segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 do livro Mensageiras da Ressurreição

                         MÁRTIRES CRISTÃS


O relato da perseguição aos cristãos, após a ascensão de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser melhor conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silêncio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu heroísmo. Porque tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tortura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bíblia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do túmulo de Jesus.
Será que não temiam ser apontadas como pertencentes ao grupo dos seus seguidores?
Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cristãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se observar que a perseguição não se restringia apenas aos homens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)


Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atingiu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenharam um papel tão vital que sofreram perseguição juntamente com os homens.

É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Constantino descriminalizou o cristianismo, o governo de  Roma, também, resolveu estender seus tentáculos em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição.


domingo, 5 de agosto de 2012

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

                                   
                              O QUE PRETENDO COM ESTE LIVRO 



Em primeiro lugar, agradecer ao Criador, por ter-me feito nascer mulher; pois, foi a uma mulher que o Senhor ressuscitado manifestou-se, encarregando-a, na companhia das outras que a acompanhavam, de levar a notícia de Sua ressurreição aos demais apóstolos. Por pertencer ao gênero feminino, exaltado de maneira inaudita por Deus, digo em oração: Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome! (Salmos 103.1). Registro este tributo a Deus pela minha vida e a vida de todas as mulheres, também, como contraponto àquela oração dos judeus na qual eles declaram: "Bendito seja Deus, nosso Senhor e o Senhor de todos os mundos por não me ter feito nascer mulher."
Segundo os ensinamentos rabínicos, as mulheres não podiam ter acesso direto ao estudo e conhecimento da Lei. Somente aos homens era permitido estudar a Torá. Hoje, os judeus colocam essa questão (do acesso à palavra de Deus, somente aos homens) como desculpa para amenizar o caráter discriminatório da referida oração. Mas, não convencem. Porque a oração deles não termina aí, mas, acrescentam agradecimentos ao Senhor por não tê-los feito nascer cachorro e nem samaritano. Mulher e samaritano (povo natural de Samaria, inimigo dos judeus) nivelados aos animais! Era assim que eles os viam e tratavam. Com certa vantagem para os cachorros, pois, conta-se que, "em um período da história religiosa, os rabinos diziam dar preferência a ensinar um cachorro do que a uma mulher, e que preferiam queimar a Torá a ensiná-la a uma mulher."
Agradeço a Deus, também, por ter-me permitido por intermédio de Jesus, nosso Mestre, o acesso direto ao conhecimento e estudo da Sua Palavra.
O propósito maior deste livro, porém, consiste em celebrar o amor de Cristo, nosso Libertador, em reconhecimento por ter-nos escolhido como Mensageiras da Ressurreição. Toda honra e toda glória a Ele sejam dadas! Em razão de o maior acontecimento da história do cristianismo, a ressurreição de Cristo, ter sido presenciado primeiramente por uma mulher - Maria Madalena - e pelo grupo de mulheres que a acompanhava, a alegria torna-se incontida. A maior glória que um ser humano poderia almejar, qual seja, a primazia de ver o Senhor ressurreto, foi dada às mulheres.

terça-feira, 24 de julho de 2012


        Sinopse do livro Mensageiras da Ressurreição

O comissionamento de Jesus Cristo dado às mulheres no Domingo de Páscoa, registrado no Novo Testamento, parece não ter recebido da Igreja, no decorrer dos séculos, a merecida atenção. E o livro Mensageiras da Ressurreição se propõe a resgatar esse fato extraordinário, o qual mostra Jesus Cristo colocando as mulheres num patamar antes nunca alcançado, ao apresentá-las no ápice de sua autonomia espiritual, capacitadas por Ele para proclamar a mensagem da cruz ao nomeá-las como as primeiras embaixatrizes da Ressurreição.
Hoje, estão as Igrejas perfeitamente cônscias dessa realidade? Afinal já se passaram mais de dois mil anos...
Tais questões são debatidas focalizando, também, interpretações falaciosas de certas palavras de Paulo que têm servido de óbice ao reconhecimento do espaço da mulher dentro da missão evangelística. É colocada em destaque, também, a relevante atuação das mulheres da igreja primitiva, pouco lembradas e mal e mal reconhecidas como primeiras discípulas de Jesus, no capítulo do livro denominado “Atos das Apóstolas”.
É estabelecida, também, uma comparação entre a situação das mulheres dos países não alcançados pelo Evangelho que, em contraste com a situação das mulheres dos países cristãos, continuam reféns do jugo representado pela crueldade das leis humanas até os dias de hoje. É civilização versus barbárie.
Uma incursão pela história da mulher no mundo, deixa ver o quanto ela tem sido vítima de discriminações abomináveis por conta do preconceito chamado de “sexismo”.
Ao final de alguns capítulos do livro, encontram-se reunidas frases de autoria de filósofos, intelectuais, religiosos, cientistas e médicos famosos numa mostra da idéia que faziam da mulher no passado, englobadas sob o título de “Memorial da Discriminação”.  Inacreditáveis, estapafúrdios, cruéis e até mesmo hilariantes são apenas alguns dos adjetivos para (des)classificar tais pensamentos emitidos pela nata da intelectualidade através dos tempos.
No lodaçal de idéias falsas e preconceitos em que se viu envolvida a figura da mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança. Como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da humanidade. Aliás, no ambiente mundano, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana.
O livro constitui-se num verdadeiro clamor para que a mulher venha assumir o seu papel no contexto espiritual, como instrumento nas mãos do Senhor, para realizar a missão que atualmente lhe compete dentro da igreja, da família e da sociedade, a fim de impedir a desestruturação familiar e social que, hoje, se processa de modo acelerado - porque a maioria das mulheres não tem consciência da missão que lhe foi proposta por Cristo.
São focalizadas, também, de maneira didática as principais doutrinas a respeito da Ressurreição de Cristo, ou seja, as diversas maneiras de entender esse fato extraordinário por parte dos cristãos; e destacada a sua importância como fundamento da nossa fé, tal como enfatiza o apóstolo Paulo em 1 Coríntios capítulo 15.
Fones: (11) 3672-1468 

domingo, 15 de julho de 2012

Trecho extraído do capítulo 5 do livro Mensageiras da Ressurreição

                Gênesis 2 apoia a subordinação da mulher?


Observemos alguns pontos de vista daqueles que encontram – de maneira arrevesada – argumentos no livro de Gênesis para apoiar suas teses de caráter discriminatório contra as mulheres.
Primeiro, conforme a visão dos complementaristas (antifeministas) o homem tem direito de exercer liderança, seja na igreja seja na sociedade, por analogia com o que acontece na ordem da Criação. Eles priorizam a ordem temporal da criação: primeiro o homem, depois a mulher, conforme relatado no livro de Gênesis (2 e 3). Veem nesse fato motivo para determinar a submissão da mulher ao homem.
O argumento é detonado pela teóloga Mary Evans ao observar que os animais foram criados antes do homem e, também, da mulher (Gênesis 1). Por conseguinte, a prioridade temporal na criação não implica em superioridade, nem de ser, tampouco de função. "Nem dá a entender que os animais são superiores ao homem."
Segundo, observemos ter sido o homem e a mulher criados à imagem de Deus, (Gênesis 1.27). Os antifeministas não negam, nem poderiam negá-lo, uma vez que a Bíblia declara com todas as letras haver Deus criado o homem e a mulher à Sua imagem: Macho e fêmea os criou.
Na versão dos que podemos chamar de misóginos - ou simplesmente machistas - está presente, de maneira clara ou subentendido, o conceito de que a mulher reflete a imagem divina de maneira inferior ou diferente do homem. Nessa perspectiva, aproximam-se de Calvino que reconhece, sim, ter sido a mulher criada à imagem de Deus, "embora em segundo grau". Conceito rebatido, também, por Mary Evans, ao concluir que não há nada em Gênesis 2, que nos leve a presumir que a mulher tem a imagem de Deus de um modo diferente ou inferior do homem. Os dois capítulos indicam que o homem como um todo consiste de duas partes: o homem e a mulher.
Verdadeiramente, nessas considerações, ressalta-se que a subordinação da mulher não encontra apoio em nenhum dos textos da criação do Gênesis, quando submetidos ao crivo da exegese, fruto de profundo estudo que os delimita ao seu verdadeiro contexto.

sábado, 30 de junho de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 (3) do livro Mensageiras da Ressurrerição


    JÚNIA NA PRISÃO COM ANDRÔNICO E PAULO

                                                                                                                  

O texto de Romanos 16, continua fornecendo preciosos detalhes sobre a trajetória feminina na primeira Igreja cristã. No versículo 7, Paulo refere-se a um casal, Andrônico e Júnia que, segundo alguns teólogos, possivelmente, teriam integrado o grupo dos Setenta e Dois discípulos de Jesus. Ao falar sobre eles, declara: Os quais se distinguiram entre os apóstolos e que me precederam na fé em Cristo (v.7b). Anteriores, portanto, à época da ekklesia, conviveram com Jesus e, depois, foram contados na comunidade dos apóstolos entre os quais se notabilizaram.
Eram parentes de Paulo, e sofreram com ele as agruras do cárcere, como ele mesmo informa. Júnia ficou conhecida como a apóstola notável juntamente com Andrônico. A Bíblia não dá maiores detalhes sobre a vida dos dois, mas, tudo leva a crer que eram marido e mulher, tal como Priscila e Áquila.
O fato de Paulo chamar uma mulher de apóstola e, ainda mais de notável, eriçou os brios varonis de alguns eruditos machistas. Dentre os contemporâneos principalmente, mas alguns do passado também empacaram diante desse fato. Não conseguindo aceitá-lo, resolveram pôr em dúvida o gênero do nome Júnia. Alguns quiseram provar que Júnia era nome de homem, como tentou fazê-lo um escritor que viveu entre os séculos treze e catorze, conhecido como Egídio de Roma. Foi em sua narrativa que pesquisadores atuais foram desencravar essa história mal contada. Porém, nem aquele nem estes são levados muito a sério, tampouco apresentaram argumentos convincentes para sustentar essa versão do caso.
A questão, exumada por alguns antifeministas "modernos" e inconformados, já perdeu a sua efervescência e os pesquisadores, em sua maioria, tendem a concordar que Júnia é mesmo nome feminino. Destacam, também, que Júnia e seu marido Andrônico, foram pessoas dignas das palavras com que Paulo os classifica, isto é, de notáveis entre os apóstolos.
Stanley Grenz, observa: Em contraste ao tempestuoso debate contemporâneo, o gênero de Júnia não era um problema na era patrística (dos pais da igreja). E, acrescenta: Alguns eruditos contemporâneos afirmam que, antes do século treze, quase todos os comentaristas deste texto consideravam Júnia mulher.
 No âmago da questão, reconheçamos, encontra-se a vontade de provar que não houve mulher alguma que tivesse sido discípula de Cristo e de negar que alguma delas pudesse ter-se notabilizado como tal. Nas entrelinhas dessa controvérsia caduca, arde o desejo daqueles que querem tirar da mulher o lugar que lhe pertence por direito na História do cristianismo . A intenção, porém, é clara, trata-se de impedi-la de ocupar o seu espaço como mensageira das Boas- Novas, nos dias de hoje.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Trecho extraído do capítulo 10 do livro Mensageiras da Ressurreição

         

                                 LÍDIA, AS PRIMÍCIAS DA EUROPA

A primeira pessoa a aceitar o evangelho na Europa, pelo ministério de Paulo, foi Lídia. Para o apóstolo, a missão iniciada na Macedônia significou o primeiro passo dado em direção à evangelização do continente europeu. A conversão de Lídia ocorreu na cidade macedônica de Filipos. Ela era natural de Tiatira, na Lídia. Daí, talvez, a origem de seu nome, de vez que os nomes étnicos eram comuns, poderia ser conhecida como a mulher lídia. Mas, esse era, também, um nome pessoal.
Aconteceu, num sábado, a sua oportunidade de ouvir, pela primeira vez, a mensagem do Evangelho. Por não haver encontrado uma sinagoga para dar início ao seu trabalho, como habitualmente fazia, Paulo e os outros apóstolos procuraram por uma espécie de sinagoga ao ar livre, na Via Egnatia, à beira do rio Gangites (atualmente, Agista).
Ao sair pelas portas da cidade, eles dirigiram-se às margens do rio. Ao assentarem-se ali, muitas mulheres reuniram-se para ouvi-los, dentre elas encontrava-se Lídia. E o livro de Atos (16.14b) relata que O Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
Lídia pertencera ao judaísmo, era temente a Deus e esperava a vinda do Messias prometido. Por meio da Palavra ministrada por Paulo veio a crer que Jesus Cristo era o Messias.
Naquela mesma ocasião, atendendo ao chamado do Senhor, converteu-se, vindo a ser batizada, juntamente com toda a sua família (Atos 16.15). Em seguida, ofereceu hospitalidade a Paulo, Silas e Lucas. Mais tarde, quando Paulo e Silas saíram da prisão, foi na casa dela que se refugiaram antes de continuarem a viagem missionária. (v.40).
No momento em que se encontrara com Paulo e os outros discípulos, Lídia estava praticando os costumes de sua antiga religião judaica, orações e abluções perto do rio, mas, naquele sábado, estava marcado o seu encontro com Jesus, por quem ela esperava – Cristo, o Salvador do mundo.

domingo, 17 de junho de 2012

Sumário do livro Mensageiras da Ressurreição

Sumário

Introdução.......................................................................... 11

1. O início da caminhada.................................................. 23

2. A revolução do amor..................................................... 31

3. Fé e liberdade................................................................. 39

4. Feminismo sem rancor................................................. 53

5.Gênesis apoia a subordinação da mulher?.................. 61

6. Doutrinas criadas sobre palavras de Paulo

1. A questão do traje e do véu ............................................. 67

2. A mulher esteja calada ..................................................... 75

3. A proibição de ensinar ..................................................... 85

4. A questão da autoridade do marido................................ 91

5. O homem, a cabeça da mulher........................................ 101

7. Discipulado Feminino................................................ 107

8. Atos das apóstolas

1. A mensageira da Carta aos Romanos............................ 115

2. A mulher que arriscou a vida por Paulo....................... 123

3. Júnia na prisão com Andrônico e Paulo........................ 129

4. Missionárias independentes............................................ 133

5. Cooperadoras cujos nomes estão no Livro da Vida........ 135

6. A discípula que ressuscitou............................................. 137

7. Patronas e as igrejas domésticas..................................... 141

8. Mártires cristãs................................................................. 145

9. As mulheres que profetizavam....................................... 151

10. Lídia, as primícias da Europa....................................... 155

11. Marta e Maria................................................................. 159

12. Maria Madalena, apóstola dos apóstolos..................... 163

9. Maria, a mãe de Jesus.................................................. 175

10. Profetisas do Antigo Testamento............................. 187

11. A Ressurreição........................................................... 193

1. O significado da Ressurreição....................................... 193

12. Teologias da Redenção – um convite à reflexão

1. Teologia do Mistério Pascal......................................... 199

2. Teologia Jurídica............................................................ 204

3. Teologia Substitutiva..................................................... 205

13. O silêncio sobre a história da mulher...................... 217

14. Sexismo que culminou em genocídio..................... 223

15. O óvulo da mulher..................................................... 229

16. Séculos de retrocesso................................................ 235

17. Eu vos saúdo!............................................................. 243

18. As mulheres e o cargo de Pastora............................. 249

19. Conclusão................................................................... 255

Bibliografia....................................................................... 259




quinta-feira, 7 de junho de 2012

Trecho extraído do capítulo 12 do livro Mensageiras da Ressurreição




                                     AS TRÊS MULHERES


Atribui-se a idéia de pecadora, que se apegou ao nome de Maria Madalena, à confusão que popularmente se faz a respeito de três mulheres, citadas no Novo Testamento. Primeiramente, por confundi-la com a pecadora (anônima), mencionada no livro de Lucas (7.36-50); por analogia à protagonista do episódio, tida pelo povo como a própria Madalena, foi fácil acrescentar ao seu nome o apelido "Arrependida". Prova cabal de que, na mentalidade popular, seu nome tornou-se, sem qualquer base bíblica, sinônimo de pecadora – arrependida.
O texto bíblico faz menção de uma mulher realmente tachada de pecadora, que ungiu os pés de Jesus na casa do fariseu chamado Simão.

Esse homem escandalizou-se com a cena, pensando que Jesus não a tivesse reconhecido como tal e, por isso, até duvidando que Jesus fosse mesmo um profeta. Mas, o Salvador, que é mais que um profeta, tinha conhecimento disso e, também, do que o fariseu estava pensando.
Os versículos 37 e 38, descrevem-na literalmente como pecadora: E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhes os pés, e ungia-lhos com o unguento.
Apesar de ter recebido o cognome de pecadora, a mulher cujo nome não é mencionado no Evangelho, seria realmente uma meretriz? Será que as palavras pecadora, meretriz ou prostituta, no caso, poderiam ser tomadas como sinônimos? Sobre o assunto, a escritora Lilia Sebastiani pondera de modo oportuno que, se um homem tivesse se aproximado de Jesus, naquele dia, na casa do fariseu, para pedir-lhe o perdão dos seus pecados – um pecador portanto – ninguém seria levado a pensar exclusivamente em faltas de natureza sexual.

 Seria, realmente, inconcebível. Quem ousaria imaginá-lo envolvido com prostituição?
Na esteira desse raciocínio, a pesquisadora analisando os elementos que compõem a cena e observa:
É muito mais antiga do que o cristianismo a associação mental espontânea mulher-sexo-pecado. Ali se encontravam dois elementos, mulher e pecado, em um clima de acentuada e perturbadora feminilidade. É totalmente instintivo para uma cultura patriarcal identificar a mulher com o sexo e, portanto, a pecadora se torna logo uma prostituta, a mulher "ocasião de pecado" por excelência.

Não obstante, ao confundir Madalena com aquela pecadora, e deduzir ser ela (Madalena - ou ambas) meretriz, pode ocorrer de um mito estar alicerçado sobre outro mito. A malícia humana, como a história de Madalena nos mostra, optou pelo pior. Assim como a escolha de Barrabás (Mateus 27.11-31), o qual se livrou da morte, em lugar de Jesus, por escolha do povo, é apenas mais um dentre tantos exemplos bíblicos e históricos da opção humana pelo mal. De igual modo, quanto àquela "pecadora", não há provas de que o seu pecado fosse o da prostituição; nem que Maria de Mágdala fosse meretriz.


A outra, das três mulheres era Maria de Betânia -  irmã de Marta e de Lázaro, ressuscitado por Jesus. Ela é identificada como a outra mulher que, também, ungiu, os pés de Jesus. Todavia, seu gesto teve finalidade diferente, que não a do perdão dos próprios pecados, esclarecida no evangelho de João (12. 1-11). Reconhecida como Maria de Betânia, no texto joanino, nos outros evangelhos seu nome não é mencionado, mas, apenas narrado o acontecimento do qual participou. Ocasião que serviu para demonstrar que ela tinha presciência da morte próxima de Jesus. Inferência obtida pela resposta dada por Jesus, quando Judas Iscariotes na ocasião, reclamou que se poderia vender o unguento, que era de altíssimo preço,

para dar o dinheiro aos pobres. Disse, pois, Jesus: Deixai-a, para o dia da minha sepultura guardou isto (v.7). Surpreendente a atitude dessa discípula, aprestando-se a ungir Jesus, por pressentir a proximidade de Sua morte, era um assunto a respeito do qual os outros discípulos pareciam não ter uma noção clara.

A outra das três mulheres, a verdadeira mensageira de ressurreição – Maria Madalena - foi quem, na mente popular, e até mesmo em alguns ambientes eclesiais, teve seu nome fundido com o das outras duas. Ela que, na realidade, veio a ser chamada apóstola dos apóstolos. Uma parte da responsabilidade pela fusão dos três nomes em uma só pessoa cabe, também, ao fato de que, durante séculos, o povo não teve acesso direto à leitura da Bíblia. Até as primeiras quatro ou cinco décadas do século vinte, no Brasil, eram muito raras as edições das Escrituras em português, e o seu preço, muito alto. No resto do mundo não era muito diferente, à exceção dos Estados Unidos e de alguns países cristãos da Europa, posto que a imprensa não havia alcançado o alto grau de desenvolvimento que hoje possui e que fez com que o preço dos livros se tornasse mais acessível à população em geral. O analfabetismo era outro obstáculo para o conhecimento da Palavra. Outrossim, não se pode esquecer que, na Igreja Católica, a leitura direta da Bíblia era vetada ao povo, o qual, segundo os religiosos, seria incapaz de entendê-la.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Trecho extraído do capítulo 4 do livro Mensageiras da Ressurreição


AMEAÇA DO FEMINISMO EXTREMISTA

O que se vê são mulheres movidas por um clamor

ancestral - (tomando as dores, passadas, de suas mães e

avós) que exige vingança contra o homem - saírem de

modo desenfreado em busca de uma liberdade que se

configura mais a uma represália. Nessa corrida, passam

a cometer os mesmos erros que os homens cometeram

no passado contra a família; equívocos que podem ser

sintetizados como irresponsabilidade, leviandade (ou libertinagem),

omissão, escárnio, desprezo e abandono.

Por essa via, qualquer movimento do feminismo

extremista, que se apóie apenas na iniciativa humana,

desvinculado da palavra de Deus caracteriza-se por ser

faccioso. Fatalmente, incita à violência, à separação e à

desunião entre os sexos – constituindo-se numa ameaça

à liberdade conquistada. Na “selva de pedra”, a serpente

aparece mimetizada em forma de uma insana liberdade

ilimitada que leva à cegueira moral. Desde o momento em

que as mulheres deixam de enxergar que a nossa liberdade

termina onde começa a do próximo, a queda é iminente.

Apesar de todo o apoio que associações das mais

diversas espécies conferem às mulheres, a fim de ajudálas

na defesa de seus direitos, e das prerrogativas que a lei

civil e os costumes lhes concedem, a maioria delas encontra-

se absurdamente desorientada e até mesmo indefesa.

Assemelham-se ao pássaro que, ao deixar a gaiola, aturdido,

cai na mão de predadores. Hesitantes entre o bem

e o mal, a maioria não consegue discernir exatamente os

limites morais. Isso fica patente ao observar o caos social

que se avizinha, indicando nitidamente que não existe

uma noção do que significa ser livre, e de que tomar as

rédeas da própria vida significa arcar com as consequências

dos próprios atos, caso contrário, mergulha-se num

universo caótico.

Não é possível atropelar os ditames da consciência

ética e moral, esquecendo os mandamentos cristãos

de amor a Deus, acima de tudo, e ao próximo como a si

mesmo. Amor que se expressa através da consideração

para com todas as pessoas e cuidados para com os da

própria família – até mesmo para com o marido...

Livre-nos Deus dos movimentos gerados por idéias

extremistas, sejam provenientes do Oriente, como as de característica

patriarcal que escravizam as mulheres, sejam as

do feminismo exacerbado e mal-interpretado causador da

desestruturação social. Aliás, já disseram alhures: A virtude

está no meio quando os extremos são perniciosos.

No caso do feminismo extremista, a mulher saiu

de sob o domínio de um sistema despótico em direção a

uma terra sem lei. Isso não estava no programa. As normas

de caráter humanitário, obviamente, não foram abolidas.

Invalidadas foram apenas as leis de cunho patriarcal

contrárias às mulheres. O respeito à vida não foi anulado,

a não ser pelos ímpios. Há casos de mães matando filhos

recém-nascidos como quem mata baratas. Simplesmente,

jogam os bebês no lixo, em vaso sanitário de avião e em

shoppings, demonstração de perversidade inominável e

desorientação não apenas nas classes menos favorecidas.

São verdadeiras manchas no cenário de respeito e proteção

à infância em que se insere o país e o mundo ocidental,

e motivo de tristeza para a comunidade cristã.

Observa-se, mesmo entre as mulheres que possuem

bom nível cultural e intelectual que, no plano espiritual,

elas não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua

mão esquerda, tal qual os ninivitas do tempo de Jonas.

(Jonas 4.11). Por conseguinte, são incapazes de entender

o que significa amar o semelhante como a si mesmas,

visto que só entendem a linguagem dos sentidos. Elas

movem-se no universo sexual e da competição, tanto

no trabalho como na vida pessoal, a qual se desenvolve

à semelhança de uma maratona. O que importa é ir em

frente, na busca desenfreada de prazeres e de um sucesso

duvidoso, atropelando todos os que estão no caminho –

quer sejam pais, filhos, marido, irmãs ou amigas.

Imagino Jesus, diante desse espetáculo, sentindo

grande compaixão da multidão desnorteada, como no

passado, porque andavam desgarrados e errantes, como

ovelhas que não têm pastor. (Mateus 9.36). A liberdade,

para grande número de mulheres adeptas do feminismo

exacerbado, mais se parece a um objeto perigoso em

mãos inábeis, como um carro nas mãos de um cego.

Refiro-me, especialmente, à liberdade usada para

prática do sexo promíscuo, tão comum nos dias de hoje,

com a conseqüente perda de valores familiares, sem os

quais a sociedade perece. São casamentos abertos, onde

cada um dos cônjuges pode ter aventuras extraconjugais

sem maiores responsabilidades. Adolescentes que “ficam”

com namorados sem compromisso algum, mantendo

relacionamentos sexuais inconsequentes. Com

isso, o número de mães solteiras cresce - muitas grávidas

nem sequer sabem quem é o pai do filho que esperam - e

o número de crianças abandonadas aumenta a cada dia;

assim como o de doenças sexualmente transmissíveis.

Há também casos de mães que não fazem jus ao

nome – símbolo de amor e ternura – e costumam submeter

os filhos a torturas psicológicas e físicas de maneira

sistemática a ponto de lhes desestruturar a personalidade

em formação. Realidade inacreditável, diante da qual

queremos acordar pensando tratar-se de um pesadelo.

Donas de casa, dominadas pelas hostes espirituais

da maldade (Efésios 6.12) como fantoches, teleguiadas

por essa casta de demônios, são levadas a proceder como

verdadeiras carcereiras dentro do lar. Quando se casam,

em vez de promessas de amor, prometem a si mesmas

agir de maneira cruel para com o cônjuge. Ameaçadoras,

exclamam: “Para mim tudo, para ele nada!” Conceito

muito em voga entre as jovens do mundo de hoje. Palavras

que são fruto de um feminismo rancoroso e quixotesco,

uma vez que gozam, atualmente, de plena liberdade de

ir e vir e de decidir sobre seus próprios atos e

destinos. Atitudes que refletem o mau uso da liberdade e

uma demonstração de irracionalidade.

O sociólogo alemão, Alexander Schüller, ao observar

os índices alarmantes de violência contabilizados na

sociedade, exclama: “Há, em toda parte, uma maldade

inexplicável.” A observação do sociólogo vem simplesmente

enfatizar o que salta aos olhos de todos, diariamente,

por meio dos noticiários da mídia e pela experiência

pessoal de cada um de nós. Contudo, essa maldade

a que se refere Schüller, presente em todos os setores

da sociedade – é bom que se destaque – tem mulheres

e, também, homens como seus agentes disseminadores.

Assim como existem feministas exacerbadas, há machistas

tão irracionais quanto elas.

Outra observação importante, uma verdadeira

questão de justiça nos lembra que, se há uma parcela da

população feminina fazendo mau uso da liberdade, devido

ao seu novo status social, existe a grande maioria

das mulheres que está obtendo grandes vitórias ao participar

ativamente da vida social e política das nações.

Essa legião de mulheres vitoriosas está conseguindo

desempenhar-se galhardamente de seus compromissos

profissionais, ao mesmo tempo em que se desvela na administração

do lar e na criação dos filhos.

Quanto à missão da mulher cristã, na sociedade,

reconhecemos que lhe compete desempenhar relevante

papel na cura da enfermidade social ao fazer uso da liberdade

adquirida em Cristo. Certamente, para essa finalidade

foi que Jesus a libertou da situação de subserviência

em que vivia no contexto social e, obviamente, não para colaborar

com o caos social.


domingo, 20 de maio de 2012

Trecho extraído do capítulo 9 do livro Mensageiras da Ressurreição

           AS MULHERES QUE PROFETIZAVAM

Para o apóstolo Paulo, o dom da profecia é o mais excelente dos dons espirituais, depois do amor. Ele dedica todo um capítulo (1 Coríntios 14) para falar da importância do dom profético. Coloca-o acima do dom de falar em línguas, e incentiva a que se procure com zelo os melhores dons (1 Coríntios 12. 31), salientando que o ato de profetizar leva à edificação das pessoas, da própria igreja, e serve para consolar e exortar.
Profetas e profetisas, ao lado dos apóstolos, seriam o próprio fundamento da Igreja.
Podemos observar, nas igrejas dirigidas por Paulo, que homens e mulheres profetizavam, desde que estas usassem véus (1 Coríntios 11, 5,13). Pelos relatos bíblicos, também, vemos que era amplamente difundido o dom da profecia entre as mulheres nos primórdios da igreja. Em função das características imanentes ao dom profético – edificar, exortar e consolar - pode-se concluir, sem erro, que as mulheres desempenhavam papel relevante, com significativo grau de autoridade na comunidade cristã. Exerciam autoridade como líderes - atuando como mensageiras da palavra de Deus, uma tarefa associada ao cargo profético. Notícia de profetisas a Bíblia nos fornece inúmeras, tanto no Antigo como no Novo Testamento.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Trec ho extraído do capítulo 1 do livro Mensageiras da Ressurreição

 Destaco, agora e sempre, a importância da autoria do projeto inicial da emancipação da mulher por Jesus Cristo; Ele é seu verdadeiro autor e consumador – porque não cai uma folha de árvore sem que seja da expressa vontade de Deus. Verdade que salta aos olhos ao remontarmos às origens - ao Novo Testamento - ao ponto inicial, a fim de reconhecer o marco zero de nossa caminhada libertária. Ao lembrar aquele momento em que Jesus escrevendo com o dedo na areia, levantou os olhos e disse para a mulher adúltera, trazida à sua presença, que não a condenava.
Aquele foi o primeiro de subseqüentes abalos a sacudir o código de leis judaico e a repercutir sobre os conceitos de (in)justiça do mundo greco-romano. Nestes, a mulher era ainda muito mais inferiorizada, apesar das raras exceções, em ambos os contextos, que serviam apenas para confirmar a regra geral de violência e opressão.
A marcha feminista que se desencadeou em dois níveis, quais sejam, na sociedade civil e na igreja, movimentou-se em ritmo desigual. Surpreendentemente, cristãos e cristãs avançaram mais lentamente. A defasagem entre os dois segmentos é visível no presente momento. Algumas denominações evangélicas, é verdade, apoiam integralmente até mesmo o ministério pastoral da mulher; outras, porém, reconhecem apenas parcialmente o seu direito de trabalhar na missão evangelística (desde que não exerça autoridade como líder); e ainda meditam sobre o que seria ou não permitido à mulher realizar. Enquanto que, em outras denominações, sua atuação limita-se à execução de trabalhos manuais dentro do ministério de assistência social, onde lhe é permitido, quando muito, colaborar na ajuda aos necessitados e cuidar dos trabalhos de limpeza da igreja. Trabalho honroso, sem dúvida, mas, de âmbito limitado.
No segmento católico, por sua vez, mulher receber o ministério ordenado é assunto totalmente fora de cogitação. As mulheres conquistaram o mundo, mas, continuam como mendigas esmolando à porta de muitas igrejas por um espaço no púlpito ou pela oportunidade de participar das decisões concernentes à vida da igreja.
Uma mulher pode ser presidente da República, mas, em algumas  denominações não pode ser pastora,
nem ocupar um lugar na hierarquia eclesial. Sei que igreja é igreja, mundo é mundo. Mas não deixa de ser instigante a constatação, e de oferecer oportunidade para maiores reflexões.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

ALGUNS PROPÓSITOS DESTE LIVRO

No capítulo intitulado Atos das Apóstolas, referimos aspectos da vida de mulheres, cujos nomes estão registrados no NT ao lado dos nomes dos apóstolos. O intuito é tornar mais conhecida a trajetória dessas discípulas dentro do movimento cristão, a fim de tirar seus nomes do quase anonimato em que se encontram, pondo em destaque o trabalho missionário que realizaram. Além disso, buscamos extrair do pálido registro histórico - porque a história tem sido parcimoniosa para com a mulher – alguns relatos da vida das mártires do cristianismo.

Em síntese, a intenção é popularizar os estudos feitos por teólogos, pesquisadores e eruditos cristãos a respeito da história da mulher narrada na Bíblia, tendo como foco principal o Novo Testamento, bem como destacar aspectos da história da mulher no mundo. Esforço desenvolvido no sentido de proporcionar à leitora ou ao leitor leigos a oportunidade de tomar conhecimento, ainda que de modo limitado, dos resultados de tais pesquisas e relatos históricos. Outrossim, focalizar trabalhos exegéticos que tentam entender e explicar certas palavras do apóstolo Paulo que "criaram doutrina" e servem de obstáculo ao desenvolvimento do ministério da mulher na igreja.

Normalmente, tais pesquisas permanecem circunscritas ao próprio meio em que se desenvolveram, ou seja, ao ambiente acadêmico, sem a conotação pejorativa que
a palavra acadêmico possa conter, mas, com referência àquele saber que permanece entre os eruditos. Todo esse empenho visa divulgar os seus resultados os quais, por serem muito favoráveis à mulher, não devem ser mantidos apenas como exercícios de erudição no meio teológico, mas, para que seja efetivada sua aplicação na prática da vivência cristã. Esforço envidado com o objetivo de se conhecer mais a respeito do processo de emancipação espiritual da mulher, proclamada naquele domingo de Páscoa e não referendada, ainda, por uma parcela da cristandade.
O que está fora dos propósitos desta obra:
Não consta de seus objetivos endeusar a mulher, tampouco incitar disputa ou contenda entre os sexos, à maneira de um feminismo rancoroso, tipo guerra dos sexos. Porque este livro não tem a intenção de configurar-se num acinte aos homens, recorro a um antigo discurso – mas, atualíssimo e sensato - de uma feminista. Qualidade rara de se encontrar entre as diatribes costumeiras do segmento feminista não-cristão. Nesse discurso, uma ativista afro-americana, do século 19, diz palavras que expressavam bem, já naquela época, o porquê da necessidade de se reconhecer a emancipação feminina no meio social:

A maior justificação da mulher para falar é que o mundo necessita ouvir sua voz. Seria subversivo para todo interesse humano que o grito de metade da família humana fosse abafado. A mulher atrevendo-se a pensar, a mover-se, a falar – encarregando-se de ajudar a formar, a moldar e a dirigir o pensamento de sua época - está apenas completando o círculo da visão do mundo. Dela é todo o interesse ao qual falta intérprete e defensor. Tem sua causa ligada à de toda agonia emudecida, à toda ofensa que carece de voz. Tem sido necessário ao mundo andar mancando, com o passo oscilante, unilateralmente hesitante de quem perdeu um olho. De súbito, ao removerem a bandagem do outro olho, ilumina-se o corpo todo. Restaurado o olho cego, todos os demais membros se rejubilam.    

Reconhecer os direitos da mulher e reivindicá-los não é o mesmo que divinizá-la e colocá-la num patamar superior em comparação com o homem, posto que, debaixo do sol, encontram-se mulheres do bem e mulheres do mal; homens do bem e homens do mal. Mulheres ou homens que podem agir como feras ou como santos. Não sem razão, afirma-se que o "homem é o lobo do homem" – e a recíproca, certamente, é verdadeira em relação à mulher, e o mesmo acontece no relacionamento entre homem e mulher quando distantes da presença de Deus.

Não há nada de novo na natureza feminina como tal, que nos leve a exaltá-la; nem na masculina. Mudança, transformação de vida e do próprio ser, somente ocorrem debaixo da maravilhosa graça de Deus no nascer novamente em Cristo Jesus. (João 3. 1-6). Salvação, da qual decorre crescimento espiritual e pessoal, somente acontece ao renascer em Cristo, ao sermos adotados como filhos de Deus em Cristo. Fora disso, não vale a pena perder tempo engrandecendo a mulher ou o homem - inócua tentativa que só tende a levar à abominável idolatria do ser humano. Digno de engrandecimento somente Deus, o Pai das luzes. A Ele seja toda a glória!


sexta-feira, 6 de abril de 2012

3. Fé e liberdade

Sabemos que Jesus demonstrou das mais diversas formas a Sua misericórdia e o Seu amor para com todas as mulheres que cruzaram o Seu caminho. Mas, Seu exemplo e Suas palavras não encontraram eco no coração dos homens. Eles não conseguiram assimilar a mensagem, nem entender os sinais. Assim, a mulher continuou amada por Deus e execrada pelo mundo.
Dentre os muitos exemplos registrados no Novo Testamento sobre a ação benevolente de Jesus para com o humilhado e ofendido gênero feminino, além dos já citados, está o da mulher cananeia, (Mateus 15. 21-28) uma estrangeira que, como tal, não era muito bem-vista pelos judeus. Ela buscou o Mestre para pedir a cura da filha endemoninhada, apesar de os apóstolos terem sugerido que Jesus a mandasse embora, porque vinha gritando atrás deles na rua. Não obstante, Jesus atendeu-a, apesar de ser estrangeira, e o foco de sua missão ser Israel e ter dito: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. (v .24b); satisfez o pedido dela, depois de ter testado a sua fé, quando ela clamou: Senhor, socorre-me (v.25). Ele, então, respondeu-lhe: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. Ao que ela replicou: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. (v.26-27). Diante dessa confissão, Jesus acrescenta: Ó, mulher! Grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã. (v.28).
Tanto no presente caso, como no episódio da mu

lher hemorrágica, em que mulheres afrontaram os costumes e as leis do patriarcado social e eclesiástico, o saldo foi positivo. Responsável por essa vitória, o mover da fé sobrenatural em Cristo ocultava-se sob a aparência de rebeldia, por parte delas. Santa sublevação, pois encontrava eco no coração de Jesus. A Sua palavra nos incentiva a não nos conformar com este mundo, mas, a transformar-nos, renovando a nossa mente, a fim de discernirmos a vontade de Deus. E a fé, certamente, está entre o que é perfeito, bom e agradável a Ele. (Romanos 12.1-2); bem como a liberdade cristã, defendida ardentemente pelo apóstolo Paulo, em seguimento à vontade do Mestre: Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo. Tais como: não toques, não proves, não manuseies? (Colossenses 2.20,21). Se aquelas duas mulheres, a cananéia e a que sofria de hemorragia, se conformassem com os costumes e a religiosidade de seu tempo, certamente, teriam vivido derrotadas. No nível do espírito, as palavras de ordem são: fé e liberdade.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

                    Professora Roseli Tadeu versus religião afro-brasileira
Em solidariedade à professora Roseli Tadeu Tavares de Santana, evangélica, vítima de perseguição religiosa no seu ambiente de trabalho, publico a seguir matéria extraída do Ubeblogs, com a devida licença do autor. Porquanto, não sei a quantas anda a liberdade de expressão religiosa, garantida por nossa Constituição, quando uma professora é execrada publicamente por fazer uma oração com seus alunos ao entrar na sala da aula. Mais ainda, quando sabemos os perigos que, atualmente, rondam as escolas e os professores. A mídia tem registrado frequentes ataques de criminosos às escolas e até de alunos contra os professores; alguns dos quais sofreram mutilações e escaparam, por pouco, da morte. As escolas estão se transformando em campos de guerra. Pedir a bênção de Deus e a paz sobre o ambiente escolar, é crime? Tudo porque algum aluno que professa outro credo, (não-cristão),  se sente discriminado por isso? Parece que a moda é fazer uso da nossa Carta Magna não para proteger os cristãos, mas, para persegui-los – perseguição dirigida especialmente aos evangélicos.
Professora Roseli Tadeu versus religião afro-brasileira
Por Eliseu Antonio Gomes
 Perto de onde moro existe uma agência bancária. O gerente dela tem um problema peculiar e bastante comum nos centros urbanos. No período da noite, de quase todas as sextas-feiras, seguidores de religião afro-brasileira depositam pratos de comida nas áreas externas, no lado que fica próximo de uma encruzilhada de ruas, no gramado de um jardim da instituição. A prática é o famoso despacho, mais comumente conhecido como macumba.
 O gerente do banco tomou uma atitude diplomática para resolver esta situação. Contratou uma empresa de paisagismo e pediu que plantasse, por toda a área em que os “macumbeiros” acostumaram-se a usar, algumas plantas espinhosas. Então, há seis meses, na medida em que a nova vegetação cresce e ganha formas pelas mãos e tesoura do paisagista, a agência bancária ganha vista mais apreciável aos que passam diante dela e na mesma proporção as oferendas religiosas pararam de ser postas naquele local. Obviedade: espinhos arranham e ninguém gosta de ser arranhado.
  Alguns moradores da rua se sentiam indignados com a prática religiosa. Não é questão de preconceito religioso, a rejeição tem critério muitíssimo importante, é de autodefesa e defesa da sociedade. Os pratos de comida expostos assim, ao céu noturno e aberto, provocam a infestação de ratos. Todos nós sabemos que os roedores são responsáveis pela proliferação de doenças. Eles transmitem hantavirose, raiva, tifo murino, leptospirose, peste bubônica, sarnas e micoses. Algumas dessas moléstias são mortais.
 A professora
 É dito que no Japão, a figura do imperador recebe reverência de todas as pessoas da sociedade, mas ele se curva apenas para um segmento dessa sociedade, os professores. Isso demonstra inteligência, porque os educadores difundem conhecimento.
 Dias atrás, a partir do Diário do Grande ABC a mídia secular, com repercussão em blogs cristãos, trouxe um caso pitoresco ocorrido na Escola Estadual Antônio Caputo, situada no bairro Riacho Grande em São Bernardo do Campo. Um adolescente de quinze anos, cuja família é praticante do candomblé, o pai Sebastião da Silveira, 64, é sacerdote de cultos afros, acusa Roseli Tadeu Tavares de Santana, professora de História, de ser responsável pelo bullying que ele sofre por parte dos colegas. Segundo o rapaz, as zombarias aconteceram porque ela ora em sala de aula e incentiva os alunos a orarem também, manifestando assim a fé cristã. O pai processa o Estado de São Paulo por discriminação religiosa.
 Ora, será que o garoto não é agente provocador do bullying, não teria ofendido a religião cristã  no ambiente escolar em algum momento? Ele vai à escola vestido de branco, porta colares extravagantes no peito? Nós sabemos que a fase da adolescência é efusiva.
 Líderes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) compareceram na escola, reuniram-se com a diretoria e a professora. Deixaram seu departamento jurídico à disposição para auxiliar Roseli. A Apeoesp e a Diretoria Regional do Ensino de São Bernardo concedem apoio afirmando que religião faz parte do ensino de História.
A Secretaria Estadual da Educação frisa que não fará comentários sobre o assunto até a conclusão da investigação. O prazo da apuração é de um mês, prorrogáveis por mais 30 dias.
 Roseli é moradora do bairro onde situa a unidade escolar em que trabalha há aproximadamente cinco anos Como educadora ela recebe elogios pela maioria dos estudantes, e também tem declarações favoráveis de colegas de profissão. Ela mantém atividades extracurriculares de combate ao uso de drogas.
Conclusão
A professora Roseli Tadeu continua a dar aulas na Escola Estadual Antônio Caputo e o aluno continua suas atividades de aluno naquele recinto. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar as responsabilidades da professora e da direção da escola. O promotor Jairo de Lucca informou que, dependendo da providência que a Secretaria da Educação seguir, abrirá um inquérito contra Roseli. Em sua única manifestação à imprensa, a educadora disse por telefone que não reconhece ter cometido erro.
Não convém culpar sumariamente a educadora pelo caso do bullying. Tal ação parece ser orquestrada, uma estratégia mascarada para fazer os cristãos se retraírem.
 A vigilância sanitária deve  prestar atenção na situação de distribuição de oferendas em forma de pratos com alimentos nas grandes metrópoles e até em áreas rurais. Os legisladores precisam se debruçar sobre essas práticas religiosas e definir regras com vista ao bem dos cidadãos brasileiros.
 Gente, laicidade não é o Estado ter postura contra a religião. É estar completamente neutro. Portanto, a queixa contra a professora Roseli não tem fundamento e com certeza a família do garoto não se beneficiará financeiramente com este caso.
 E.A.G.
www.ubeblogs.net
Postado em: Cosmovisão Cristã,Eliseu Antonio Gomes,Igreja Perseguida,legislação,Notícias,Reflexão,Repúdio,UBE 2012

























sábado, 24 de março de 2012

Trecho extraído do capítulo 11 do livro Mensageiras da Ressurreição

                               MARTA E MARIA
A história sobejamente conhecida, protagonizada ao lado de Jesus por Marta e Maria, irmãs de Lázaro, se cotejada com a história das outras discípulas, mostra uma faceta diferente em dois sentidos. Primeiro, pela ênfase que os Evangelhos dão às demonstrações de apreço e amizade do Senhor por essa família. Eles eram amigos íntimos e, ao ver Maria e os judeus chorarem a morte de Lázaro - o texto joanino registra – Jesus chorou. (João 11.35). Segundo, porque as irmãs não participavam do ministério itinerante do Mestre, conforme acontecia com a maioria das outras discípulas. Nenhum dos evangelistas registra a presença delas entre os que acompanhavam o Senhor em Suas jornadas. A história desenrolou-se pelo caminho inverso. Foi Jesus quem as encontrou, e passou a abençoá-las ensinando-lhes a Palavra: E aconteceu que, indo eles (Jesus e Seus discípulos) de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; e tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra (Lucas 10. 38,39).
Dois importantes ensinamentos destacam-se no texto. Primeiramente, a revelação do que significa receber a Jesus e ouvi-lO. Atitude transformadora, verdadeira metamorfose, pela qual a pessoa é alçada à condição de discípulo de Cristo. Foi justamente, o que sucedeu às duas irmãs, Marta recebeu-O em sua casa e Maria ouviu o Mestre. Pela pertinência, recorremos ao texto de Apocalipse 3.20, no qual se lê: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Palavra que se cumpriu de maneira esplendorosa na vida dessas mulheres, cujo coração respondeu ao chamado do Salvador.
Observemos a outra lição que se pode extrair do episódio:
Novamente, em gritante contraste com o costume judaico de ignorar as mulheres, negando-lhes o direito ao conhecimento das Escrituras, o Mestre aparece ministrando a palavra a uma mulher. Observe-se que o vocábulo discípula nem sequer existia em hebraico, idioma no qual a palavra discípulo não tinha o gênero feminino. A condição das mulheres, em geral, sofreu uma transformação radical operada pelo Senhor, em todos os seus níveis. Na realidade, como se um universo tivesse sido edificado especialmente para acolher o gênero feminino, em relação ao pouco espaço que lhe fora permitido ocupar na sociedade antiga. Jesus revolucionando, concomitantemente, edificava.