O TEXTO MAIS EXPLOSIVO DO NOVO TESTAMENTO
Antes de comentar o referido texto, de Gálatas 3.26-28 - já mencionado
no primeiro capítulo deste livro - convém observar a definição que os
dicionários dão à palavra machismo: Atitude ou comportamento de quem não aceita
a igualdade de direitos para o homem e a mulher.
Essa definição, cotejada com o objetivo arduamente buscado pelo
apóstolo Paulo, isto é, o da unidade dos crentes em Cristo, por se tratar de um
mandamento fundamental do cristianismo, coloca-nos diante de um impasse.
Impossível, alguém que não reconhece direitos iguais para homens e mulheres,
escrever o texto socialmente mais explosivo do Novo Testamento, justamente
para defender esses direitos, exatamente como Paulo faz, na carta aos Gálatas:
Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Ele encerra o pensamento com chave
de ouro declarando: E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa. (v. 29). Prova cabal de que as mulheres e as
pessoas marginalizadas dentro da sociedade, não foram deserdadas pelo Pai, mas,
adotadas em Cristo como verdadeiras filhas de Deus, independente de status
social ou sexo – basta crer em Jesus Cristo e aceitá-lo como seu Senhor e
Salvador. Esse texto serve, também, para livrar o apóstolo Paulo da pecha de
machista.
A frase, do versículo 29, remete-nos a outro apóstolo, a Pedro, o
qual observa que homens e mulheres são co-herdeiros da graça da vida, (1 Pedro
3.7). Graça sob a qual desponta a nova nação das pessoas recriadas em Cristo,
em meio à qual são quebradas as barreiras que as separavam por questões de
raça, classe social ou gênero.
Dentre os motivos que deram a Paulo fama de machista encontram-se
algumas de suas bem conhecidas – porém, mal-interpretadas - recomendações às
mulheres, sobre as quais já falamos anteriormente. Ao tomar conhecimento
dessas recomendações, com isenção de ânimo, conclui-se que costumam ser lidas
sem levar em conta o contexto social e a situação da Igreja no momento em que
foram escritas, conforme asseveram os estudiosos cristãos adeptos do
igualitarismo entre homens e mulheres dentro da igreja.
Passemos a apreciar, agora, nos textos bíblicos, como foi a atuação da
mulher nos primórdios da Igreja. A constatação dessa realidade, por si só,
contribui para amenizar, e até apagar, a fama que se apegou ao nome de Paulo,
de inibidor da ação das mulheres no plano eclesial. Ao mesmo tempo, em que nos
faz aquilatar o valor do ministério das primeiras mulheres cristãs. O caso de
Febe, que dá início a este capítulo, é exemplar.
Saudação Irmã Raquel
ResponderExcluirDeus abençoe as sábias palavras.
Paz!
Obrigada, Ester! Graça e paz. A palavra de Deus é que é sábia. Um grande abraço.
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