PROFETISAS DO NOVO TESTAMENTO
Nas promessas divinas acerca do dom da profecia, as mulheres estão incluídas,
implícita ou explicitamente. Lucas, em Atos dos Apóstolos, fala sobre a descida
do Espírito Santo, sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes: E todos foram
cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem (vv. 2,4). Na sequência, (Atos 2.
17b- 18), Pedro lembra o que disse o profeta Joel acerca do ato de profetizar.
Texto, no qual o próprio Deus promete que derramará do seu Espírito sobre as
pessoas, incluindo, de maneira clara, as mulheres no fenômeno profético: Os
vossos filhos e as vossas filhas profetizarão[...] E também do meu Espírito
derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e profetizarão.
O dom da profecia, na casa do evangelista Filipe, fora derramado por
Deus de modo magnífico. Ele possuía quatro filhas solteiras e todas
profetizavam (Atos 21.9). Outro exemplo nos é fornecido, indiretamente, pelo
apóstolo Paulo: Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta,
desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada (1 Coríntios
11.5). Esse texto desperta muito o interesse das pessoas para a questão do uso
do véu, aconselhado por Paulo. Curiosamente, tornou-se mais atrativa a
referência ao uso do véu do que o fato de o próprio Paulo estar confirmando,
por suas próprias palavras, que as mulheres da Igreja primitiva, profetizavam e
oravam - em público, nas assembléias.
Os profetas tinham a prerrogativa das funções de liderança, durante a
celebração da Eucaristia. Paulo, Lucas e o Apocalipse documentam o fato de as
mulheres exercerem liderança como profetisas durante o cristianismo primitivo.
Mais um ponto positivo para os que acreditam no mesmo direito que têm
as mulheres de ensinar, exortar e edificar a igreja, tanto quanto os homens. A
autoridade da profecia, por ser decorrente das revelações divinas, transforma
profetisas e profetas em emissários do Senhor, no próprio fundamento da
igreja, e cuja presença é uma constante em toda a história do cristianismo.
Para encerrar o assunto, temos que lembrar, ainda, dos nomes de
algumas mulheres responsáveis por atos proféticos como Isabel, a prima de
Maria, mãe de Jesus. (Sobre Maria falaremos num capítulo especial, dedicado a
conhecer o seu lado pedagógico, como educadora do menino Jesus); do nome de
Marta, irmã de Lázaro, que revelou conhecer a messianidade de Jesus, quando
afirmou: Creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
(João 11. 27b). Profecia equivalente à de Pedro quando, respondendo a uma
pergunta do Salvador sobre quem ele achava que Jesus era, respondeu-lhe: Tu és
o Cristo. (Marcos 8. 29b). A samaritana também pode ser vista proferindo uma
palavra profética quando, em sua caminhada, foi à cidade e disse aos seus
conterrâneos: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito: porventura
não é este o Cristo? (João 4.29).