domingo, 23 de dezembro de 2012

                      DISCÍPULAS E APÓSTOLAS
O aspecto da questão que nos interessa diretamente diz respeito à crença, grandemente difundida, de que a missão apostolar seria tarefa designada apenas aos homens. Crédulo, o povo vê-se envolvido nesse engano que alcança, também, grande parte da classe eclesial, como se o pertencer ao gênero masculino fosse condição sine qua non para o seu desempenho no campo missionário.
Não obstante, inexiste registro bíblico que confirme essa inverdade, e o texto do Novo Testamento mostra bem o contrário. São chamados de apóstolos, como já foi dito, todos os que foram testemunhas oculares da ressurreição, e foram designados pelo Senhor ressuscitado para o trabalho missionário. Assim sendo, alguém pode negar que falta às mulheres alguma dessas habilitações para serem consideradas apóstolas? Elas foram, não só testemunhas oculares da ressurreição, mas, foram também as primeiras a presenciar esse acontecimento, e designadas por Jesus para levar a boa-nova aos demais discípulos – encarregadas, portanto, de uma missão, a maior delas, incomparável, inaudita, miraculosa, para proclamar que Ele vive! Aleluia!
As mulheres, anteriormente, haviam-se destacado como fiéis seguidoras de Jesus, conforme atestam os evangelistas. Lucas, (8.1,2,3) faz referência àquelas que acompanharam o Mestre durante o Seu ministério itinerante na terra, bem como àquelas que serviam a Ele com os seus bens; em outras palavras, eram patrocinadoras do Seu ministério. Alguns nomes são citados: Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e, conforme conclui, muitas outras. Mateus, (27. 55-56) no relato sobre a crucificação de Cristo declara: E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia, para o servir.
 O texto menciona alguns nomes: Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao falar sobre a sepultura de Jesus, novamente mostra Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro (v.61). No evangelho de João (19.25) é mencionada a presença
de Maria, mãe de Jesus, junto à cruz, ao lado de Cléofas e de Maria Madalena. As mulheres possuíam, indubitavelmente, todas as condições necessárias para ser consideradas discípulas de Jesus.
Admirável a atitude das mulheres que seguiam a Jesus em sua constante peregrinação, dispensando a Ele os cuidados para Sua subsistência diária. Levando-se em conta que, naqueles tempos, não se podia contar com os recursos de hoje, como meios de transporte rápidos e confortáveis, sistemas de comunicação de longo alcance, roupas prontas, restaurantes e lanchonetes, a organização e a operosidade dessas mulheres é de causar admiração às maiores empresárias e executivas de hoje. Notável, também, era a sua coragem posto que, em momentos cruciantes de perigo permaneceram firmes ao lado do Salvador. Obreiras esforçadas, sem dúvida alguma, é um título mais que merecido. Ao referir-se à morte de Jesus,Witherington, acentua o fato de que enquanto os seguidores do sexo masculino fugiram, um grupo aparentemente grande de mulheres permaneceu no local da crucificação (Mateus 27. 55-56 ; Marcos 15.40-41). Para os evangelistas, isto as tornou as principais testemunhas oculares do evento.Todo o relato neotestamentário, inspirado pelo Espírito Santo, o Espírito da Verdade, leva-nos ao reconhecimento de que as mulheres possuem todas as qualificações necessárias para fazer jus ao título de discípulas de Jesus Cristo. Elas foram, além de testemunhas oculares de Sua morte, as primeiras embaixatrizes da Ressurreição; seguidoras fiéis e incansáveis que estiveram sempre ao Seu lado e atuaram como financiadoras da causa do Caminho. Sem dúvida, suas biografias – mais que completas - confirmam o direito de serem chamadas, sem qualquer sombra de dúvida, de discípulas do Senhor. (Segue).


Nenhum comentário:

Postar um comentário