sexta-feira, 22 de agosto de 2014


              Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição               
                         CALVINO E A LIBERDADE DA MULHER?...

 Ao pensar em liberdade, são bem lembradas e opor­tunas as palavras de João Calvino, teólogo e um dos Refor­madores do século 16, quando tratou da liberdade cristã, em um sentido amplo, ou seja, para toda a humanidade:

“Cristo, o libertador, libertou a humanidade caída na escravidão do pecado e na escravidão das Instituições humanas tirânicas que usurparam a soberania de Deus. Para Calvino, a liberdade cristã se realiza dentro da hu­manidade restaurada como sinal da presença do reino de Cristo já, no meio de um mundo caído.”

Pode parecer estranho citar Calvino neste livro que pugna pela autonomia do gênero feminino, uma vez que ele não se alinha entre os defensores do feminismo. Paradoxalmente, porém, suas ideias dão grande ênfase à liberdade cristã – na qual, evidentemente, a mulher se acha incluída. Nesse sentido, vale a pena encarar o paradoxo e, de posse dos seus conceitos emitidos na fra­se acima, olharmos para o outro lado do mundo, para o Oriente Médio e diversos países asiáticos, onde o impé­rio das leis criadas por “instituições humanas tirânicas” se mostra em plena efervescência ainda hoje. Convenha­mos que, se há um universo onde a soberania de Deus foi ensombrecida por leis humanas perversas e tirânicas esse universo é o das mulheres muçulmanas, chinesas e in­dianas, só para citar alguns exemplos. Nada muda há in­termináveis séculos para esses povos. Nenhuma abertura se faz na legislação que permita às mulheres respirar um pouco do ar puro da liberdade, à qual todo ser humano tem direito.

Na evidência das palavras e atitudes de Jesus Cristo, livrando do sofrimento e da opressão as mulheres que foram ao Seu encontro ou cruzaram Seu caminho, firma­mos nossa certeza de que a vitória de todos os movimen­tos em prol da emancipação feminina, derivam daquele primeiro impulso libertador por parte Daquele que veio em nome do Senhor. Como contraprova dessa realidade podemos observar a condição de escravização em que se encontram, até hoje, as mulheres nos países não alcançados pelo cristianismo. O tempo parece não ter passado, a estagnação no universo feminino é total e o jugo sobre elas, férreo. (Continua).

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A BÍBLIA, OBJETO DE DEBOCHE NA MÍDIA BRASILEIRA


        A BÍBLIA, OBJETO DE DEBOCHE NA MÍDIA BRASILEIRA

        Rachel Winter

Um indicativo do nível moral e cultural de um povo, sem dúvida, é a mídia. No Brasil, em especial os canais de televisão, mostram claramente a falta de cultura – no caso, bíblica; e, geral da população. Os demais veículos de comunicação, jornais e revistas, também, são um termômetro cultural e costumam dar as sua "furadas", quando falam dos textos bíblicos.

Na programação em geral e, principalmente, nas novelas, como fez a Globo na novela Em Família, entre centenas de exemplos, as invencionices e distorções do texto bíblico são de pasmar. Logo explicarei por que. Nos programas humorísticos, o deboche sobre a Palavra de Deus é a tônica. E não só na Globo. A prática é geral.

Pergunto como podem falar de assuntos, tais como do texto sagrado, com seus quatro mil anos de existência, sem nenhum conhecimento do mesmo? Distorcendo-o. E levando ao público teorias, algumas, já incorporadas ao folclore brasileiro, outras pelo desconhecimento absoluto do conteúdo bíblico. Conhecimento que não se adquire de um momento para o outro. Nos programas humorísticos, então, o desrespeito é aterrador e a ignorância é de doer. Faço esse comentário de "cátedra", porque além de cristã, sou jornalista e observo espantada esse descalabro dos meus coleguinhas, jornalistas, aos quais até peço desculpas por acusá-los desse modo, mas, as circunstâncias exigem tal atitude. É demais! 

Falando sobre as invenções associadas ao texto bíblico, observe-se a história da maçã que, na imaginação popular, passou a fazer parte do contexto do Jardim do Éden. O relato da existência do primeiro casal, como se sabe, encontra-se no primeiro livro da Bíblia, em Gênesis. E a maçã entrou de penetra nesse contexto, por desconhecimento da verdadeira causa que levou ao Pecado Original, por parte de Adão e Eva.

A mídia tem confirmado o engano que, popularmente, leva a crer que o Pecado Original, foi motivado pela relação sexual, entre o primeiro casal, que teria comido a maçã (o fruto proibido (???) e mantido relações sexuais proibidas naquele Jardim. Inverdade, pois que ignora as primeiras palavras dirigidas por Deus a Adão e Eva que, após abençoá-los, disse: “Sede férteis e multiplicai-vos. Povoai e sujeitai toda a terra.” (Gênesis 1. 28). E nunca se ouviu falar que a maçã fosse proveniente de alguma árvore chamada do conhecimento do bem e do mal. Só se macieira, agora, mudou de nome.

O chamado Pecado Original surge porque o primeiro casal desobedece à ordem divina de não tocar na árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles desejaram conhecer o mal. Ignoraram o que o SENHOR recomendara ao homem, a Adão: “Comerás livremente o fruto de qualquer espécie de árvore que está no Jardim; contudo não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comeres, com toda certeza morrerás.” (Gênesis 2. 16). Naquele momento, em que essa palavra foi desrespeitada, abriu-se a porta para a entrada da morte no mundo. Por isso que todos morremos. A eternidade só seria reconquistada com a vinda de Jesus Cristo – que é a ressurreição e a vida.

Foi justamente sobre esse tema de Adão e Eva que, na novela Em Família, o autor faz a personagem, interpretada pela talentosa atriz Viviane Pasmanter, ser obrigada a contracenar com uma cobra (sic), e dizer barbaridades sobre o acontecido com Adão e Eva; tais como, foi por causa da cobra (como sabemos, figurativo de Satanás) que o ser humano pode ter relações sexuais. Surpresa! Agora, então, temos o culto à serpente, como responsável pela existência da humanidade. (Esqueceram do que Deus dissera ao primeiro casal, muito antes da serpente aparecer no Éden? “Sede férteis e multiplicai-vos”...? Certamente, não seria, apenas, por olhar nos olhos de Adão que Eva ficaria grávida de seu primeiro filho, Caim e de Abel.

Muito engraçado esse ensinamento da Globo, está parecendo incitamento à prática de seitas satânicas, divulgado de modo escamoteado pela telinha. O que os leitores acham?

Digo aos autores de novelas e demais responsáveis por programas, humorísticos ou não, e que costumam denegrir a Palavra de Deus, vocês não sabem como do lado de cá - ao debochar e distorcer o texto sagrado - vocês parecem ignorantes e dignos de pena, porque veem a Bíblia de um modo caricatural e malicioso. Desculpem-me a franqueza, mas, a verdade tem que ser dita. Sorry!

Ainda sobre o desconnhecimento do texto bíblico: um respeitado jornalista, postou num jornal uma lista de pequenas igrejas evangélicas, criticando a existência das mesmas e afirmando que só servem para arrecadar dinheiro dos incautos. Debochando, também, de alguns de seus nomes, como “No Esconderijo do Altíssimo”. Ignora, o caro colega, que essa expressão é usada no Salmo 91; você não imagina como é estar protegido nesse sagrado esconderijo! Desejo que você venha a conhecê-lo, algum dia, para ser muito abençoado. E que o surgimento de tais igrejinhas, talvez, seja o cumprimento de uma profecia bíblica que afirma: “E a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” Tal profecia aparece em dois livros do Antigo Testamento, Isaías 11.9 e Habacuque 2.14. E pode apostar que se o colega frenquentasse ainda que fosse a menor dessas igrejas, não estaria dizendo tanta bobagem e levantando calúnias generalizadas sobre os responsáveis pelas mesmas. Porquanto, quer seus dirigentes sejam bem intencionados quer não sejam, a Palavra de Deus está sendo anunciada, aumentando o conhecimento bíblico da população e encaminhando as pessoas para a salvação eterna. Os que forem desonestos acertarão contas com Deus. Os que distorcem a Palavra, também não escaparão do julgamento divino.

A mídia brasileira mostra-se, entre todas as mídias da Europa, Estados Unidos e demais países, ditos civilizados, a única que afronta a Bíblia de modo avassalador. E o mais intrigante é que vai às cegas contra algo que desconhece. Como é que se pode lutar contra o desconhecido? É quixotesco para dizer o mínimo! Deus tenha misericórdia do Brasil e da mídia brasileira.





sábado, 26 de julho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                CRUELDADE PARA COM MULHERES E CRIANÇAS (2)





Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando mencionavam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.
Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China, no Oriente Médio, e por todo o mundo, as boas novas do Evangelho. A voz do Senhor Jesus que veio a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. Assim seja!







quinta-feira, 24 de julho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


CRUELDADE PARA COM AS MULHERES E CRIANÇAS NOS PAÍSES NÃO CRISTIANIZADOS


Ao analisar esses fatos que nos deixam pasmos, há de se perguntar: o que pode justificar o assassinato de crianças? Quanto mais ao tratar-se de genocídio? Pergunta irrespondível! Porque até os animais têm direito à vida. Pode-se apresentar desculpas apenas, mas nada capaz de justificar esse crime contra a humanidade.

E a desculpa apresentada pelos pais homicidas era a do dote. Uma vez que a mulher não tinha qualquer futuro fora do casamento e da maternidade, o pai precisava dispor de dinheiro para pagar o dote ao noivo. Assim, os pais que não eram suficientemente ricos para dispor desse dinheiro seriam levados à ruína para casar uma filha, e os que não casassem a filha ficariam expostos à desonra pública. Segundo esse modo de pensar amalucado, não havia saída senão assassinar as meninas ao nascer. Dote e desonra pública, qualquer coisa valia mais que a vida de uma criança do sexo feminino.

Rosalind Miles faz a seguinte apreciação sobre o que estaria por detrás da matança da fêmea recém-nascida, que acontece desde tempos imemoriais: Reproduzir sua própria espécie era, para a mulher, o mais cruel e vão dos seus trabalhos. As filhas eram mortas em campanha planejada e contínua, com o objetivo de reduzir o número de fêmeas do mundo.


Mentecapta - A legislação da Arábia-Saudita, país do sudoeste asiático, parece não reconhecer, até hoje, a capacidade intelectual da mulher. É o que demonstra o fato de ser impedida de testemunhar em processos criminais. Por essa interdição legal, fica clara a sua classificação como mentecapta. Vejamos os motivos apresentados para o impedimento:

1) Sendo a mulher muito mais emotiva que o homem, suas emoções a levarão a distorcer seu depoimento.

2) Como a mulher não participa da vida pública, ela não será capaz de entender o que observa.

3) A mulher é completamente dominada pelo homem, que pela graça de Deus é superior; portanto, a mulher fará seu depoimento de acordo com o que o homem lhe disser.

4) A mulher esquece das coisas, e seu testemunho não pode ser considerado confiável.

Para concluir a pequena mostra de definições misóginas acerca das mulheres, nos países não alcançados pelo Evangelho, lembremos do que disse o profeta Maomé: "Em um ser como a fêmea absoluta não há fenômeno lógico ou ético e, portanto, o terreno para a presunção de uma alma não se verifica. A fêmea absoluta não conhece lógica nem o imperativo moral, e as palavras lei e justiça, deveres para consigo mesma não lhes são palavras nada familiares.



Apesar destes tristes fatos, o presente capítulo não será encerrado de maneira desalentadora, porque acabamos de receber boas novas a respeito da Índia. Esse país começa a viver novos tempos e a despertar para o conhecimento do Evangelho. (Não há mal que não acabe, diz o ditado popular). Existe esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquanto discípulos de Jesus Cristo, de diversas denominações evangélicas - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançando. Notícias alvissareiras estão sendo anunciadas em solo indiano, por intermédio desses ministros. O povo hindu está sendo evangelizado de maneira expressiva por meio da ação direta desses missionários. Deus seja louvado! CONTINUA).
Memorial da Discriminação:

Quem está cheio de pecados, gera apenas filhas. Provérbio indiano. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

MALDIÇÃO SOBRE O FUTEBOL BRASILEIRO

                        
                  MALDIÇÃO SOBRE O FUTEBOL BRASILEIRO
                                                                                            Rachel Winter

Não culpem os jogadores, nem o Felipão, nem o Parreira, não acusem ninguém pelo fracasso do futebol brasileiro nesta Copa de 2014. Esperança de sucesso para milhões de pessoas, frustrada de um modo inacreditável pela vitória arrasadora da seleção da Alemanha por 7 a 1.

Todos hão de convir que foi algo realmente inusitado neste país, considerado o país do futebol e que esperava ganhar facilmente o hexa campeonato. Ao que se saiba, não há notícias de um time que goleasse o adversário com 4 gols seguidos em 6 minutos de jogo, como fez a Alemanha e depois ainda acertasse mais 3.

Poderíamos falar em alguma espécie de maldição? Talvez, porque o dinheiro que deveria ter sido usado para Saúde, Educação e Segurança foi desviado para patrocinar a construção dos estádios e demais despesas com a Copa.

Ontem, dia 9, no programa Cidade Alerta, do Marcelo Rezende, na Record, uma reportagem sobre o Hospital das Clínicas de São Paulo, foi de pasmar. Ainda que todos saibam do horror em que se encontram os hospitais públicos do país, não há como deixar de se indignar com a situação. Entre milhares de casos, cito só um exemplo: um idoso diagnosticado com tumor no cérebro esperou para ser atendido das 8h da manhã até as 16h30, sentido dores cujos remédios não conseguiam amenizar. E foi, finalmente, atendido? Não! Voltou pra casa sem atendimento.

E a situação dos médicos, que têm de atender uma multidão de pacientes por dia? Em outra reportagem, vista em outro canal de TV, a câmera flagrou um médico acocorado, socorrendo um paciente no chão do corredor. Estudam tanto, fazem tantos sacrifícios - só quem estuda medicina sabe - para depois virem a exercer a profissão em condições degradantes.

Penso ser desnecessário descrever os horrores que se veem nos hospitais públicos. Todos sabem da situação calamitosa em que se encontram. Do mesmo modo, é do conhecimento geral, uma vez que a mídia fala do assunto seguidamente, sobre o caos em que se encontram a educação e a segurança no país.

Diante desse quadro, comemorar a conquista da Copa teria sido chocante e escandaloso. Imaginem a cena, que não houve, torcedores comemorando e gritando de alegria, enquanto uma parte da população grita de dor nos corredores dos hospitais e, famílias choram seu filhos assassinados porque enveredaram para a criminalidade por falta de opção, porque não tiveram escolas adequadas para prepararem-se para um futuro melhor. Nosso país é um dos campeões nas mortes de jovens entre 16 e 25 anos de idade. E um dos campeões em matéria de assassinatos. Diante desses tristes dados, ser campeão do mundo, no futebol, seria um modo de mascarar toda essa realidade miserável. Francamente, o dinheiro empregado na copa e que deveria ter sido usado para finalidade de maior alcance social, trouxe maldição para o futebol brasileiro. Lamentável que essa maldição tenha pesado sobre os ombros dos atletas e dos demais membros responsáveis pela Seleção brasileira. Muito triste. É bom lembrar que a nação que pratica a justiça social sai sempre fortalecida e vitoriosa e que há muito mais entre o céu e a terra do que pensa nossa vã filosofia.




















domingo, 29 de junho de 2014

                    A NOVA HUMANIDADE REGENERADA EM CRISTO

Com a entrada do pecado no mundo surge o antagonismo, não somente entre o homem e a mulher, mas a separação entre as pessoas configurando-se na estratificação social e racial: judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher todos vivendo em conflito sob o peso da Lei.

O Novo Testamento, porém, vem trazer boas notícias, de um novo tempo. Agora, não mais de separação mas de união da nova humanidade em Cristo.

Os efeitos da criação dessa nova humanidade, regenerada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da liberdade individual dos cristãos. As boas novas do Evangelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a sociedade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se vê nas cartas aos Gálatas (3.27) e aos Colossenses (2.12).

Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religiosa, ao serem quebradas as barreiras que separavam judeus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher alcançou sua liberdade como ser humano.

Se recorrermos à História, veremos que a escravidão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escravas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escravizadas no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de propriedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.

Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior deles – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à sociedade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).

A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance bélico. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagradora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva escatológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (Continua).

domingo, 22 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

SITUAÇAO DA MULHER NOS PAISES NÃO CRISTÃOS (continuação)


A jornalista norueguesa Asne Seierstad, correspondente internacional, trabalhou fazendo a cobertura jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão e Iraque.
Posteriormente, em 2002, passou algum tempo hospedada com uma família afegã, o que lhe deu oportunidade de observar aspectos da vida familiar e da sociedade islâmica fundamentalista local. Do seu trabalho resultou o livro "O Livreiro de Cabul". Na página 54 do livro, ela narra o assassinato de uma jovem, chamada Jamila, acusada de adultério. Executada pelos próprios irmãos, foi sufocada com travesseiro até morrer. Seu caso é típico, havia-se casado com um homem mais velho do que ela e o conhecera somente no dia do casamento, o qual fora arranjado pela família. Obviamente, as condições daquela união não justificam o adultério e, de forma alguma o assassinato, exemplos da selvageria e do atraso, em matéria de direitos humanos, que caracteriza aquela sociedade.
Poligamia é outro costume legalizado dentro, especialmente, do Islamismo, segundo o qual o homem poderá ter até quatro mulheres, ao mesmo tempo, desde que tenha condições de sustentá-las. Pode, também, se descartar de uma ou outra na hora que bem entender, com toda facilidade. Mas, dizem que ele tem que recompensar financeiramente as que forem "descartadas."
No Oriente Médio, principalmente, segundo informações da jornalista, a prática dos casamentos arranjados é bastante difundida ainda hoje.
Condenada à morte por adultério - Para se ter uma idéia do que, para nós cristãos ocidentais, parece inacreditável que esteja acontecendo, ainda, neste Terceiro milênio, recordemos o caso, ocorrido em 2002 com uma mulher nigeriana, o qual foi bastante noticiado pela mídia internacional. Várias associações de defesa dos direitos humanos, batalharam para salvar uma mulher, chamada Amina Lawal, condenada à morte, por ter tido um filho fora do casamento, apesar de o vínculo matrimonial já ter sido desfeito e ela estar divorciada. Amina estava com trinta anos de idade e separada do marido quando engravidou do namorado que não queria assumir o bebê. Uma semana depois de a criança nascer, Amina foi presa por adultério, e o fantasma da morte por apedrejamento, chamado de lapidação, passou a ameaçá-la. Nesse tipo de condenação, a pessoa é enterrada até a cintura e apedrejada até morrer.
O caso foi acompanhado passo a passo pela imprensa internacional, deixando o mundo pasmo em cruciante expectativa. Felizmente, acabou bem, pois a Justiça decidiu absolvê-la porque julgou que ela não havia tido oportunidade de se defender. Com certeza, pesou muito na absolvição o clamor das entidades de direitos humanos de diversos países.
Matança de Meninas - Nascer mulher em países como Índia e China ou nos Estados Árabes sempre foi perigoso ao extremo, assevera a escritora Rosalind Miles, denotando que a zona de perigo não permanece circunscrita a esses países, mas, estende-se até Marrocos e Shangai. A autora afirma que, desde tempos remotos, até onde a História alcança, o infanticídio constituía uma prática costumeira em toda a região. Verdadeira pandemia. Relata, ainda, que na China pré-revolucionária, durante milhares de anos, era costume colocar uma caixa de cinzas ao lado da cama da parturiente, onde seria, imediatamente, sufocada a recém-nascida.
Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando mencionavam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.

Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China, no Oriente Mádio, e por todo o mundo, as boas novas do Evangelho. A voz do que veio apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do SENHOR. Assim seja!
(CONTINUA)_

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     A REVOLUÇÃO DO AMOR
Partindo do postulado que reconhece em Jesus Cristo o autor e consumador da libertação feminina, observemos outros fatos, tomados como evidência dessa afirmação, sabendo que a evidência é um dos critérios da verdade. Comprovação oferecida aos que necessitam de provas de que a libertação da mulher é segundo a vontade divina. Sem esquecer, a par disso, que intento popularizar as pesquisas exegéticas – estudo e interpretação dos textos bíblicos por eruditos cristãos - no intuito de destacar a atuação das primeiras mulheres cristãs no trabalho missionário. Desse modo, colocando ao alcance do leitor leigo, na medida do possível, o resultado de tais pesquisas, além de falar sobre minhas próprias convicções, inspiradas por Deus.
Não perdendo de vista, também, que foi a partir de Jesus e na igreja primitiva, que a mulher passou a ser equiparada ao homem no trabalho dentro da seara. Ainda que Jesus Cristo, de modo algum negasse a diferença entre os sexos, houve pouca diferença no seu modo de tratar homens e mulheres. Ele falava às mulheres como a seres humanos, e não baseado em diferenças sexuais.
Antes desse tempo, a mulher era tratada como se fosse menor de idade, um ser incompleto que precisava amparar-se no homem, como em uma muleta, para sobreviver socialmente. A autoridade masculina estendia-se a ponto de interferir na prática religiosa da vida da mulher. O pai ou o marido tinham direito até mesmo de anular os votos que a mulher fazia a Deus (Números 30. 1-16); caso ela pronunciasse alguma palavra impensada sob o calor de grande aflição e, depois, tivesse dificuldade para cumpri-la.

Observemos os passos em que se desenvolveram as ações de Jesus em benefício da mulher. Dentre as atitudes tomadas no sentido de que os seus direitos fossem ampliados e equiparados aos do homem, fundamentamo-nos nos seguintes episódios, ocorridos durante o Seu ministério terreno:
1) No perdão da mulher adúltera. Acontecimento que pode ser considerado, repetimos, como o marco zero do processo de libertação do gênero feminino, por Jesus Cristo. Nesse episódio emblemático da história da mulher no relato do Novo Testamento, o nome da adúltera não é revelado. Ao procurar identificá-la, muitas pessoas, enganam-se porque pensam tratar-se de Maria Madalena o que, segundo o texto bíblico, não é verdade.
2) Na cura e no perdão, pela sua audaciosa atitude, da mulher que padecia com um fluxo de sangue, havia doze anos, e que tocou nas vestes de Jesus crendo que, com esse gesto, seria curada. Ela infringiu um preceito da lei mosaica, a qual considerava imunda a pessoa que estivesse sofrendo de qualquer tipo de hemorragia. Enquanto estivesse nesse estado não lhe era permitido sequer tocar em outra pessoa (Lc 8: 43 – 48; Mt 9.20; Mc 5.25). Mas, Jesus, deixando falar mais alto o sentimento de misericórdia que lhe era peculiar, ao vê-la apresentar-se à Sua frente trêmula e amedrontada, em resposta à Sua pergunta: Quem é que me tocou? Disse-lhe: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
3) No perdão da "pecadora" que ungiu os pés de Jesus, em público, durante o jantar na casa do fariseu chamado Simão. (Lc 7: 36 - 50). A quem Jesus disse: Os teus pecados te são perdoados... e, ao despedi-la, acrescenta: A tua fé te salvou: vai-te em paz. (vv.48 e 50).
No capítulo Ato das Apóstolas, falarei mais sobre esse episódio - da "pecadora" - ao fazer menção a Maria Madalena com a qual costumam, também, confundi-la.
4) Na libertação de Maria Madalena, a qual era oprimida por espíritos malignos. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:2). Aceitou-a como cooperadora em Seu ministério, o que significa dizer, como discípula; e não consta que tivesse feito qualquer ressalva quanto à sua atuação, no meio de seus seguidores, que pudesse ser vista como discriminatória.
5) Na conversa que Jesus teve com a mulher samaritana, o que a levou a divulgar, entre o seu povo a notícia de que avistara o Cristo, uma verdadeira revelação sobre a messianidade de Jesus. Saliente-se que os judeus eram inimigos dos samaritanos, aos quais sequer dirigiam a palavra, porém, Jesus ignorou a questão, quebrando mais esse costume. (João 4: 4 a 29). O resultado desse diálogo foi que as boas novas do Evangelho foram proclamadas e aceitas, pela primeira vez em Samaria, pela palavra dessa mulher.
6) Na compaixão que demonstrou à viúva de Naim, ao vê-la chorando durante o cortejo fúnebre que levava seu filho morto. (Lc 7. 11-17). E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe (v.13-15). Uma simples viúva, pessoa insignificante diante de uma sociedade que desprezava a mulher, e na qual a pouca honra que ainda merecia era segundo a sua condição de mãe e esposa. Condições das quais a viúva de Naim se vira despojada, pois, como afirma o texto, havia perdido o seu filho único. Socialmente falando, a mulher seria classificada como fazendo parte da ralé, pois, não possuía mais nenhum dos valores reconhecidos por aquela sociedade machista. Ao socorrê-la, o Nazareno mostra que valioso mesmo é o ser humano como tal, e não sua condição sócio-econômica ou seus dotes físicos ou intelectuais. A Bíblia nos fala sobre a marcante diferença da visão de Deus em comparação com a nossa maneira de ver: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. (Is. 55.8).
7) No reconhecimento do mérito de Maria, de Betânia - irmã de Marta e de Lázaro - por querer ouvi-lo, a qual, assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. (Lc 10.39b). Em gritante contraste com a atitude dos rabinos os quais, de forma alguma, aceitariam ensinar a uma mulher as palavras da Lei, Jesus dignou-Se a fazê-lo. E, à sua irmã Marta, que a repreendia por não estar ajudando no serviço caseiro, exorta: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.(Lc 10. 41- 42).
8) Na aceitação inconteste, por parte de Jesus da presença feminina em Seu ministério, durante todo o tempo em que o exerceu aqui na terra. Atitude totalmente contrária aos costumes judaicos – verdadeira afronta. Como já sabemos, os rabinos discriminavam e desprezavam as mulheres, e os homens não falavam com uma mulher em público. A importância dessa questão era tão grande naquela sociedade, que o texto bíblico registra o espanto que causou, aos próprios discípulos, o episódio da conversa de Jesus com a samaritana, (Jo. 4.27). Atitudes que mostram a quebra de paradigmas sociais e religiosos. Ele desafiou, serenamente, os costumes e as leis que eram implacáveis para com os delitos ou pecados da mulher; e que, perversas, limitavam a sua liberdade pessoal.
Outrossim, não se tem notícia de que o Senhor lhes tenha imposto qualquer norma de conduta ou restrição comportamental para poderem acompanhá-lO durante o Seu ministério. Ao que tudo indica, elas tinham plena liberdade de ir e vir, assim como tinham respeitadas as suas iniciativas pessoais, inspiradas pela fé.
A teóloga, Mary Evans, fala sobre a pouca diferença no modo de Jesus tratar homens e mulheres:
As mulheres, tal como os homens foram consideradas responsáveis por suas próprias decisões e capazes de entender as coisas espirituais. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus. Ele ensinou que homens e mulheres são capazes de se relacionar de outro modo além do relacionamento especificamente sexual. E estes ensinamentos foram reiterados nas epístolas e vividos pela igreja, a qual era uma comunidade de homens e mulheres procurando seguir ao Senhor juntos.
9) Na defesa que fez de Maria, em Betânia, por ocasião da ceia, em sua casa, da qual participavam, também, seus irmãos Lázaro (o qual Jesus ressuscitara) e Marta. Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do perfume do unguento. (Jo 12.3). Então, Judas Iscariotes, reclamou do desperdício do gasto com o perfume que poderia ser vendido por trezentos dinheiros e dado aos pobres. Mas, o texto de João 12. 1-11 esclarece que Judas, o que haveria de trair e vender Jesus falava, não por amor aos pobres, mas, porque era ladrão e, sendo o tesoureiro tirava "da bolsa" o que ali era depositado – certamente, lamentando a perda dos trezentos dinheiros que deixaria de roubar. Então, o Salvador toma a defesa de Maria e diz: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes. (v.7,8).
10) E, coroando o gesto libertador, o Filho de Deus escolhe Madalena e o grupo de mulheres que a acompanhava como as primeiras testemunhas da ressurreição, emissárias e proclamadoras desse evento inaudito e glorioso. (CONTINUA).

domingo, 8 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                       
                     A SITUAÇÃO DA MULHER NOS PAÍSES NÃO CRISTÃOS


Nos países do Oriente Médio, onde predomina o islamismo, bem como naqueles habitados por povos pagãos e materialistas, como Índia e China especialmente, não se deu um passo sequer em direção ao feminismo. A mulher ali continua sendo tão subjugada quanto eram suas ancestrais antes da Era Cristã. As raríssimas exceções servem, apenas, para confirmar a regra geral de violência e opressão. O contraste é gritante, se cotejados com os países cristãos, como Estados Unidos e os mais importantes países da Europa, que integram o bloco do chamado Primeiro Mundo ou Mundo Desenvolvido, - berço do protestantismo e do feminismo – nos quais a emancipação da mulher, há muito, tornou-se realidade.
Tal constatação não deixa de ser óbvia, porque o movimento feminista só poderia mesmo ter grassado em terra cristã, como todo e qualquer movimento que vise à libertação total do ser humano, seja no plano individual, social ou espiritual. Os resultados daí advindos colocam a mulher ocidental séculos à frente da mulher oriental em matéria de cidadania, liberdade individual e modus vivendi. Sem dúvida, é civilização versus barbárie. Tal assertiva não decorre de uma comparação entre culturas, mas, da constatação de uma realidade patente aos olhos de todos, haja vista, a classificação dos países em Desenvolvidos e em Desenvolvimento. Os primeiros, como se sabe, possuem alto nível de desenvolvimento econômico e social, lideram a economia mundial, há séculos, e são os grandes defensores dos direitos humanos e das teorias que deram origem ao sistema político democrático.
Dentre aos países em Desenvolvimento, conhecidos como Segundo e Terceiro Mundo, é curioso notar que se encontram algumas das mais antigas civilizações do Planeta, tais como a Índia e a China, antiquíssimas. A China, agora, começa a dar sinais de progresso econômico, no entanto, na questão de direitos humanos é uma lástima. Um exemplo dessa situação é a perseguição aos cristãos, muitos dos quais encontram-se encarcerados nas prisões do Estado, e os cultos são realizado às escondidas nas casas dos crentes.
Contudo, no momento, a Índia começa a viver novos tempos (não há mal que nunca se acabe, diz o ditado popular) e a despertar para o conhecimento do Evangelho. Há, esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquanto discípulos de Jesus Cristo - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançando. Notícias alvissareiras estão sendo anunciadas em solo indiano, por intermédio da Igreja Internacional da Graça de Deus, liderada pelo missionário R.R.Soares e seus ministros. O povo hindu está sendo evangelizado de maneira expressiva por meio da ação direta desses missionários bem como através da televisão, pela RIT – Rede Internacional de Televisão - de propriedade dessa Igreja.
Espada sobre a cabeça - Na maioria dos países do Oriente Médio e da Ásia, não alcançados pelo evangelho, o tempo parou para as mulheres. As leis em vigência permanecem estagnadas desde a era pré-cristã. As penalidades continuam a ser aplicadas com toda a crueldade contra elas, como sempre foram - açoites e pena de morte subsistem ainda neste Terceiro Milênio!
Ainda que a palavra Oriente signifique lugar onde nasce o sol, para as mulheres orientais o sol da justiça ainda não brilhou. A liberdade não abriu suas asas para abrigá-las, dando-lhes o direito de viver com a dignidade que todo ser humano merece. Na maioria daqueles países, o modo de vida das mulheres decorre, ainda, segundo costumes antigos e bárbaros, são vítimas de mutilações e violência sexual, confinamento pela família e casamento forçado. Crueldade é uma palavra que parece ter perdido a sua conotação original, desfeita em lágrimas e transformada no pão das dores, com o qual alimentam a sua desesperança. Elas nunca provaram o Pão da Vida, aquele que é chamado de o Amor de Deus – Jesus Cristo, o Libertador, e não sabem que, para além do horizonte sombrio de suas vidas, existe uma terra que mana leite e mel (Êxodo 3.8), na qual poderão trocar sua pesada carga pelo jugo suave e por um fardo que é leve, (Mateus 11.29), conforme Jesus Cristo nos convida a fazê-lo. Ele, que é manso e humilde de coração, faz-nos conhecer a paz e a tão preciosa liberdade que dele promana. Porque o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. (2 Coríntios 3.17).
As mulheres muçulmanas, proibidas até mesmo de mostrar o rosto, não podem dirigir ou viajar sozinhas, e têm pouca oportunidade de estudar. Práticas comuns na vida das mulheres ocidentais, podem ser consideradas criminosas para elas, sujeitando-as a sentenças de morte pela Sharia – a implacável lei religiosa dos muçulmanos. É um viver com espada sobre a cabeça.
No estado teocrático do Irã, a responsabilidade criminal começa aos 9 anos de idade para as meninas e aos 15 anos para os meninos. Menores de idade acusados de crimes são alcançados, inapelavelmente, por sentenças de morte. Haja vista, o caso da jovem pintora iraniana, Delara Darabi, condenada à morte aos 17 anos, foi executada na forca seis anos depois, no dia 20 de abril de 2008. Acusada de homicídio, morreu jurando inocência.
Nos países não evangelizados, a direção da vida das mulheres acha-se, efetivamente, nas mãos dos pais ou familiares, enquanto solteiras; depois de casadas passam a ser governadas pelo marido. Persiste, até hoje, o costume dos casamentos arranjados pelos pais.
Assassinato em família - Nas localidades onde vigora a lei da Sharia de modo mais efetivo que as leis institucionais, a mulher acusada de algum crime sexual, às vezes, nem precisa passar pelos tribunais para receber a pena de morte. A própria família encarrega-se de matá-la. São diversos os casos relatados em que o próprio pai, irmãos ou até mesmo a mãe, dá cabo da vida da filha ou irmã. Muitas das vezes, nem precisa ser culpada de crimes considerados graves para ser condenada à morte pelos familiares. Sabe-se de jovens muçulmanas que, por não quererem usar o véu, foram assassinadas pelo pai. Outras, por desejarem escolher livremente com quem casar. Das que são obrigadas a acatar a decisão dos pais ou responsáveis, a maioria vem a conhecer o noivo somente no dia do casamento. (CONTINUA).

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                               
                                A DISCÍPULA QUE RESSUSCITOU


E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia (Atos 9:36).
Inquestionavelmente, Tabita era uma discípula. Além de ser mencionada de modo explícito como tal, suas ações atestam que era uma verdadeira praticante dos princípios cristãos, e que se ajustava bem às palavras encontradas no livro de Tiago (1.22): E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. O trabalho dessa filha de Deus não era de pouca monta na assistência aos necessitados e na sua fidelidade ao Senhor. Tabita atuava como líder num verdadeiro ministério de caráter assistencialista. Suas ações eram direcionadas especialmente a socorrer as viúvas e a demais necessitados aos quais fornecia ajuda material e espiritual. Chega-se a crer que havia mesmo um ministério ou ordem das viúvas ao qual ela liderava.



Mais adiante, o texto registra a sua morte. Descreve a preparação para o sepultamento: seu corpo já fora lavado, como era costume fazer com os mortos, e colocado num quarto alto (v.37). Os discípulos, sabendo que Pedro se encontrava não muito longe dali, em Lida, mandaram chamá-lo, pedindo que viesse com urgência. Ao chegar, foi levado ao quarto onde estava o corpo de Tabita, rodeado pelas viúvas que, chorando, falavam sobre o seu trabalho, mostrando-lhe as roupas que fizera para elas. Diante desse cenário contristador, Pedro pede a todas que saiam, põe-se de joelhos e ora, em seguida, voltando-se para o corpo diz: 
Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a levantou, e chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva (v.40b e 41).
Até na morte, tanto quanto em vida, essa discípula testificou sobre o poder divino, uma vez que, por sua ressurreição, Deus foi grandemente glorificado: E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor (v.42). Quanto a Pedro, deu mostras do que é pôr a fé em ação, seguindo a palavra de Jesus, que disse aos que seguem os Seus mandamentos - e, assim demonstram amá-Lo - que fariam as mesmas obras que Ele fizera e as fariam ainda maiores (Jo 14.12).
Pesquisadores, como Duncan Reily, acreditam que Tabita (ou Dorcas) era a Pastora da Igreja de Jope, a julgar pela lamentação das viúvas por ela beneficiadas. Sendo provável que a expressão todas as viúvas referia-se, efetivamente, ao ministério ou à ordem das viúvas.
Em conclusão, deve-se admitir como improvável que elas tivessem levantado tão grande clamor pela morte de quem apenas lhes confeccionava roupas; mais certo é acreditar que estivessem chorando a morte da sua Pastora – ainda que, naquele tempo, os cristãos não usassem esse termo. Tabita, certamente, era a líder espiritual daquela comunidade. Mais um exemplo da liderança feminina exercida no meio cristão daquele tempo. (Continua).



sexta-feira, 23 de maio de 2014

CONSIDERAÇÕES CONTRA O ÓDIO


                      CONSIDERAÇÕES SOBRE O ÓDIO

                                                             Rachel Winter
Certa vez, encontrava-me num ônibus lotado e, naquele sufoco, fiquei irritada com as cotoveladas e grosserias de algumas pessoas, que não se afastavam um milímetro para facilitar a passagem dos outros. E porque os que estavam em frente às portas não recuavam um mínimo que fosse, dificultando muito a saída.

Tive, então, uma reação curiosa – muitos podem até achar engraçada dada as circunstâncias em que me encontrava - pois, pensei: foi por todos estes que Cristo morreu. O que me levou a concluir, também, que a irritação momentânea ou habitual contra as pessoas é um caminho aberto em direção ao ódio. Assim como aquele defeito muito difundido de analisar a as pessoas pela aparência: uma porque é gorda, outra porque é magra ou tem o nariz grande, é baixinha ou alta demais, é mal-encarada ou mal-educada, tem os dentes horríveis, ou por causa da cor, e assim por diante. Sentimentos que se constituem em sementes do mal posto que poderão dar origem a frutos malignos se não vigiarmos, como manda a Palavra de Deus, a qual dá ênfase à pureza do nosso olhar: A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, forem maus, o teu corpo será tenebroso. (Mateus 6. 22, 23a).

Por sua vez, a Lei Civil classifica tais atitudes como preconceito. Mas, a Lei humana (imperfeita como tudo o que é humano), nada pode fazer para extirpar esse mal do coraçãodo homem. Além de deixar muitas lacunas, por exemplo, na proteção contra o preconceito no caso das pessoas bonitas, inteligentes, cultas ou ricas. Parece incrível, mas, existe preconceito. Inclusive contra os que fazem sucesso e são famosos. Caetano Veloso disse, certa vez, que fazer sucesso no Brasil é crime. E ele sabe do que está falando.

A implicância contra essas pessoas chega a ponto de torná-los vítimas de perseguição no ambiente de trabalho ou nas escolas. Perseguições que ganharam até nome próprio. No primeiro caso, assédio moral e, no segundo, bulling.

É o "olho mau" em ação constante e que não para por aí. Vejamos os dois lados da questão. Se alguém, seja homem ou mulher, apresenta uma aparência deselegante e pobre as pessoas torcem o nariz em sinal de desprezo; porém, se é elegante e bonita, muitas empinam o nariz, murmurando : pensa que é grande coisa...

É bastante evidente os maus olhares que as pessoas trocam nos eventos sociais ou em qualquer outra circunstância, até mesmo na família. Há uma prevenção maligna generalizada contra o outro. Por que isso acontece? A bendita Palavra de Deus fala da necessidade de amar o próximo como a si mesmo. Trata-se do segundo Mandamento citado por Jesus Cristo, na ocasião em que uma pessoa, um escriba, perguntou-lhe qual seria o primeiro de todos os Mandamentos. Jesus respondeu: Amarás o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo teu entendimento e com toda a tua força. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Marcos 12. 28 a 31).

Como, então, olhar o nosso próximo com o olhar turvado pelo preconceito, pela raiva e pela superficialidade? Esse, certamente, é um caminho tortuoso e que apresenta muitos perigos. Tende a nos impedir de amar o próximo. Parece pouca coisa, insignificância. Mas, não é. Seus desvios podem levar ao desamor, à raiva e ao ódio. E é seríssima a acusação que lemos na Bíblia sobre esse sentimento terrível que é o ódio: Todo aquele que odeia o seu irmão é homicida e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele. (1 João 3. 15). Fica bem claro que, para ser considerado assassino, não precisa chegar ao fato. Aliás, antes de pôr em prática o crime propriamente dito, o criminoso já o praticou em pensamento, pois, do pensamento precedem todos os nossos atos, bons ou maus.

Observando a situação de criminosos reais e já condenados pela Justiça, observa-se o quanto o ódio foi devastador na vida deles. Ao acabarem com a vida de quem odiavam tiveram as suas próprias vidas completamente arruinadas. Tornaram-se prisioneiros e miseráveis. Sabemos que jogadores de futebol, esportistas, artistas famosos e outras tantas celebridades que levavam uma vida milionária, gozavam de admiração e respeito na sociedade, perderam tudo, conforto, sucesso e muito mais ao deixarem-se arrastar por esse sentimento devastador que é o ódio. Tornaram-se execráveis perante a sociedade que antes os admirava. Até mesmo dentro das famílias, pais ou mães que mataram seus filhos e filhos que mataram seus pais, encontra-se gente de nível social elevado, muitos deles cultos, com diplomas de nível superior e que, de uma hora pra outra, viram-se arruinados financeira e moralmente, porque se deixaram levar por esse sentimento maligno.

Por que não trocar o ódio pelo amor? O alcance dessa mudança de rota levará o caminhante a percorrer aquele "Alto caminho, um caminho que se chama O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de Deus; os caminhantes até mesmo os loucos não errarão." (Isaías 35. 8). E, por onde o imundo não passa não há destruição, nem desolação nem se acabam os sonhos de felicidade, alegria e paz, muito menos vidas são ceifadas, ou devastadas.













































quarta-feira, 21 de maio de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     

                                   MALDADE INEXPLICÁVEL

                             

O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao observar os índices alarmantes de violência contabilizados na sociedade, exclama: "Há, em toda parte, uma maldade inexplicável." A observação do sociólogo vem simplesmente enfatizar o que salta aos olhos de todos, diariamente, por meio dos noticiários da mídia e pela experiência pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade a que se refere Schüller, presente em todos os setores da sociedade – é bom que se destaque – tem, também, mulheres, tanto quanto homens como seus agentes disseminadores. Assim como existem feministas exacerbadas, há machistas tão irracionais quanto elas.
Outra observação importante, uma verdadeira questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da população feminina fazendo mau uso da liberdade, devido ao seu novo status social, existe a grande maioria das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao participar ativamente da vida social e política das nações. Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo desempenhar-se galhardamente de seus compromissos profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na administração do lar e na criação dos filhos.
Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade, reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da liberdade adquirida em Cristo. Certamente, para essa finalidade foi que Jesus a libertou da situação de subserviência em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar com o caos social.


A Palavra nos ensina, ao falar sobre a liberdade cristã: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (João 8.36). Quem comete atrocidades e procede loucamente não é livre, mas, voltou novamente para o cativeiro, porque será alcançado, infalivelmente, pela justiça divina e poderá, até mesmo, ter de prestar contas à justiça humana a qualquer momento. Corre, assim, o risco de ter a vida arruinada e de arruinar a vida de outros, destruindo a si mesmo e levando outros consigo.
Devemos, pois, reconhecer a diferença que existe entre a liberdade em Cristo e a do mundo. Uma edifica, a outra confunde, por não estar fundamentada nos valores eternos que são encontrados na palavra de Deus, registrados na Bíblia e sintetizados exemplarmente no Sermão da Montanha, (Mateus 5; 6, 7), os quais brilham como farol em mar revolto, eternamente.
Será que não está mais do que na hora do reconhecimento, unânime, por parte dos cristãos, da emancipação espiritual da mulher? Foram muito claros os sinais que Cristo fez nesse sentido. Urge dar espaço para que a voz da mulher cristã sobreponha-se ao som ruidoso e desarmônico da sociedade promíscua e decadente. A propósito, a escritora francesa Jeanne Deroin, declarou, por volta de 1849, que "a moralidade de uma nação depende, acima de tudo, da moralidade de suas mulheres."
Enquanto as ceifeiras não tiverem reconhecida a sua autonomia espiritual para agir livremente dentro da seara, a sociedade encontra-se em perigo e os cristãos em falta, enquanto rebanhos continuam errantes e sem pastoras.
Lutar por um feminismo sem rancor é uma boa coisa, merece nosso esforço e coragem como um alvo digno de ser atingido, ou voltaremos à selvageria característica das sociedades não alcançadas pelo evangelho.                   


 Não podemos permitir que os planos de Jesus Cristo, ao determinar a libertação de todo o gênero feminino, sejam embaraçados por influências satânicas. Temos de lutar para que prevaleça a vontade de Deus aqui na terra, prelibando o Reino de Deus entre nós, o qual fala de igualdade e mutualidade no trabalho cristão - entre homens e mulheres. Fala, também, de mulheres levando a mensagem da salvação e da verdadeira libertação para outras mulheres, bem como para a própria família, pois, ministrar à família é prioridade na vida da mulher cristã.















quinta-feira, 15 de maio de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição



                        LIBERTAÇÃO  DA MULHER POR CRISTO JESUS

Jesus Cristo não só esboçou como deu início ao processo libertário da mulher o qual, concretizando-se paulatinamente, chegou aos nossos dias. Indubitavelmente, suas origens remontam ao coração do nosso Salvador, pois ali foi planejado e determinado.

Tendo em vista que a idéia de libertação permeia todo o grandioso quadro da Salvação, observamos que a libertação do gênero feminino culmina no domingo de Páscoa, no comissionamento dado pelo Ressuscitado às mulheres: Ide dizer a meus irmãos que vão à Galiléia, e lá me verão (Mateus 28.10b), - ordenança de caráter perpétuo e universal. Em linha ascendente, do plano humano e social, ao espiritual, a emancipação espiritual da mulher se concretiza. Como melodia celeste, a saudação de Jesus, ressurreto, dizendo às mulheres: "Eu vos saúdo!" (v. 28. 9) ecoa perenemente em nosso coração.


O fato de o Salvador ter trabalhado a questão feminina com tanto empenho – ainda que a maioria das pessoas, mesmo cristãs, há séculos, permaneçam indiferentes, confusas e até mesmo cegas diante disso – motivou-me a escrever este livro, certamente inspirado por Deus. Inspiração que surgiu num dia em que, relendo o texto de Mateus 28, o qual trata da ressurreição de Cristo, tive um insight, ao ouvir a saudação de Jesus às mulheres que O procuravam no sepulcro.

A essência de tudo o que vim a ler, posteriormente, na bibliografia de autores cristãos, serviu apenas para confirmar o que já havia intuído na leitura feita naquele dia, em maio de 2002. A alegria, na ocasião daquela releitura de Mateus, foi tamanha que resolvi, de imediato, escrever um artigo com o mesmo título desta obra, levado à publicação na seção De Mulher para Mulher que, na época, assinava para a revista Graça, publicada pela Graça Editorial. Mais tarde, resolvi transformar o tema em livro.

Creio que, se as mulheres soubessem, no que tange à sua emancipação, o que devem a Jesus Cristo, certamente, escolheriam não apenas um momento para dar-Lhe graças, mas, dedicariam todos os dias de sua vida para agradecer-Lhe por essa bênção sem par. A graça redentora de Deus, ao nos dar a vida eterna concedeu-nos, também, aqui na terra, o direito de desfrutar de uma vida saudável de liberdade e paz. Iconoclasta, Jesus Cristo afrontou todas as leis e todos os costumes que oprimiam as mulheres a fim de libertá-las. Disputando com os fariseus, levava-os ao desespero ao colocar-Se sempre a favor dos direitos da mulher, fosse para livrá-la das garras da lei, em sentenças de morte, ou do pesado jugo constituído pelos costumes judaicos e pelo legalismo dos fariseus.

No mundo, muitas facções reivindicam a autoria da vitória pela emancipação social da mulher, sem se reportarem ao verdadeiro Autor dessa tremenda revolução social. Talvez, nem sequer O conheçam e, por isso, ignoram a Fonte donde emanou esse benefício para todo o gênero feminino - Jesus Cristo, o Libertador.

A mulher foi tirada da marginalização social em que permaneceu durante tanto tempo, maltratada, amordaçada e violada em seus mais comezinhos direitos individuais e sociais. Tratada como um ser inferior e juridicamente incapaz por uma legislação caracteristicamente androcêntrica sob a qual era, apenas, uma sombra do homem - o negativo da fotografia. Pior ainda, vista como amaldiçoada descendente de Eva, tratada injustamente como protagonista da Queda. Culpada sim, reconheçamos, mas em menor grau que o homem, pois, ele é o responsável; ela a co-responsável.

Todavia, não foi sob tal perspectiva que a mulher percorreu todos os séculos, vergada sob o peso de uma culpa imperdoável perante os olhos da sociedade, e de algumas religiões. Era como se Adão não possuísse, tanto quanto Eva, poder soberano de decisão e escolha entre o bem e o mal, com o agravante de que foi a ele, e não a ela, que Deus ordenara não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2.17). A carga maior de culpa, que deveria ter pesado sobre os ombros dele, tem sido carregada por ela.

Hoje, porém, as coisas começam a mudar. Tanto na igreja como na sociedade há um clamor por justiça, no sentido de devolver à mulher o direito à liberdade que lhe foi sonegado no decorrer dos séculos - vitória concedida por Cristo a todo o gênero feminino.

Neste livro, pretendo dar destaque às passagens dos textos bíblicos que relatam a atuação da mulher nos tempos de Jesus e da igreja primitiva, lançando mão, também, de trechos do Antigo Testamento concernentes ao assunto. Para essa finalidade busquei apoio na exegese de renomados autores cristãos. Serão incluídas, ainda, no final de alguns capítulos, frases de autoria de filósofos, intelectuais famosos, religiosos, cientistas e médicos numa mostra da idéia que, no passado, tinham acerca da mulher. A reunião de frases será englobada sob o título de Memorial da Discriminação. Pelo título presume-se que seus conceitos não eram nada favoráveis ao gênero feminino. Como se verá, disseram coisas cruéis, estapafúrdias e, até mesmo, hilariantes; a maioria, inacreditável. Pareciam falar de um ser de outro planeta. Diante de tanta sandice, chega-se a uma pergunta elementar: será que eles não tiveram mãe?


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Trecho extraído do capítulo 2 livro Mensageiras da Ressurreição

                


                  A MULHER ESTEJA CALADA...

Em meio às controvérsias que o tema da liderança feminina suscita, os cristãos encontram-se divididos em dois grupos bem distintos. Divisão que atinge, igualmente, as classes teológica e pastoral. Contudo, a maior tendência nos dias atuais é pelo reconhecimento do direito da mulher de exercer, tal como o homem, todos os ministérios conforme acontecia nos primórdios do cristianismo.
Stanley J. Grenz teólogo, classifica os representantes das duas correntes em igualitários e complementaristas.Os primeiros, favoráveis ao pleno direito da mulher de exercer o ministério eclesial em toda a sua dimensão, assim como era nos tempos apostólicos: as apóstolas militando no trabalho do Senhor ombro a ombro com os apóstolos.
Os segundos delimitam o campo da ação missionária da mulher e o seu espaço na igreja. Costumam vê-la apenas como apoiadora do trabalho do homem, complementando-o. Isso significa dizer, nunca ocupando cargo de liderança – mas, cedem a ela um pouquinho mais de espaço, em relação ao que ocupavam na sinagoga do passado.
No universo complementarista vicejam as doutrinas criadas sobre alguns textos das cartas paulinas, que tentam colocar impedimento ao livre exercício do trabalho da mulher na Igreja. Criar doutrinas, neste caso, significa extrair textos da Bíblia e interpretá-los livremente
fora do seu contexto, sem levar em conta as injunções sociais e o momento histórico em que ocorreram. Conclusão tendenciosa que apresenta um resultado bem diverso do verdadeiro sentido bíblico. Tais doutrinas tendem a valorizar ordenanças que foram direcionadas a solucionar problemas momentâneos e específicos da Igreja primitiva como se tivessem valor perpétuo - o que acontece ao descontextualizá-las.
Nosso foco, agora, volta-se para o texto mais usado por eles para manter a mulher marginalizada dentro da Igreja: "As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a Lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja." (1 Coríntios 14. 34-35).
Mas, não há motivo para desespero! Vejamos a opinião de um ilustre igualitário, grande defensor da liberdade feminina, Duncan A. Reily, que foi catedrático de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia Metodista. Suas pesquisas levaram-no a concluir categoricamente:
Afirmo que algumas mulheres, em muito maior número do que geralmente se suspeita, exerceram quase todos, senão todos, os ministérios que seus irmãos em Cristo desempenharam.
Podemos acrescentar que, certamente, não o fizeram silenciosamente, mas, pregando a Palavra com autoridade e ensinando com plena liberdade.Os que se prendem, literalmente, às palavras de Paulo, mencionadas acima, insistem em não observar as conjunturas sociais que compeliram o apóstolo a pronunciá-las. Não observaram os problemas que a Igreja enfrentava naquele momento. As duas frases (vv.34-35) foram proferidas em um momento em que o apóstolo buscava disciplinar o comportamento da congregação na adoração cultual, ao tratar da necessidade de ordem no culto: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. (v.33).
As recomendações sobre o silêncio das mulheres na igreja, segundo o modo de ver igualitário, incluem-se entre as de caráter temporário. Destinavam-se, especialmente, a solucionar mais um problema, dentre tantos outros com os quais Paulo teve de se defrontar concernentes à igreja de Corinto. Igreja que causou ao apóstolo incontáveis preocupações, devido às circunstâncias sociais não serem nada favoráveis ao desenvolvimento do cristianismo. Localizada na cidade conhecida por sua proverbial imoralidade, na qual imperavam as práticas pagãs da sociedade grega, Paulo lutava para fazer sobressair a pureza dos costumes cristãos em seu meio. A depravação em Corinto era de tal monta que a expressão "viver à moda de Corinto" significava viver na imoralidade e na degradação moral. A palavra korinthiazomai significava praticar imoralidade e, korinthiastis era sinônimo de meretriz. No topo de uma montanha chamada Acrocorinto, localizada atrás da cidade, encontrava-se o templo de Afrodite, ou Vênus, a deusa do amor. A dissolução moral de Corinto devia-se justamente ao culto à deusa. (Continua).
 














sexta-feira, 18 de abril de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


               O MISTÉRIO DA MORTE E RESSURREIÇAO DE JESUS CRISTO
                        
                                
Ao falar da morte de Jesus não se pode perder de vista, segundo enfatiza a referida teoria, que Jesus ressuscita Filho de Deus (Atos 13.33) no Espírito Santo (Romanos 8.11). Esse é um ponto chave do mistério pascal, o que implica numa conotação única da palavra morte, e a faz diferir do significado que, comumente se dá à palavra. Jesus não morre simplesmente: Ele morre para o Pai que O ressuscita no Espírito Santo para a eterna glória.

Outra observação de suma importância, destacada pelo teólogo, sublinha o fato de o mistério da morte e do nascimento – páscoa é um nascimento – serem dois aspectos de um único mistério. A própria existência terrestre de Jesus já exibia esses dois ângulos que se fundem em um só, e que são amplamente destacados em diversos livros dos Evangelhos, tais como: Lucas (1.35); Filipenses (2.6-7-8); Hebreus (10.5s); João (12.32) e Atos (13.33).

Ao meditar sobre as questões propostas, a atenção volta-se em direção ao paralelismo com as palavras pronunciadas por Jesus sobre sua morte e ressurreição: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. (Jo 10.17). Morte e nascimento conotam a mesma realidade, a qual nos remete ao momento em que, na cruz, Jesus exclamou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isto, expirou. (Lucas 23.46b). No passo seguinte, isto é, na ressurreição, Jesus retoma o Seu mesmo corpo, agora, glorificado; e acerca de Seu espírito - parece clara a conclusão a que o autor nos quer fazer chegar, - o Salvador não viu a corrupção porque o Pai o susteve em Suas mãos, e O gerou para a eterna plenitude. Em conclusão, podemos crer que o Seu espírito não experimentara a morte. Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim – portanto, Eterno e indestrutível - tornar-se-ia em plenitude tudo o que sempre fora: o Filho de Deus no Espírito Santo, finalmente, podendo ter conhecida a sua verdadeira identidade. Não seria mais como no passado, quando proibiu os Seus discípulos de dizer a quem quer que fosse, que Ele era o Cristo. Episódio registrado em Mateus 16.16, diante da revelação de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.

Assim como pelo poder do Espírito Santo, o Pai gerou Jesus no ventre de Maria, ao ressuscitá-lO, por esse mesmo poder, devolve-O à Sua real e eterna plenitude. O Filho do Homem retoma sua verdadeira identidade, a de Filho de Deus no Espírito Santo.


Outro aspecto característico dessa teoria é a grande ênfase dada à pessoa e à ação do Espírito Santo no episódio da ressurreição do Senhor. Primeiramente, descreve entre os atributos do Espírito o fato de ser comunhão, santa justiça do amor, (sublinhando que justiça é amor gratuito), e o Espírito da verdade (João 14.17ss). Em seguida, chama atenção observando que o Espírito Santo constitui-se, também, em princípio de coerência para o pensamento teológico – ponto de capital importância dentro dessa teoria.


No Novo Testamento, é bem destacado o registro sobre a ação incessante do Espírito na vida de Jesus Cristo:
O nascimento terrestre precede no tempo, Jesus já é, desde então, o Filho no Espírito Santo: O Espírito Santo virá sobre ti, (Maria) e o poder do Altíssimo (lembrar que o Espírito Santo é o poder de Deus) vai te cobrir com sua sombra, por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. (Lucas 1. 35). Mas os evangelhos da infância não foram escritos somente à luz da Páscoa, o acontecimento relembrado fazia parte também do mistério próprio à páscoa de Jesus, constituía uma réplica antecipada do nascimento em plenitude, segundo o Espírito Santo. Em sua chegada à terra, preparava-se o mistério que iria surgir, semelhante à aurora, cuja luz é a do sol, embora ainda escondido por detrás do horizonte. Os anos terrestres de Jesus apontavam para o começo, atraídos para o nascimento pleno.

A santidade de Jesus, na ação redentora, recebe grande destaque, e é tratada com especial atenção. Pode parecer estranha essa observação, mas, existem outras interpretações teológicas, não mencionadas neste trabalho, que não demonstram tal cuidado. Não refletem sobre a imortalidade do Redentor, necessariamente, inerente ao conceito de Santidade que Lhe é próprio. Desde o anúncio de Seu nascimento, como vimos no citado texto de Lucas 1.35, Jesus Cristo é chamado de Santo. O que isso significa? Quer dizer que Ele é separado, intocável, incorruptível, inatacável pelo pecado. Ao derrotar Satanás, pelo poder de seu sangue derramado na cruz do Calvário, e descer ao Hades, o Seu Espírito não viu a corrupção, por ser imperecível e eterno. No momento que precedeu a sua morte na cruz, Ele entregou o Seu espírito aos cuidados do Pai (Lucas 23. 46b). Nesse embate pela salvação da humanidade não poderia ter sofrido qualquer abalo porque Ele é um com o Pai (João 10.30) e, como o Pai, ETERNO. (Continua).