domingo, 9 de dezembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 9 do livro Mensageiras da Ressurreição

                  
                             MARIA E A EDUCAÇÃO DO MENINO JESUS
A capacidade de Maria, como educadora, é digna de admiração – merece ser copiada – e nos leva a reconhecer que era dona de "uma mente reflexiva e aberta ao debate interior", conforme observa o psiquiatra Augusto Cury.
Paciência, delicadeza e amor faziam parte, também, de sua personalidade caracteristicamente reflexiva. Essas qualidades ficaram evidentes quando enfrentou o sumiço do menino Jesus, aos doze anos de idade. O caso aconteceu por ocasião da festa da Páscoa, quando a família subiu a Jerusalém, em caravana com seus parentes, para comemorá-la. O episódio, conhecido como O menino Jesus no meio dos doutores, encontra-se registrado no evangelho de Lucas (2. 39–52).
Terminada a festa religiosa, voltavam para Nazaré, pensando que o menino vinha na companhia dos parentes, quando deram pela sua falta. Durante três dias Maria e José procuraram por Ele. Finalmente, foram encontrá-lo no templo, em Jerusalém, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Surpresos diante da cena, Maria pergunta-lhe: Filho, por que fizestes assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos (Lucas 2-48b). Jesus deu-lhes uma resposta aparentemente enigmática, como, aliás, sempre faria durante o Seu ministério, pois, eram destinadas a esclarecer questões de nível espiritual exclusivamente, e não do plano físico: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? Maria contentou-se com a resposta e, diz o texto que ela guardava no seu coração todas estas coisas (51b). O que, interpretando, quer dizer: meditava sobre o seu significado.
Mesmo depois do estresse de três dias à procura do menino, andando a pé ou no lombo de um jumentinho, Maria manteve a tranquilidade e a compostura que lhes eram peculiares. Não consta que ela tivesse pronunciado qualquer palavra ofensiva ou ameaçadora, tipo: Ah! quando eu pegar esse menino! nem fez qualquer gesto que denotasse descontrole emocional ou agressividade. Ela não demonstrou - como muitas mães e pais costumam sentir e exteriorizar - ter sede de vingança. Não exclamou, irritada: Isso não vai ficar assim! Afinal ela, também, era humana e poderia vir a descontrolar-se como qualquer ser humano desavisado. Mas, Maria não costumava fraquejar. Outro detalhe digno de nota é que nem Maria nem José se preocuparam com o que os outros pensariam a respeito da aparente quebra de sua autoridade de pais. Habitualmente, muitos pais comuns, fazem questão de mostrar que são eles que mandam em casa, e mostram-se prepotentes, tirânicos, despóticos. Porém, não se pode pensar em termos de aparência, quando se trata de Maria e José, tem-se que pensar em santidade.
Quanto ao menino Jesus, a Bíblia diz que Ele os acompanhou de volta para casa obedientemente. (v.51a).
A vida de Maria, a agraciada serva do Senhor, tem servido de exemplo para a mulher cristã, inspirando-a aperfeiçoar-se na fé. Embora suas qualidades como educadora não tenham merecido a devida atenção, até hoje, ainda há tempo para corrigir essa falha. As mães modernas lucrarão muito se procurarem analisar as atitudes de Maria, nesse sentido, ditadas por sua "profunda capacidade de reflexão". Devem pensar antes de reagirem impulsionadas pela educação que receberam dos pais, nem sempre  
adequada, ou instintivamente, com agressividade diante de qualquer ato de rebeldia dos filhos. Certamente, desenvolvendo a própria intuição, poderão descobrir com facilidade os motivos que estão levando a criança ou o adolescente a assim proceder. Não se pode esquecer que o amor é ingrediente básico em qualquer educação; tanto quanto o fermento, para levedar a massa e fazê-la crescer, sem o qual ela ficará abatida e irremediavelmente imprestável. Da mesma maneira, uma criança sem amor – ficará deprimida – e dificilmente alcançará o crescimento emocional, e até mesmo intelectual e físico necessários para o seu pleno desenvolvimento pessoal. Ao trabalhar a educação de uma criança é preciso refletir e meditar, com amor, a exemplo de Maria, a maior educadora da história.

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