sábado, 29 de dezembro de 2012

A CRIANÇA ABANDONADA

                         A criança abandonada
 
Pais desconhecidos, local e data de nascimento ignorados e sem nome próprio; a essa criaturinha desamparada e solitária costuma-se chamar de “criança em estado de abandono”. E quanto à mãe que a abandonou, (ao relento, no lixo, num lugar ermo ou num local público qualquer) como poderíamos chamá-la? Falta-nos a resposta, mas, ocorre-nos uma afirmação feita por Jesus Cristo, ao dizer: “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos”...(Lucas 11:13a). Com base nessas palavras, conclui-se que essa mãe ultrapassou os limites da maldade, ao abandonar o filho, deixando-o correr risco de morte, sofrendo frio, fome e entregue a um destino incerto. Ultrapassou a linha de demarcação entre o humano e o irracional e agiu de maneira satânica e pior que os animais, que costumam cuidar de suas crias.
Lar? O que é isso? - Criada na sarjeta, como menina ou menino de rua, ou mesmo em orfanatos, é como se essa criança tivesse surgido do nada. A partir do momento em que lhe cortam o cordão umbilical, ela se vê solta no espaço social, como um balão no firmamento. E, como um balão, não se sabe aonde irá “cair”. O mais provável é que seja em ambiente inóspito. Sem saber o que seja um lar ou a vida em família, seu mundo está tão distante do das outras crianças como estaríamos nós da terra se nos encontrássemos, repentinamente, em outro planeta. Sua vida desenvolve-se num tremendo vácuo afetivo. Na ausência das figuras materna e paterna com as quais iria aprender a relacionar-se amorosamente com as outras pessoas, sua sensibilidade fica embotada e seus sentimentos petrificados. Até a inteligência pode ser afetada, deixando de se desenvolver normalmente.
Como objeto - Essa criança, quando mais crescida, por falta de estrutura emocional e intelectual, poderá não se adaptar a circunstâncias que poderiam vir a favorecê-la, como uma adoção, por exemplo. Traumatizada pelo sofrimento causado pela falta de afeto e cuidados nos primeiros anos de vida, terá dificuldade de se adaptar ao novo ambiente e, muitas vezes, é devolvida ao orfanato, (ou à rua, quando a adoção efetivou-se de modo informal, por pessoas também carentes). Pode haver situação mais cruel, deprimente e devastadora para a auto-estima de uma criança? Até para o adulto – que não é cristão - a rejeição pode tornar-se motivo de depressão, suicídio ou até homicídio. E note-se que a pessoa na idade adulta já deveria estar preparada psicologicamente para suprir suas carências afetivas. Mas, nesses casos, muitas vezes não está. E são inúmeros os casos que a mídia registra de maridos (ou mulheres) abandonados que acabam matando o cônjuge que o rejeitou. Imagine-se, então, o estrago que as rejeições devem fazer na mente e no coração de uma criança.
Carência maior – Mergulhada na solidão absoluta, a criança abandonada vê-se diante da maior das carências que é o desconhecimento de que possui um Pai Eterno. E, que esse Pai cuidou para que todas as crianças tivessem mãe e pai - ao que se saiba, nenhuma criança nasce em árvore ou através de geração espontânea. Até mesmo o alimento perfeito para a nutrição e sobrevivência dos bebês, o leite materno, foi-lhes providenciado por Deus, nosso Criador. Agora, se a mulher repudia seu papel de mãe e foge covardemente de suas responsabilidades, abandonando o filho, não se pode culpar a Deus porque as coisas aqui na terra não correm tão bem como deveriam. O mesmo se pode dizer do homem que repudia seu papel de pai. Daí, vermos tantas crianças e adolescentes ao desamparo e até envolvidos com a criminalidade. Somos nós os “agentes” de Deus no mundo. Se falharmos, as conseqüências, por certo, serão catastróficas. E, no caso, o papel da mãe é fundamental na formação da criança. Já nem falamos da omissão dos pais, pois historicamente os homens sempre procuraram fugir de suas responsabilidades paternais quando os filhos são frutos de aventuras ocasionais – o que não ameniza de forma alguma a sua responsabilidade.
Outro aspecto da questão, a falta de dinheiro, não é justificativa para se abandonar uma criança, nem esquivar-se da tarefa de criá-la, porque há muito abandono de bebês na classe média e alta – o que comprova que a falta de dinheiro não é o motivo principal do abandono. Recém-nascido, deixado em banheiro de avião ou de shopping, como já se viu acontecer, não pode ser filho de pessoa muito pobre. Quem é miseravelmente pobre não entra em shopping e muito menos em avião. Mas, a responsável por essa calamidade é a crueldade de mães irresponsáveis e que não conseguem imaginar a que tipo de sofrimento irão expor a criança, abandonando-a. Observa-se, por outro lado, que gente muito carente não deixa, devido à pobreza, de criar seus filhos.
Pense bem  -  Agora, um recado às mães que não sabem o que fazer com o filho que está para nascer, o qual não desejam criar.  Pense bem, será que você conseguirá encostar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüila sabendo que o seu bebê, abandonado, poderá sofrer maus-tratos, passar fome e frio e, até mesmo, vir a ser vítima de abuso sexual? Ninguém merece destino tão cruel, quanto mais uma criancinha inocente cuja maior necessidade é sentir-se amada e protegida.  Mãe, você é insubstituível para ela. E tem mais, esse bebê, agora indefeso, poderá tornar-se um delinqüente, um perigo para a sociedade, se for criado sem o seu amor. Ao rejeitá-lo, você poderá estar condenando-o à danação eterna, caso ele venha a enveredar para a criminalidade. Abandonando-o, você vai negar a ele, também, a possibilidade de orar, desde pequeno, agradecendo a Deus pela mãe que tem, e por ser feliz.
 

 

 

 

 

 

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