MATANÇA DE MENINAS
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.
Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
FALTAM MULHERES
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China e no Oriente Médio, as boas novas do Evangelho. A voz do que veio para apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano da bondade do SENHOR. Assim seja!
Ao analisar esses fatos que nos deixam pasmos, há de se perguntar: o que pode justificar o assassinato de crianças? Quanto mais ao tratar-se de genocídio? Pergunta irrespondível! Porque até os animais têm direito à vida. Pode-se apresentar desculpas apenas, mas nada capaz de justificar esse crime contra a humanidade.
E a desculpa apresentada pelos pais homicidas era a do dote. Uma vez que a mulher não tinha qualquer futuro fora do casamento e da maternidade, o pai precisava dispor de dinheiro para pagar o dote ao noivo. Assim, os pais que não eram suficientemente ricos para dispor desse dinheiro seriam levados à ruína para casar uma filha, e os que não casassem a filha ficariam expostos à desonra pública. Segundo esse modo de pensar amalucado, não havia saída senão assassinar as meninas ao nascer. Dote e desonra pública, qualquer coisa valia mais que a vida de uma criança do sexo feminino.
Rosalind Miles faz a seguinte apreciação sobre o que estaria por detrás da matança da fêmea recém-nascida, que acontece desde tempos imemoriais: Reproduzir sua própria espécie era, para a mulher, o mais cruel e vão dos seus trabalhos. As filhas eram mortas em campanha planejada e contínua, com o objetivo de reduzir o número de fêmeas do mundo. (Continua).