe, diz o ditado popular) e a despertar para o conhecimento do Evangelho. Há, esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquanto discípulos de Jesus Cristo - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançando. Notícias alvissareiras estão sendo anunciadas em solo indiano, por intermédio da Igreja Internacional da Graça de Deus, liderada pelo missionário R.R.Soares e seus ministros. O povo hindu está sendo evangelizado de maneira expressiva por meio da ação direta desses missionários bem como através da televisão, pela RIT – Rede Internacional de Televisão - de propriedade dessa Igreja. Demais igrejas cristãs, também, cumprem o "Ide" naquelas terras onde prodominam as religiões pagãs ou o materialismo.

domingo, 30 de setembro de 2012

Trecho extraído da página 15 do livro Mensageiras da Ressurreição



               
                 O LUGAR DA MULHER NA IGREJA PRIMITIVA
 
O exemplo de Jesus e do viver cristão, praticado pelos primeiros apóstolos, não foi suficiente para inspirar os que lhes sucederam em relação à maneira como deveriam considerar as mulheres. O que, de algum modo, acontece até hoje. O ideal cristão da unidade em Cristo, conforme proclamado em Gálatas 3. 26-28, com a quebra de barreiras entre as pessoas, fosse por questões de tradição religiosa, condição social ou sexo, permaneceu ignorado pelos sucessores dos primeiros apóstolos no que diz respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Na igreja primitiva o espaço da mulher era respeitado, seguindo o exemplo dado por Jesus durante o seu ministério terreno. A lembrança do Mestre estava, ainda, muito viva no coração da comunidade. No entanto, posteriormente, a partir de um determinado momento da História, quando a igreja passou a se organizar como instituição religiosa, a atuação da mulher passou a ser novamente interditada, como no passado remoto, anterior a Jesus Cristo. O catolicismo dá essa demonstração, persistente até os dias de hoje. Tem sido impossível furar o bloqueio levantado contra a ordenação ministerial da mulher na Igreja Católica, bem como em algumas denominações evangélicas mais tradicionais.
Convém repetir, não foi assim, evidentemente, na época de Jesus, nem nos tempos da ekklesia – o movimento cristão primitivo. Constatação patente ao observarmos o resultado dos estudos realizados por eruditos cristãos. Trabalho de exegese que leva em consideração as injunções sociais e o contexto histórico em que se desenvolveu o cristianismo, estudo acurado sobre o relato neotestamentário referente à atuação da mulher na igreja primitiva.

 
 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Comentários sobre o livro Mensageiras da Ressurreição

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      COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO MENSAGEIRAS DA RESSURREIÇÃO

Wander de Lara Proença - teólogo e professor da Faculdade Teológica Sul Americana: "Belíssimo trabalho, destacando-se especialmente pela inovação temática e pesquisa de abordagem. Tenho orientandas de TCC que estão pesquisando temas relacionados à mulher e já indiquei capítulos dessa obra para leitura e pesquisa. Esse trabalho trouxe enriquecimento para abordagens com estes enfoques. Que este livro possa inspirar outras publicações."
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Oswaldo Payon- Publisher and journalist in Brazil with a team of scholars on the new translation of King James Bible from the original manuscripts: "Welcome aboard, Rachel Winter! É sempre uma alegria receber no mundo dos livros cristãos uma nova e promissora escritora evangélica. De fato, como você brilhantemente nos lembra nesse livro: as discípulas mulheres jamais deram trabalho ao mestre Jesus, só ajudaram na obra, sofreram e foram as únicas a permanecer com o mestre na sua morte e - logo ao raiar do domingo - na sua ressurreição. Parabéns às mulheres servas do Senhor. É em boa hora que alguém vem fazer justiça à honra, coragem, serviço e humildade da mulher crente. Parabéns.
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Éber Cocareli comentou: Trata-se de obra fortemente apologética, com uso intenso de ferramentas teológicas (boas), com o objetivo de, entre outros, mostrar como a cultura ocidental evoluiu justamente pela influência do Evangelho. A argumentação da autora é sólida e válida. É o único livro que conheço no meio neopentecostal que trata do ministério feminino com tamanha abrangência e profundidade. Em resumo, é um dos melhores que já li sobre o assunto.
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Pastor Ricardo Santos
Mensageiras da Ressurreição é um livro escrito por uma mulher para todas as mulheres e, também, para os homens entenderem mais a importância delas em suas vidas e nos planos de Deus. Nele, a mulher é desmistificada e colocada na posição certa: aquela que o próprio Senhor Jesus lhe deu. Não por acaso, Ele escolheu mulheres para anunciar aos Seus discípulos que Ele estava vivo!
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Preletora Jurema de Souza Martins:
Gostei muito do seu blog e vou voltar outras vezes. Me identifiquei com a sua proposta de trabalho. Não tenho pretensão de ser pastora ou apóstola, mas como estudante da bíblia, concordo com o pouco que li no seu blog. Na sociedade judaica quem tem conhecimento teológico é homem, mulher não tem acesso a esse conhecimento. Não sou contra a mulheres pastoras, pois uma mulher pode compreender a bíblia tanto quanto um homem. A capacidade intelectual, subordinada a iluminação do Espírito Santo não é maior no sexo feminino ou masculino. Já passei por muito preconceito por ser uma mulher e jovem e ter entendimento das Escrituras. Quero acompanhar o trabalho da irmã e, se puder, me adicione no orkut: Preletora Jurema ou facebook: Jurema de Souza Martins. Quando terminar a minha graduação quero me dedicar a escrever livros na área de literatura cristã. Com certeza, teremos muito o que compartilhar. Estou te seguindo. Em Cristo, http://preletorajurema.blogspot.com em Trecho extraído do capítulo 11 do livro

domingo, 23 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo Atos das Apóstolas do livro Mensageiras da Ressurreição


           
             TERMOS ESCLARECEDORES SOBRE O MINISTÉRIO DE FEBE

A palavra diácona significa ministra. Sua conotação não seria a mesma de diaconisa ou diácono, conforme se entende hoje, qual seja, de um cargo menor que o de presbítero.
Febe não se destacou por ser uma diaconisa, mas porque foi diácona (ministra) de toda a igreja de Cencréia. E mais: foi recomendada para a Igreja de Roma.
 Há consenso, entre grande número dos estudiosos, em reconhecer que Febe exercia cargo de liderança na igreja de Cencréia. Sua autoridade e seu trabalho serviam-lhe de cartão de visita, visto que Paulo destaca-os ao recomendá-la à Igreja de Roma. O que nos leva a crer, que ela desempenhava um papel equivalente ou semelhante ao que, hoje, chamamos de Pastora.
Além de diakonos, Febe era conhecida, na comunidade cristã, como prostatis. Esse título não tem paralelo no Novo Testamento, pois a única vez em que aparece é no citado texto de Romanos. Prostatis designa presidente ou algo equivalente. Na literatura grega, prostatis sempre significa legisladora, líder ou protetora. Na literatura judaica, a expressão é usada para designar o oficial principal, presidente, governador, protetor ou superintendente. Tudo indica que Febe ocupou cargo de importância no que se refere à liderança, na comunidade de Cencréia como diácona e prostatis (presidente).
Todo o esforço despendido em esclarecer o verdadeiro sentido desses termos deriva da tensão criada entre cristãos feministas e antifeministas. Os últimos mostram-se sempre dispostos a minimizar e amesquinhar o papel desempenhado pela mulher na história da Igreja, com a finalidade de obstruir-lhe o caminho e travar seus passos que a estão conduzindo, hoje, ainda que tardiamente, em direção ao púlpito.
 Febe poderia ser chamada de mulher moderna, por sua independência pessoal e determinação. Difícil imaginá-la vivendo em meio a uma sociedade patriarcal, tendo em vista as inúmeras restrições que a Lei e os costumes impunham à atividade e à vida das mulheres. Mas, se repararmos bem, em muitas outras mulheres da primeira comunidade cristã, também se encontram características semelhantes às suas, como em Lídia e Maria Madalena. Estas qualidades, também, eram encontradas em todas aquelas que pertenceram ao grupo que acompanhava Jesus em Seu ministério itinerante. Conclui-se, facilmente, a esse respeito observando o alto grau de coragem, disposição e independência para se locomoverem constantemente, enfrentando com ânimo os naturais acidentes de percurso naquele modo de vida primitivo. Apesar das dificuldades, elas cumpriam a sua parte na causa do Caminho. Mas, ao lado de Jesus há alguma coisa difícil? O bom ânimo, que não lhes faltou, pode ser facilmente identificado como o poder de Deus que sustenta todos os que O amam e demonstram o seu amor ao seguirem os Seus mandamentos.                 

domingo, 16 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 6 (1) do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     A QUESTÃO DO TRAJE E DO VÉU
 
Paulo, juntamente com os demais apóstolos, mantinha-se vigilante quanto à boa fama da igreja, que era incansavelmente perseguida pelos judeus e olhada de viés pelos pagãos. Para não dar motivos a escândalos, determinou que as mulheres mantivessem o uso do véu ou xale na cabeça. Não obstante rejeitar os costumes judaicos, conservou essa prática observada, também, nas sinagogas, local onde a as mulheres só podiam permanecer com a cabeça coberta por véu, eram proibidas de falar e ficavam numa outra ala, separadas dos homens.
O apóstolo Paulo porfiava por fazer entender aos cristãos, provindos do judaísmo, que não estavam mais sob o jugo da Lei, motivo pelo qual era necessário que se livrassem dos antigos hábitos e costumes. Contudo, no caso da mulher, o véu ou xale – cobertura de cabeça – subsistiu. Sua finalidade, porém, excedia o manter tradição ou costume a fim de evitar escândalos; havia algo mais importante a ser observado, como se pode ler em 1 Coríntios 11.5: Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
Antes de entrar no mérito da questão, observemos a alvissareira notícia de que as mulheres eram livres para orar e profetizar nas assembléias. É muito agradável saber que, nos primórdios da Igreja, era permitido a elas, nos cultos, exortar e edificar a congregação; ações estas reconhecidas como decorrentes do ato de profetizar. Evidência que atesta, também, o exercício da liderança e da autoridade das primeiras cristãs.
Diante do relatado, a questão do véu fica em segundo plano. Todavia, entre os  teólogos há debates intermináveis a respeito do seu real significado. Uns acreditam tratar-se de um gesto de submissão da mulher ao marido, o que configuraria discriminação, hierarquia. Outros, como Pierre Grelot, refutam tal teoria e defendem a tese de que o uso do véu pelas mulheres não era um sinal de inferioridade ou de submissão, mas, um modo de manter dignidade e decência. Questão de costume daquela época.
Jerome Murphy O´Connor, por sua vez, sintetiza a questão de um modo bem interessante, declarando que Paulo estava preocupado em manter a distinção entre os sexos e não com a discriminação.
A exigência de Paulo era de que as mulheres mantivessem os cabelos bem arrumados e que os homens usassem cabelos curtos.
Seguramente, os motivos que levaram o apóstolo a orientar sobre a maneira como as mulheres deveriam usar os cabelos não eram de natureza estética. A motivação era a mesma que o levou a orientá-las, também, a se vestir adequadamente. Ou seja, para manter bem longe da igreja dos santos costumes ou comportamentos próprios dos povos pagãos. Convém salientar que nos cultos a Dionísio, Cibele, Pítia e Sibila o cabelo solto era necessário para a mulher produzir encantamentos mágicos eficazes.
Ainda, a respeito do uso do véu, na passagem de 1 Coríntios 11.10, lemos: Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Texto que tem dado muito trabalho aos exegetas, especialmente em sua segunda parte, ou seja, na referência aos anjos.
Não há uma resposta aceita consensualmente sobre o seu verdadeiro significado. Uns pensam tratar-se de anjos bons, sempre presentes em momentos de culto a Deus. Seria um sinal de respeito a eles? Outros colocam em dúvida essa versão, sem apresentar outra solução aceitável, enquanto o texto permanece envolto em mistério.
Não obstante, uma coisa é certa, na primeira parte da frase, ao falar do uso do véu como sinal de poderio da mulher, o apóstolo vem derrubar a teoria de que o seu uso signifique submissão ao homem. Certamente, diz respeito ao direito de a mulher marcar a presença feminina nos cultos de adoração a Deus, nos quais ela poderia expressar-se à sua maneira, e não à maneira masculina.
Assim denotaria a própria identidade livremente, na presença do Altíssimo.
O cuidado em acentuar a diferença do viver cristão em relação ao viver profano - uma constante no ministério de Paulo - deve ter influenciado grandemente na questão do uso do véu. Basta observar que o costume era bastante difundido não somente entre as mulheres na sinagoga, mas, também, entre as gregas. Nesse sentido, observe-se o que acontecia nos rituais profanos, em cultos extáticos: A possessão pela divindade era simbolizada pela remoção da cobertura da cabeça, provavelmente pelo sacudir ou lançar para trás o cabelo, e pela troca de roupas entre homens e mulheres. Motivos mais que suficientes para o apóstolo determinar que as mulheres cristãs permanecessem com o véu dentro da igreja e, também, para marcar claramente a diferença entre o modo de vestir de homens e mulheres.
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 6 (2) do livro Mensageiras da Ressurreição



                                      A MULHER ESTEJA CALADA

 Em meio às controvérsias que o tema da liderança feminina suscita, os cristãos encontram-se divididos em dois grupos bem distintos. Divisão que atinge, igualmente, as classes teológica e pastoral. Contudo, a maior tendência nos dias atuais é pelo reconhecimento do direito da mulher de exercer, tal como o homem, todos os ministérios conforme acontecia nos primórdios do cristianismo.
Stanley J. Grenz, teólogo, classifica os representantes das duas correntes em igualitários e complementaristas.
Os primeiros, favoráveis ao pleno direito da mulher de exercer o ministério eclesial em toda a sua dimensão, assim como era nos tempos apostólicos: as apóstolas militando no trabalho do Senhor ombro a ombro com os apóstolos.
Os segundos delimitam o campo da ação missionária da mulher e o seu espaço na igreja. Costumam vê-la apenas como apoiadora do trabalho do homem, complementando-o. Isso significa dizer, nunca ocupando cargo de liderança – mas, cedem a ela um pouquinho mais de espaço, em relação ao que ocupavam na sinagoga do passado.
No universo complementarista vicejam as doutrinas criadas sobre alguns textos das cartas paulinas, que tentam colocar impedimento ao livre exercício do trabalho da mulher na Igreja. Criar doutrinas, neste caso, significa extrair textos da Bíblia e interpretá-los livremente fora do seu contexto, sem levar em conta as injunções sociais e o momento histórico em que ocorreram. Conclusão tendenciosa que apresenta um resultado bem diverso do verdadeiro sentido bíblico. Tais doutrinas tendem a valorizar ordenanças que foram direcionadas a solucionar problemas momentâneos e específicos da Igreja primitiva como se tivessem valor perpétuo - o que acontece ao descontextualizá-las.
Nosso foco, agora, volta-se para o texto mais usado por eles para manter a mulher marginalizada dentro da Igreja: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a Lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja.” (1 Coríntios 14. 34-35).
Mas, não há motivo para desespero! Vejamos a opinião de um ilustre igualitário, grande defensor da liberdade feminina, Duncan A. Reily, que foi catedrático de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia Metodista.
Suas pesquisas levaram-no a concluir categoricamente que, algumas mulheres, em muito maior número do que geralmente se suspeita, exerceram quase todos, senão todos, os ministérios que seus irmãos em Cristo desempenharam.
Podemos acrescentar que, certamente, não o fizeram silenciosamente, mas, pregando a Palavra com autoridade e ensinando com plena liberdade.
Os que se prendem, literalmente, às palavras de Paulo, mencionadas acima, insistem em não observar as conjunturas sociais que compeliram o apóstolo a pronunciá-las. Não observaram os problemas que a Igreja enfrentava naquele momento. As duas frases (vv.34-35) foram proferidas em um momento em que o apóstolo buscava disciplinar o comportamento da congregação na adoração cultual, ao tratar da necessidade de ordem no culto: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. (v.33).
As recomendações sobre o silêncio das mulheres na igreja, segundo o modo de ver igualitário, incluem-se entre as de caráter temporário. Destinavam-se, especialmente, a solucionar mais um problema, dentre tantos outros com os quais Paulo teve de se defrontar concernentes à igreja de Corinto. Igreja que causou ao apóstolo incontáveis preocupações, devido às circunstâncias sociais não serem nada favoráveis ao desenvolvimento do cristianismo. Localizada na cidade conhecida por sua proverbial imoralidade, na qual imperavam as práticas pagãs da sociedade grega, Paulo lutava para fazer sobressair a pureza dos costumes cristãos em seu meio. A depravação em Corinto era de tal monta que a expressão “viver à moda de Corinto” significava viver na imoralidade e na degradação moral. A palavra korinthiazomai significava praticar imoralidade e, korinthiastis era sinônimo de meretriz. No topo de uma montanha chamada Acrocorinto, localizada atrás da cidade, encontrava-se o templo de Afrodite, ou Vênus, a deusa do amor.

domingo, 2 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 12 do livro Menmsageiras da Ressurreição




                         A SANTIDADE DO SENHOR JESUS
 
Na teologia da Redenção, a santidade de Jesus, na ação redentora, recebe grande destaque, e é tratada com especial atenção. Pode parecer estranha essa observação, mas, existem outras interpretações teológicas, não mencionadas neste trabalho, que não demonstram tal cuidado. Não refletem sobre a imortalidade do Redentor, necessariamente, inerente ao conceito de Santidade que Lhe é próprio. Desde o anúncio de Seu nascimento, como vimos no citado texto de Lucas 1.35, Jesus Cristo é chamado de Santo. O que isso significa? Quer dizer que Ele é separado, intocável, incorruptível, inatacável pelo pecado. Ao derrotar Satanás, pelo poder de seu sangue derramado na cruz do Calvário, e descer ao Hades, o Seu Espírito não viu a corrupção, por ser imperecível e eterno. No momento que precedeu a sua morte na cruz, Ele entregou o Seu espírito aos cuidados do Pai (Lucas 23. 46b). Nesse embate pela salvação da humanidade não poderia ter sofrido qualquer abalo porque Ele é um só com o Pai (João 10. 30) e, como o Pai, é Eterno.

Ao citar o texto de João 1.29, onde se lê que Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, observe-se que é pela sua santidade que Cristo redime a humanidade. Acrescenta, ainda que, ao fim de seu ministério, Jesus se torna, em pessoa, a Boa Nova do Reino, pois, Nele temos a redenção e a remissão dos pecados, conforme a Palavra nos instrui. Outrossim, alerta que em tudo isso, ou seja, na morte de Jesus, no Calvário, não entra a questão de um preço pago para satisfazer a justiça ofendida, nem de morte vicária, tal como diz acontecer em seu contexto outro tipo de teologia, à qual o teólogo classifica como Jurídica. Assim como a morte foi absorvida na vitória (1 Co 15.54), também foi absorvido o pecado na santidade que, em Cristo, fez sua irrupção neste mundo.
Quanto à imagem de Deus, em relação ao episódio da morte de Jesus, não a concebe como um juiz irado, que quer ver o Filho pagar pelos pecados humanos. Porém, como um Pai cuja preocupação é a salvação dos homens. A palavra comunhão é muito mais empregada do que o termo ruptura. Na teologia, chamada Jurídica, ao contrário, fala-se mais de ruptura entre o Pai e o Filho, do que em comunhão, como se verá a seguir.

domingo, 26 de agosto de 2012

Trecho extraído do capítulo 15 do livro Mensageiras da Ressurreição



 
                                            O ÓVULO DA MULHER

Até o ano de 1827, a Medicina não tinha conhecimento da existência do óvulo da mulher. Desconhecimento que foi responsável pela criação de mirabolantes teorias sobre o corpo feminino, por parte de filósofos, médicos, cientistas, literatos, enfim pela nata da intelectualidade de todos os tempos. Idéias, como a de Aristóteles, filósofo grego, segundo a qual a mulher não contribuía no processo de reprodução com material produtivo para a formação do feto. Para ele, só o homem era a parte criativa e doadora de vida; ela era meramente uma nutridora biologicamente passiva. Aristóteles declarava o sexo feminino inferior, por natureza. Sua definição de mulher era a de homem incompleto, defeituoso. Considerava a mulher inferior tanto do ponto de vista físico como no caráter: "Devemos considerar o caráter da mulher como algo que sofre de certa deficiência natural."
Suas idéias influenciaram grandemente a Idade Média. Com relação à fictícia imperfeição do corpo feminino, as idéias aristotélicas influenciaram até mesmo os Reformadores. Haja vista, concordarem em ver a mulher apenas como uma nutridora biologicamente passiva.
Contudo, em fins do ano de 1600, portanto, antes da descoberta do óvulo feminino, o tema sobre a natureza física da mulher passou a ser alvo de acirradas discussões nos meios médicos da Renascença. Finalmente, as inteligências dos doutores desembotaram-se e eles chegaram à conclusão, de modo consensual, que a anatomia feminina era perfeitamente normal e distinta da anatomia masculina. 
Resolvida a questão, concordaram os luminares da inteligência científica que, na anatomia feminina, não havia carência alguma, e que a mulher não seria, então, como afirmava, também, Tomás de Aquino, "um homem incompleto, um ser ocasional;" idéia bem semelhante a de Aristóteles sobre o assunto.
Dentre os leigos, todavia, subsistiam dúvidas.  

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 do livro Mensageiras da Ressurreição

                         MÁRTIRES CRISTÃS


O relato da perseguição aos cristãos, após a ascensão de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser melhor conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silêncio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu heroísmo. Porque tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tortura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bíblia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do túmulo de Jesus.
Será que não temiam ser apontadas como pertencentes ao grupo dos seus seguidores?
Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cristãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se observar que a perseguição não se restringia apenas aos homens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)


Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atingiu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenharam um papel tão vital que sofreram perseguição juntamente com os homens.

É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Constantino descriminalizou o cristianismo, o governo de  Roma, também, resolveu estender seus tentáculos em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição.


domingo, 5 de agosto de 2012

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

                                   
                              O QUE PRETENDO COM ESTE LIVRO 



Em primeiro lugar, agradecer ao Criador, por ter-me feito nascer mulher; pois, foi a uma mulher que o Senhor ressuscitado manifestou-se, encarregando-a, na companhia das outras que a acompanhavam, de levar a notícia de Sua ressurreição aos demais apóstolos. Por pertencer ao gênero feminino, exaltado de maneira inaudita por Deus, digo em oração: Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome! (Salmos 103.1). Registro este tributo a Deus pela minha vida e a vida de todas as mulheres, também, como contraponto àquela oração dos judeus na qual eles declaram: "Bendito seja Deus, nosso Senhor e o Senhor de todos os mundos por não me ter feito nascer mulher."
Segundo os ensinamentos rabínicos, as mulheres não podiam ter acesso direto ao estudo e conhecimento da Lei. Somente aos homens era permitido estudar a Torá. Hoje, os judeus colocam essa questão (do acesso à palavra de Deus, somente aos homens) como desculpa para amenizar o caráter discriminatório da referida oração. Mas, não convencem. Porque a oração deles não termina aí, mas, acrescentam agradecimentos ao Senhor por não tê-los feito nascer cachorro e nem samaritano. Mulher e samaritano (povo natural de Samaria, inimigo dos judeus) nivelados aos animais! Era assim que eles os viam e tratavam. Com certa vantagem para os cachorros, pois, conta-se que, "em um período da história religiosa, os rabinos diziam dar preferência a ensinar um cachorro do que a uma mulher, e que preferiam queimar a Torá a ensiná-la a uma mulher."
Agradeço a Deus, também, por ter-me permitido por intermédio de Jesus, nosso Mestre, o acesso direto ao conhecimento e estudo da Sua Palavra.
O propósito maior deste livro, porém, consiste em celebrar o amor de Cristo, nosso Libertador, em reconhecimento por ter-nos escolhido como Mensageiras da Ressurreição. Toda honra e toda glória a Ele sejam dadas! Em razão de o maior acontecimento da história do cristianismo, a ressurreição de Cristo, ter sido presenciado primeiramente por uma mulher - Maria Madalena - e pelo grupo de mulheres que a acompanhava, a alegria torna-se incontida. A maior glória que um ser humano poderia almejar, qual seja, a primazia de ver o Senhor ressurreto, foi dada às mulheres.

terça-feira, 24 de julho de 2012


        Sinopse do livro Mensageiras da Ressurreição

O comissionamento de Jesus Cristo dado às mulheres no Domingo de Páscoa, registrado no Novo Testamento, parece não ter recebido da Igreja, no decorrer dos séculos, a merecida atenção. E o livro Mensageiras da Ressurreição se propõe a resgatar esse fato extraordinário, o qual mostra Jesus Cristo colocando as mulheres num patamar antes nunca alcançado, ao apresentá-las no ápice de sua autonomia espiritual, capacitadas por Ele para proclamar a mensagem da cruz ao nomeá-las como as primeiras embaixatrizes da Ressurreição.
Hoje, estão as Igrejas perfeitamente cônscias dessa realidade? Afinal já se passaram mais de dois mil anos...
Tais questões são debatidas focalizando, também, interpretações falaciosas de certas palavras de Paulo que têm servido de óbice ao reconhecimento do espaço da mulher dentro da missão evangelística. É colocada em destaque, também, a relevante atuação das mulheres da igreja primitiva, pouco lembradas e mal e mal reconhecidas como primeiras discípulas de Jesus, no capítulo do livro denominado “Atos das Apóstolas”.
É estabelecida, também, uma comparação entre a situação das mulheres dos países não alcançados pelo Evangelho que, em contraste com a situação das mulheres dos países cristãos, continuam reféns do jugo representado pela crueldade das leis humanas até os dias de hoje. É civilização versus barbárie.
Uma incursão pela história da mulher no mundo, deixa ver o quanto ela tem sido vítima de discriminações abomináveis por conta do preconceito chamado de “sexismo”.
Ao final de alguns capítulos do livro, encontram-se reunidas frases de autoria de filósofos, intelectuais, religiosos, cientistas e médicos famosos numa mostra da idéia que faziam da mulher no passado, englobadas sob o título de “Memorial da Discriminação”.  Inacreditáveis, estapafúrdios, cruéis e até mesmo hilariantes são apenas alguns dos adjetivos para (des)classificar tais pensamentos emitidos pela nata da intelectualidade através dos tempos.
No lodaçal de idéias falsas e preconceitos em que se viu envolvida a figura da mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança. Como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da humanidade. Aliás, no ambiente mundano, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana.
O livro constitui-se num verdadeiro clamor para que a mulher venha assumir o seu papel no contexto espiritual, como instrumento nas mãos do Senhor, para realizar a missão que atualmente lhe compete dentro da igreja, da família e da sociedade, a fim de impedir a desestruturação familiar e social que, hoje, se processa de modo acelerado - porque a maioria das mulheres não tem consciência da missão que lhe foi proposta por Cristo.
São focalizadas, também, de maneira didática as principais doutrinas a respeito da Ressurreição de Cristo, ou seja, as diversas maneiras de entender esse fato extraordinário por parte dos cristãos; e destacada a sua importância como fundamento da nossa fé, tal como enfatiza o apóstolo Paulo em 1 Coríntios capítulo 15.
Fones: (11) 3672-1468 

domingo, 15 de julho de 2012

Trecho extraído do capítulo 5 do livro Mensageiras da Ressurreição

                Gênesis 2 apoia a subordinação da mulher?


Observemos alguns pontos de vista daqueles que encontram – de maneira arrevesada – argumentos no livro de Gênesis para apoiar suas teses de caráter discriminatório contra as mulheres.
Primeiro, conforme a visão dos complementaristas (antifeministas) o homem tem direito de exercer liderança, seja na igreja seja na sociedade, por analogia com o que acontece na ordem da Criação. Eles priorizam a ordem temporal da criação: primeiro o homem, depois a mulher, conforme relatado no livro de Gênesis (2 e 3). Veem nesse fato motivo para determinar a submissão da mulher ao homem.
O argumento é detonado pela teóloga Mary Evans ao observar que os animais foram criados antes do homem e, também, da mulher (Gênesis 1). Por conseguinte, a prioridade temporal na criação não implica em superioridade, nem de ser, tampouco de função. "Nem dá a entender que os animais são superiores ao homem."
Segundo, observemos ter sido o homem e a mulher criados à imagem de Deus, (Gênesis 1.27). Os antifeministas não negam, nem poderiam negá-lo, uma vez que a Bíblia declara com todas as letras haver Deus criado o homem e a mulher à Sua imagem: Macho e fêmea os criou.
Na versão dos que podemos chamar de misóginos - ou simplesmente machistas - está presente, de maneira clara ou subentendido, o conceito de que a mulher reflete a imagem divina de maneira inferior ou diferente do homem. Nessa perspectiva, aproximam-se de Calvino que reconhece, sim, ter sido a mulher criada à imagem de Deus, "embora em segundo grau". Conceito rebatido, também, por Mary Evans, ao concluir que não há nada em Gênesis 2, que nos leve a presumir que a mulher tem a imagem de Deus de um modo diferente ou inferior do homem. Os dois capítulos indicam que o homem como um todo consiste de duas partes: o homem e a mulher.
Verdadeiramente, nessas considerações, ressalta-se que a subordinação da mulher não encontra apoio em nenhum dos textos da criação do Gênesis, quando submetidos ao crivo da exegese, fruto de profundo estudo que os delimita ao seu verdadeiro contexto.

sábado, 30 de junho de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 (3) do livro Mensageiras da Ressurrerição


    JÚNIA NA PRISÃO COM ANDRÔNICO E PAULO

                                                                                                                  

O texto de Romanos 16, continua fornecendo preciosos detalhes sobre a trajetória feminina na primeira Igreja cristã. No versículo 7, Paulo refere-se a um casal, Andrônico e Júnia que, segundo alguns teólogos, possivelmente, teriam integrado o grupo dos Setenta e Dois discípulos de Jesus. Ao falar sobre eles, declara: Os quais se distinguiram entre os apóstolos e que me precederam na fé em Cristo (v.7b). Anteriores, portanto, à época da ekklesia, conviveram com Jesus e, depois, foram contados na comunidade dos apóstolos entre os quais se notabilizaram.
Eram parentes de Paulo, e sofreram com ele as agruras do cárcere, como ele mesmo informa. Júnia ficou conhecida como a apóstola notável juntamente com Andrônico. A Bíblia não dá maiores detalhes sobre a vida dos dois, mas, tudo leva a crer que eram marido e mulher, tal como Priscila e Áquila.
O fato de Paulo chamar uma mulher de apóstola e, ainda mais de notável, eriçou os brios varonis de alguns eruditos machistas. Dentre os contemporâneos principalmente, mas alguns do passado também empacaram diante desse fato. Não conseguindo aceitá-lo, resolveram pôr em dúvida o gênero do nome Júnia. Alguns quiseram provar que Júnia era nome de homem, como tentou fazê-lo um escritor que viveu entre os séculos treze e catorze, conhecido como Egídio de Roma. Foi em sua narrativa que pesquisadores atuais foram desencravar essa história mal contada. Porém, nem aquele nem estes são levados muito a sério, tampouco apresentaram argumentos convincentes para sustentar essa versão do caso.
A questão, exumada por alguns antifeministas "modernos" e inconformados, já perdeu a sua efervescência e os pesquisadores, em sua maioria, tendem a concordar que Júnia é mesmo nome feminino. Destacam, também, que Júnia e seu marido Andrônico, foram pessoas dignas das palavras com que Paulo os classifica, isto é, de notáveis entre os apóstolos.
Stanley Grenz, observa: Em contraste ao tempestuoso debate contemporâneo, o gênero de Júnia não era um problema na era patrística (dos pais da igreja). E, acrescenta: Alguns eruditos contemporâneos afirmam que, antes do século treze, quase todos os comentaristas deste texto consideravam Júnia mulher.
 No âmago da questão, reconheçamos, encontra-se a vontade de provar que não houve mulher alguma que tivesse sido discípula de Cristo e de negar que alguma delas pudesse ter-se notabilizado como tal. Nas entrelinhas dessa controvérsia caduca, arde o desejo daqueles que querem tirar da mulher o lugar que lhe pertence por direito na História do cristianismo . A intenção, porém, é clara, trata-se de impedi-la de ocupar o seu espaço como mensageira das Boas- Novas, nos dias de hoje.